Bella franziu o cenho.

Edward Lucas não parava de chorar.

Ela sabia que tinha algo errado com ele.

Seu filho sempre fora muito calmo, nunca havia feito escândalos ou chorado por tanto tempo.

Então, quando ouviu o choro do filho ao amanhecer, sabia que ele não estava bem.

Sue apareceu segurando uma bolsa de água quente nas mãos.

–Coloque isso na barriguinha dele, Bella. Talvez ele esteja apenas com cólica. –ela disse.

Bella segurou a bolsa, verificando a temperatura.

Conhecia o filho, sabia que não eram as cólicas que estavam fazendo-o chorar assim.

Mas o que era?

Encostou a bolsa na barriga do filho.

Ele parou de chorar quase que instantaneamente, porém segundos depois, ele esperneou e voltou a chorar, dessa vez mais forte.

Ela tremia, olhando para o filho.

Sentia-se impotente.

Como queria tirar a dor do filho!

Segurou-o com mais força contra o peito.

“Por favor, tire a dor dele e coloque em mim! Só não o faça sentir isso”, implorou.

Ouviu a porta da casa se abrir e depois de fechar e ouviu a voz do pai.

–Filha? –ele chamou.

Bella suspirou, um pouco mais aliviada pela presença do pai.

–Papai, eu não sei mais o que fazer. –ela chorou.

Charlie olhou para filha e depois para o neto.

–Querida, vamos. Vamos leva-lo ao hospital.

O coração de Bella se apertou.

No hospital tinha tantas crianças com doenças graves.

Bella sabia.

Não queria que o filho entrasse em contato com elas. Ele era tão pequeno...

Quando Edward Lucas gritou mais uma vez, Bella percebeu que não havia mais nada que pudesse fazer.

–Está bem. –sussurrou.

Seguiu para o carro, colocando o bebê na cadeirinha de transporte e sentando-se ao seu lado, no banco de trás.

Viu o pai mexer no celular varias vezes antes de entrar no carro.

Chagaram no hospital alguns minutos depois.

Três horas se passaram e Bella já estava surtando.

–Onde está o meu bebê? Vocês o levaram á três horas atrás! Onde está o meu Edward? –ela gritava.

As enfermeiras tentavam acalma-la, porém tudo o que conseguiam era gritos e mais gritos.

Bella soluçou.

Sentou-se na cadeira de plástico e abraçou as penas, encolhendo-se.

Sentiu braços fortes envolvendo-a e foi como se toda a paz do mundo a invadisse.

Foi se acalmando, até que pode sentir-se completamente sã novamente.

Livrando-se do abraço, Bella levantou e se virou.

Sentiu seu corpo inteiro amolecer.

Seu coração se esqueceu da raiva que sentia, da dor, do ódio.

E tudo que fez foi se jogar nos braços do homem a sua frente.

–Edward... –ela chorou.

Ele a segurou forte em seus braços e após longos minutos sentindo o perfume de Bella, ele olhou para a enfermeira que os assistia, cheia de inveja.

–Como é o seu nome? –ele perguntou, rude.

–Jé... - -Jéssica, senhor. –ela respondeu, nervosa.

–Então agora, Jéssica, você nos levará até o nosso filho. E é bom que faça isso bem rápido. –ele disse.

A garota assentiu apressadamente e sem dizer uma palavra, guiou Edward e Bella até a UTI neonatal.

Em momento algum Edward soltou a mão de Bella. E ela agradeceu mentalmente por isso.

Minutos depois estavam diante da incubadora onde Edward Lucas ressonava. Sua respiração era audível, pesada. Eles perceberam que, mesmo com aparelhos, o bebê respirava com dificuldade, estava pálido e os batimentos não tinham um ritmo adequado.

Edward encostou a mão na incubadora e olhou para o filho.

Bella viu fascinação, adoração e amor puro passar pelos olhos de Edward.

E então, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Edward soluçou.

E ajoelhando-se diante dela, ele chorou.

Chorou como ela nunca havia visto um homem chorar.

Ele chorava com a alma.

Edward abraçou a cintura de Bella, encostando a cabeça em seu ventre.

–Meu menino... –ele sussurrou – É o meu menino...

Deixando lágrimas escapar de seus olhos, Bella acariciou a cabeça de Edward, tentando tranquiliza-lo.

Alguns minutos depois Edward se levantou, olhou para Bella e sorriu envergonhado.

Sem dizerem nada, ele higienizou as mãos e com cuidado, enfiou a mão pelo buraco da incubadora.

Edward Lucas respondeu de imediato, segurando o dedo do pai firmemente.

E como mágica, o bebê passou a respirar mais livremente, os batimentos foram de normalizando e a cor do bebê foi voltando.

Edward sorriu e olhou para a Bella.

–Obrigado. –ele disse.

Bella sentiu toda a mágoa voltar com força total, porém jogou-a de escanteio.

Agora, tudo o que o filho precisava, era da força do pai e da mãe, juntos.

E por ele, Bella faria isso.