Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 25
Melhores Momentos


Notas iniciais do capítulo

Nesse cap eu reuni os fragmentos que eu mais gostei (isso inclui achar fofo, engraçado ou só legal msm hahaha). Espero que vcs tbm se entretenham nessa pequena "linha do tempo" assim como eu fiz!

Agradeço a todos que leram, comentaram, favoritaram e recomendaram essa fanfic, que tem um valor sentimental absurdo para mim. E de fato, o que é um autor sem seus leitores?

Um beijo,
Helena

Atualização: Seguinte, eu estou pensando em escrever uma continuação para a fanfic Amor de Maroto e queria saber se vocês apoiariam a ideia. Eu sinto muita falta da dinâmica de publicar os capítulos e responder comentários de leitores, portanto acabei pensando nessa como a única maneira de suprir minhas necessidades de escritora. O meu principal problema é que escrever uma fic não é um processo da noite para o dia, ele requer muito tempo e paciência, então a minha real pergunta é se vocês teriam curiosidade de ler se eu elaborasse uma continuação. Se o caso for que não exista essa vontade, nem me darei o trabalho de me preocupar. Comentem o que vocês acham!



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Melhores Momentos

Capítulo 1:

(…) — Nossa, Prett, como você está cheirosa! Agora que percebi - ele fez uma pausa e notou mais alguns detalhes. - E, além de cheirosa, está bem bonita também - acabou dizendo, com cara de bobo.

— Eu não estou cheirosa, meu querido. Eu sou cheirosa - ela o corrigiu. - E caso ainda não tenha percebido também, eu não estou bonita, eu sou bonita. - Anna respondeu, se gabando. - Sirius… - o chamou.

— …Sim? - ele demorou um pouco para responder, por ainda estar hipnotizado pela imagem da amiga.

— Não precisa babar - ela disse, e todos riram, fazendo Sirius se recompor.

— Eu não estava babando! Que absurdo! Eu? Babar por uma menina? Normalmente são elas que fazem isso - ele reclamou.

— Nossa, Almofadinhas, virou menina desde quando? - Remo disse, arrancando mais uma onda de risadas de todos.

— Uau! Sirius Black está me convidando para sair? Entendi essa última palavra bem? - ela o olhava, tirando sarro - Agora é a parte que eu me sinto lisonjeada?

—Sim, é exatamente nessa parte.

— Credo! O que foi que deu nos dois? - Anna disse, assim que ele sumiu nas escadas.

— Querida Anninha, o nome disso é amor. Não que eles saibam. - Sirius disse.

Capítulo 2:

— Talvez porque você fique com qualquer menina que apareça na sua frente... - Remo murmurou baixinho, mas mesmo assim Tiago pôde ouvir. Pedro, que pareceu acordar naquele momento, concordou com ele.

—Eu não fico com qualquer menina que apareça na minha frente.

— Então, por que você ficou com a Laura? Ela não apareceu na sua frente... ontem? Foi ontem ou anteontem? - ele disse, incerto da data.

— Ah, mas a Laura foi diferente... - ele começou a dizer, se deitando novamente, mas Remo o cortou

— Diferente em que, Tiago?

— Tá, ok, ela não foi diferente das outras. Mas também não foi igual. Eu fiquei com ela antes do jantar, normalmente eu fico com as meninas depois do jantar - ele disse, como se fizesse muita diferença.

Capítulo 3:

— Lily, por favor, pára de fugir de mim! Me ouve.

— Ok, fala - ela disse (para Tiago) com desgosto, já se alterando.

— Na verdade é uma pergunta: por que você disse pra ele que não gostava de mim?

— Ah, é? - ela disse, olhando para ele - E qual seria o plano dessa vez, senhor Black? - ela parou de andar e colocou as mãos na cintura.

— Ainda estou reformulando. Mas, com certeza, ele envolve você, suas curvas, sua boca e sua língua - ele disse, sorrindo abertamente.

— Sabia que você é muito abusado? E muito convencido também! - ela não conseguia acreditar no que ouvira - E quem disse que dessa vez você vai conseguir o que quer?

— Eu sempre consigo o que eu quero. Principalmente quando isso envolve meninas - ele disse, bem orgulhoso de si.

— Mas dessa vez, tenha certeza de que você não vai. Não vou fazer nada que você queira. Pode acreditar.

— Tem certeza? - ele a puxou pela cintura para perto.

— Absoluta. Não vou me render à você - ela respondeu, o afastando de perto. Com isso, voltou a andar.

— Nossa - ele disse, surpreso pela atitude dela - Sabia que você foi a primeira menina que conseguiu me evitar?

— Não é muito difícil, se você quer saber.

— Mas é claro que é! Eu sou irresistível! - ele falou, sorrindo maliciosamente.

— Baixa essa moral, Sirius. Você não está podendo tanto.

— Como assim não?

–– Hm, Lily? Ainda está acordada?

— Sim - ela respondeu friamente. Não queria conversar.

— Sabe, o seu perfume ficou no meu travesseiro. E, bem, o seu cheiro já está saindo... Você faria uma boa ação para mim, se viesse aqui para renová-lo - nesse momento, levantou a cabeça para ver a reação da garota. Ela não se moveu - Por favor? - ele tentou, sem obter resultado algum.

— Não. Sofra sem o meu perfume.

Capítulo 4:

–- Vocês conhecem o Sirius: ele pega e descarta. Esse é o jogo dele. Eu sinceramente não quero ser mais uma que ele ficou e acabou. Eu quero algo mais que isso, mas eu tenho certeza que ele não é um cara de namorar - ela suspirou. - Só não quero me machucar. Eu sei o estilo dele e não sou eu quem ele procura - ao terminar, olhou para as amigas, que estavam chocadas. Ela nunca havia demonstrado nada parecido e também não namorava sério. Não era nem possível imaginar ela fazendo uma declaração como aquela.

— Se você acha que vai acabar, então se entrega enquanto há tempo. Aproveite cada minuto. Ou você acha que ele te esperará para sempre?

–- Você é um idiota.

–- Um idiota apaixonado - ao ouvir isso, ela ficou sem reação. Todos a fitavam, esperando sua resposta, mas nada ouviram sair da boca dela. Ela estava corada e sem saber o que dizer, então apenas disse:

— Continua sendo um idiota…

— …muito apaixonado.

–- Elas querem se arrumar antes para ficarem perfeitas e para chamarem atenção dos outros. Foi isso que Anna me disse. E esse é o problema - murmurou, intrigado.

— Ou talvez ela possa ter lhe dito isso para te fazer ciúmes - Tiago concluiu, mirando a janela.

— Ela realmente conseguiu. Quem diria... - Remo comentou, rindo.

— Conseguiu o quê? - Sirius perguntou, se virando para o amigo.

— Te conquistar.

Capítulo 5:

— Obrigada. Mas por que você fez tudo isso?

— Pra te poupar de ficar chateada - ele respondeu. Como viu que ela não estava entendendo ainda, deu outra resposta - Para te proteger.

— E você queria me proteger por quê?

— Porque eu protejo quem eu amo.

–- Anna? - ele chamou, fazendo-a voltar à si - Obrigado. Nunca conseguiria sem você.

— Eu sei - ela riu, ainda o encarando - Por que você sempre tem que se meter em tantos problemas?

— Eu faço tudo por você - ele disse.

Capítulo 6 - Feriado:

— Eu juro que não quis falar aquilo – Sirius disse ao alcançá-la. Ele tinha corrido por, no mínimo, cinco vagões até encontrá-la. – Mas, só por curiosidade, o que eu falei?

–- Lily, - Carol falou, se virando para a amiga – eu pensei que você não tivesse correspondido ao beijo por tanto tempo assim para ficar com a boca tão vermelha! – nesse momento, ela ficou mais vermelha que seus lábios no dia.

— Mas é obvio que foi por muito tempo! – Tiago interveio na conversa, puxando Lily, que estava do seu lado, pela cintura mais para perto – Ela nunca resiste a mim! Sempre consigo algo dela, nem que seja um tapa na cara! – ao dizer isso, todos, menos Lily, riram. Ela ficava cada vez mais envergonhada.

–- Mas, Tiago, você é... – ela pensou em uma palavra apropriada, mas não existia uma gentil para aquilo, então preferiu apenas uma coisa simples – você. Você é um dos garotos mais desejados, um dos mais pegadores. Se você estralar os dedos uma fila de meninas surge.

— E…? O que isso tem a ver com esse momento?

— Por que você quer namorar comigo? Considerando a sua personalidade e essas coisas.

— Porque mesmo eu sendo desejado e pegador, e tendo a possibilidade de escolher com quem eu quero ficar, apesar de tudo isso eu quero você.

Ao ver que estava dispersa, Sirius abraçou Anna, pegando-a de surpresa.

— Quer me matar do coração, Sirius? – perguntou, depois de se recuperar do susto.

— Assim não teria graça, eu não poderia beijar você – ele disse, sorrindo marotamente. Como ela adorava aquele sorriso malandro que só ele sabia dar…

Capítulo 7 - Revelando Segredos:

–- Carol, eu amo você. Eu te amo exatamente desse jeito. Você não precisa mudar para os outros, você já é perfeita assim.

–- Sabe, - ele falou, depois de muito tempo de silencio – eu adoro flores – disse, se virando para ela. – E você é a minha preferida – Lily corou ao ouvir isso.

–- Não sei se eu iria gostar disso... – Lily disse – Eu não iria me sentir confortável em ser o centro das atenções na aula, a menos que fosse por saber as respostas.

— Como assim? Qualquer menina adoraria receber flores no meio da aula – Tiago retrucou, sem entendê-la.

— Ah, não sei. É um tanto vergonhoso isso, eu não gosto de ser o centro das atenções. Não é como se eu fosse uma menina normal, de qualquer maneira... – ao dizer isso, os dois riram.

— Ainda bem que você não é normal, se fosse não seria tão interessante assim – ao ouvir isso, Lily corou.

— Eu não sou in... – ela ia protestar, mas foi calada pelos lábios de Tiago.

–- Pontas, – Sirius falou, depois de um gole de água – como meu melhor amigo, você acha que a Anna e eu, bem, temos algum tipo de... química?

— E com química você quer dizer... – Tiago perguntou, sem entender bem a pergunta.

— Os trouxas que falam isso, que um casal tem química, que combinam, que foram feitos um para o outro, essas coisas. Você nunca ouviu isso? – o amigo balançou a cabeça negativamente – Ok, bem, eu queria saber se você acha que eu e ela daríamos certo se tentássemos algo mais sério.

— Algo mais… serio? – ele olhou para o garoto, sem entendê-lo – Você quer namorar a Anna?! – perguntou chocado.

— Anna, - Lily conseguiu murmurar, ainda sonolenta, depois de ouvir a história - não é óbvio?

— O que é que tudo isso tem de tão óbvio assim, Lil?

Lily se senta na cama, arrumando o pijama e os cabelos ruivos.

— Anna, acho que já está na hora de acordar, você não acha? Olá, Terra chamando Anna Prett! - ela exclama - Você está apaixonada por ele - Lily fala. - E muito apaixonada, pelo visto - acrescenta. - Haveria alguma possibilidade de Vossa Excelência parar de ser tão estúpida e ir atrás dele? Porque você sabe muito bem que ele nunca se toca se ninguém falar ou demonstrar algo.

— Não é da piscina que você gosta, e sim das meninas na piscina - Anna disse, ao ver a malícia na sugestão do maroto.

— Bem, isso é um bônus - ele respondeu em sua defesa. - Mas não é como se eu estivesse muito interessado nas meninas, - falou, olhando para Anna em seguida - estou mais interessado em uma específica… - com isso, a garota corou.

— Caramba, Anna, o que aconteceu? - Sirius perguntou. Ele e a menina tinham saído da piscina para conversar e acabaram se beijando (pra variar…).

— Como assim? - ela não tinha entendido a pergunta do amigo, e tinha entendido menos ainda porque ele tinha parado o beijo, que estava ótimo ao seu ver.

— Você está… diferente - o maroto concluiu, observando-a curiosamente.

— Eu te mordi? - perguntou receosa.

— Não - Sirius respondeu, depois de checar brevemente o estado se sua boca.

— Então eu não te entendi - falou, imaginando qual teria sido o problema.

— Você parece estar com mais energia hoje - explicou, meio sem entender também o que tinha levado a menina a agir dessa maneira.

— Eu te machuquei de algum jeito? Tipo com a mão, as unhas, puxando o cabelo? - ela supôs, passando as mãos nas costas despidas dele para ver se não tinha arranhado muito profundamente.

— Não - ele respondeu rindo. - Nenhum arranhão excessivamente forte. É só que parece que você esta mais envolvida hoje no beijo do que nos outros dias - ele disse. Ainda não entendia como isso era possível, mas parecia que Anna estava beijando-o de uma maneira diferente naquele momento, e ele não podia negar que gostava disso.

— E isso é considerado ruim? - a menina perguntou, com medo de que ele não tivesse gostado, uma vez que era exigente em relação a isso.

— Não, de jeito algum - a respondeu, se aproximando dela por puxar sua cintura fina desprotegida. - Isso é considerado ótimo - complementou, voltando a fazer o que antes tinha interrompido.

— Se me permitem, eu acho… - Sirius tentou se intrometer, mas foi cortado pela morena.

— Você não acha nada, Black - ela disse seriamente.

Remo a abraçou e repetiu várias vezes que a amava. Ela, no começo, continuou séria, mas acabou cedendo, retribuindo o abraço.

— Eu já te disse que eu te amo? - ele a perguntou, beijando-a. - Não me venha com essa cara, Almofadinhas. Eu a vi primeiro - brincou com o amigo em relação a Carol.

— Na verdade, Aluado, quem viu pri… - Sirius começou a falar, mas foi detido pela menina.

— Em mais o que vocês já se meteram? - ela perguntou, desviando do assunto.

— Definitivamente, não.

Os seis estavam na sala de estar da casa dos Potter no feriado de Natal quando Sirius propôs um jogo da verdade. Todos aceitaram a oferta, menos a morena, Anna Prett, que se recusou a jogar.

— Tem muitos segredos a esconder, senhorita Prett? - Sirius perguntou, maliciosamente.

— Bem, eu queria saber o que você faria se Sirius beijasse Lily? - essa pergunta deixou as pessoas um tanto intrigadas. - Eu pensei nisso agora, por conta da outra pergunta - explicou.

— Eu beijaria a Anna - ele respondeu.

— Você o que, Pontas? - Sirius perguntou, pensando ter entendido errado.

— Você beija a minha namorada e eu a sua. Simples assim - Tiago disse, cruzando os braços.

— As respostas de vocês dois - Anna apontou para Sirius e Tiago - só comprovam o quão cafajestes vocês eram - virou-se para Sirius. - E você ainda é - complementou. - O Remo é o mais… eu não diria “santo”, mas “comportado” acho que serve também - concluiu.

— Ei! Eu não era cafajeste! - Tiago protestou.

— Não adianta contrariar, cara - Sirius disse. - Bem-vindo ao clube dos criticados, onde as críticas ficam cada vez piores - ele ergueu seu copo num gesto de brinde.

— Assim, eu estava meio chateada um dia, não me lembro bem porque, mas eu fui em uma das festas da grifinória. Sabe aquelas que são em dormitórios? - as amigas assentiram com a cabeça - Em uma delas tinham vários caras e tudo mais, mas acabou acontecendo uma coisa que eu não previa - ela disse. - Eu me arrependo disso, eu não estava pensando por mim mesma. Quer dizer, eu estava, mas…

— Só me diga que você ainda é virgem - Anna pediu, com medo do que a amiga teria feito.

Capítulo 8 - Passado:

— Desculpe - um menino alto, um tanto forte com cabelos negros falou, depois de esbarrar nela. - Sinto muito, - perdoou-se novamente - eu tropecei em alguma coisa e acabei esbarrando em você. Sinto muito mesmo.

— Não tem problema, não foi nada - a loira disse, arrumando o cabelo, jogando-o paro o lado. Ao levantar seu rosto o garoto retornou a falar.

— Desculpe, qual é o seu nome novamente?

— Eu não tinha dito meu nome - ela respondeu. - Mas eu sou Carolina, prazer - se introduziu. - E você é…?

— Sirius, - respondeu - meu nome é Sirius - completou a frase, pegando a mão pequena e delicada da menina, beijando-a em seguida, sem deixar de manter o contato visual. - E o prazer é todo meu - disse, ainda olhando em seus olhos. Algo nele agradava a menina, mas ela não sabia ao certo se era sua aparência, seu olhar ou apenas seu jeito cafajeste.

Capítulo 9 - Natal e Ano Novo:

— Eu não estou brava com você, só chateada por você não ter me contado antes. E não é como se ele me pertencesse pra não poder beijar qualquer pessoa sem ser eu, no nosso acordo a gente tem um relacionamento aberto e sem sentimentos.

— Embora essa parte dos sentimentos não esteja funcionando muito bem para você… - Lily comentou.

— Eu não disse que funcionava, só disse que era parte do acordo.

— (…) O que está acontecendo comigo? - colocou o rosto entre as mãos.

Lily riu com a situação. Não sabia que Anna era assim nessas situações, tão perdida e confusa. Ela sempre aparentava estar tão segura de si, mas, por dentro, era muito sensível, uma coisa que ninguém nunca diria dela. Quando a morena parou se surtar, a amiga tentou explicar.

— Só tem uma simples explicação para isso - começou a falar, olhando para baixo. - Eu sinto lhe informar, mas um dos seus piores medos acabou de se realizar - disse à amiga, que não entendeu de imediato. - Anna, você só tem um único problema, que se chama “amor”.

Capítulo 10 - Problemas no Paraíso:

— Ela que não fala comigo há dias - Sirius respondeu Tiago que lhe perguntou diretamente o porque ele não falava mais com Anna. - Eu não fiz nada. Estou apenas agindo normalmente - deu de ombros, se jogando em sua cama. Tiago não retrucou, apenas ignorou a atitude pueril do amigo.

No dormitório das meninas o assunto não era muito diferente, atormentando Anna, que se recusava a dizer o real motivo.

— Ele não fala comigo, eu não falo com ele. Fim da história - justificava seus atos. - Eu não vou simplesmente correr atrás dele. Não é de meu interesse - mentiu, se sentando em sua cama, fazendo a ruiva revirar os olhos.

— Eu sou seu melhor amigo, Lil - ela assentiu com a cabeça, fazendo-o prosseguir. - Por favor, pára com isso. Você acaba deixando todos frustrados e com medo de você ter um ataque ou coisa do tipo. Qual foi a última vez que você falou com as meninas? - ele indagou encarando-a.

— Hoje - respondeu, como se fosse óbvio. - Agora pouco aliás.

— Qual foi a última vez que vocês conversaram? - ele se corrigiu. Como não obteve resposta, pôde presumir que ela não se lembrava, então partiu para outra pergunta - Qual foi a última vez que você riu de uma das piadas bestas do Sirius? - mais uma vez silêncio. - Lily, qual foi a última vez que você beijou o Tiago? Pense bem.

— Hmm… - ela ponderou - três dias depois de voltarmos para Hogwarts?

— E fazem quantos dias desde então?

— Quinze? - perguntou, se dando conta de suas atitudes. - Ah, Merlin! - exclamou. - Eu não falo com Tiago há quinze dias! - ela começou a se desesperar mais e mais, já tendo as mãos na cabeça. - O que eu faço? - pediu ajuda, aflita.

— Nós não estamos mais namorando, é isso - declarou brevemente, buscando conter as lágrimas, uma tentativa que foi em vão, pois as mesmas teimavam em cair. - Ele me deu um fora - disse amargamente - e nem se deu o trabalho de falar comigo propriamente. Apenas me mandou uma carta que nem foi ele que escreveu, foi uma pena de repetição rápida, dá pra ver pela letra.

— Talvez ele esteja fazendo algum tipo de piada - Lily sugeriu, mas nem ela mesma acreditava, muito menos Carol.

— É, porque é tão engraçado - ela respondeu friamente.

— Ele gosta de você, - Lily tinha certeza disso. - Remo gosta de você.

Ela se ajeitou, sentou propriamente e encarou a amiga. Tinha olhos inchados, rosto molhado e uma expressão de quem está segurando o choro.

— Aparentemente não - respondeu fracamente, dando um leve e falso sorriso. Ela buscava fingir que estava tudo bem, mas todas suas tentativas fracassavam.

— Mas não pode ser! Ele sempre foi tão amoroso e gentil com todos… Eu o conheço muito bem há muito tempo, ele nunca faria algo assim.

— Todo garoto parece ser bom, até ele não ser - essa foi a coisa mais fria que Lily já tinha ouvido Carol falar. Ela estava magoada, sua voz carregava arrependimento.

Capítulo 11 - Uma Pitada de Felicidade:

— Já vou indo, tenho algumas coisas a resolver - ele anunciou, saindo do Salão. Todos acharam estranho, mas não ligaram.

— Pra onde será que ele foi? - Tiago perguntou, olhando para Anna, que era a mais propensa de saber. Esta também estava confusa, até notar um guardanapo ao lado de seu prato que tinha escrito: “Me encontre no jardim. S.”, ela sorriu.

— Não faço a mínima ideia - a morena respondeu, olhando para a gelatina. Tiago deu de ombros e continuou a falar com Lily.

— Ah, ainda bem que a senhorita tocou no assunto! - o maroto exclamou. - Como não sou bom em enrolar, vou direto ao assunto: Anna Prett, eu estou perdidamente apaixonado por você.

Houve um silêncio. Anna não entendeu qual era a piada da vez, tentando detectar qualquer sinal de ironia. Não conseguiu constatar nenhum.

— Como? - foi a única coisa que conseguiu falar, no meio de seu estado de choque. Não entendia o sentido de tudo aquilo.

— (…) Por que você fica tão vermelha e sorri tanto? - perguntou (Sirius), curioso.

— Você disse de novo - respondeu (Anna), corando.

— Disse o quê?

— Que está apaixonado por mim - respondeu, corando e sorrindo.

— Obrigada por nunca ter desistido de mim – Lily agradeceu, o olhando profundamente com seus olhos verdes brilhantes amendoados.

— Nenhuma pessoa em sã consciência desiste da própria felicidade, Lílian Evans – Tiago disse, piscando para ela.

Capítulo 12 - Entre Quatro Paredes:

— Tiago, - o chamou novamente. - eu tenho que ir…

— Ah, não - ele falou sem a soltar. - Você sempre faz isso. Provoca e depois sai fora…

— Eu não faço isso! - disse rindo - Nem provoco e nem saio fora.

— Sai sim… na melhor parte você sempre me interrompe… quer ver?

Tiago a girou, ficando por cima para segurá-la, e começou a passar a boca em sua orelha, depois em seu pescoço e em seguida em sua clavícula, vez ou outra depositando beijos, fazendo Lily se arrepiar inteira.

— Você deveria parar de se conter, senhorita Evans - ele sussurrou lentamente em seu ouvido, fazendo ela sentir como se seu corpo inteiro estivesse derretendo, mas mesmo assim ela resistiu, sabe-se lá com que forças.

— Eu realmente tenho que ir - gemeu, tentando se afastar. Com muito esforço, ela se desvencilhou do maroto, levantando-se.

— Não falei? Você sempre sai na melhor parte - Tiago provou seu ponto, lhe dando um selinho de boa noite.

— Sem chance - respondeu, procurando a camisa dele. Quando a encontrou, jogou-a para Sirius, que fez uma cara de gato do Shrek, implorando para que ela o beijasse de novo. - Você me põe entre quatro paredes, me seduz, tira a camisa, desabotoa a minha e ainda faz essa cara, pedindo mais? - perguntou, ao ver que ele mantinha o olhar. - Você tem que botar vergonha na cara, Black! - ele corou, sorrindo maliciosamente. Ela sorriu de volta, vendo que o namorado não tinha jeito mesmo.

— Não precisa ter dó de mim, Carol - ele disse, parecendo ter lido seus pensamentos. - Realmente, eu não me importo. Antes era uma maldição, mas hoje em dia os marotos me ajudam na Casa dos Gritos e… - ele a olhou com seus olhos verdes. - eu tenho você.

Ele puxou seu queixo delicadamente e inclinou a cabeça, beijando-a. Os beijos dos dois eram sempre calmos, como eles próprios. Vez ou outra ficavam mais profundos, mas só quando eles tinham privacidade total, que era raro.

— Eu amo você - ele disse, com sua testa encostada na dela.

— Eu também te amo - ela respondeu, mantendo o contato visual. Eles se abraçaram e ficaram fitando a vista da janela, apenas aproveitando estar um nos braços do outro.

— Olha lá - Remo disse, apontando para o horizonte. O sol estava se pondo.

— É lindo - Carol comentou, olhando para o namorado. Seus olhos verdes a encaravam.

— Assim como você - ele disse, se aproximando.

— Mas você acabou de chegar aqui - Lily apontou. - Em que banheiro você foi?

— No dos monitores - respondeu baixinho, tentando despistá-las. Para seu azar, suas amigas eram tudo, menos burras.

— Carol… - Lily começa a falar, desconfiada. - Carol, você não é monitora - disse, raciocinando. - E como você entrou lá se na reunião de ontem nós mudamos a senha? Eu não me lembro de tê-la mencionado quando voltei.

— A não ser que… - Anna começou a ligar os fatos. - Carol, você estava no banheiro dos monitores com o Remo?

Capítulo 13 - Insegurança:

— O que foi, Lil? - Carol perguntou ao ver que ela não estava com a melhor das expressões estampadas no rosto.

— Você acha que o Tiago me ama? - indagou. - Eu sei que ele sempre fala isso e tudo mais, mas eu tenho cá minhas dúvidas de vez em quando…

— Lílian Evans! - Anna a chamou a atenção, indignada. - Você é idiota ou o quê? É óbvio que ele te ama! Está estampado na testa dele. Você não tem porque duvidar dele.

— Aconteceu alguma coisa? - Tiago perguntou preocupado, pegando uma das mãos da ruiva.

— Não. Quer dizer, sim. Não, espera - ela não sabia o que estava pensando quando foi atrás dele. Não tinha o que falar. Quer dizer, tinha, mas mesmo assim. - É que… - ela fez uma pausa, mordendo seu lábio inferior. Ela ainda não o olhava nos olhos. - Tiago, você me ama? - perguntou afinal, o encarando. Sua expressão primeiro foi de susto, mas depois se transformou em uma confusa.

— Como assim, Lily?

— Eu quero saber se você me ama de verdade - disse novamente.

— Ainda não entendo o motivo da pergunta - ele falou.

— Só responda à pergunta - pediu calmamente.

— É óbvio que eu te amo - respondeu. - Agora, por que você me perguntou uma coisa tão evidente?

— Por nada - ela disse. - É só que… - ela suspirou. - É que… Às vezes, eu me pergunto se tudo o que você me diz é verdade. A principal coisa que eu sempre fico com um pé atrás é se você é honesto quando fala que me ama.

— O jeito que você está, insegura e tudo mais, tem alguma coisa relacionada com o que aconteceu entre o Remo e a Carol?

Lily demora para responder.

— Sim - admite, olhando para o chão. - Ela estava agora pouco me contando sobre o que aconteceu. É que ele ama tanto ela, eles são tão assim, que ficam repetindo isso e essas coisas, que eu parei pra pensar e vi que realmente não somos como eles, 100% apaixonados. Quer dizer, eu sou 100% apaixonada por você, mas…

Tiago puxa delicadamente seu queixo, fazendo seus olhares se encontrarem. Ele sorri ao ver seu rosto.

— Eu realmente não sou 100% apaixonado por você. Meu amor por você é muito mais que isso, Lírio - ele disse. - Eu amo tanto você que é impossível expressar apenas com palavras.

Tiago a puxa para perto, fazendo seus corpos se encostarem.

— Eu não sei de onde você tirou a ideia de qualquer outra coisa, mas pode ter certeza absoluta que eu amo você - ele disse.

Lily ficou sem resposta. Ao invés de falar algo, o beijou. Foi um beijo rápido, mas não pôde evitar. Agora tinha certeza. Ele era seu, e ela dele.

— O Baile é no sábado, você vai ter que esperar até lá.

— Não é justo, Prett. E se eu não te reconhecer de máscara? - Sirius pergunta, tentando convencê-la de mostrar o vestido e a máscara que a morena usará no Baile. Os sete se encontraram depois do café da manhã nos jardins de Hogwarts.

— É óbvio que você vai. E não me venha com essa carinha de cachorro abandonada, pois nós dois sabemos que você é um cachorro, porém não abandonado.

O maroto fica de cara emburrada, mas não por muito tempo, pois no segundo seguinte já está procurando a mão de Anna para segurá-la.

— Sirius - ela adverte, baixinho, puxando sua mão para si.

— Não tem ninguém por aqui, Anna - ele gesticula para o jardim que, além dos sete, só tem uma pessoa ou outra da Corvinal.

— Ok - ela concorda, deixando que a mão do maroto envolva a dela. Essa era a primeira ocasião em que eles demonstravam afeto um pelo o outro em público, mesmo que esse público fossem seus amigos e mais algumas pessoas de outra casa.

— Olha só - Tiago diz, apontando para as mãos dos dois. - Isso sim me surpreendeu - ele diz brincando. - Agora parece que vocês estão namorando de verdade.

— E por que ele estaria com ciúmes?

— Por que ele me pediu em namoro, mas eu não aceitei - ela declarou. - Eu disse que não queria namorar ninguém e agora…

— E agora você está namorando comigo - ele conclui a frase. - Por quê?

— Por que o quê?

— Por quê você está namorando comigo? - Sirius a pergunta, já que ela disse a Bruno que ao queria namorar ninguém.

— Porque eu gosto de você, de estar com você - ela responde. - Eu não gostava de Bruno dessa maneira e nunca vou. Ele não era como você.

— Bom dia - Remo deseja a Carol, lhe dando um selinho, como fazia todas as manhãs.

— Bom dia, Lírio - Tiago diz, dando pegando na mão de Lily e lhe dando um beijo na testa.

— Bom dia, Prett - Sirius diz, a beijando calorosamente no meio do corredor que estava bastante movimentado.

— Poxa, agora sim eu estou surpreso - Tiago fala, ao ver que o casal está se beijando na frente de todos, uma coisa que só tinham feito uma vez e tinha sido um beijo curto no outro dia, com uma plateia bem menor. - O que Almofadinhas te deu para você deixar ele te beijar, Anna?

Capítulo 14 - Turbulências:

— Por que você parou? - ele (Sirius) perguntou calmamente.

— Parei o quê?

— O beijo. Eu vi. Você o afastou.

— Eu parei porque não era você. - disse (Anna).

— Você ainda está bravo? - Anna perguntou cautelosamente.

— Eu não sei. Não sei se significo algo para você. Não sei se algum dia já signifiquei.

— Óbvio que você significa algo para mim, Sirius. Eu amo você. Eu disse isso ontem de noite. E eu continuarei te amando - disse, se referindo ao acontecimento da noite anterior.

— Você disse isso ontem, mas hoje beija meu melhor amigo. De novo. - seu tom de voz aumenta a cada palavra.

— Você acha que o que aconteceu ontem para mim foi só por diversão? - Anna pergunta indignada. Como ele ousava duvidar de seu amor?

— E você acha que pra mim foi? - ele a olha nos olhos pela primeira vez. Os olhos deles estão vermelhos, como os de alguém que lutou contra suas lágrimas.

— Prett, eu sei o que aconteceu ontem. Mas você acha que eu fiz aquilo com você por quê? Apenas por que eu queria? Apenas para passar o tempo? Não! Eu nunca me envolvi com ninguém antes como eu fiz com você. E você vai lá e faz o que fez. Fica de novo com o meu melhor amigo.

— Pare de gritar comigo. - ela diz calmamente, finalmente o encarando novamente. Sirius consumava ver várias coisas em seus olhos: amor e curiosidade e ternura, mas agora tudo o que podia ver era raiva. - Apenas pare.

A voz calma dela faz com que a raiva dentro de Sirius se dissipe. Ele não quis gritar com ela. Ele não quis ficar bravo.

O maroto encara surpreso as lágrimas descendo o rosto branco dela. Ele não a via chorar há mais de dias. Ela soluça e respira fundo, tentando soar normal, mas não consegue.

— Você vai continuar a jogar isso na minha cara? Não acha que eu já me sinto culpada o suficiente? - pergunta, com a voz baixa, tentando não tremer.

— Anna, eu… Eu não devia ter gritado com você. Me desculpe. - se redimiu. - Eu estava muito irritado no momento que não percebi. Eu não prestei atenção em mim mesmo.

— Você prestou atenção quando eu disse que te amo? - perguntou. - Bem, se não, eu digo novamente: eu te amo, Sirius Black. E não é essa sua cabeça dura que vai mudar o meu sentimento por você. Não é porque você é chato comigo que eu vou mudar de ideia. Não é porque você gritou comigo que eu vou me esquecer disso. Não é porque… - Anna pretendia continuar, mas foi calada por uma boca. Uma boca macia, que a beijou lentamente por bastante tempo.

— Não ouse continuar a listar aquelas coisas - Sirius disse, quando eles se afastaram. - Nós dois erramos. É isso. Agora podemos voltar a nos beijar?

— Viu? Não tem porque você se sentir culpado. - ela diz. - E, Sirius… Você, por um acaso, olhou suas costas? - perguntou, olhando para o chão, sem graça.

— Não, por quê?

— Bem, vamos dizer que talvez você esteja cheio de arranhões e algumas várias marcas de unha, pelo que eu me lembre…

— Você acha que ele vai gritar comigo? - a ruiva indagava.

— Óbvio que não. Ele não é louco - Carol aponta.

— Anna, algum bicho te arranhou? - pergunta a ruiva, analisando a amiga. Para a infelicidade da morena, seu shorts era muito curto, deixando suas coxas à mostra. Lily olha os arranhões nas coxas e nos braços de Anna.

— Tá mais pra cachorro - ela responde, se virando e mostrando suas costas para Lily. Elas estavam repletas de arranhões e marcas de unha.

— O Sirius fez isso?! - a ruiva parecia surpresa com aquela selvajaria. Carol ria da reação da amiga.

— Pode ter certeza que ele não saiu ileso - Anna comenta, se lembrando do que fizera com o maroto.

— Sirius… - sussurrei - eu amo você.

Ao ouvir isso, ele parou o que estava fazendo e se afastou um pouco para poder ver meu rosto.

— Será que eu ouvi certo? - me perguntou. Ele sabia o que eu tinha dito, só queria me importunar.

Eu ri, envergonhada.

— Óbvio que você ouviu certo, seu idiota! - exclamei e o empurrei levemente.

— Você não muda nunca - digo, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Você quer que eu mude? (- Sirius pergunta)

— Não. - respondo. - Eu te amo do jeito que você é.

— (…) Eu basicamente vim até aqui para falar que mesmo você tendo beijado uma das minhas melhores amigas por engano eu ainda te amo - uma lágrima escorre em sua face. - Que não importa o quantas vezes você me confunda com alguém, eu vou continuar te amando. - ele abriu um sorriso. - Mas, - o sorriso se foi. - não tenho como amá-lo se você ficar saindo por aí com outras meninas.

— Eu não estava saindo por aí com outras meninas - ele rebate.

— Eu não sou idiota, eu vi. Você estava perto o suficiente de uma menina para beijá-la agora pouco.

— Ahh, ela… - disse, como se recordasse. - Ela estava dando em cima de mim, mas quando eu disse que estava namorando você, ela saiu correndo. Achei meio estranho, mas de qualquer maneira ignorei. Eu estive pensando a noite inteira como me desculpar com você.

— Se desculpar por quê? - Lily indaga, se esquecendo.

— Eu beijei a sua amiga. A minha melhor amiga. A menina com quem eu já fiquei no passado - ele admite. - Eu sei que eu nunca te contei antes que eu já tinha ficado com a Anna, mas nós apenas ficamos algumas vezes e…

— Eu já sabia, Tiago. Ela me contou.

— Ela o quê? Quer saber, não precisa responder isso, só por favor acredita em mim - ele implorou. - Eu juro que não tive a intenção de beijar Anna.

— Eu sei que não. - disse, encarando seus lábios longe dos seus. Se ao menos essa distância pudesse se dissipar…

— Então qual é o motivo de você estar brava comigo?! - exclamou Tiago, sem entender mais nada.

— Acabei de esquecer - ela responde, o beijando em seguida.

— Mais alguma coisa a adicionar? - perguntou-lhe, secamente. - Ou eu já posso virar uma menininha, sair daqui e começar a chorar? Quer dizer, é isso que você espera, não é? Sabe o que é, Tiago, o negócio é que eu cansei. Cansei de me magoar por sua causa. Simplesmente cansei. Cansei de passar as noites em claro pensando em como resolver as situações, cansei de formular pedidos de desculpa, cansei de sofrer com a sua ausência, cansei de abraçar a sua camisa enquanto chorava… Eu cansei de ser cegada por amor. - Lily nunca foi tão franca como estava sendo naquele momento. Isso era o que ela sentia constantemente e sempre escondera. Algo que não podia evitar se queria ficar com ele. - Tiago, eu não tenho como ficar sempre à sua mercê.

— Lily, eu nunca quis… - ele começou a falar, mas foi interrompido.

— Me magoar? - indagou seriamente. - É, parece que não funcionou. - sua expressão era triste, como se tivesse acabado de se machucar. Mas, infelizmente, seu machucado não fora superficial. Pelo contrário, fora bastante fundo a ponto de atingir o coração.

— Você não me ama mais? - foi a única coisa que ele conseguiu falar, no meio de todo aquele clima de guerra.

— Eu nunca disse isso. - houve uma breve pausa.

— Ela já ficou com Almofadinhas. - Remo responde com indiferença.

— E isso é um problema porque…

— Porque a Carolina falou que eu tinha sido o primeiro beijo dela. Pensei que ela tinha sido sincera, mas na verdade o primeiro dela foi o Almofadinhas. - explicou, irritado.

— Bem, não parecia ser o primeiro beijo dela - Sirius se defendeu.

— Essas mulheres vão nos deixar loucos, Aluado. - Tiago falou, colocando a cabeça entre as mãos. - Lílian pediu um tempo para pensar. - lamentou. - Eu não sei se isso é ruim ou muito ruim…

— Muito ruim - Pedro opinou, mas logo foi advertido por Sirius.

— Rabicho, não está ajudando! - Sirius rosnou, o fuzilando com os olhos.

— Você acha que nós dois não valemos a pena? Você acha que você não vale a pena? Eu acho o contrário, Lílian. Eu acho que você vale muito mais do que qualquer coisa, qualquer pessoa.

— Não é isso, Tiago. O fato é que…

— E tem, sim, sentido. Ou você acha que amor não tem lógica? - o maroto se controlava para não gritar, pois sabia que se o fizesse apenas pioraria as coisas, se é que a situação pudesse ficar pior.

Capítulo 15 - Ditamno:

— Que cara é essa, Carolzinha? - Sirius questiona, ao ver a revolta nos olhos da amiga.

— Lily - responde, pegando uma fatia de pão. - Ela disse que não viria até aqui.

— Ah, daqui a pouco ela volta ao normal, você sabe. - Anna disse.

— Ela o quê? - Tiago se pronuncia pela primeira vez, levantando a cabeça. - Ela decidiu simplesmente que não vai comer? - indaga, irritado.

— Qual é o problema nisso? - Anna pergunta, sem entender.

— Ela deveria comer, não? - explica, preocupado. Mesmo ela tendo terminado com ele, Tiago não a odiava. - Ela não pode ficar sem comer.

— Tiago, de onde você tirou isso? Não é como se ela fosse ficar doente.

— Ela não quis vir comer porque eu estava sentado aqui, não é mesmo? - pergunta amargamente, ignorando a pergunta de Anna.

— Tiago, não é isso… - Carol começou a falar, mas o maroto apenas a ignorou, se levantando.

— Pode falar pra ela que agora eu não sou mais um problema, que ela pode comer em paz - com isso, ele saiu irritado do Salão Principal.

— Anna? - Sirius pergunta, já se levantando e desarrumando os cabelos negros para fazer charme. - O que você faz aqui? - indagou, já se aproximando da namorada.

— Meu assunto não é com você… - começa a falar, desanimando o maroto. - agora. - complementa, dando um piscadela. Sirius então sorri e lhe dá um selinho.

— Não é porque ela terminou com você - corrige, revirando os olhos. - que vocês vão ficar se olhando torto ou sendo grossos um com o outro. É ridículo. E não ache que eu vou te apoiar só porque você é meu melhor amigo. Se Lily não quer mais, ela não quer mais. Não é porque um quer, que dois querem. Tudo tem um motivo. Talvez essa separação seja para o bem dos dois, quem sabe?

— Só se for para o bem dela. Eu não estou nada bem sem ela e nem vou ficar.

— Pontas, - Sirius o advertiu. - não force a barra. Anna não tem nada a ver com isso, ela só está aqui porque Lily a pediu para lhe entregar o que quer que ela tenha lhe entregado. Ela não é culpada. - o maroto defendeu a namorada.

— Carol, você está chorando? - Tiago perguntou prontamente, já indo até a menina para confortá-la, mesmo que não houvesse necessidade.

— Não, mas obrigada pela preocupação, Tiago - respondeu, enxugando o rosto. - Pode explicar, estou esperando. - falou, se dirigindo a Remo.

— Mila Macfield - disse apenas. - Ela ia te expor. Não sei de que maneira, mas eu não queria que nada acontecesse com você, então me afastei para que ela não fizesse o que quer que seja o que ia fazer.

— Mas não tem nada que ela possa fazer contra mim. - a menina falou, pensando.

— Resolvi não arriscar - o maroto justificou, indo ao seu encontro. - Eu não sei do que ela é capaz, Carol. - os dois se abraçaram. - Eu não quero que algo de ruim aconteça com você, só isso.

— Obrigada por querer me proteger.

— Me deixe te ajudar - Tiago disse, começando a esmagar a Moly com o cabo de uma das facas.

— Não precisa - Lily fala friamente, tentando conter o maroto, mas não consegue. - Você não precisa fazer, eu posso terminar a poção sozinha.

— Sem chance - retrucou, pegando a faca de volta.

— Não precisa nem falar o motivo da sua revolta, pois eu vi quem foi a sua dupla na última aula. - a loira disse, se referindo à Tiago.

— Lily, você sabe que vocês dois combinam, por que tanta resistência? - Remo a indaga delicadamente.

— Não comece com essas perguntas desnecessárias, Remo. - a ruiva pede, pegado sua pena na mochila. - Você sabe o motivo da minha resistência.

Remo se recolheu, vendo que a amiga não tinha jeito. Foi nesse momento que ela começou a pensar: será que ele sabia mesmo o motivo? Melhor, será que ela sabia o motivo? É claro que sabia, não é mesmo?

Não?

Capítulo 16 - Hipoglicemia:

Lily então ruma para a biblioteca, o único lugar da escola em que ela podia pensar sem barulho algum. Ela carregava os livros de Herbologia e Transfiguração e alguns resumos que tinha feito na semana anterior. Ao se sentar, abriu o primeiro livro, começando a ler sobre Ditamno, coincidentemente um dos ingredientes que usara no dia anterior para fazer a poção Wiggenweld e depois curar sua mão por conta do corte. Não queria se lembrar daquele acontecimento então passou para a próxima página, que tinha Moly, mais um ingrediente que também usara. Próxima página. Wiggentree. A ruiva fechou o livro, mais irritada do que nunca. Respirou fundo e abriu o segundo. Teoria de transfiguração de cadeiras em gaiolas. Mais um livro fechado com força. Por que tudo a remetia a Tiago? Qual era a dificuldade do mundo de entender que ela apenas queria esquecê-lo?

— Prett, - o maroto a chamou, fazendo a morena olhá-lo imediatamente. - preciso de um favor seu. É urgente. - alegou.

Quando a menina perguntou o que o namorado precisava, o mesmo lhe respondeu:

— Um beijo de boa sorte. - respondeu, fechando os olhos e fazendo biquinho.

Sirius a pegou no colo, jogando-a em sua cama. Ele ficou por cima dela, impedindo que ela escapasse das cócegas.

— Black! - Anna mal conseguia falar, de tanto que ria. - Para! Assim não vale!

— Mas é claro que vale! - respondeu, depositando um beijo em seu pescoço. - No amor e na guerra vale tudo.

— Então é guerra? - a morena perguntou, se sentindo desafiada.

— Não foi isso que eu quis dizer.

Por que todos se referiam a ela como a namorada de Tiago Potter? Isso sempre acontecia mesmo que a ruiva não quisesse. O fato é que isso a incomodava, agora que o namoro tinha acabado. E não era como se fosse durar para sempre, não é mesmo? Lily suspirou. Bem, ela queria que durasse para sempre…

— Remo, eu preciso que… - Tiago parou de falar assim que viu a cena.

Anna e Sirius estavam deitados na cama de Almofadinhas, com apenas um lençol cobrindo seus corpos nus. Os dois estavam colados e Tiago acabara de interromper um de seus beijos. A morena enrubesceu mais do que nunca, cobrindo seu rosto com as mãos de tanta vergonha. Era uma péssima situação estar sem roupa com seu namorado, igualmente nu, deitado com ele em uma cama e ser flagrada pelo seu melhor amigo.

Tiago fechou os olhos percebendo que aquele não foi um bom momento.

— Só preciso de uma coisa - alegou, indo para a sua cama e abrindo seu malão. Ele pegou o que parecia um cobertor pequeno dobrado e voltou até a porta.

— A capa? - Sirius questionou, achando estranho. Ainda era plena luz do dia.

— Depois explico. - Tiago disse. - Você viram o Remo?

— Não vejo o Aluado há bastante tempo. - Sirius o informou. - Ah, você falou com o pessoal do time sobre as táticas novas que…

— Sirius! - Anna o cortou, querendo muito que o amigo saísse de lá.

— (…) Lily, e o Pontas? - o maroto (Remo) indagou delicadamente, tentando não ser muito intrometido.

— Não quero falar sobre ele. - Lily respondeu ríspida e objetivamente, não prolongando a fala.

Capítulo 17 - A História Se Repete:

— Sirius me jogou aqui dentro. - declarou. Era a primeira vez em dias que ela (Lily) falava com o maroto.

— Típico. - disse o menino (Tiago).

— Isso é uma provocação? - a menina perguntou. A camisa que Tiago lhe dera para vestir era a mesma que Lily tinha devolvida há algum tempo atrás, quando os dois terminaram.

O maroto sorriu maliciosamente. Não era de fato uma provocação, mas não deixava de ser intencional.

— Lílian, - ele a chamou. - eu juro que se você ficar desse jeito na minha frente, eu não vou conseguir me controlar. - declarou.

— Então não se controle. - ela disse, deixando que seus corpos e lábios se colassem.

Capítulo 18 - Cartas Sem Remetente:

— Eu não me controlei na Sala Comunal, e acho que te encarei muito descaradamente. Me desculpe por isso. - ele (Rafael) se redimiu. - Mas a sua imagem me parecia ser irreal de tão linda.

Lily enrubesceu, olhando para o chão. Fazia tempo que não era elogiada daquele jeito.

— Ah, você tem esse jeito de valentão, atraindo as meninas, mas também é inteligente. Isso é raro entre os meninos bonitos. - disse, sorrindo. Realmente ela tinha se divertido falando com ele (Rafael).

— “Jeito de valentão”… Interessante. - ele riu. - Já falaram muitas coisas sobre mim, mas essa é nova. E ninguém nunca me chamou de inteligente.

— Alguns males da beleza. - concluiu a ruiva, fazendo os dois rirem.

— Ei, você também é bonita e não é por isso que as pessoas deixam de te falar que você é inteligente. - disse o moreno.

— (…) Eu conheço o Rafael e sei que ele e Lily tem tudo a ver, ao contrário de Tiago e ela, que não tem quase nada em comum.

— O que você tem na cabeça, então? Se eles tem tudo a ver, por que você deixou que ela fosse com ele? - a loira ainda estava abismada com as decisões da amiga. - Qual é o sentido em tudo isso, Anna?!

— O negócio é que Rafael é quase idêntico a Lily, e Tiago é muito diferente. Simples assim. - ao ver que Carol realmente não tinha entendido, Anna prosseguiu. - O Rafael, por mais que tente esconder com aquele jeito dele machista, é doce, simpático e amável. Lily também. Martinez é, embora oculte dos outros, um grande nerd, obcecado por livros didáticos. Lílian também é.

— E onde isso me ajuda a entender mesmo? - Carol perguntou ironicamente.

— Antes de namorar Lily, Tiago era bruto, machista, ignorante, orgulhoso e arrogante. Logo, Lil não tem nada disso. Potter, mesmo indo bem na escola, odeia estudar e ler, coisa que a ruivinha ama. Por que você acha que eu estou com o Sirius, e não com qualquer outro que eu já tenha ficado? - a loira não responde. - Nesse aspecto eu sou muito parecida com Lílian: nós queremos alguém que nos tire do sério, que nos faça ter que sair da nossa zona de conforto. Sirius e Tiago são quase que totalmente opostos a nós duas, por isso eles nos completam. Ok, nós também gostamos de romantismo, mas essa é a essência. A Lily, por mais que não admitisse, amava quando Tiago a provocava. Você já a viu, uma vez sequer, provocá-lo? - Carol negou com a cabeça. - Entende agora o que eu quero dizer? Ela adora ter alguém para irritá-la. Assim como eu. - houve uma pausa. - Não que isso funcione para todos, veja você e o Remo, por exemplo. Vocês são muito parecidos e mesmo assim funcionam. Isso varia de pessoa para pessoa, mas acontece que Lílian é assim e em pouco tempo ela percebe que Rafael definitivamente não é o cara certo para ela. Confia em mim. Primeiro ela vai ficar encantada com ele, pois Rafa vai entender tudo o que ela fala sobre as matérias, porém depois a Lil vai começar a se desanimar, e nisso ela volta para Tiago.

— Nossa, estou impressionada com o plano… - Carol disse, realmente surpresa. - Sabe, você deveria ganhar a Taça das Casas por isso. - brincou a loira.

Carol lhe perguntou como fora o beijo, deixando a menina envergonhada. Ela respondeu que fora muito bom, mas…

— Mas… - Anna pediu a continuação, já curiosa.

— O beijo dele é bom, mas… - ela coçou a cabeça. Como poderia descrever o que sentiu em palavras? - Sabe, ele não me desconcertou. Não me fez querer mais depois que acabou, só um pouco durante. Não sei explicar. - ela ponderou por um segundo ou dois. - Ah, não sei, falta alguma coisa. Eu sei que não faz muito sentido falar isso, mas faltou algo no beijo dele… Como quando falta tempero na comida, deixando-a incompleta, por mais que a pessoa tenha caprichado. Bem, deixa pra lá. - a ruiva deu de ombros.

— Mas por que ele está sentado com Lily? - questionou indignado. - Eu sempre sento com ela nas aulas.

— Pontas, vocês terminaram. Aceite esse fato. - Remo disse ao entrar na sala, acompanhando Carol.

— Pela milésima vez, - Anna começou a falar, perdendo a paciência. - eles não estão juntos! - disse, revirando os olhos. - E no que isso te afetaria? Eu tenho certeza que ela ainda ama você.

— Queria ter a mesma certeza que você, Anninha. - Tiago suspirou, perdendo as esperanças. Seu olhar estava baixo e o costumeiro sorriso do maroto não existia mais.

— E se for tarde demais? - Tiago questionou. - Eles devem estar se beijando agora e eu estou aqui, pensando nela. - ele olhou para Anna, esperando que ela negasse a possibilidade. A morena não o encarou de volta, evitando ao máximo contato visual com o melhor amigo. Logo o maroto entendeu, se desanimando mais ainda. - Eles já ficaram, não é mesmo? - perguntou, mesmo que soubesse a resposta.

— Ela disse que faltou alguma coisa. - Anna contou, chamando a atenção dele. O maroto não disse nada, esperando que ela prosseguisse. Anna sabia que era errado falar sobre coisas tão pessoais de Lily pelas costas dela, mas precisava que seu amigo se animasse em conquistá-la novamente. - Ela falou que o beijo dele não a desconcertou, não a fez querer mais. Foi apenas um beijo qualquer. Bom, mas qualquer.

Sirius a encarou com uma expressão de dúvida.

— Ela te disse que foi bom? - o maroto perguntou.

— Também… - a morena admitiu. - Não venha com ciúmes para cima de mim. E de qualquer maneira já faz muito tempo. - explicou. - Não adianta fazer essa cara, Black. Não vou me comover pelo seu egoísmo. - ela o avisou. Sirius desfez a expressão de irritado, se conformando, e a abraçando. - O fato é que o beijo de Rafael não a conquistou como o seu fazia. Pense bem nisso. - aconselhou, olhando para Tiago. - Não desista dela, por favor.

— Só isso? Ele te deu um selinho e… - a morena falou. Lily não disse mais nada, sem entender o que a amiga queria dizer com aquilo. - Você não sentiu absolutamente nada? Foi, tipo, só um selinho? Nada mais, nada menos?

— Eu não era pega de surpresa assim fazia muito tempo… - a ruiva começou a falar. - Eu não me sentia assim desde…

— Tiago. - Anna completou a frase para a amiga, já esperando que ela ficasse irritada. Ao invés de brigar, surpreendentemente, Lily assentiu com a cabeça tristemente.

— Tiago sempre me pegava se surpresa… - lembrou-se, sorrindo fracamente. - E sempre era de uma maneira boa… - completou, recordando de todas os acontecimentos em que ele a pegara de surpresa. Sendo com um beijo ou um abraço, o maroto sempre a alegrava quando estavam juntos.

— Você sente a falta dele, não sente? - Anna perguntou delicadamente.

A ruiva assentiu com a cabeça, sem levantar o olhar.

— Então fale para ele! - sugeriu Carol.

— Não posso. - Lily disse. - Eu terminei o namoro. Não vou atrás dele porque, momentaneamente, tive vontade de reatar. Seria ridículo.

— É lindo! - Anna falou, se amolecendo. - Queria que Sirius também fosse romântico assim… - sonhou em voz alta.

— Ele é, Anna. Só que não demonstra. - Carol revelou. - Sirius diz que as emoções tornam uma pessoa fraca e que amar você já o torna fraco demais, o que o faz esconder o romantismo. Eu sei, é estúpido, mas é assim que ele é.

— Me amar o torna fraco? - a morena indagou. - Isso faz sentido?

— Faz. - Lily responde. - Eu me tornei fraca demais quando comecei a namorar Tiago. Eu dependia dele para tudo. Dependia do amor para tudo. O sentimento melhorava minhas dores, então quando ele foi embora, senti falta disso, de ser enganada pelo meu coração. Talvez ele tenha medo de depender demais desse amor entre vocês, que, quando o sentimento for embora, Sirius não suporte.

Antes de dormir, Lily parou para pensar em sua posição atual em relação aos meninos. Ela estava em um quase rolo com Rafael. Os meninos a olhavam mais desde que terminara o namoro com Tiago, talvez por terem medo do maroto antes. Mas será que era isso que ela queria? Ser cobiçada por vários, sem ter nenhum?

Capítulo 19 - Pedido Adiado:

Ao entrar na loja, ficou olhando as prateleiras, procurando algo que lhe agradasse. Avistou ratinhos de açúcar, que eram deliciosos. Na prateleira abaixo, Abacaxis Cristalizados, que Lily sempre dizia que eram os preferidos do Professor Slughorn. Ao lado, viu ratinhos de sorvete, dos quais Lily gostava. As varinhas de alcaçuz sempre foram as preferidas de Lily. A figurinha dos Sapos de Chocolate sempre fascinaram a ruiva, que as considerava “uma forma de aprender mais”. Tiago parou de andar. Ele gostava tanto dela que até quando ia comprar doces se remetia à imagem de Lily. Será que isso nunca pararia?

Os três não faziam a mínima ideia. Lily olhou para Remo.

— Eu não sei de nada, Lil, sinto muito. Pergunte a Anna, ela é a melhor amiga dele. - o maroto disse.

— Dele quem? - a ruiva perguntou, sem entender o amigo.

— De Pontas, quem mais poderia ser?

— A Anna te fez continuar? - o maroto assentiu. Ele fez menção de falar algo, mas Lily o cortou. - Agora sou eu quem vai falar. - declarou, o fazendo rir um pouco. - Você é um imbecil, sabia? - o maroto ficou com uma expressão de dúvida, em entender. - Você me conquista, me seduz, me namora e me deixa ir embora. Eu meio que comecei a ficar com Rafael porque tinha certeza de que você nunca mais iria me querer, pois eu o tinha ferido. Pensei que você tinha desistido de mim, então me conformei e continuei minha vida, procurando outra pessoa que me fizesse feliz. Só que ninguém é capaz de me fazer feliz como você faz. Só com o seu toque eu me arrepio toda; seu beijo me faz querer cada vez mais; seu olhar me atiça. Estar com você me faz bem. Eu fui uma idiota ao tentar acreditar no contrário.

— Hmmm, então você ainda me ama? - ele a perguntou, mesmo já sabendo a resposta. Lily assentiu, o olhando apaixonadamente. - Nesse caso… - Tiago se aproximou, beijando-a.

— (…) Tiago, faz sentido nós voltarmos, considerando o que ocorreu no passado? - ela o perguntou, preocupada.

— Então vamos começar do zero. - o maroto brincou. - Prazer, meu nome é Tiago Potter e sou da Grifinória. Você é… Ah, vamos, só finja que não me conhece, Lírio! - a menina riu, continuando com a encenação.

— Me chamo Lílian Evans e, que coincidência, sou da Grifinória também! - exclamou.

— Sabia que você é bem mais bonita pessoalmente? - o maroto a cantou.

— Nossa, mas se nós acabamos de nos apresentar, de onde você me conhece? - Lily indagou, desconfiando da resposta.

— Dos meus sonhos. - Tiago respondeu, fazendo ela revirar os olhos. Ele ignorou o ato, apenas beijando-a.

— Ei, - Tiago a chamou, interrompendo o ato. - eu te amo. - disse apaixonadamente. - Não sei como eu consegui ficar todo esse tempo sem você. Realmente não sei.

— Seu besta. - o respondeu, rindo. - Eu também amo você. - disse, igualmente apaixonada.

Sirius não a respondeu. O maroto colocou a mão no bolso, pegando um objeto. Era uma caixa preta pequena. Ele entregou para Carol.

— O que é isso? - a loira indagou. O maroto apenas fez um sinal com a cabeça para que ela abrisse a caixinha preta. - Oh meu Merlin! - Carol exclamou.

— O que foi, Carol? - Remo perguntou, ao ver a expressão da namorada.

Sirius respondeu pela loira, que ainda estava em choque.

— Lembra que que eu disse que tinha chamado Anna para conversar e para isso precisava de mais privacidade?

— Prossiga. - o maroto com cabelos cor de areia pediu. Sirius continuou a falar.

— Eu ia pedi-la em casamento.

Capítulo 20 - Recado:

— Então você está o quê? - a loira o perguntou. - Já percebeu que seus amigos estão preocupados e você nem se importa? Se toca, Sirius! Você não é mais criança! - os olhos de Carol ficaram marejados. - Todos temos esperança de que ela volte e você deveria ter mais do que qualquer pessoa. Você é o namorado dela! Ela ama você. - ao dizer isso, estava quase chorando.

— E se ela não voltar? - Black não queria que isso acontecesse, mas era uma possibilidade. - Já parou pra pensar nisso? Como que eu fico? Se eu me alimentar de esperanças falsas sobre isso você não acha que é pior?

— Ela vai voltar. - Carol soluçava. - Ela tem que voltar. - lágrimas caíram de seus olhos, mas ela não baixou o olhar uma vez sequer. Odiava brigar com o amigo, mas ela não podia pensar como ele.

O cômodo tinha quatro camas, em que apenas uma estava ocupada. Uma menina estava deitada na mais próxima à janela, com seus cachos castanhos ao redor de sua cabeça. Logo relaxei ao vê-la, iluminada pela luz artificial da lâmpada. É um pouco irônico dizer isso quando vemos alguém hospitalizado, mas Anna estava muito bonita naquele momento. Seus olhos estavam cerrados, fazendo parecer que estava apenas dormindo um sono profundo. Quem me dera que sono fosse o problema dela…

— Eu fui muito idiota quando terminei o namoro, não fui? - Lily perguntou-o, após terminarem um beijo.

— Demais. - Tiago admitiu. - Eu quase morri sem você, Evans. Nunca… - ele deu um selinho na namorada. - mais… - mais um selinho. - faça… - mais um. - isso… - outro. - Ok? - a ruiva riu da atitude dele. - Não é brincadeira. Pode perguntar para Anna. Ela sabe o quanto eu fiquei abalado.

— “Abalado”? Não é uma palavra forte para o antigo pegador Tiago Potter, que nem se importava com o sentimento de suas vítimas? - o maroto revirou os olhos, rindo.

— Você se denomina como vítima? Interessante…

Capítulo 21 - Receio:

— Como está Remo? - Lily perguntou quando já estavam entrando em seu dormitório. - Não sobre a lua cheia. Digo sobre o estado de Carol. Vocês já contaram pra ele?

Tiago assentiu lentamente.

— Ele ficou irritado no início. Mas foi apenas momentâneo. Ele, aparentemente, está bem, mas tenho certeza que vai ficar o resto do dia no quarto, arrasado. Ele baseia a vida dele inteira na Carol. Tudo que ele faz, ela está junto, assim como tudo que ela faz, Remo está junto. Aluado não vai suportar por muito tempo. Ele vai perder o controle, assim como aconteceu com Almofadinhas. E assim como aconteceria comigo se algo ocorresse a você.

— Cravos cor de rosa são as flores preferidas dela. - Lily assentiu, esperando que Sirius prosseguisse. - Talvez um buquê? - ele ponderou. - Não. Muito clichê. - a menina riu. - Que tal uma carta?

— Ela te pede em casamento antes de ler. - Tiago supôs, fazendo os amigos rirem.

— Lílian, você quase morreu asfixiada e depois afogada, e seu pescoço está repleto de hematomas. Querendo você ou não, nós vamos falar com ele, nem que eu tenha que te levar à força.

— Não são hematomas, são as marcas que você fez. - apontou a ruiva, tentando engana-lo. Para seu azar, Tiago sabia muito bem quais eram e quais não eram os seus chupões.

O maroto se aproximou dela, passando a mão em seu pescoço. A menina se esquivou, sentindo dor quando seus dedos passavam nos machucados.

— Ok, talvez a pessoa tenha me machucado um pouco, mas e daí?

Capítulo 22 - Guardanapo:

— Eu te avisei! - Sirius exclamou para a melhor amiga.

— Avisou tarde demais! - retrucou Carol, fazendo Remo, que estava ao seu lado, rir.

— Almofadinhas, você tem que ser mais rápido da próxima vez. - Remo disse.

Próxima vez? - a loira indagou. - Só se for você o envenenado!

— Boa noite, prin. - Anna desejou quando ele começou a se afastar.

— Prin? - dessa vez, Sirius que ficou um tanto confuso.

— Toda princesa tem seu príncipe.

— Você vai ficar aqui? - Anna indagou.

— Se você quiser, eu fico. - o maroto respondeu, a cobrindo com o lençol. A morena deixou um braço de fora, a permitindo que ficasse de mãos dadas com o namorado. - E não vou mais embora.

— Espere! - pediu, ao se lembrar de um detalhe. - Você quer ir ao baile comigo? - Remo indagou, a encarando apaixonadamente.

— Com quem mais eu iria? - Carol questionou, sorrindo abertamente.

— Eu consigo andar. Você sabe muito bem disso, Black.

— Eu sei que você está tentando parecer forte, Prett. - Sirius a desafiava.

— Prin, é serio! - Anna ria quando o maroto a pegava no colo de surpresa.

— Sirius, mas o quê…

— Anna Claire Prett, - iniciou a fala, abrindo a caixinha. Um delicado anel de ouro branco segurava um diamante no meio, que, assim como as estrelas, brilhava belamente. A morena hesitou um pouco, colocando a mão sobre a boca e deixando as lágrimas caírem. Não estava acreditando naquilo. - você aceita se casar comigo?

— E você ainda pergunta? - perguntou apaixonadamente, respondendo-lhe a mesma coisa que quando ele a pedira em namoro.

Capítulo 23 - Juntos:

— Tiago, não é por nada, mas carinho não vai me fazer parar de estudar. - declarou Lily, ainda com os olhos voltados para os pergaminhos. - Tiago… - ela chamou sua atenção quando sentiu ele a puxar pela barriga.

— Ah, Lírio, vamos lá! Dá um tempo disso! - ele implorou. - Ah, é assim? - Tiago então a beijou, fazendo-a perder toda concentração.

Alguns diriam que esse ato foi romântico. Outros que foi fofo. Agora, quem conhece Lílian Evans saberia que o gesto foi um pedido de morte.

— Lil, pare de se mexer tanto. Desse jeito vou acabar borrando. - Carol pediu, tentando manter as pálpebras da amiga estáticas por um momento ou dois. - Concordo completamente com Anna. Eu, pelo menos, não pretendo terminar o namoro com Remo. Anna, aparentemente, também não. - disse, apontando para o anel no dedo da amiga. - E você, Lily, ama Tiago, então não acho que o namoro de vocês vá terminar tão cedo. Quer dizer, eu nem acho que vai terminar. - compartilhou sua opinião, procurando a tonalidade certa para fazer o esfumado.

— É, terminar o namoro com Tiago definitivamente não está nos meus planos. - as amigas riram. - Às vezes eu até imagino como seria viver pra sempre ao lado dele… - a ruiva suspirou, fazendo as amigas sorrirem com o sonho dela.

— Pontas… - Lupin iniciou a fala. - Você não vai fazer mal a ela, estou certo? - desconfiou dos comentários suspeitos dos amigos.

— Posso ser meio sem noção, mas não chega a tanto. - disse, dando o nó na gravata. - Eu seria insano se fizesse algum mal à Lílian, Aluado. Ela é a pessoa que eu mais me preocupo e amo. Nem brincando eu faria algo, pode apostar.

— Não precisa babar, Prin. - ao ouvir isso, Sirius colocou suas duas mãos em sua fina cintura. O maroto a tirou do chão, girando-a algumas vezes até colocá-la em terra firme novamente. - Ok, essa sua mania de me levantar definitivamente tem que parar. - falou a morena, ainda segurando firme em Black, com medo de cair. Sabia que ele não a soltaria, porém, quando se trata de Sirius, um pouco de precaução nunca é demais.

— Velhos hábitos nunca mudam. - o maroto disse sorrindo, a beijando em seguida.

— Eu não sou o cara certo pra você.

— Então quem é? - a loira questionou, começando a lacrimejar. - Da última vez que chequei, você era quem eu amava e com quem eu queria estar, Remo.

— Carol, é isso. Acabou. Eu não posso mais. Sinto muito. - disse, se afastando da menina.

Remo pensa em voltar atrás, dizer que estava errado, que a queria mais que tudo, porém ele prezava, antes de seus desejos, a segurança dela. Ele era uma ameaça para ela. Aquilo não podia continuar.

— Se você está fazendo esta decisão, é por você, e não por mim.

— Aquele lá não é Guilherme Williams? - Tiago indaga a seu par, que não pareceu nem um pouco feliz com a pergunta.

— Positivo. - Lily lhe responde. - Espera, aquela não é…

— Mila MacField. - o namorado identifica rapidamente. - Eu pensei que esse sujeito tivesse bom gosto, já que curtia você. Agora, o vendo com ela como par, posso afirmar que você foi a única boa escolha dele.

— Que foi? - Lily questionou, ao vê-lo a fitar.

— Nada. Só estava admirando sua beleza. - admitiu, fazendo-a corar.

Ao dizer que não podia falar onde Carol estava, Guilherme se arrependeu imediatamente. Black tinha uma mão em volta de seu pescoço, apertando eventualmente para amedronta-lo.

— Sirius! - Anna o repreendeu, mas o maroto não recuou.

— Ok, vamos brincar de policial bom e policial mau. Ou você responde as perguntas dela, ou eu vou ter que arrancar as palavras da sua boca. - no final, Black deu um sorriso falso, esperando que o grifinório desencadeasse a falar.

— Ei, ruiva, - Sirius a chamou de longe. - da próxima vez que aquele seu amiguinho Williams cruzar o meu caminho, pode ter certeza que não sobrará nada dele. - garantiu o maroto, fazendo ela rir.

— Prett, eu acho que mereço um beijo por ter ganho a Taça das Copas esse ano. - opinou o maroto, já fazendo bico.

Anna, por incrível que pareça, o beijou. Porém não foi um selinho; foi muito mais do que isso. A morena o beijou intensamente, atraindo olhares de curiosos que se perguntavam quem era o casal. As pessoas ao lado aplaudiram e comemoraram.

— Isso foi porque você tinha esse jogo pra ganhar e eu tive que ignorar o quão sexy você é pelas manhãs. - declarou ela, o dando um leve empurrão depois.

— Eu sou sexy pelas manhãs, Prett? - o maroto a atiçou com sua voz sedutora, falando perto de seu ouvido.

— O que você me diz? - o maroto agora estava na sua frente, segurando suas finas mãos trêmulas. - Lírio, - Tiago então começou a recitar as palavras por ele escritas no cartão, se ajoelhando diante da ruiva. - você aceita se casar comigo?

— Sim! - Lily não conseguia parar de repetir a palavra, que citou ao menos três vezes. - Eu não me imagino longe de você em nenhum momento da minha vida. - declarou apaixonadamente, o beijando em seguida.

— Quem diria, Potter! - Lily empeçou sua fala. - Todos os marotos foram domados! Inclusive os mais rebeldes. - a menina apontou para ele e Sirius, que fez cara de desentendido.

— Não sei a qual selvageria se refere, ruiva. - brincou o último, sendo abraçado pela não-tão-nova noiva. - Quer dizer, Anna talvez saiba…

— (…) Vejo que você está comprometida. - Black sussurrou no ouvido da noiva, apontando para seu dedo com o anel. - Posso saber quem é o sortudo?

— Um que eu achei por aí… - provocou-o. - Sabe como é, um cara bem gostoso e extremamente sexy… Nada demais. - a morena sussurrou de volta.

— Ah, entendi… - Black sorriu maliciosamente, a beijando em seguida.

— Eu sabia que não era selvagem! - Remo comemorou brincando.

— Bem, sobre isso, eu discordo… - a loira o olhou maliciosamente. - Eu amo você, Remmy.

— Também te amo. - com isso, o maroto a beijou, colocando uma das mãos em seus macios cabelos longos e loiros.

Apesar de muitas vozes serem ouvidas, nenhum dos sete se pronunciou no momento. Aquilo era demasiado triste e emocionante para o grupo. Então, Remo pegou a mão de sua namorada, a apertando. Tiago e Sirius seguiram seu exemplo, o último abraçando a morena. Nenhuma palavra foi dita. Falar não era uma ação necessária no momento, assim como chorar não era dispensável.

Antes de embarcar, os sete amigos olharam para trás juntos, podendo ver a tênue silhueta do castelo que jamais poderão se esquecer.

Epílogo:

— Eu vou ser mãe. - sussurrou a morena, ainda incrédula. - Eu vou ser mãe. - comentou com uma voz quase inaudível novamente. - Prin, nós vamos ter uma criança. - suas falas sempre vinham acompanhadas de um sincero sorriso, que vinha de orelha a orelha, que era compartilhado por seu amado marido, que logo se pronunciou diante do assunto:

— Se for menino, quero que se chame Nicholas.

— E você precisa falar justo agora? - reclamou um pouco, logo se endireitando.

— O que eu tenho pra falar é urgente. - alegou, se sentando propriamente. - Lembra que você me disse que não gostava do seu sobrenome? - a loira assentiu, esperando que ele prosseguisse. - Eu tenho uma solução para esse problema.

— Que seria…?

— Arranje outro! - exclamou, sorrindo.

— Remo, não é tão simples assim. E o fato de eu quase não ir mais para o mundo trouxa já é um alívio. Ninguém aqui acha extraordinário ter o nome Andrew, ser loira e ter olhos claros. E de qualquer maneira eu nem sei qual outro sobrenome ficaria bom com “Carolina”. - explicou, achando aquele assunto estranho.

— “Lupin” creio que ficaria bom. Carolina Andrew Lupin. É, acho que fica ótimo…

— Remo, o que você quer dizer com isso? - a loira indagou ao ver um sorriso suspeito no canto da boca do namorado.

O maroto então a fitou apaixonadamente enquanto de ajoelhava na sua frente e pegava algo em seu bolso.

— Remo…

— Carolina Sofia Andrew, - ele iniciou a fala, abrindo uma caixinha de veludo que continha um belo anel de brilhante. - você aceita se casar comigo?

— O que está te inquietando tanto, Lily? - indagou o moreno, ao ver que ela não parava de mexer nas mechas ruivas de seu cabelo. - O que eu fiz de errado dessa vez?

— Você não fez nada de errado. - disse, rindo. - Na verdade, fez algo muito bom… - ela resolveu prosseguir ao ver que o maroto não estava entendendo. - Tiago, - sua face então ficou um pouco mais séria, informando que o que ela tinha para falar de fato era importante, o que preocupou o moreno. - Tiago, eu preciso te contar uma coisa.


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Notas finais do capítulo

Atualização: Seguinte, eu estou pensando em escrever uma continuação para a fanfic Amor de Maroto e queria saber se vocês apoiariam a ideia. Eu sinto muita falta da dinâmica de publicar os capítulos e responder comentários de leitores, portanto acabei pensando nessa como a única maneira de suprir minhas necessidades de escritora. O meu principal problema é que escrever uma fic não é um processo da noite para o dia, ele requer muito tempo e paciência, então a minha real pergunta é se vocês teriam curiosidade de ler se eu elaborasse uma continuação. Se o caso for que não exista essa vontade, nem me darei o trabalho de me preocupar. Comentem o que vocês acham!



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