A Love Story escrita por Roberts


Capítulo 1
A Love Story


Notas iniciais do capítulo

Bom gente,
Aqui está a minha nova one Steroline como eu já tinha anunciado que iria postar.
Por favor, não se assustem com o número de palavras, é que eu me empolguei e tinha tanta coisa para colocar que não tive coragem de tirar nada (espero que leiam a história até o fim).
Passei o carnaval todo me dedicando a essa história (um dos motivos para eu não ter postado PI na segunda).
Enfim, sem mais enrolação.
Espero que gostem da fic.



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- E corta! - disse assim que a cena acabou – Ficou ótimo, agora temos que ver que se a iluminação ficou boa ou precisaremos regravar.

Os atores concordaram com a cabeça antes de saírem em direção aos seus camarins, tenho certeza de que já estavam cansado gravar essa mesma cena, afinal essa era a terceira que refilmávamos. Infelizmente isso era importante para tudo ficar perfeito na tela, principalmente em uma série de TV tão conceituada quanto a nossa.

Também sai da área do cenário e fui para a minha sala, ainda não acredito que hoje já é sexta-feira e vou poder descansar durante o fim de semana. Pelo menos em partes, já que um diretor de elenco nunca consegue relaxar totalmente.

Vim morar em Los Angeles para fazer faculdade de cinema na UCLA com o mesmo sonho que a maioria das pessoas que vem para esse cidade, ser um grande diretor e roteirista. Ainda no meio do curso eu consegui um estágio em uma famosa série de televisão e agora já estou dirigindo, isso é um grande passo na minha carreira.

Mexi no mouse e o papel de parede surgiu na tela do meu computador, era uma foto minha, da minha esposa e da minha filha, estávamos na praia de Santa Bárbara no final do verão do ano passado. Aquelas duas são a prova do quanto a minha vida era completa, são a coisa mais importante para mim.

- Com licença, senhor Salvatore – Halley, minha assistente, apareceu na porta do meu escritório – Estou com os arquivos das filmagens de hoje. Quer que eu te envie por e-mail para que possa assistir e verificar se a iluminação e o áudio estão bons?

- Sim, por favor, Halley – afirmou – Vou dar uma olhada esse final de semana. Tem mais alguma coisa que eu precisa fazer hoje? Preciso muito para para casa o mais rápido possível.

- Está tudo certo, senhor, não tem mais nada para ser feito – afirmou – Só mais uma coisa, a senhora Salvatore ligou e pediu para você ir buscar a filha de vocês na escola porque ela está presa na biblioteca da faculdade terminando uma pesquisa muito importante.

Minha esposa está terminando o mestrado em literatura na UCLA e passa a maior parte do tempo na universidade ou fazendo alguma pesquisa na internet. Claro que eu sinto falta do nosso tempo juntos e tenho certeza de que a nossa filha também, mas isso é importante para ela e no final vai valer muito a pena.

- Então está bem! - cliquei para poder desligar o meu computador – Acho que nos vemos segunda-feira, Halley.

Acenou com a cabeça quando eu passei por ela. Peguei o meu carro no estacionamento do estúdio, como sempre o transito de Los Angeles estava um verdadeiro caos e demorei quase vinte minutos para chegar ao colégio, que ficava praticamente na metade do caminho entre a minha casa e o trabalho.

Como minha filha estuda naquele lugar desde que ela é um bebê, posso entrar sem precisar me identificar, pois todos me conhecem lá. Caminhei em direção a sala dela, aonde a professora estava esperando pelos pais na porta.

- Boa tarde, senhor Salvatore – me cumprimento com um sorriso – Espere só um minuto que eu vou buscar a Claire.

Logo depois ela foi para dentro da sala e voltou menos de um minuto depois segurando a mãozinha da minha filha, que já trazia sua mochila nas costas e também segurava a sua lancheira.

- Papai! - ela me abraçou nas pernas, que era a única coisa que conseguia alcançar - Pensei que a mamãe fosse vir me buscar hoje – nós sempre revesávamos para ir buscar Claire, um dia eu vinha e no outro era ela.

- É que sua mãe precisou ficar na faculdade estudando – ajoelhei para poder olhá-la melhor – Espero que não fique triste com isso.

- Claro que não – balançou a cabeça negativamente – Adoro quando você vem me buscar, papai.

Passei a mão pelo seu cabelo loirinho, colocando uma mecha para trás da sua orelhinha. Claire tinha pouca coisa parecida comigo, com exceção dos olhos verdes e os lábios carnudos, que eram iguais aos meus, ela é uma cópia perfeita da mãe.

- E então, vamos embora? - perguntei, por fim.

- Sim! - afirmou enquanto eu me levantava e segurava a sua mão – Tchau, senhorita Young – acenou para a professora.

- Só mais uma coisa antes de irem – pediu – Estou lembrando a todos os pais da apresentação de encerramento do semestre na semana que vem, a nossa turma vai cantar várias músicas no palco e a Claire vai ter um solo.

- Sim, é verdade! - minha filha ficou totalmente animada – Vai ser tão legal, não é mesmo papai?

- Mas é claro que nós viremos – garanti – Ainda mais sabendo que a minha garotinha vai ter um papel tão importante na apresentação.

Durante o caminho até em casa, Claire não parou de falar sobre a apresentação e sobre a música que ela vai cantar.

- Que bom que você está animada com isso, princesinha – dei uma rápida olhada nela pelo espelho retrovisor – Isso quer dizer que agora você quer ser uma cantora famosa quando crescer?

- Exatamente! - respondeu.

Sorri com aquele comentário, Claire vivia mudando a profissão que queria ter. Quando ela era menor dizia que queria ser atriz, também teve a fase de diretora de cinema como eu e “intelectual” igual a mãe, há duas semanas ela queria ser modelo e agora cantora, uma coisa que não tem como negar é que minha filha é muito criativa.

- A grande estrela do pop, Claire Salvatore, soa muito bem – brinquei – Com certeza iria a todos os seus shows.

- Legal! - deu um pequeno sorriso.

Assim que parei o carro na garagem de casa, peguei a minha filha no colo e entre no local, ascendendo a luz. Estava tudo calmo e silencioso, sinal de que não tinha mesmo ninguém ninguém em casa.

- Estou com fome – ela avisou quando eu a coloquei no chão.

Revirei os olhos, nunca fui muito bom na cozinha, uma vez eu até consegui queimar o macarrão dentro da panela. Decididamente precisamos contratar alguém para cozinha, limpar a casa e cuidar da Claire quando eu não puder sair cedo do estúdio.

- Bom, conhecendo a sua mãe ela vai continuar fazendo as pesquisas delas até a hora da biblioteca fechar, o que significa que ela vai demorar – comentei dando uma olhada no meu relógio de pulso – O que você acha pedirmos uma pizza?

- Sim! - bateu palmas e deu alguns pulinhos – É uma boa ideia.

- Então eu vou pedir enquanto você vai lá em cima, toma banho e coloca uma roupinha bem confortável, tudo bem? - afirmou com a cabeça – Você consegue fazer tudo lá sozinha?

- Claro, pai – revirou os olhos – Eu já tenho cinco anos, sou perfeitamente capaz de tomar banho sozinha.

- Se você diz – completei – Vai lá enquanto eu peço a pizza.

Fiquei esperando ela chegar ao andar de cima e fazer a curva na direção dos quartos, então sentei no sofá bem ao lado do telefone. A luz vermelha da secretária eletrônica estava piscando, sinal de de que tinha uma mensagem, apertei o botão para poder ouvi-la.

- Stef! - ouvi a voz de Damon, meu irmão mais velho – Sempre esqueço que o fuso horário ai em Los Angeles é diferente, você ainda deve estar no trabalho.

Eu e meu irmão nascemos e passamos toda a nossa infância na Itália, quando eu tinha onze anos e ele treze, meu pai recebeu uma proposta de emprego nos Estados Unidos e viemos para uma cidade no interior da Virgínia, chamada Mystic Falls. Atualmente eu estou morando aqui em Los Angeles e Damon está em Nova York, literalmente do outro lado do país.

- Bom, de qualquer maneira você vai ver esse recado quando chegar em casa ­- continuou – Só liguei para saber o que vocês pretendem fazer no feriado do dia da independência, estava pensando ir até Los Angeles para passarmos uns dias todos juntos. Quando falei com a Elena ela adorou a ideia e o Enzo está morrendo de saudades da prima. Assim que você ouvir esse recado me liga para dar a resposta porque eu tenho que marcar a passagem com uma certa antecedência. Tchau.

A luz vermelha apagou, anunciando o fim da mensagem. Até que não seria tão ruim assim ver o meu irmão mais velho, claro que eu teria que conversar com a minha esposa para saber se ela concorda, o que acho difícil de não acontecer.

Fui até o aparador que ficava encostado na parede e peguei um porta retrato em que estava uma foto do último natal, a última ocasião em que estivemos todos juntos. Damon estava abraçando Elena pela cintura e ela segurava o pequeno Lorenzo, ou apenas Enzo, o único filho dos dois, que é dois anos mais novo que a Claire.

Vendo essa família feliz é impossível acreditar que nem sempre foi assim. Hoje em dia não consigo acreditar que já fui apaixonado pelo minha atual cunhada, isso aconteceu.

Eu estava no primeiro ano do Ensino Médio de lá até o meu casamento foram vários anos e milhares de coisas aconteceram. Posso dizer que eu curti cada um desses momentos.

***

Estava muito nervoso andando de um lado para o outro na porta da escola. Já faz mais de dez minutos que mandei uma mensagem para Elena pedindo que me encontrasse aqui, será que ela vai aparecer ou não?

Já estava quase desistindo quando a vi caminhando pela calçada na minha direção e não pude deixar de dar um pequeno sorriso.

Elena Gilbert foi a primeira pessoa que eu conheci em Mystic Falls desde que cheguei aqui há três anos, nós somos vizinhos. Acho que sou apaixonado por ela desde aquela época, mas não tive coragem de lhe contar isso, até hoje.

- Oi, Stefan – disse – Desculpa a demora, é que eu tive que ajudar a minha mãe com uma coisa em casa.

- Tudo bem, eu também acabei de chegar – menti.

- Bom, confesso que fiquei curiosa para saber o que você tinha para falar comigo – admitiu.

- Então não vou te deixar curiosa por muito tempo – segurei a sua mão – Vamos até lá.

Passamos pelo lado do prédio principal do Mystic Falls High School e fomos na direção do campo aonde o time de futebol treina e também aonde fica a pista de atletismo.

- Tem certeza de que não tem problema nós dois estarmos aqui? - perguntou, de repente.

- Mas é claro que não tem problema – garanti – Essa é a vantagem de ser presidente da turma.

Eu, como presidente da turma, normalmente tenho que ficar até mais tarde resolvendo algum problema, confesso que é bem chato, mas também tem as suas vantagens. Preferi não passar por dentro do colégio, já que tudo que eu precisava estava ali do lado de fora.

- Stefan Salvatore, o que você está aprontando – cruzou os braços e ficou me encarando.

- Lena, você tem que confiar um pouco em mim – pedi – Não se preocupe, tenho certeza de que você vai gostar.

Chegamos em frente a arquibancada descoberta e eu retirei um pano azul de dentro do bolso.

- Temos que ir lá para cima, mas antes eu preciso vendar os seus olhos – avisei.

- Tudo bem! - deu um longo suspiro antes de responder – Só não me deixar tropeçar em nenhum degrau, por favor.

Nunca! - garanti antes de me virar e amarrar o pano em volta dos seus olhos.

Eu a ajudei a subir, com todo o cuidado, os degraus da arquibancada. Levamos um bom tempo para chegar ao topo.

- Aqui estamos – afrouxei o laço da venda – Agora você pode ler.

E lá estava, do jeitinho que tinha imaginado que ficaria. Vários equipamentos das equipes esportivas e algumas lanternas formando a frase “Eu te amo, Elena” e um pequeno coração.

Quando me virei na sua direção, ela estava olhando boquiaberta, totalmente chocada.

- E então, Lena? - perguntei, totalmente esperançoso – O que você achou?

- Olha, Stefan, eu, realmente, fico lisonjeada por você se sentir assim em relação a mim – falou – Mas eu meio que estou namorando no momento.

Aquilo foi como um balde de água fria na minha cabeça. Foi mesmo uma total surpresa para mim, não tinha ideia de que Elena estava namorando, nunca a vi perto de nenhum cara.

- Entendo! - foi tudo que eu consegui dizer – Será que eu posso saber quem é o felizardo?

- Stef, por favor, não me leve a mal – pediu – Eu estou saindo com o Damon.

- Com o Damon? O meu irmão? - agora eu fiquei mais chocado ainda, meu irmão mais velho sempre foi do tipo que não se misturava com os “amigos pirralhos do irmão”, como ele mesmo costumava a se referir – Eu nem sabia que ele gostava de você desse jeito.

- Eu também não, mas há uns dois meses eu estava aqui depois do treino das líderes de torcida e acabei esbarrando nele, que estava saindo do treino de futebol – explicou – Então o Damon se ofereceu para me dar carona, nós conversamos o caminho todo e quando chegamos na porta da minha casa ele me beijou. Nunca pensei que pudéssemos ficar juntos um dia, mas estou muito feliz – e era verdade, ela estava com um enorme sorriso de ia de uma orelha até a outra.

- Então você já estão juntos há dois meses – continuei – Fico surpresa de não saber disso ainda.

- Decidimos começar com calma, poucas pessoas estão sabendo até agora – deu de ombros como se isso fosse a coisa mais natural do mundo – Mas estamos pensando em marcar um jantar com os seus pais e os meus pais, para “assumirmos em público”.

Fiquei encarando os meus pés por alguns segundos. Agora eu vou ter que aguentar ver o meu irmão e a garota que eu amo juntos e felizes fingindo que isso não me abala nem um pouco, será que vou ser capaz disso?

- Por favor, Stefan, não fica chateado – pediu – Eu realmente não tinha ideia desses seus sentimentos, se não...

- Está tudo bem, Lena – a interrompi – Não adianta você dizer agora que as coisas poderiam ser diferentes se você soubesse. Nós não temos como mudar o passado.

- Certo, você tem razão – continuou – Mas eu tenho certeza de que logo você vai encontrar uma garota que te ame do jeito que você merece e os dois vão ser muito felizes.

- Obrigado – dou de ombros – Também espero isso.

Ela me deu um beijo no rosto e começou a descer os degraus da arquibancada e depois caminhou em direção a saída do colégio. Já eu, continuei ali, pelo jeito todo o meu esforço tinha sido em vão.

**

- Não acredito que você fez mesmo isso – ela começou a rir, estava deitada de barriga para baixo na cama e eu estava sentada em uma cadeira acolchoada com rodinhas – Mas que mico que você pagou.

- Muito engraçadinha, Caroline Forbes – fiz uma careta – Como é que eu ia adivinhar que a Elena e o Damon estavam juntos? Meu irmão nunca tinha me falado nada até a semana passada.

Agora que eu já estou sabendo de tudo, os dois não estão mais escondendo o namoro de ninguém, inclusive fizeram um jantar para os meus pais e os Gilbert para se assumirem para as famílias, como a própria Elena tinha dito que iriam fazer. Por sorte ela não comentou nada com o meu irmão sobre a minha tentativa de pedido de namoro, tudo que me resta é sofrer calado com a minha dor.

- Se você tivesse me perguntando eu te falaria – deu de ombros – Já sei disso há um tempão, eu e Klaus já saímos várias vezes com os dois.

Isso não é uma surpresa para mim, Elena e Caroline são amigas desde pequenas e estão sempre juntas no colégio. Claro que ela já sabia desse namoro.

- Ah claro! Agora quando eu estive interessado em uma garota vou ter que te perguntar se você sabe se ela tem namorado ou não? - revirei os olhos – Como foi que eu não pensei nisso antes?

- Se for evitar que você passe vergonha novamente, é a melhor ideia – jogou uma almofada que estava em cima de mim e joguei para ela de volta.

- Bom, por enquanto isso não está importando muito – dei de ombros – Eu estou, oficialmente, na zona da amizade, com a Elena e com qualquer outra garota.

- Quanto drama, Stef – reclamou – Uma decepção amorosa e você já joga a toalha e se fecha completamente para o amor.

- A zona da amizade não é tão ruim assim – afirmei – Nós dois estamos nela, caso tenha se esquecido.

- Mas no nosso caso é diferente! - continuou – Eu estou com o Klaus há dois anos, você sabe muito bem disso. Nunca teremos nada.

- Bom, isso é verdade – tive que concordar, rapidamente, Caroline e eu somos amigos desde que cheguei em Mystic Falls e de um tempo para cá estamos cada vez mais próximos, mas eu não consigo imaginar tendo nada com ela.

- Tudo bem, Stefan, vou falar uma coisa que talvez não te anime no momento, mas é a pura verdade – falou – Logo você vai encontrar uma garota legal, se apaixonar e vai ser como se seus sentimentos pela Elena nunca tivessem existido.

- Engraçado, a Lena me disse quase a mesma coisa no dia da declaração fracassada – dei um fraco sorriso.

- Eu me importo com você, Stef, e sei que a Lena também se importa – levantou-se e foi para perto de mim, segurando a minha mão – E você merece toda a felicidade do mundo.

- Você é uma boa amiga, Car – disse, por fim.

- Eu sei disso! - concordou, totalmente convencida, então dei um tapa de leve no seu braço – Ai! Essa doeu!

Ela revidou o tapa, então continuamos assim por algum tempo, sem conseguirmos parar de rir.

**

Toquei a campainha e não demorou muito para ouvir o barulho de chave. Foi a mãe de Caroline quem abriu a porta, ela ainda estava usando o uniforme de policial, provavelmente tinha acabado de chegar do trabalho.

- Boa tarde, senhora Forbes – digo – A Car está ai?

- Sim, trancada no quarto – revirou os olhos enquanto respondia – Não quer sair do quarto por nada desse mundo, até mesmo a Elena, que ligou há alguns minutos, não quis atender. Vamos ver se você tem mais sorte.

- Sim, vamos ver! - afirmei enquanto entrava na casa.

Era impossível não encontrar a porta quarto da minha melhor amiga, tinha várias flores e uma placa rosa escrito “Caroline” em letras brancas. Dei uma batida e esperei alguma resposta.

- Eu já disse que não quero sair, mãe – gritou – Preciso ficar um pouco sozinha.

- Não é a sua mãe, Caroline – disse de volta – E já vou avisando que vou ficar aqui enquanto você não abrir essa porta.

- Então vai ficar esperando eternamente – explicou.

- Ótimo! - cruzo os braços, mesmo sabendo que ela não pode ver – Tenho todo o tempo do mundo.

Alguns minutos se passaram e Caroline cumpriu a sua promessa de não abrir a porta, eu nem ao menos ouvi passos dentro do quarto. Acho melhor falar alguma coisa ou vou mesmo ficar horas aqui esperando.

- Você não foi ao colégio hoje – disse, por fim – Vim até aqui para saber se está tudo bem.

Segundos depois vi a maçaneta girando. Car usava seu pijama rosa de ursinho, seus cabelos estavam bagunçados e seu rosto estava totalmente vermelho, sinal de que tinha chorado, e muito.

- O Klaus terminou comigo – percebeu que eu não demonstrei nenhuma surpresa com essa declaração dela – Mas acho que você já estava sabendo disso.

- A escola inteira já está sabendo – não queria deixá-la mais triste do que aparentava estar, mas ela iria acabar descobrindo que o ex-namorado já espalhou para todo o Ensino médio que ele agora está solteiro.

Caroline começou a chorar e se atirou em cima da mim, tudo que pude fazer foi colocar a mão nas suas costas, tentando confortá-la.

- Sinto muito, Car! - dei um beijo no topo da sua cabeça.

- Obrigada – afastou-se um pouco e tentou limpar as lágrimas que caiam pelo seu rosto – Ele, por acaso, contou por que terminou comigo?

- Se contou para alguém eu não ouvi – dei de ombros.

- Disse que agora que vai para a faculdade ele precisa de uma experiência completa, o que inclui ter vários encontros – deu um longo suspiro e voltou a entrar no quarto, sentou-se na ponta da cama – E para isso não podia a ficar preso a um namoro de Ensino Médio.

Klaus é formando na Mystic Falls High School, igual ao meu irmão, o que significa que ele estará indo para a faculdade na próxima primavera.

- Ele é um idiota – comentei – E não merece nenhuma lágrima que você está derramando por causa dele.

- Eu sei, mas não consigo evitar – sorriu, mas seus olhos molhados evidenciavam que ela não estava nem um pouco feliz – A Elena me ligou agora a pouco, mas eu não quis atendê-la. Sei que ela só está tentando ser uma boa amiga e me dando apoio, só que eu não quero dar trabalho, a Lena tem o Damon e não vou ficar derramando nela os meus dramas.

- Mas eu estou aqui para cumprir a minha função de melhor amigo – me ajoelhei na sua frente e segurei a mão dela – E não adianta tentar em expulsar, pois não vai conseguir.

- Acredite, eu sei disso – revirou os olhos – Quando foi que você virou alguém tão importante e essencial na minha vida?

- Também não sei! - respondi – Mas você ficou ao meu lado quando eu estava triste por causa da Elena e é o meu dever fazer o mesmo com você agora.

Caroline começou a acariciar a palma da minha mão em círculos com o polegar, era bom saber que estava fazendo bem a ela.

- Tenho uma ideia! - avisei enquanto me levantava – Você trocar de roupa, nós vamos até a locadora e alugamos um filme de comédia romântica bem melosa que você ama tanto, também compramos pipoca, sorvete de chocolate e o que mais você quiser, depois voltamos para cá e passamos o resto da tarde em frente a televisão. O que acha?

-Essa me parece uma ideia perfeita – concordou.

- Vou estar esperando você lá embaixo – disse – Mas antes, vou te dar o mesmo concelho que você me deu há alguns meses: tenho certeza de que logo você vai encontrar um cara que te faça muito feliz e você nem vai se lembrar dele.

Deu um beijo no seu rosto e sai de dentro do quarto antes de fechar a porta.

**

- Senhorita Elena Gilbert, acompanhada do senhor Damon Salvatore – a senhora Lockwood anunciou ao mesmo tempo que ela apareceu no alto da escada com o seu vestido azul.

- Bom, essa é a minha deixa – meu irmão disse – Me deseje boa sorte.

Acenei com a cabeça e ele foi esperar a namorada em frente ao último degrau. Quando Elena chegou deu um selinho nela e os dois foram na direção ao jardim da mansão dos Lockwoods, aonde as candidatas que já tinham sido apresentadas estavam.

- E por último, mas não menos importante – continuou – Senhorita Caroline Forbes, acompanhada pelo senhor Stefan Salvatore.

No momento em que ouvi o meu nome, me dirigi até onde Damon estava há alguns segundos, foi então que eu vi a minha melhor amiga pela primeira vez naquele dia. Ela estava usando um vestido verde simples, que não parecia ter nada demais, mas algo nela que a fazia ficar radiante, não pude deixar de dar um sorriso bobo.

- Você está linda, Car! - dei um beijo no seu rosto.

- Obrigada! - sorriu – E obrigada, também, por ter aceitado ser o meu par de última hora.

Como Caroline terminou com o Klaus há pouco mais de um mês ela ficou sem um par para acompanhá-la no Miss Mystic Falls. Eu, como um bom amigo, me prontifiquei para ajudá-la com esse problema.

- Não me agradeça até ver se eu não vou pisar no seu pé durante a dança – brinquei.

Só estavam esperando por nós para começar valsa de apresentação, algo que já era totalmente tradicional no concurso. Para a minha sorte acabou rápido, nunca fui bom dançarino e levando em consideração que treinei menos que os outros, estava com muito medo de que isso terminasse em um desastre total.

- Agora as candidatas, por favor, se dirijam ao palco do outro lado do gramado – a senhora Lockwood disse quando no momento em que a música parou – Os nossos jurados já fizeram suas escolhas e, em breve, iremos anunciar a vencedora desse ano.

Eu me afastei, juntamente com o meu irmão, para onde estava o restante dos convidados, os outros acompanhante fizeram o mesmo.

- Até que não foi tão ruim assim! - Damon colocou o braço em volta dos meus ombros.

- Fale isso por você – revirei os olhos.

- Ora, Stef, pare com isso – reclamou – Sei que você teve pouco tempo para ensaiar, mas a dança é a mesma todos os anos, se você viu um, já viu todas – lembrou.

Não respondi. Estava tão distraído que esqueci que estava no meio de uma multidão e acabei esbarrando em alguém.

- Oi, Stefan! - era April Young, somos da mesma turma no colégio e sei que ela tem uma quedinha por mim desde que estávamos na sétima série – Você estava ótimo lá.

- Obrigado, eu acho – respondo, tentando ser o mais simpático possível.

- Queria ter me inscrito para o concurso desse ano, mas acabei perdendo o prazo – deu de ombros – Até que foi bom, não teria a menor chance de vencer concorrendo com a Elena e a Caroline.

- Você está se depreciando, April – falei – Tenho certeza de que você seria uma boa concorrente, talvez conseguisse vencer.

- Obrigada, Stefan – suas bochechas estavam vermelhas, talvez não tenha sido uma coisa boa ter dito isso – Estou pensando em participar no ano que vem, quem sabe você não pode ser o meu par?

- Bom, quem sabe... - comentei – Ainda falta um ano, você tem um bom tempo para pensar.

- Stef, as meninas já está no palco – Damon avisou – Melhor irmos para lá assistir o anuncio da vencedora.

- Boa ideia! - concordei – April, depois nos falamos.

Acenei na sua direção antes de voltarmos a andar. Percebi que meu irmão estava com um sorriso malicioso.

- Por favor, Damon, nem começa - pedi.

- Tudo bem, não disse nada – levantou as mãos, em defesa – Mas acho que você deveria dar uma chance para a April, os dois fariam um casal fofo.

Parecia que eu estava ouvindo Caroline falando, minha amiga tinha o mesmo discurso, principalmente depois de toda aquela história com a Elena. Ela afirma que essa seria a melhor maneira de eu começar a esquecê-la.

- Não estou com vontade de me envolver com ninguém no momento – a verdade era que eu ainda não tinha superado tudo que tinha acontecido e preciso de um tempo sozinho para isso.

- Você quem sabe – deu de ombros – Sei que isso pode parecer discurso de um bobo apaixonado, mas é maravilhoso estar namorando. Não sei o que seria da minha vida sem a Elena poder perto.

Sabia muito bem disso, na verdade queria estar ali, no lugar dele.

- Primeiramente gostaria de agradecer a todos os presentes e é claro, as nossas maravilhosas candidatas – a mulher voltou a falar, fazendo com que nos virássemos na direção ao palco, estávamos bem perto e sabiam que Caroline e Elena estavam nos vendo – Sem mais enrolação, vamos a vencedora. E a Miss Mystic Falls desse ano é: Caroline Forbes.

Ela ficou algum tempo parada sem reação, até que recebeu um abraço da amiga. A vencedora do ano passado apareceu para lhe entregar a faixa e a coroa de vencedora, pude ver lágrimas no canto dos seus olhos.

Ainda em meio da confusão das pessoas batendo palma e fotografando, eu e Damon nos aproximamos para podermos falar com as meninas. Antes que eu pudesse parar ao lado de Caroline, uma outra pessoa já tinha feito.

- Oi, Car! - era Tyler Lockwood, filho do prefeito de Mystic Falls e capitão do time de futebol, ele é da nossa turma, mas nunca trocamos mais do que duas ou três palavras – Parabéns, você certamente mereceu ser a vencedora, era a melhor de todas.

- Obrigada, Tyler! - Elena se meteu na conversa – Realmente é muito bom ouvir isso.

- Tudo bem, Lena, você também mereceria vencer – e corrigiu – Mas mudando de assunto, Car, você quer dar uma volta comigo no jardim.

- Claro! - respondeu na mesma hora.

Segurou a mão dele e saiu em direção gramado, sem nem ao menos reparar que eu estava ali.

- Não gosto desse cara – comentei, cruzando os braços – Ele está sempre ocupado com os amigos do time de futebol e hoje, do nada, veio falar com a Caroline? Os dois nunca foram amigos.

- A história não é bem assim, Stefan, éramos todos bem amigos quando éramos mais novos, acontece que o Ty se afastou quando entrou para a equipe de futebol – minha cunhada explicou – Além disso, é obvio que ele está afim da Caroline, é agora que ela está solteira.

- Acho que não é uma boa ideia ela se envolver com ele – observei – Quero dizer, todo mundo sabe o que ele fez com a Vick Donavan, ela até preferiu sair da cidade.

- O Matt é meu amigo e gosto muito dele, mas tenho que admitir que ela é muito fácil e nunca se deu ao valor – continuou – Isso não vai acontecer com a Caroline, tenho certeza.

- Ora, Elena, você não está entendendo? - Damon abraçou a cintura da namorada e colocou o queixo no seu ombro – O Stefan está com ciúmes da Caroline.

- Eu não estou com ciúmes – revirei os olhos – Vocês estão imaginando coisas.

Decidi me afastar deles e comecei a andar pelo local, avisei minha amiga juntamente com Tyler, os dois estavam em um banco e riam de alguma coisa,foi impossível não fazer uma careta. Não sei o que está acontecendo comigo, afinal, ela namorou o Klaus durante um bom tempo e nunca me senti assim, o que será que tem de diferente dessa vez?

**

- Sai daqui, Jeremy! - Elena reclamou com o irmão caçula – Nós queremos assistir ao filme e você está atrapalhando.

Nosso grupinho estava na casa dos Gilberts para a nossa famosa sessão de filmes de terror do Halloween, começamos com isso desde que ficamos velhos demais para ir pedir doce na rua, faz uns quatro anos.

- Não entendo por que eu não posso assistir junto com vocês – quis saber – Afinal também moro aqui e tenho o direito de ficar na sala tanto quanto você.

- Por que você é um pirralho – foi tudo que disse.

Jeremy é dois anos mais novo que a gente, ele está, atualmente, com 15 anos, e nós com 17.

- Quando vocês tinham a minha idade já faziam as suas sessões de filmes – lembrou, tenho que admitir, era um bom argumento.

- Será que eu posso saber o que está acontecendo aqui? - a senhora Gilbert saiu de dentro da cozinha, estava separado os doces para que nós entregássemos para as criança, já que ela e o marido iam para a festa na casa dos Lockwoods.

Elena e Jeremy começaram a falar ao mesmo tempo, cada um, uma coisa. Duvido que ela esteja entendendo alguma coisa.

- Tudo bem! - os interrompeu – Jeremy, deixa a sua irmã e os amigos assistirem ao filme em paz. Sei que você não quer sair para pedir doces, então vai lá para cima, tenho certeza de que vai arranjar algo interessante para fazer.

- Certo! - concordou e foi caminhando em direção as escadas.

A mãe de Elena também voltou para o outro comodo, então ela colocou o DVD no aparelho para podermos começar a ver o filme. Eu estava encostado no sofá, Caroline deitou a cabeça no meu colo e eu fiquei passando a mão pelos seus cabelos.

- Pois é, Bonnie, pelo jeito nós dias vamos ficar de vela aqui hoje – April comentou – Temos três casais e só nós duas solteiras.

Foi quando eu prestei atenção no local. Ela estava se referindo a Rebekah e o namorado Matt, Elena e o meu irmão e a mim e Caroline, tenho que admitir, olhando dessa maneira nós parecíamos mesmo um casal.

- Ora, April, deixa de ser boba – me defendi – Você sabe muito bem que eu e a Car não somos um casal, somos apenas amigos.

- É verdade! - minha amiga também disse.

- Pois não é o que parece – continuou – Vocês estão sempre juntos, não me surpreenderia se vocês começassem a namorar antes da formatura.

- Você está totalmente errada – dessa vez alterei um pouco o meu tom de voz – Será que um garoto e uma garota não podem ser melhores amigos sem que todo mundo fique desconfiando.

- Desculpa! - levantou as duas mãos em defesa – Só estava dizendo a minha opinião.

- Pois não deveria ter dito nada – Caroline completou antes de voltar a deitar no meu colo, dava para ver que estava tão irritada quanto eu.

- Será que vocês podem parar de discutir sobre a vida amorosa do Stefan e da Car – minha cunhada pediu – Eu gostaria de assistir ao filme, mas só vai ser possível se você ficarem quietos.

Ninguém deu mais nenhuma palavra e ficamos apenas concentrados no filme que começava a passar na tela da televisão.

**

- Prontinho, senhorita Forbes, está entregue – disse assim que paramos em frente a casa dela, eu vim deixá-la aqui depois que o filme acabou.

- Você não precisava ter vindo aqui, Stef – cruzou os braços e ficou encarando os próprios pés enquanto falava – Você estava bem do lado de casa e teve que desviar totalmente do caminho para me trazer.

- Precisava sim – garantiu – Hoje é Halloween, Car, sempre tem vários engraçados andando pela rua querendo pregar peça nas pessoas, não ia te deixar voltar para casa sozinha a essa hora da noite.

- Obrigada! - deu um beijo na minha bochecha – A luz da sala esta acesa, o que significa que minha mãe já voltou do trabalho está me esperando, então é melhor eu entrar.

- Não liga para o que a April falou mais cedo, tudo bem – disse, fazendo com que minha amiga se virasse para mim, mas uma vez – Ela ainda não se conformou por eu não ter ficado com ela quando estávamos no primeiro ano e agora faz de tudo para me provocar.

- Eu não fico irritada, Stef, nós dois somos amigos e se alguém dúvida disso é problema da pessoal – respondeu – Mas você acha que seria tão ruim assim namorar comigo?

Aquela pergunta me pegou totalmente de surpresa, nunca pensei que Caroline pudesse pensar nessa possibilidade, principalmente porque nunca tínhamos falado sobre isso.

- Não é que seria tão ruim assim – tentei me explicar – Talvez um pouco estranho, quero dizer, nós somos amigos e...

- É assim que grandes casais começam – me interrompeu – Como melhores amigos.

- Car, você está falando sério? - a olhei, confuso.

- Confesso que o comentário da April me fez pensar a respeito – explicou – Afinal, nenhum de nós dois está namorando atualmente.

Desde o incidente com a Elena, há dois anos, eu comecei a namorar uma garota chamada Emma, que tem família aqui em Mystic Falls e veio passar as férias aqui, infelizmente o relacionamento de verão não resistiu a distância e só ficamos juntos por quatro meses. Depois disso tive algumas ficantes, da mesma maneira que Caroline, ela não teve nenhum relacionamento sério desde que terminou com o Klaus.

- Isso pode acabar com a nossa amizade, Car – lembrei – E se não der certo?

- Eu não estou falando nada de namoro – explicou – Podemos ficar, só para ver como é. Assim ninguém pode ver que nós dois nunca tentamos.

Passei a mão pelo seu braço e puxei para mais perto de mim. Nossos rostos estavam tão próximos que podia sentir sua respiração quente e peada sob o meu lábio superior.

- Você tem certeza disso? - desci perguntar uma última vez, Caroline simplesmente afirmou com a cabeça.

Eu a beijei e a sensação dos seus lábios nos meus eram incríveis, eles eram macios, quase como seda. Pedi espaço com a minha língua, explorando cada canto da sua boca e ela soltou um pequeno gemido, isso foi o suficiente para eu continua, coloquei a mão por debaixo do seu cabelo e fiquei fazendo carinho na sua nuca.

O barulho da porta fez cm que nos separássemos. A senhora Forbes estava parada na frente da porta de casa parecendo ligeiramente chocada.

- Ouvi barulho aqui fora, mas como você entrou vim aqui ver o que estava acontecendo – explicou – Está um pouco tarde, é melhor você entrar, não acha?

- Sim! - concordou antes de se virar para mim – Stef, depois nós nos falamos.

Assim que ela entrou em casa eu segui o caminho de volta para a minha. Caroline é minha melhor amiga há anos, mas tenho que admitir que gostei de beijá-la e o pior é que não sei o que vai acontecer agora depois disso.

**

Apesar de ter ido dormir tarde na noite anterior, acordei antes das dez da manhã. Cheguei a cozinha meus pais e meu irmão já estavam lá tomando café.

- Mãe, essa já é a quinta panqueca que você coloca no meu prato – Damon reclamou – Desse jeito eu vou ficar gordo.

- Quero garantir que você está bem alimentado enquanto está aqui – falou – Duvido que você esteja se alimentando direito na faculdade.

Meu irmão está no segundo ano na universidade e veio para Mystic Falls especialmente para a “festa de Halloween” da Elena. É claro que ela adorou mais que mais ficou feliz foi minha mãe, por ela os dois filhos não saiam de casa.

- Nós temos um bom restaurante no campus mãe! - garantiu – Acredite, eu almoço lá todos os dias e não pulo refeições mesmo quando tenho que estudar.

- Bom dia, família! - interrompi a conversa e sentei ao lado de Damon.

- Você também vai comer, pelo menos umas três panquecas – ela já colocou a primeira no meu prato – Ainda falta um para você ir para a faculdade e quero te deixa bem alimentado até lá.

Revirei os olhos. Lembro do drama quando o meu irmão foi embora de casa, imagino que vai ser o mesmo comigo no ano que vem.

- O café da manhã estava delicioso! - ele disse, se levantando – Mas combinei de encontrar a Elena antes de ir embora hoje a tarde, então, estou indo.

No momento em que ele saiu, comecei a comer a panqueca no meu prato. Minha mãe estava colocando a segunda para mim quando meu celular começou a vibrar dentro do bolso, peguei o aparelho e vi que era uma mensagem de Caroline.

Stefan,

Nós dois precisamos conversar. Me encontra no parque dentro de meia hora?

Caroline.

Sabia muito bem sobre o que ela queria conversa, sobre o nosso beijo de ontem a noite. Apear de estar um pouco apreensivo também me enchi de expectativas. Apertei o botão para poder respondê-la.

Claro, Car

Eu te encontro no local de sempre.

Stefan.

- O que você está olhando o telefone tão entretido? - minha mãe perguntou, me tirando totalmente dos meus devaneios.

- A Car me pediu para encontrá-la – expliquei – Alias, acho melhor eu ir logo.

- Espera, Stefan – me chamou – Você não vai terminar o seu café? Comeu tão pouquinho.

- Estou bem, mãe! - garanti.

Cheguei ao meu quarto e coloquei a primeira roupa que eu encontrei dentro do armário e não demorou muito para sair de casa. Cheguei ao parque antes da hora combinada e Caroline ainda não estava lá, então o jeito era esperar.

- Stefan! - quando me virei, lá estava ela, não pude deixar de dar um sorriso e fui retribuído no mesmo instante.

- Oi, Car! - ela se sentou ao meu lado – E então, o que você queria falar comigo de tão importante?

- Você sabe que eu não gosto de enrolação, então vou direto ao ponto – avisou – Não consegui dormi direito ontem a noite pensando no nosso beijo.

Queria dizer alguma coisa, mas não me veio nada bom na cabeça para falar. Em vez disso, fiquei esperando que ela continuasse.

- Sei que isso é estranho, era para ter sido só um beijo, não era para eu estar sentindo isso, mas queria que você soubesse – disse – Só me prometo que isso não vai estragar a nossa amizade.

Deu para ver nos seus olhos o quanto ela estava preocupada e cabia a mim deixá-la tranquila. Coloquei a minha mão sob a dela.

- Não vai estragar a nossa amizade – garanti – Porque eu estou sentindo a mesma coisa que você.

- Stef... - começou, mas eu coloquei os dedos sob os seus lábios.

- Não fale nada, me deixar continuar – pedi – Caroline Forbes, você quer ser minha namorada?

- Você está falando sério? - me olhou confusa – Mas isso não foi o que...

- Sei que não foi o que combinamos e que isso pode mudar tudo – a interrompi outra vez – Mas eu estou disposto a arriscar se você estiver.

- Não tenho tanta certeza disso – respondeu – A gente começa a namorar agora, pode até dar certo. Mas e depois, quando nós dois estivermos indo para a faculdade?

Certamente a faculdade vai ser algo que nos separará. Eu quero ir para a UCLA e Caroline pretende estudar na Whitmore, as dua ficam há milhares de quilômetros uma da outra.

- Você já terminou com a Emma por causa da distância – lembrou – Poderia acontecer o mesmo conosco.

- Por que não pensamos nisso depois? - sugeri – Nós curtimos esse tempo que ainda temos aqui em Mystic Falls e, quando chegar a hora de irmos para a universidade, pensamos no que fazer.

- Tudo bem – concordou – Eu aceito ser sua namorada, Stefan Salvatore.

Puxei seu rosto e a beijei. Desse vez foi diferente, pois ninguém nos interrompeu, apenas curtindo o momento. Nós nos separamos poucos minutos quando precisamos de ar.

- Lembra quando eu descobri que a Elena estava namorando o Damon e você me disse que logo eu conheceria alguém e não me lembraria mais da Lena? - fez que “sim” com a cabeça – Aconteceu, mas eu demorei três anos para perceber isso.

Ela sorriu e voltamos a nos beijar. Ainda ficamos ali no parque por causa uma hora namorando e fazendo planos, esse relacionamento tem tudo para dar certo e espero, do fundo do meu coração, que me desejo seja realizado.

**

Final de mais uma aula bem cansativa, eu estava com a mão doendo com o tanto de coisa que eu tive de copiar do quadro. Por sorte hoje é sexta-feira e eu vou para o meu dormitório pegar a minha mala e viajar para Mystic Falls.

Assim que cheguei do lado de fora do prédio da universidade peguei o meu celular e liguei para a Caroline. Deu ocupado, ela provavelmente está em alguma aula ou coisa parecida.

Minha namorada é o principal motivo para eu estar indo para a cidade em que passei toda a adolescência. Nós nos vimos pela última vez há pouco mais de dois meses e já estou morrendo de saudades dela, só vamos poder passar dois dias juntos, mas vai valer a pena. Por sorte nosso relacionamento a distância está dando mais do que certo, mas preciso vê-la constantemente.

Decidi pegar um táxi, falaria com ela quando chegasse na casa dos meus pais.

Eu dividia o dormitório com um outro cara que também estudava na UCLA. O local consistia em uma sala comum, uma cozinha pequena e dois quarto, cada um com o seu banheiro.

- Elijah? - chamei meu colega de quarto, a janela estava aberta, sinal de que tinha alguém em casa.

Foi então que Caroline apareceu na porta do meu quarto.

- Oi, meu amor! - me aproximei e dei um selinho nela – O que você está fazendo aqui em Los Angeles?

- O Elijah me deixou entrar – explicou sem, na realidade, responder a minha pergunta – Ele teve que dar uma saída, mas disse que eu podia esperar aqui.

- Não precisa se explicar, Car, sabe que é mais do que bem vinda aqui – garanti – Só fiquei surpresa de ter vindo sem avisar. Acredita que eu estava indo para Mystic Falls hoje mesmo? Mas não se preocupe, vou ligar para a companhia aérea de tentar marcar a passagem para uma outra oportunidade.

- Eu vim aqui para Los Angeles porque precisava conversar com você – disse – Acredite, não faria isso se não fosse extremamente importante.

- Uau, está começando a me assustar – confessei – É melhor você me contar logo o que está acontecendo.

Sentei em uma ponta do sofá e ela foi para a outra, longe o máximo possível de mim. Aquilo já estava estranho o suficiente quando eu reparei que algumas lágrimas estavam se formando abaixo dos olhos de Caroline.

- Tudo bem, Car, agora estou oficialmente preocupado – me aproximei e limpei o seu rosto – Por favor, conversa comigo, seja lá o que for, resolveremos juntos.

- Antes de mais nada quero dizer que isso que aconteceu não foi de proposito – começou.

- Nunca imaginaria que você fez alguma coisa de proposito – dei um beijo no seu rosto – Eu te amo e você pode me dizer qualquer coisa.

- Eu estou grávida! - praticamente gritou a frase bem rápido, quase que eu não entendi.

- Fiquei totalmente paralisado... grávida? Eu só tenho 21 anos, ainda estou na metade da faculdade e ainda nem consegui um estágio fixo, como vou sustentar uma família? Como é que posso ser pai?

- Stef, por favor, fala alguma coisa – pediu me tirando dos meus devaneios. - Agora quem está preocupada sou eu.

- Há quanto tempo você sabe disso? - foi tudo que consegui perguntar.

- Descobri há pouco menos de uma semana – disse – Você é o primeiro para quem eu estou contando, passei todo esse tempo pensando em uma maneira de fazer isso. Então decidi vir aqui.

Ela colocou a mão protetoramente sob a barriga. Queria fazer a mesma coisa “sentir” o nosso bebê pela primeira vez, mas não sei se posso.

- Não sei o que a minha mãe vai dizer quando eu contar a ela – continuou – Ela sempre disse que eu devo focar nos meus estudos e só depois de casada pensar em ter filhos, então imagino que ela não vai ficar feliz. Por isso pensei que podíamos contar juntos, quem sabe você estando comigo não melhora as coisas.

Passei a mão, nervosamente, pelo cabelo. Tinha a solução perfeita para o nosso “problema', mas não sei se Caroline vai concordar.

- E então, você vai comigo? - quis saber – Você mesmo disse que estava com uma passagem para Mystic Falls, marca para semana que vem, aproveitamos e também contamos para os seus pais.

- Claro, mas antes de irmos eu preciso te fazer uma pergunta – disse – Você quer casar comigo?

- Casar com você agora? Antes do bebê nascer? - era impossível saber se a sua expressão era de choque ou de alegria – Não sei se é uma boa ideia, Stefan.

- Você disse que sua mãe sempre disse que você precisava estar formada e casada para ter filhos – lembrei – Não podemos arranjar um diploma para você em uma semana, mas uma garantia de casamento sim. Fazemos uma cerimônia no civil, simples e sem muito alarde, seremos marido e mulher antes de sermos pais.

- Seria uma solução perfeita, mas é impossível – balançou a cabeça negativamente – Eu estou estudando em Whitmore e você aqui em Los Angeles, por acaso vamos morar separados até nos formamos?

- Você pode muito bem transferir o seu curso aqui para a UCLA – sugeri – Claro que não vamos poder ficar morando aqui, não seria justo com o Elijah. Mas eu posso começar a procurar um apartamento para alugar, nada muito grande, mas o suficiente para começarmos a nossa família.

- É uma ideia tentadora, mas não sei se posso – tentou argumentar – Mas eu gosto tanto de estudar em Whitmore, não sei se vou conseguir me adaptar em Los Angeles.

- Tenho certeza de que você consegue – garanti – Tudo que eu sei que eu não quero ficar longe de você e do nosso bebê e tenho certeza de que você também não quer.

- Estou adorando te ouvir falar “nosso bebê” - sorriu boba – É tão bom saber que você gostou da novidade, mesmo não tendo sido planejado.

- Até parece que não iria gostar – coloquei a mão sob sua barriga – Amo você e já amo esse bebê também.

- Nos dois começamos esse namoro do nada, sem saber se ia dar certo ou se isso ia estragar a nossa amizade, acho que podemos arriscar um casamento também – entrelaçou os dedos nos meus – Eu aceito me casar com você, Stefan, segunda-feira mesmo vou na secretária em Whitmore ver a papelada da minha transferência. Vamos fazer isso dar certo como tudo na nossa vida juntos.

- Vamos sim – concordei – E você não vai se arrepender dessa decisão.

***

Na semana seguinte fui com Caroline para Mystic Falls e contamos para os meus pais e a mãe dela que teríamos um bebê e que iríamos nos casar. A princípio acharam que estávamos sendo um pouco precipitados, mas prometeram nos ajudar no quer que fosse.

O semestre estava quase terminando, então não fazia sentido ela fazer a transferência naquele momento, só começaria as aulas na UCLA no outono e isso também nos daria tempo para arrumar as nossas coisas. Um mês e meio depois já estávamos instalados no novo apartamento e em pouco tempo estávamos casando no civil, apenas com a presença da nossa família.

Claire nasceu seis meses depois do nosso casamento, em um belo fim de tarde de quinta-feira. Cinco anos se passaram e nós três não poderíamos estar mais felizes.

- Papai, já estou pronta! - virei na direção da escada e minha filha veio descendo – Como eu estou?

- Linda! - a peguei no colo e dei um beijo na sua bochecha – Ainda não pedi a pizza, vamos pedir juntos?

- Sim! - concordou com a cabeça.

Pedimos uma pizza de peperone, que é a favorita da Claire. Comemos dois pedaços cada um e ainda sobrou para a Caroline quando chegar em casa, tenho certeza de que ela vai estar com fome.

Quando acabamos fiz minha filha ir para o andar de cima escovar dos dentes enquanto eu lavava a louça. Depois começamos a assistir televisão, coloquei em um filme de comédia qualquer e não demorou muito para ela estar dormindo.

Logo eu ouvi barulho de chave na porta e me virei a tempo de ver Caroline entrando na casa. Ela trazia livros grossos que pareciam bem pesados e com o seu barrigão de seis meses de gravidez.

- Oi, meu amor! - disse – Você precisa de ajuda com esses livros?

- Não preciso não, Stef, vou deixá-los ali no escritório, não se preocupe, não vou passar o final de semana estudando, só preciso procurar umas referências que anotei deles para ver se não tem nada errado – aproximou-se do sofá e viu Claire dormindo – Ela estava tentando me esperar?

Afirmei com a cabeça, sempre que Car ia demorar um pouco mais na faculdade nossa filha quer ficar esperando por ela, mas a maior parte das vezes não consegue e cai no sono.

- Quase que ela conseguiu, dormiu deve ter uns cinco minutos – expliquei – Vou colocar ela na cama. Tem pizza na cozinha, se você quiser comer.

- Eu quero sim – respondeu – Aquela comida do restaurante da UCLA ajuda para que eu não morra de fome, mas eu canso de ir até lá todo dia.

- Concordo com você – fiz uma careta antes de levantar – Te encontro lá em cima? - respondeu com um aceno de cabeça antes de se virar em direção ao escritório.

Sorte que eu fiz Claire trocar de roupa antes de ver televisão, pois ela nem ao menos se mexeu quando a coloquei na cama, então eu a cobri e dei um beijo na sua testa antes de sair do quarto. Fui até o banheiro da suíte, fiz a minha higiene pessoal e coloquei meu pijama, quando voltei para o outro cômodo minha esposa tinha acabado de entrar no local.

Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e peguei o roteiro do episódio da série que começaríamos a filmar na segunda-feira. Por sorte a maior parte das cenas era no estúdio e não devia ter muitos problemas com iluminação e coisas do tipo.

- Eu estou tão cansada – Caroline deitou na cama ao meu lado – Tudo que eu quero é dormir por umas doze horas.

- Eu te falei para você trancar o mestrado até o Dan nascer e depois voltar para terminar – lembrei – Mas você não quis.

Ainda me lembro quando Car me disse que estava esperando o nosso segundo filho, fiquei tão feliz quanto quando descobri que teríamos Claire. Há pouco mais de um mês soubesse que o bebê seria um menino e já até escolhemos o nome, Daniel, apelidado carinhosamente de Dan.

- Quero terminar logo com isso, não tinha porque adiar mais, agora falta menos de um mês – deu de ombros – Mas sabe, quando o Dan for um pouco mais velho e puder ir para a creche eu quero começar o meu doutorado.

- Doutorado? Sério, Car? - revirei os olhos – Não quer esperar um tempo maior, tipo alguns anos.

- Quero terminar tudo que tenho direito logo – explicou – Minha professora disse que eu tenho chance de ser chefe de alguma disciplina, mas só se eu tiver um doutorado.

- Bom, você gosta disso, então não tenho nada para dizer – completei – Sabe do que eu estava lembrando hoje? De toda a nossa história, quando éramos amigos, o inicio do nosso namoro, até a gravidez e do nosso casamento.

- Não acredito que você estava lembrando disso – riu.

- Pois é a minha história de amor favorita – segurei a mão dela e a levei até os lábios, dando um rápido beijo no local – Se eu tivesse a chance de voltar no tempo, não faria nada diferente.

- Eu também! - concordou antes de fazer uma careta e levar a mão que, eu não estava segurando, a barriga.

- Está tudo bem, meu amor? - perguntei, preocupado – Quer que eu ligue para a sua médica.

- Não precisa – garantiu – Ele chutou.

- Sério? - ela afirmou e segurou a minha mão me guiando até o local aonde eu pude sentir um chute bem forte contra a palma da minha mãe, não pude deixar de dar um sorriso bobo – Isso é incrível.

Aquela era a primeira vez que eu sentia Dan chutando, tinha quase me esquecido o quanto essa sensação era maravilhosa.

- Vamos mostrar para a Claire quando ela acordar amanhã – comentou – Acha que ela vai gostar de sentir o irmãozinho se mexendo?

A nossa maior preocupação quando Caroline engravidou novamente foi saber a reação da Claire, não queríamos que ela se sentisse excluída com a chegada do bebê e sentisse ciúmes. Por isso a fizemos participar de tudo na preparação para receber o novo irmãozinho, a levamos na consulta em que íamos descobrir o sexo do bebê, a consultamos na compra dos móveis do quarto e nas roupinhas, ela está bem empolgada com a ideia de ser uma irmã mais velha.

- Pode ter certeza – afirmei.

- Stefan, eu estou mesmo com sono – soltou um pequeno bocejo antes de falar – Se importa se eu for dormir? Amanhã teremos o dia inteiro para ficarmos juntos e curtir o Dan chutando.

- Claro que não me importo – dei um rápido beijo de boa noite nos seus lábios – Eu também vou dormir.

Caroline se deitou, fechou os olhos e não demorou muito para estar respirando lentamente sinal de que estava dormindo. Eu me virei de lado e logo tinha caído na inconsciência também.

Fim


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Notas finais do capítulo

Bom gente, não vou dizer muita coisa a mais aqui, vou deixar que vocês comentem e deem as suas opiniões.
Só lembrando que eu ainda pretendo escrever uma nova one, dessa vez Dalena, chamada "Chasing a Dream".
Ah, quem quiser recomendar, eu não vou achar ruim kkkkkkk