Estava no quarto meia a dormir, meia desperta, a noite tinha sido difícil pois Noah havido chorado grande parte da noite com dores por causa dos dentes que começavam a nascer. Pois é, já se passaram quase seis meses desde que Noah voltou para casa e a cada dia que passa está cada vez maior. Fui acordada dos meus devaneios com um beijo no pescoço e uma abraço de Damon.

– Hum bom dia. – sussurrei ainda de olhos fechados.

– Hey, o Noah já está a dormir. – informou-me, visto que minutos antes Damon tivera que se levantar para ir dar o biberão a Noah.

– Óptimo, estas noites estão a ser impossíveis. – admiti aconchegando-me no seu peito.

– Isto daqui a nada já passa, vais ver. – sorriu fazendo-me festas no ombro destapado.

– Eu sei, mas já sinto falta de uma boa noite de sono agarradinha a ti. – disse sorrindo com o queixo apoiado no seu peito.

– Podemos aproveitar agora. – disse com um sorriso maroto no rosto e inclinando-se sobre mim.

– Mmm, óptima ideia. – sorri deixando-me levar pelos seus beijos suaves mas ao mesmo tempo deliciosos, que logo se tornaram mais urgentes . Damon percorreu a lateral do meu corpo com a sua mão sem deixar de me beijar quer o lábios quer o pescoço, há já algum tempo que não tínhamos um momento só nosso, muito por causa do trabalho e do nosso filho. Digamos que a rotina já estava a ficar instalada na nossa relação e isso era algo que eu queria combater, só que ainda não tinha oportunidade. As nossas respirações começavam a ficar cada vez mais pesadas e ofegantes e o desejo de sentir o calor dos nossos corpos juntos aumentava a cada carícia. Passei vagarosamente a mão pelo seu peito até chegar à barra da camisola que fiz questão de levantar tendo a sua ajuda para a retirar, Damon fez o mesmo com o meu top, assim como com o resto das roupas, podendo assim sentir a sua pele contra a minha em cada toque. Ficamos tão absorvidos pelo momento que nada podia nos interromper agora, logo estávamos ambos aconchegados e a tentar controlar a nossa respiração após um longo momento de entrega e amor.

– Tenho de ir tomar um duche apesar de odiar ter que te deixar pelo trabalho. – afirmou fazendo um beicinho super adorável após eu voltar do meu duche.

– Oh, agora que estávamos tão bem aqui.

– Tem que ser, love. Venho já. – disse caminhando até ao quarto de banho. Fiquei pelo quarto e aproveitei para secar o meu cabelo e escolher a roupa. Optei por umas calças bege, uma blusa branca, logo comecei a fazer uma maquilhagem leve apenas eyeliner preto e rímel.

– Tu queres mesmo que fique em casa. – ouvi Damon dizer ao entrar no quarto.

– Porque dizes isso? – perguntei inocentemente, na verdade é que a roupa podia ser simples mas as calças faziam sobressair o que de melhor tinha após alguns meses de exercício.

– Essa escolha foi propositada. – acusou caminhando até mim apenas com a toalha na cintura e o cabelo ainda molhado.

– Talvez. – sorri provocadora.

– Amo-te. – disse antes de me beijar no canto da boca e roçar o seu nariz no meu a olhar para os meus lábios, eu apenas sorria ao ver o esforço que ele fazia para não me beijar novamente iniciando outra vez o jogo que há pouco tempo tínhamos feito na cama.

– Eu vou ver o Noah e depois vou comprar café da manhã. Até já. – disse antes de o beijar levemente e sair do quarto com um sorriso malandro ouvindo apenas um suspiro pesado de Damon que mordia o lábio ao ver-me sair da divisão.

Abri a porta do quarto de Noah e espreitei o berço onde este dormia profundamente, acariciei os seus pequenos caracóis no fundo do pescoço e tapei-o melhor. Depois peguei na carteira pendurada no cabide de entrada e nas chaves de casa para ir buscar o café. Quando voltei a casa, já o meu marido se encontrava na sala a ajeitar a camisa e a vestir o blazer, pousei a carteira no sofá e entreguei um copo de café a Damon e uma saqueta onde tinha o seu doce preferido.

– Obrigada. – sorriu. – Agora tenho de ir antes que me atrase mais. – disse beijando-me os lábios e abanando a cabeça após olhar-me de novo de cima a baixo antes de fechar a porta. Fiquei sozinha mais uma vez e tomei o meu pequeno-almoço aproveitando para ler o jornal que tinha na caixa de correio assim como as restantes cartas, ou melhor dizendo as contas a pagar.

Eram onze horas da manhã quando a nanna de Noah chegou, ou melhor dizendo a sua ama que tomava conta dele quando ninguém podia ficar com ele, ela era nada mais nada menos do que Rosie a antiga ama de Damon.

– Bom dia menina Rachel. – cumprimentou com o seu sorriso bem disposto na cara.

– Olá Rosie. – disse dando-lhe dois beijinhos.

– Não vai trabalhar hoje?

– Tenho folga, mas vou estar ocupada a preparar um jantar romântico. – admiti com um sorriso largo na cara.

– Faz muito bem. Se precisar eu fico com o Noah durante a noite, assim podem namorar mais um bocadinho. – disse piscando-me o olho.

– Obrigada Rosie, sem si não sei o que fazia de mim. – disse abraçando-a.

– Já sabe que eu gosto de ver o meu menino feliz. – disse referindo-se a Damon. – Sei que é complicado gerir o papel de mulher quando se tem um bebé pequeno e um trabalho atarefado, o meu Thomas, que Deus o tenha, e eu também passamos por isso. – disse confidente.

– A Rosie é um anjo. Agora tenho de ir, até mais logo. – disse saindo de casa uma outra vez.

*

O relógio marcava as oito da noite e eu ainda estava em casa a vestir a roupa mais apropriada para o meu encontro com Damon. Horas atrás deixara um bilhete no seu consultório onde apenas tinha a indicação do lugar onde nos devíamos encontrar. Escolhi um vestido vermelho justo ao corpo que Damon me oferecera no meu aniversário, ainda estava eu grávida de Noah e só agora estava em perfeitas condições para o vestir, calcei uns sapatos abertos pretos e caminhei até ao espelho onde à maquilhagem que já tinha apenas adicionei o batom vermelho para um toque mais sexy.

– A menina está muito bonita. – elogiou-me Rosie que segurava Noah no seu colo, enquanto este brincava com a borrachinha para aliviar as gengivas.

– Obrigada Rosie pelo elogio e por ficar com o Noah. – agradeci.

– Ora essa, vá embora e divirta-se ainda é muito jovem para ter rotina. – brincou.

– Ok, qualquer coisa ligue-me. – avisei. – Adeus filhote. – disse dando-lhe um beijinho na testa fazendo-o sorrir ainda sem dentinhos, visão mais amorosa do mundo.

Sai de casa e fui de táxi até ao ponto de encontro com Damon, este era um restaurante num hotel que tinha uma belíssima visão sobre Londres na varanda e por isso mesmo ideal para um jantar romântico à luz das velas. Subi de elevador até ao rooftop onde o restaurante estava inserido, logo fui abordada pelo recepcionista ao qual indiquei o meu nome.

– O seu marido já cá está. – informou dizendo ainda o local da minha mesa.

Caminhei por entre as mesas chamando a atenção de alguns olhares para mim, mas eu apenas tinha uma pessoa no meu horizonte ele, que se encontrava de costas para mim debruçado na varanda.

– Sabia que te encontraria por aqui. – disse sorrindo fazendo-o voltar-se para mim com um sorriso ligeiro nos lábios.

– Estás fantástica. – elogiou enquanto me dava um leve beijo perto da orelha.

– Obrigada, vamos para a nossa mesa? – perguntei recebendo um aceno de cabeça como resposta. Juntei a minha mão com a sua sentindo o típico formigueiro dos apaixonados e caminhamos até à mesa do canto onde cada um se sentou na respectiva cadeira. Segundos depois o empregado trouxe-nos o vinho tinto para acompanhar o nossa pedido, que viria um pouco mais tarde.

– Tens a noção que tens todos os homens a olhar para ti neste restaurante? – disse após observar a sala enquanto esperavamos a sobremesa.

– Mas apenas um deles me pertence. – afirmei tocando-lhe na mão.

– Bom saber isso. – sussurrou olhando-me com puro desejo no olhar e um sorriso no rosto malandro. – Que tal pedirmos a conta?

– Óptima ideia. – sorri.

Logo Damon chamou o empregado cancelando a sobremesa e pagou o jantar, caminhamos de mão dada até ao elevador com um sorriso cúmplice no rosto, primi o botão do décimo andar onde reservara um quarto para esta nossa noite romântica, Damon ficou confuso no início mas logo percebeu o que aquilo significava. Saímos do elevador assim que ele abriu as portas no nosso piso e caminhamos num passo mais apressado até ao quarto 1013, passei o cartão e abri a porta sentindo logo os braços de Damon rodearem-me a cintura assim como os seus lábios beijarem-me o pescoço.

– Nem sabes como te amo por teres feito isto tudo só para nós. – afirmou caminhando abraçado a mim.

– Achei que estávamos a precisar de uma escapadinha. – disse virando-me de frente para o meu marido.

– Acho que vamos ter de repetir isto mais vezes. – dizia enquanto passava a sua mão nas minhas costas até ao fecho do vestido, que abriu lentamente até este deslizar pelo meu corpo e cair no chão. Assim iniciou mais uma vez o jogo em que duas pessoas se transformam em apenas uma, trocando juras de amor eterno e demonstrando todo o sentimento que guardam dentro de si. Agora sim, sentia-me completa, realizada e completamente feliz ao lado do homem que mais amava no mundo. Agora sim podia dizer que a minha vida voltava aos eixos e que tudo pelo que passei apenas foi um percalço para a felicidade total. Podia ter tudo no mundo, mas este momento já me preenchia totalmente que não precisava de mais nada. Só eu e Damon, assim como o meu filho.