Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 59
Coffee shop


Notas iniciais do capítulo

Florzinhas e cravinhos!
Amorecos do meu coração. Eu não esqueci de vocês! Não mesmo. Apenas o tempo que deixou de ser meu amigo... :/
Arrumei um emprego e estou estudando a noite. Estou meio que exausta pessoal. Mas não desanimei. Não desanimem! Capítulo novo está aqui! o/

Outra notícia boa é que daqui a pouco eu entro de férias na facul e ai vai ficar mais fácil escrever e postar a reta final da nossa aventura ok?

#HappyCastleMonday galerinha e boa leitura para vocês. ;)



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Passei praticamente a noite toda em claro. A atitude do Rick me fez revirar na cama e perambular pela casa como um zumbi. Acabei adormecendo no sofá enquanto assistia a um filme bobo de comédia. Eram quase 10 horas da manhã quando acordo assustada com meu celular vibrando na mesinha de centro.

– Oi?! – Atendo de sobressalto.

– Katie? Estamos chegando. Vista o casaco e desça até a garagem para nos ajudar com as caixas...

– Pai? – Perguntei sonolenta.

– Sim querida! Tá tudo bem?

– Oi? Não... Quer dizer, sim... Eu... Eu vou... Tô descendo.

– Ok. – Ouvi o bipe de finalização da chamada. Desligo a TV ainda ligada e corro como uma louca para o quarto. Procuro minha boina e ponho meu casaco. Ainda de pantufa chego até a porta e percebo tal situação. Volto correndo e pego a primeira bota disponível. Chego à garagem e vejo meus pais já abrindo o porta-malas.

– Chegaram! – Falei e bufei recuperando parte do ar perdido durante a correria.

– Você ficou bem aqui sozinha meu amor? – Mamãe me abraça sutilmente.

– Tudo bem sim.

– Ei querida! Ajude-me aqui com essa sacola... – Papai pediu enquanto carregava uma caixa de tamanho razoavelmente grande.

Depois de tudo organizado, eu e meus pais começamos a arrumar os últimos detalhes da decoração de natal. Papai se divertia com a câmera que comprara 3 dias atrás e tirava fotos minha e da mamãe, e nos arrancava gargalhadas.

Logo depois do almoço papai sugeriu sairmos para passear e passar um tempo juntos, já que janeiro já se aproximava e eu teria que voltar mais cedo para Stanford para me inscrever no projeto de caráter importante para a minha área de direito. A neve havia dado um pequeno descanso, mas o frio ainda era considerável. Para ficarmos mais protegidos e nos divertir, resolvemos ir ao ringue de patinação no gelo. Ah! Era um lugar realmente incrível. Não que eu fosse uma excelente patinadora, mas julgava-me capaz de fazer certas acrobacias. Agora era mamãe quem julgava interessante registrar o momento. Aqueles dois estavam super animados com o “novo investimento”.

Lanie me mandou uma mensagem assim que estávamos saindo do ringue para que eu encontrasse com ela numa cafeteria próxima. Pedi para papai me deixar lá. Lanie me esperava logo depois da porta de entrada.

– Ei girl!

– Lanie! – Demos um abraço. – Tenho que te contar algo.

– O que Rick fez dessa vez? – Ela perguntou sem esperanças. Sentamos em uma mesa e pedimos cappuccinos e cupcake. Eu expliquei todo o ocorrido e antes mesmo que ela pudesse perguntar ou demonstrar alguma indignação sobre as atitudes que eu tomei ou deixei de tomar, Lanie encarou a porta de entrada do café.

– O quê? – Perguntei enquanto me virava em direção à porta.

– Isso parece até pegadinha... – Lanie sorriu e apontou com o olhar a entrada do local.

– Rick? – Sussurrei indignada. – Com tantas cafeterias em Manhattan... Qual o problema dele?

– Qual o problema de vocês, né garota?

– Não vejo problema nenhum. Eu apenas ainda não decidi o que vou fazer sobre...

– Menina eu vou te bater!

– Oi? Por quê?

– É sério Kate? – Ela me encarou com um ar debochado. – Está escrito na sua testa a resposta disso tudo. É só você se olhar no espelho! Mas eu acho que devido à ocasião é melhor você olhar para trás.

– Lanie, eu...

– Kate? – Droga! Era a voz do Rick logo atrás de mim. Respirei fundo e virei-me para encará-lo.

– Oi Rick.

– Oi Lanie.

– Oi Rick! – Lanie respondeu.

– Rick, olha, eu já estou terminando e...

– Oh, não e não Kate, eu ainda vou pedir mais uma coisa. – Lanie sempre me obrigando a fazer o que eu não quero. A fuzilei com o olhar, mas ela nunca se incomoda mesmo.

– Então será que eu posso sentar aqui com vocês? Eu estou esperando um amigo. Será por pouco tempo, eu garanto.

– Eu acho melhor... – Tentei em vão negar.

– Ótima ideia Rick! Senta ai... Eu vou ali ao banheiro e já volto ok? – Lanie novamente... Eu juro que irei matar ela assim que sairmos daqui! – Se comportem. – “Idiota!” pensei. Um silêncio estranho pairou no ambiente até Rick puxar assunto.

– Latte duplo de baunilha, acertei?

– Sim... Rick...

– Olha, se não quiser minha presença aqui é só dizer. Se quiser que eu vá embora eu vou. Eu só acho que adiar isso não vai ajudar muito e eu queria muito saber se você já pensou sobre e qual foi a sua decisão.

– Eu ainda estou pensando Rick e não, não precisa ir embora por minha causa ok?

– Tudo bem.

– Quem você está esperando?

– Damian. Faz tempo que não o vejo.

– Ei, se comportaram? – Lanie perguntou já se sentando à mesa. O celular do Rick começa a tocar.

– Desculpa. – Ele sinaliza e atende a ligação. O observo enquanto Lanie me cutuca por debaixo da mesa. Pelo olhar nós desenvolvíamos milhares de discussões entre elas minha ameaça contra a vida dela. Nem sequer percebemos Rick finalizar a chamada.

– Acho que vou pedir um brownie... – Lanie anunciou e eu a encarei a repreendendo.

– E eu acho que vou pedir um café e vou indo. Damian teve um imprevisto. – Rick avisou.

– Bom, brownie pra viagem... – Lanie completou.

– Bom, então eu vou pagando minha conta. – Falei para Lanie. – Vou com você...

– Ops! Eu vou precisar ir pro lado oposto da cidade Kate, minha mãe conseguiu ingressos VIP’s pro réveillon na Times Square. Preciso ir lá.

– Mas Lanie, você poderia muito bem me deixar próxima de casa.

– Mas vai ficar ruim por causa do trânsito. Puxa vida! – Ela fez cara de levada, isso não é bom. – Rick, você veio de carro?

– Oi? – Rick se desnorteou. – Carro? Sim. Vim. Eu... Eu posso te levar Kate. – Agradeci timidamente. Meu olhar fuzilava a Lanie. Minha real vontade era de puxar ela pra fora daquele café e levá-la para milhas de distância.

– Pronto resolvido, amiga! – Ela passou do meu lado e me abraçou enquanto sussurrava – “Você ainda vai me agradecer por isso tudo.” – E eu respondi no mesmo tom. – “Só se eu não te matar antes”. Lanie se dirigiu ao caixa para pagar a conta e pegar seu “brownie”.

– Eu vou só pegar um café ok? Você quer mais alguma coisa? – Rick perguntou se levantando da mesa.

– Tá tudo bem. Eu vou me dirigindo ao caixa. Eu te espero na saída.

– Kate, espera. Meu café não é pra viagem. Não posso dirigir e beber café ao mesmo tempo. – Ele sorriu minimamente. – Prometo que não demoro muito. – Voltei a me aconchegar na cadeira. Fui vencida. Ao olhar para fora do café pude ver a Lanie acenando debochada. Ai que amiga que eu fui arrumar! Eu sorri com a situação. No fundo, ela realmente fazia pelo meu suposto bem. Rick não demorou muito até voltar com seu café e se sentar de frente para mim. Novamente o silêncio. Como eu me sentia mal com aquele silêncio entre nós. Queria quebrar aquele momento.

– Rick... – Os olhos dele captaram o meu rapidamente. Era um olhar tão esperançoso. Eu não tinha como negar que no fundo, minha decisão já havia sido tomada durante minha noite mal dormida. Ele continua me encarando e eu apenas o encaro enquanto engulo secas as palavras travadas em minha boca.

– Kate, só mais um momento e eu te levo em casa. – Ele disse calmo. Tranquilo.

– Na verdade... – Suspirei. Desviei meu olhar para minhas mãos buscando coragem e voltei a encará-lo. –... Eu acho que... – Meu telefone começa a tocar bem na hora. – Eu... Eu... Saco! – Peguei o meu celular em cima da mesa. Rick apenas esperava como uma criança espera uma surpresa. No telefone era minha mãe, perguntando se eu ia demorar muito porque estava com ameaça de nevasca. Respondi suas perguntas e finalizei a ligação.

– É...

– Era minha mãe. Está com ameaça de nevasca. É melhor irmos.

– Tudo bem. – Ele deu uns últimos goles no café, pagamos a conta e nos dirigimos até seu carro.

Percurso em silêncio. Caminho frio. Carro em baixa velocidade por causa da pista com gelo. Ainda faltando várias quadras para chegar ao meu apartamento, quando Rick começou a falar algo.

– Vai passar o Natal em casa mesmo?

– Vou. E você?

– Também. – Era meio claro que não era bem isso que ele realmente queria estar conversando. – Kate... O que você ia me dizer na cafeteria antes da sua mãe te ligar? – Céus, eu não estava mais preparada para falar.

– Não era nada de mais. – Vacilei.

– Tem certeza? – Ele olhou para mim. Engoli seco.

– Sim... – Mais alguns minutos de silêncio e Rick mais uma vez se pronunciou.

– Eu comprei algo para você... Natal.

– Rick, eu...

– Não é nada demais. Comprei antecipado. Vi na vitrine de uma loja há uns 3 meses atrás. Fez-me lembrar de você. – Eu agora estava sem palavras. Algo dentro de mim gritava para eu acabasse logo com aquela tortura na qual eu me submetia por querer beijá-lo e não ter coragem. Por querer perdoá-lo mas sentir medo de se arrepender. De sentir medo de se arrepender por não tomar a iniciativa, de ter medo de se arrepender por tomar a iniciativa. Coragem Kate! Coragem! – Se você não se importar, estamos à 2 esquinas do meu apartamento. A gente para lá e eu subo para pegar.

– Ri-Rick... Acho me-melhor não. – Eu não era mais eu. Deus! Eu precisava me mover.

– Vai ser rápido, prometo. E você vai gostar... Tenho certeza. – Ele e aquele maldito lindo sorriso.

– Ok. – Não demorou muito para estarmos estacionados na garagem do prédio do Rick.

– Vêm! Vamos subir...

– Você não disse que seria rápido?

– Oi? – Céus! O que deu em mim? Eu parecia uma pré-adolescente de doze anos de idade. Eu estava com medo de quê?

– Vamos... Vamos... – Nossas mãos se esbarraram ao irem à mesma direção para pressionar o botão do andar dentro do elevador. Senti uma energia percorrer todo meu corpo. Céus, eu não devia estar aqui... Abrindo a porta do apartamento, Rick abriu espaço para que eu passasse. Como quem não esbanja a menor preocupação, Rick se dirigiu até a porta do seu quarto e chamou meu nome para acompanha-lo. Fiquei com receio de prosseguir e ele percebeu.

– Vem, eu prometo que não vou te morder... – Ele então capturou minha mão e delicadamente adentrou comigo no quarto dele...

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

E ai galerinha? O que será que vai acontecer?
Palpites?

Comentem florzinhas e cravinhos. Isso é muito importante para mim. :)

Ah... Promessa: O próximo capítulo já está pronto ok? Vamos comentar e logo logo eu posto mais um ok?

Beijinhos no coração.



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