Toda garota precisa de um melhor amigo escrita por Jessie


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Três mil palavras... Ufa. Desculpem-me se estiver muito longo, mas garanto que vale a pena ler até o final.
Aos que já estão acompanhando antes mesmo do primeiro capítulo, muito obrigada! Espero continuar a vê-los por aqui. Boa leitura.



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Mais um feriado e, pra variar, mais alguns dias de completo ócio. Mal começara o semestre, e eu já estava reclusa no meu cantinho.

Trancar-me no quarto naqueles dias de folga era algo frequente. Nem prazeroso, nem excitante e nem nada do gênero, mas frequente. Eu não tinha muitas opções.

Ou era isso, ou finalmente ir a algum bloquinho para os quais insistiam teimosamente em me convidar. Eu definitivamente não queria ir à festa alguma. Então, a tela do meu computador era tudo o que eu tinha.

Não era tal mal assim. Afinal, eu já estava acostumada àquela mesma rotina nos dias em que passava o dia inteiro em casa. Porém, aquele dia em questão havia acabado de se lançar no Guiness Book como dia mais entediante de todos.

Eu mexia um brigadeiro que parecia nunca ficar pronto, enquanto admirava a vista da janela que ficava bem em cima do meu fogão: o muro da minha casa com uma trepadeira cheia de suculentas verdinhas. Uma folhinha caía marrom, mas logo eu cuidaria dela.

Estava cedo ainda e o sol já ardia lá fora. Ao menos o vento fresco invadia todo o cômodo, aliviando um pouco o calor.

Empurrei uma mecha de cabelo que insistia em me cobrir os olhos, pra só então prestar atenção no que estava fazendo.

Com uma vontade inquietante de voltar a ficar deitada, subi o fogo estupidamente e segundos depois, como se fosse alguma novidade, vi a mistura de leite condensado e chocolate passar do ponto até queimar.

Impaciente e frustrada, joguei a panela na pia a alguns metros de mim. Mordi o lábio ao ver o objeto voando e suspirei de alívio quando o mesmo caiu no lugar em que devia.

Desliguei o fogão, amaldiçoando a mim mesma por não conseguir fazer um simples brigadeiro.

Caminhei até o quarto, levando embaixo de um braço o notebook.

Fechei a porta com um pé e caí de costas nos lençóis, com o pequeno computador nas mãos.

Levantei-me de súbito pra ficar sentada, encarei o aparelho com uma careta e o coloquei de lado, perigosamente na beira da cama. Deitei-me novamente e, ao me virar de bruços, vi meu celular, até então perdido, por baixo de alguns travesseiros.

Peguei-o, rindo de mim mesma por conseguir o feito de “perder” um celular em cima da cama. Apertei em um botão na lateral, e a tela acendeu me mostrando duas novas mensagens e quatro chamadas perdidas.

Abri a caixa de mensagens.

"Ei, loirinha, sei que você tá em casa. Aparece aqui pra a gente assistir a um filme."

— Luiz.

Sorri e abri a outra, que também era dele.

"Por que você não atende esse celular? Bem capaz de alguém morrer se tentar te ligar pra pedir ajuda. Enfim, estou indo aí te salvar desse tédio. Chego em meia hora."

Meia hora.

Chequei o horário em que a mensagem havia sido enviada... Vinte minutos atrás. E eu estava desastrosa.

Não que o Luiz já não tivesse me visto naquele estado, mas como ele iria me perturbar pra que eu o deixasse me arrastar até seu apê, eu devia ao menos vestir algo decente.

Corri pra tomar um banho rápido, peguei qualquer short e uma regatinha preta que estava jogada pela minha cama, e me vesti. Tudo em nove minutos, constatei ao terminar de escovar os cabelos.

Luiz chegou cerca de cinco minutos depois, buzinando de uma forma irritante pra que eu saísse.

Bati o pé, furiosa, e andei até o portão.

— Ou! – gritei, indo em direção ao carro parado na frente da minha casa. – Vem cá, você já se esqueceu como se toca em uma campainha ou é só preguiça de fazer o favor de pelo menos mandar uma mensagem pra me avisar que chegou?

Ele se limitou a rir.

Cruzei os braços e girei pra voltar pra minha casa.

— Ei, loira! –foi a vez dele de gritar. – Para de frescura e vem logo.

Bufei enquanto atravessava a porta.

Luiz me tirava do sério. Não sei como pretendíamos namorar dessa forma. Exatamente, pretendíamos, há uns quatro anos, quando nos conhecemos. Vimos que dávamos mais certo como amigos. Desde então ele tem sido o meu amigo mais próximo. E o mais idiota também. Eu o amava por isso.

Imaginei-o impaciente lá fora, achando que eu não iria com ele. Sorri com a imagem que me veio à cabeça.

Peguei minha bolsa com algumas bobagens pra comer lá, incluindo uma lata de leite condensado, pois iria obrigá-lo a me fazer meu brigadeiro. Após checar se meu celular estava no bolso do short, fui em direção à porta.

Antes que eu a abrisse, Luiz o fez, esboçando uma cara de espanto a me ver.

— O que foi? – perguntei cinicamente, erguendo uma sobrancelha.

— Pensei que você não viesse. – murmurou. – Então eu vim te buscar.

— E eu por acaso tenho escolha? – ironizei segurando o riso.

Obviamente ele tinha a chave do portão, da porta da frente e de qualquer outra entrada de casa. Até onde eu sei, se Luiz se mostrasse ser um psicopata do dia pra noite, poderia facilmente invadir minha casa pra me esquartejar.

Eu também tinha acesso ao apê dele, ao menos. Acho que o porteiro pensava que éramos namorados, mas Luiz carregava a imagem de pegador porque volta e meia também aparecia com a namorada de verdade por lá.

Mas ela não tinha o acesso da porta.

Claro que a gente “precisou” fazer isso, porque de qualquer jeito já vivíamos na casa um do outro. Sabe, era bem difícil morar sozinhos aos dezoito.

— Não. – respondeu com a firmeza de sempre. – Vamos, quero companhia.

— Ihh! – franzi o cenho. – Já tô até vendo o que me aguarda.

— Calada. – ordenou com a expressão séria, arrastando-me pelo braço.

Suspirei enquanto era levada para fora de casa. Ele me soltou pra que eu pudesse fechar a porta, então voltou a me puxar até o carro.

— Tá. Você já pode dizer. – quebrei o silêncio após alguns minutos.

— O quê? – fez-se de desentendido, sem olhar pra mim.

Estávamos em direção a casa dele. Luiz permanecera quieto até então.

— O que a Karen fez dessa vez. – esclareci.

Ele tamborilou os dedos da mão esquerda no volante, enquanto mudava a marcha com a outra. Estreitou os olhos na pista, concentrado.

— Já vi que foi sério.

Ele balançou a cabeça, sem dizer mais palavra alguma.

Percebi que não adiantava insistir. Então peguei meu celular no bolso traseiro do short, e abri a bolsa pra revistá-la em busca dos fones. Eu tinha certeza de que havia os jogado lá. Mexi alguns chocolates e pacotes de batata frita, atraindo a atenção de Luiz.

Ele olhou para dentro da minha bolsa, e sorriu ao ver o conteúdo.

— Tudo o que precisamos pra esta manhã. – informei, retribuindo o sorriso.

— E tarde. – completou.

— Não quer que eu fique logo o dia inteiro? – murmurei sarcástica. Ele apenas riu.

Desisti dele e voltei a procurar pelos fones, até que finalmente os achei bem no fundo da bolsa.

Sorri vitoriosa. Por três segundos, até ver o estado em que os fios se encontravam. Joguei a bolsa no chão do carro, e me pus a desenrolar os malditos.

Depois de finalmente feito, conectei-os ao celular e dei play no modo aleatório, no volume mais alto.

Luiz colocou uma mão na minha coxa e a apertou, resmungando alguma coisa.

— O quê? – gritei, puxando um lado do fone.

— Você vai ficar surda. – repetiu ele. – Dá pra ouvir essa música daqui.

Dei de ombros e coloquei o fone novamente.

Não demorou muito para chegarmos ao apartamento dele. Mal consegui ouvir três ou quatro músicas. 

 Logo após atravessar a porta, Luiz jogou a chave do carro no sofá, e tirou a camisa. Mordi o lábio inferior. Não que fosse algo extraordinário, ele sempre fazia a mesma coisa ao chegar em casa.

Segui-o até o quarto, este completamente bagunçado como de costume. A luz estava apagada e o ar-condicionado ligado, como ele deixara antes de ir me buscar.

Luiz se jogou de bruços no meio da cama, murmurando ordens entre os cobertores pra que eu ligasse a TV e colocasse algum filme.

— Não sou sua empregada! – protestei.

— Anda, minha loirinha. – resmungou, jogando um travesseiro na minha direção.

Bufei e segui até a televisão, ligando-a.

— Morreu? – perguntou entre uma risada.

Peguei o travesseiro que ele havia jogado em mim do chão, e o lancei para acertá-lo. O que não aconteceu. Ele riu mais ainda.

— Você sabe que sua mira é uma droga. Só coloque o filme e venha se deitar pra assistir.

Eu o fiz, irritada, e me joguei na cama o empurrando.

— Calma, estressada! – disse, afastando-se.

Coloquei o dedo indicador sobre a boca dele.

— Shhh!

— Me cala com outra coisa. – sorriu sugestivamente.

Repentinamente, eu tive um ataque de risos.

Ele me fitou sério, e em dois segundos estava por cima de mim, segurando meus braços no alto da minha cabeça.

Meu riso cessou. Olhei pra ele, curiosa.

Ele se aproximou do meu pescoço, me dando uma mordida.

Não evitei um sorriso. Aquilo era normal entre nós.

— Sabe que eu tô brincando, loira. – disse em seguida, rindo novamente.

Ri junto, empurrando-o com as palmas das mãos.

— Sai de cima de mim, seu gordo!

— Espera. O quê? – fez cara de sério outra vez, permanecendo imóvel. – Fala isso de novo. – desafiou.

— Gordo! – arrisquei, rindo no meio da palavra.

Ele segurou meu rosto com a mão direita. O braço esquerdo era usado pra manter minhas mãos imóveis acima da minha cabeça.

— Sua...

— O quê? – perguntei, sem conseguir parar de rir.

Então bufou e me largou, voltando para o lugar em que estava.

— Olha aí, idiota. Já perdemos uns cinco minutos de filme. – reclamei.

— Você já assistiu a esse filme estúpido umas quinhentas vezes. Já está na hora de começar a ver outra coisa.

Levei uma mão ao peito, tentando fazer minha melhor cara de espanto.

— Estúpido?! – neguei com a cabeça. – Como ousa?

— Shhh. – imitou meu gesto de minutos atrás. – Quero assistir.

Arqueei uma sobrancelha.

— Até pouco tempo atrás era um filme estúpido.

Ele cobriu minha boca com uma das mãos.

Tentei empurrá-la, em vão. Comecei a gritar e espernear, até que ele me soltou.

Dei uma tapa no braço dele, passando a língua pelos lábios. Senti o gosto salgado da sua mão.

— Idiota!

— Você já me chamou disso hoje. – sorriu sarcástico.

Resmunguei alguma coisa, cruzando os braços.

Ficamos sem falar nada em torno de quinze minutos, até que eu me lembrei de perguntar novamente sobre Karen, namorada dele.

— Ei? – sussurrei.

— Fale. – respondeu secamente.

Dei de ombros.

— O que houve entre você e a Karen?

Ele se virou para me encarar.

— O que te leva a pensar que houve alguma coisa?

— Você tá estranho. – apontei. – E geralmente quando você me chama aqui, significa que você quer falar sobre ela.

Ele suspirou.

— Só queria passar a tarde com uma amiga. No caso, você.

Estreitei o olhar.

— Sei. Agora a verdade, por favor.

— Certo. Você venceu – disse com um suspiro. – Terminamos.

Fiquei perplexa.

— O quê?! De verdade? – perguntei incrédula.

— Claro que foi de verdade loira. – bufou.

Cruzei os braços.

— Você entendeu o que eu quis dizer.

Ele concordou com a cabeça.

— Vivíamos brigando, eu sei.

— É, e mesmo assim nunca chegaram a terminar. Foi tão grave dessa vez?

— Foi. – limitou-se a dizer.

Pela sua expressão, ele não me falaria muito mais do que aquilo. Voltei a olhar para a TV, sem prestar nenhuma atenção ao filme.

— E o Marcelo? – perguntou de repente.

— O que tem?

— Quando você vai largá-lo? – sorriu.

Ri sem graça. Luiz não gostava muito do meu namorado. Aliás, não gostava nada dele.

— Ainda não pensei a respeito.

— Não sei o que você faz com um cara infantil daqueles. – disse em tom negativo.

Ele tinha uma ponta de razão.

— Eu gosto dele, ué. – falei mais pra mim mesma do que pra ele.

Ele riu.

— Não é possível. Você é muito mais inteligente que isso, e sabe.

— Não sei de nada. Agora cale a boca que eu quero assistir a porcaria do filme.

— Você tem que parar de fazer isso. – murmurou.

— Fazer o quê? – perguntei confusa.

— Mandar eu me calar.

Mordi o lábio inferior.

— Ah. – balbuciei. – Então faça algo melhor, vá preparar nosso brigadeiro.

Ele sorriu enquanto se levantava, batendo com a palma da mão na minha coxa.

— Pare com esse negócio de se morder também. – acrescentou ao passar pela porta.

Estreitei os olhos com a ordem. Pausei o filme e fui atrás dele.

— Por quê? – questionei, fechando a porta atrás de mim.

— Por que o quê? – perguntou distraído, procurando algo nos armários da cozinha.

— Por que devo parar de morder a boca? – indaguei zangada.

Ele se virou pra me encarar, com uma ponta de sarcasmo no olhar.

— Porque é tentador. – riu e voltou a vasculhar o armário. Pegou uma lata de Nescau e se dirigiu ao fogão, onde já havia uma panela. – Você trouxe...

— Sim. – interrompi-o, um pouco desconcertada com a resposta. – Aqui. – Dei a lata de leite condensado na sua mão.

— Perfeito. – sorriu, dando um beijo na minha testa.

Sentei-me a mesa ali perto, e o estudei enquanto preparava nosso brigadeiro. Senti uma vontade louca de agarrá-lo por trás para beijar seu pescoço. Ri sozinha com o pensamento. Era apenas o efeito que um homem à beira do fogão me causava. Nada relacionado a Luiz especificamente.

Após terminar, pôs a panela sobre mesa e foi buscar algo na geladeira. Voltou com um pacote de granulado e derramou boa parte do saquinho no brigadeiro, com a plena noção de que eu não gostava daquilo.

— Ei! – protestei.

— Se não quiser não come. – falou sem rodeios.

Bufei, levantando-me. Segui até o quarto com os braços cruzados, e o esperei próxima à cama.

— Mas você está mais chato que o habitual hoje, hein! – proferi ao vê-lo entrar.

— Como se você fosse recusar chocolate por ter alguns granulados em cima.

Deitou-se na cama, colocando a panela ao seu lado. Riu ao ver minha expressão.

— Você vem?

Ele estava conseguindo me tirar completamente a paciência.

Deitei-me nervosa, pegando a colher que ele deixara na panela, e comecei a comer.

— Calma aí. – continuou rindo.

Dei de ombros, mostrando a língua.

Ele pegou o controle e deu play no filme.

Já estava quase na metade, e a cena de sexo viria em breve. Luiz ajeitou-se no travesseiro, tirou a panela vazia da cama e passou a prestar atenção na TV.

Mordi a colher na minha boca ao ver as duas pessoas que começavam a se despir. O homem puxou a mulher para si, arrancando-lhe o sutiã, para então se perder em seus seios.

Luiz me lançou um olhar curioso e divertido ao mesmo tempo.

— Ficando excitada?

— O quê? Não! – corei, involuntariamente apertando as pernas.

— Claro que está! Por quê? Você já viu esse filme até dizer chega. – interrogou-me com um leve tom de deboche.

Soltei a colher no chão à minha direita e voltei a fitá-lo. Não contive o riso.

— Eu... Sei lá. Qual o seu problema com isso? – perguntei cruzando os braços.

— Nenhum mesmo. – falou rindo.

Mordi o lábio, cobrindo os olhos com a costa do braço.

— Não faça isso. – alertou-me outra vez.

Soltei os dentes e ergui uma sobrancelha.

— Por quê? – perguntei novamente, teimosa.

Ele desviou o olhar para o teto.

— Só não faça.

Apoiei-me no peito dele.

— Mas por quê?

— Vá para o seu lugar. – ordenou com a expressão séria.

— Hum? – murmurei distraída, brincando com alguns pelos que havia em seu peito.

Ele se virou, fazendo com que eu ficasse deitada ao lado dele novamente.

— Fique aí. – disse, apertando minha cintura pra dar ênfase à ordem.

Implicante, passei as duas pernas ao redor dele.

— Senão? – perguntei com um falso tom de desafio.

— Você sabe o que acontece. – ele sorriu, descendo a mão até minha coxa.

Senti um arrepio inesperado. Não era a primeira vez que ficávamos daquele jeito. Ele sempre fazia esse tipo de brincadeira, e depois sempre ríamos.

— Você não faria nada. – provoquei.

— Morda essa boca de novo, pra você ver.

Aquilo estava ficando interessante.

Apertei minhas pernas contra ele, enquanto mordia meu lábio inferior.

— E então? – instiguei-o.

Ele pressionou a mão contra a parte de trás da minha coxa.

— Não estou brincando. – avisou-me uma última vez. Então eu finalmente percebi o desejo no olhar dele.

Minha consciência gritou, alertando-me que era melhor parar. Mas eu já estava muito excitada pra conseguir.

— O que você vai fazer?

Ele soltou um longo suspiro, e por fim riu.

— Não vou fazer nada com você.

Libertou-se das minhas pernas com facilidade, e voltou para o seu lugar.

Vi-o saindo de cima de mim, desapontada.

Onde diabos eu estava com a cabeça? Era o meu melhor amigo, e eu o queria.

Tentei respirar, dizendo a mim mesma que era só uma coisa do momento. O que continuava sendo inusitado. Eu nunca havia sentido aquilo com ele. E olha que ficar trancada no seu quarto, dividindo a mesma cama por horas era algo bem comum.

Sua mão na minha coxa não era nada de anormal também.

Frequentemente, quando íamos a algum lugar no carro dele, ele colocava a mão sobre a minha perna, e a deixava lá até que chegássemos. Era algo habitual.

Analisei minhas opções naquele momento. Podia esquecer o assunto, e esperar até que tudo voltasse ao normal comigo. Ou, poderia terminar que ele começara.

Claro que a primeira, sua ignorante, meu cérebro insistiu em anunciar.

Porém, por algum motivo, eu me sentia muito desobediente naquele dia.

— Luiz? – Chamei-o após alguns minutos.

Vi que ele sorria.

— Pois não?

Luiz e seu desdém. Não consegui segurar o riso com as sujeiras que se passavam na minha cabeça.

— Nada não, deixa.

Ele se virou pra mim.

— O que foi?

— Esquece.

Estudou-me por alguns segundos e riu.

— Já sei. Ficou frustrada. Acertei?

Fiquei vermelha como um pimentão.

— Do que você está falando? – desconversei.

— Não tenho culpa se aquele seu namorado não te agrada. – prosseguiu – Não posso fazer isso por ele. – voltou a ficar por cima de mim, beijando-me o pescoço. – Eu nunca faria isso com você, meu amor. – sorriu.

— Por quê? – perguntei de repente, com a voz rouca. Minhas pernas gritavam por entrelaçá-lo mais uma vez.

Ele ergueu uma sobrancelha, um pouco surpreso.

— Gostaria que eu fizesse? – segurou o meu queixo, pousando o polegar no meu lábio inferior.

Meu corpo se pressionava a ele involuntariamente, dando-lhe a resposta que precisava.

Ele pegou o controle e desligou a TV, deixando o quarto quase que completamente escuro. Deitou-se e me colocou sentada em cima dele, pressionando ambas as mãos na minha cintura.

— Eu não vou te beijar. – anunciou ao me puxar pelos cabelos, pra que eu ficasse mais próxima. Enterrou meu rosto no seu ombro, alcançando meu pescoço. Mordeu-me a orelha, deixando-me arrepiada. Com a mão direita agarrada a boa parte dos meus cabelos, me fez encará-lo novamente. – Tudo bem pra você?

Concordei. Não me beijar era o menor dos problemas ali.

Ele sorriu, soltando meus cabelos. Levou as mãos até a barra da minha blusa, e as deslizou por dentro dela até tirá-la, revelando minha pele nua. Avaliou-me por alguns segundos.

— Sem sutiã? – surpreendeu-se.

— Esqueci-me de colocá-lo.

— Ótima notícia. – sorriu enquanto se sentava à beira da cama, me ajeitando no colo dele.

Aquela embromação estava me matando, e ele pareceu perceber.

— Começando a ficar ansiosa? – perguntou retoricamente, puxando novamente os meus cabelos para trás.

Mordi os lábios desesperada.

Aquilo parecia deixá-lo louco, pois o fez apertar um dos meus seios com a mão que estava desocupada.

— Não se preocupe, vou acabar com sua agonia.


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Notas finais do capítulo

A você que chegou até aqui, parabéns! Rs. Espero tê-lo deixado ansioso e bastante curioso. Mereço reviews? Contem-me o que estão achando, vão me deixar muito feliz! Até o próximo :*