As Doces Memórias de Rose Weasley escrita por Urania


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero realmente que gostem dessa história, fiz ela em um dia só (Tipo, wtf? Sou eu mesmo?) Nem eu acreditei, mas essa ideia entrou na minha cabeça e não desgrudou mais. Pode ser que vocês fiquem meio confusos no começo, mas é só lembrar que em negrito é o narrador, em itálico as lembranças e normal é o agora.Pra quem quiser ouvir, o link da música em que a história foi inspirada: http://splashurl.com/lvln5ov



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– Vamos, Rosie, pule logo!

É estranho como as coisas se repetem

– Vamos, Weasley. Pare de ser medrosa e entre logo nessa água.

Mesmo que não seja da maneira que esperamos

Os olhos que a observam agora são verdes como o mar.

Os olhos que a encaravam eram cinzentos, como uma tempestade.

Ele abre os braços finos em direção a ela, esperando que pule, com um sorriso estampado no rosto. Os raios de sol o cegam um pouco, mas ele continua olhando para ela.

Ela sorri, esperando esconder o fato de que estava se lembrando de outro alguém.

Ele finge que não percebe a nuvem que passa pelo olhar dela e anuvia seu sorriso. Ao invés disso, continua esperando que ela pule no lago. Esperaria pela eternidade se fosse preciso.

Ela apenas grita e se joga na água marrom abaixo do cais.

Ela revira os olhos.

– Fizemos uma aposta, Malfoy. Eu vou entrar. Tenha um pouco de paciência.

Ele, impaciente, responde bruscamente.

– Não vou esperar sua coragem dar as caras a noite toda, ruiva.

As mãos dela se fecham em punhos quando a irritação toma conta de si. Ninguém poderia insultar sua coragem e sair ileso. Afinal, ela era da Grifinória, coragem era a palavra que a definia.

Calmamente, ela caminha em direção ao lago negro, para mostrar a ele que não tinha medo de nada.

Ela não grita quando a lula gigante a pega pelos pés e a trás para o fundo da água escura como breu.

É como se as coisas estivessem se ajeitando

– Rosie, não precisa chorar.

Só que do jeito errado

– Weasley, eu juro que se você derramar mais uma lágrima eu vou te azarar.

E com isso ela começa a chorar ainda mais, por que ele está pedindo a ela da maneira errada.

Mas talvez o problema não sejam as palavras, mas sim Alvo.

E quando ele a abraça, ela não sente nada.

Ela só quer que ele se afaste e a deixe sozinha, pelo menos só dessa vez.

Ao invés disso, ele se aproxima cada vez mais, e a envolve em um abraço.

– Cala a boca, Malfoy! Eu vou chorar se eu quiser!

Mas por incrível que pareça, as lágrimas secam, e ela não se sente mais triste.

E com isso, ele sorri, pois o fato de Rose ser tão contraditória o fascina.

Vendo seus olhos cinzentos brilharem tanto, estranhamente, ela deseja que ele se aproxime mais e envolva-a com seus braços.

Mas, ao invés disso, ele se vira, ainda sorrindo, e a deixa sozinha com seus pensamentos.

Mesmo que tentemos seguir em frente

– Você vai cair, Rô! Deixa que eu te pego!

O passado é como uma corrente que nos puxa

– Vê se não cai, ruiva. Não quero ter que te pegar.

E nos deixa presos a ele como moscas em sua rede

– Não! Eu já me equilibrei! É que esses saltos são muito altos.

O moreno a olha com incerteza.

– Se você diz...

Ela abre um sorriso para assegurá-lo, e dá um giro.

– Viu só? Estou bem.

Ele sorri de volta, aliviado, e estende a mão para ela. Contudo, ela vira a cabeça para o outro lado, sabendo o que ele iria fazer, e finge não ver seu gesto. Ela continua andando com segurança, e entra na festa ao lado do primo.

–Ops!

Num ato reflexo, ele se vira e a pega pelos cotovelos.

Ela levanta a cabeça e encontra o olhar de Scorpius preso ao dela. Seus narizes quase se tocam, e ela se pega desejando que eles não houvesse espaço algum.

– Eu te disse que não queria ter que te pegar.

Rose arfa, e fala, tentando ficar calma.

– Não que eu quisesse cair de propósito, loiro.

Ele sorri de lado, e ela reprime seus lábios de sorrirem também.

– Sei disso.

Ele se afasta e recomeça a caminhada.

– Não quer deixar McGonnagal esperando, imagino. E nem pense em cair de novo.

Ela não queria.

E às vezes nós nos deixamos ficar presos nele

– Desculpe-me, Rosinha.

Simplesmente por que temos medo demais do futuro

– Você não vai me fazer falar isso.

Medo demais de nos soltarmos e ficarmos livres

– Eu não queria ter feito aquilo, eu não deveria ter mencionado o Scorpius...

O Potter a fita, na esperança de que a prima tenha alguma reação, faça alguma menção de que tenha ouvido suas apologias. Mas ela continua sentada no banco da praça, com o vento balançando seus cachos ruivos.

Ela deixa que o ar entre e saia de seus pulmões e pensa em abacaxis.

Rose simplesmente está cansada demais de chorar por ele. Ela não quer mais ter que chorar por ele.

– Ouça, Rosie, eu sei que você sente a falta dele, eu também sinto. Ele era meu melhor amigo, lembra? Dói em mim também, mas já faz um ano. Não foi sua culpa. Não foi culpa de ninguém.

Ela abre os olhos azuis e fixa-os nos verdes do primo.

– Eu sei.

E ela se inclina mais no banco, e encosta os lábios nos dele. Mesmo que ela se sinta estranha e ouça cada célula de seu corpo o repelindo, ela não para o beijo.

Ela pensa que Alvo tem gosto de chocolate e conforto.

– Olhe, Weasley, eu não deveria ter falado o que eu falei. É isso que eu queria dizer.

Enfurecida, a ruiva se vira na direção do loiro e grita:

– Por que é tão difícil pra você falar desculpas, Malfoy?

Ele a encara, indignado.

– Eu não vou falar isso de jeito nenhum! - Dando voltas pelo jardim daquele jeito, ele parecia estar enlouquecendo. - Eu nunca falei, e nunca vou falar, entendeu?

Ela joga a cabeça para trás e encara o céu. Uma gota de chuva cai em sua testa. Depois outra, e mais outra. Ela se vira na direção dele, seus olhinhos azuis faiscando de fúria.

– Você sempre tem que ser arrogante, não é? Tem que bancar o durão, mesmo que não tenha mais ninguém por perto, e agir como se estivesse certo o tempo todo! Bem, saiba que é por isso que eu te odeio!

O loiro sorri e olha para o lado, como se houvesse recebido uma bofetada.

– Tudo bem, ruiva, desculpe-me por ser um imbecil de merda com você. Desculpe-me por ser tão arrogante e agir como se tudo o que eu fizesse fosse o certo. Eu só achei que esse era o melhor jeito de te manter longe de mim.

De repente, a tempestade sai do céu e a encara.

– Mas isso só fez com que eu me aproximasse de você.

E Scorpius põe a mão na cintura dela e a traz para perto de si, colando nariz, peito cintura, pernas e boca.

Ele tinha gosto de cigarros, menta e, principalmente, perigo.

Mas as coisas não vão parar de se repetir

– Tchau, amor.

Nem o destino de nos pregar peças

– Diga adeus, ruiva.

Porque a vida não é pra ser levada a sério

Ela murmura para o vazio.

Um menininho de olhos azuis e cabelos pretos espetados acena para ela, distanciando-se com a locomotiva vermelha o carregando para longe.

Rose sente um aperto no peito e sem querer se lembra de Leo. Mas ela afasta o pensamento, pois ele dói demais.

Seu segundo marido aperta sua mão, passando-lhe conforto.

Ela sorri.

Apesar de tudo, ela sorri.

As lágrimas enchem seus olhos e insistem em cair.

– Ele foi embora, não foi?

Scorpius segura sua mão, e luta para parecer forte para Rose. Ele luta, mas falha miseravelmente. Seus olhos marejados fitam a ruiva com desespero.

– Os curandeiros disseram que ele estava muito doente.

Ela abraça o marido com toda a força que lhe resta, e ele sussurra em seu ouvido.

– Vai ficar tudo bem, Rose.

Ela sorri para reconfortá-lo.

Mas ela sabe que não vai.



É tudo uma questão de coragem

"Ela apenas grita e se joga na água marrom abaixo do cais"

Ou de paciência

"Não vou esperar sua coragem dar as caras a noite toda, ruiva"

É saber quando chorar

"E com isso ela começa a chorar ainda mais, por que ele está pedindo a ela da maneira errada"

E quando sorrir

"E com isso, ele sorri, pois o fato de Rose ser tão contraditória o fascina"

É tudo uma questão de equilíbrio

"Ela abre um sorriso para assegurá-lo, e dá um giro"

Salteada pelos momentos certos de desequilíbrio

"Eu te disse que não queria ter que te pegar"

É saber pedir desculpas

"Tudo bem, ruiva, desculpe-me por ser um imbecil de merda com você. Desculpe-me por ser tão arrogante e agir como se tudo o que eu fizesse fosse o certo"

É saber aceitar desculpas

"Ela abre os olhos azuis e fixa-os nos verdes do primo.

– Eu sei"

É saber apreciar o que se tem

"Ela abraça o marido com toda a força que lhe resta, e ele sussurra em seu ouvido"

Ao invés de se chorar pelo que se perdeu

"Rose sente um aperto no peito e sem querer se lembra de Leo"

É uma questão de saber que toda regra tem sua exceção

Que para toda laranja existe um limão

É uma questão de se...


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Notas finais do capítulo

Ah, Leo é o nome do filho da Rose com o Scorpius que morreu. O nome dele é Leo por que a família Black (Narcisa, mãe do Draco, era Black) tem a tradição de colocar o nome dos filhos como de constelações ou estrelas. Eu tinha colocado o mesmo nome em outra fic minha, e achei que poderia se encaixar nessa também.Beijooos!



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