4 DIAS APÓS O RETORNO A NOVA YORK.

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Uma mão deslizava no meu rosto delicadamente. Um pouco da luz do Sol invadia a parte da minha retina que minhas pálpebras não conseguiam fechar. Eu me espreguicei enquanto relutava em abrir os olhos.

– Mãe, hoje é sábado... Só mais cinco minutinhos...

– Não sou sua mãe, mas se quer mais cinco minutinhos tudo bem... – Virei-me repentinamente com o susto.

– RICK?!

– Bom dia meu amor! – Sentei-me de prontidão tentando entender a situação.

– Rick? – Olhei ao redor... Eu estava no meu quarto, na minha cama. Rick no meu quarto? Na minha cama? Meus pais! Meu Deus! – Rick! Co... Como... O que você tá fazendo?... Meus pais vão te....

– Psiu! – Ele pôs o indicador em meus lábios para silenciar-me. – Eu só vim te acordar. Seus pais estão na sala. Pedi “autorização” – Ele fez aspas no ar num tom debochado, porém engraçado. – para vir ao quarto da donzela. Mas eu não imaginei que você fosse ficar com essa cara de susto. – Ele arqueou a sobrancelha me encarando. Respirei fundo e revirei os olhos. Passei a mão no rosto e cabelo.

– Desculpa Rick! É que eu pensei estar enrascada e... Eu estou no meu quarto e... Ai! Enfim! Esse tipo de surpresa me assusta!

– Desculpa... Então eu vou te esperar na sala...

– Não, calma! Espera! – Exclamei o puxando pelo braço. Ele retornou o olhar para mim carregando um olhar tímido e malicioso. – Eu me assustei, mas eu gostei da surpresa. – Sorri e dei um beijo nele.

– Eu vim te chamar pra um café da manhã especial. – Ele piscou.

– Para onde nós vamos? – Eu o questionava enquanto me livrava dos lençóis.

– Há-há! Nem pensar! ... Mas não me olhe com essa cara... Eu juro que você vai gostar. Mas não vou te contar. – Ele falava já de pé em frente a mim.

– Rick, se você me raptar de novo eu vou...

– Relaxa, lembra que eu falei com seus pais pra poder estar aqui? Confia em mim amor! – Ele deslizava a mão em minha nuca e me puxava para mais um beijo.

– Rick... – Busquei por ar. – Meus pais... – Falei me distanciando dele. – Desce logo... Eu te encontro em 15 minutos, ok?

–10 minutos! – Ele virou as costas sorrindo e saiu.

Tomei banho e me arrumei casualmente, afinal era apenas um café da manhã. No fundo, no fundo, eu quebrava minhas próprias regras com o Rick. Já se tornava difícil para mim me imaginar em uma rotina sem ele por perto. Sem suas surpresas que me tiram do eixo e me jogam direto para seus braços. Ainda me sinto tão ridícula quando me pego suspirando por essas artimanhas dele. Mas deixo escapar um sorriso bobo e logo qualquer tipo de pensamento atordoante se despede.

– Pronta! – Falei ao cruzar a sala correndo e jogando as mechas teimosas do cabelo pra direita. Rick, sorrindo, me encarou de uma forma que eu amava. Sorri de volta enquanto mordi rapidamente meu lábio inferior.

– Juízo meninos! – A voz de mamãe ecoava da cozinha.

– Pode deixar dona Johanna! – Respondi.

– Traga ela de volta para o almoço Rick. – Papai ordenou. Rick fez cara de decepção.

– Ok Senhor Beckett.

– Tchau pai! Tchau mãe! Até mais tarde. – Dei um beijo em cada um, dei a mão pro o Rick e saímos.

Era um dia incrivelmente ensolarado, um típico verão em Nova York. Muito calor. Rick estacionou nas proximidades do Central Park.

– Central Park? No alto verão?

– Mas nós não vamos para lá.

– Sarabeth’s? – Ele fez uma cara de vencido.

– Tá, tudo bem. Eu fui um pouco previsível...

– Tudo bem. – Sorri abertamente. – Só de pensar naquelas panquecas... – Suspirei. Ele sorria.

Foi um ótimo café da manhã. Rick estava tão sorridente. O clima do verão parecia ajudar.

– Preparada pra mais tarde?

– Sim! Pelo menos dessa vez não vamos precisar esconder nada.

– Ainda estou me questionando como minha mãe conseguiu convencer meu pai disso...

– Se você puxou a ela... Eu posso imaginar como...

– Rick! – Reclamei. – Respeito né?

– Desculpa... Mas mudando de assunto...– Ele perguntou enquanto abria a porta do carro. – ...tem certeza que não quer mesmo participar do baile?

– Rick, nada ali me interessa. Você me interessa! Prefiro fugir pra Hamptons com você. – Pisquei maliciosa e em seguida entrei no veículo.

– Ok! Eu passo na sua casa às 14 horas. Lanie e Espo vão encontrar com a gente na manhã de domingo.

– Mas a gente volta na segunda não é?

– Claro meu amor. Você viaja na quarta. Eu sei disso.

Eu sorri para ele. Voltar para Hamptons é reviver toda aquela sensação de ser amada por inteiro. Contei os minutos do resto da manhã e do inicio da tarde. As 13h30min Rick mandava um torpedo dizendo que estava chegando.

O caminho para Hamptons já era conhecido. Mamãe deixou como sempre mil recomendações não só para mim, mas também para o Rick.

Definitivamente todo local mudara de cor quando comparada quando eu estive aqui no inverno.

– Vai querer começar por onde? – Rick perguntou.

– Certo barulho de ondas está me convidando.

– Beleza! Vamos pôr as malas no quarto, trocar de roupas e iremos. – Ele me roubou um selinho e se dirigiu ao porta-malas.

Não demoramos muito. De biquíni, saída de praia, eu esperei impaciente na sala.

– Rick! Vamos logo!

– Estou indo...

– O que você tá fazendo ai em cima?

– Nada... – Ele veio descendo as escadas. – Eu estava só... Uau! – Ele me olhou de cima a baixo. – Sexy!

– Hun... Vamos? – Sorri maliciosa.

– Tem certeza que quer ir? – Ele sugeriu flertando.

– Rick! – Ele apertava minha cintura e sussurrava em minha nuca. – Vamos ter bastante tempo ainda... Mas o Sol não vai durar o tempo todo. – Ele beijou suavemente meus lábios. – Vamos? Por favor! – Eu pedi manhosa. Ele me encarou por um momento e cedeu.

– Ok, ok... Vamos.

A praia estava perfeita, maré não muito alta. Deixamos as coisas na nossa barraca. Passamos protetor e começamos a caminhar em direção a água.

– Corrida até a água! – Ele gritou me puxando pra correr. Eu gargalhei e o acompanhei.

– Essa não valeu. Você tem que avisar antes... – Reivindiquei ao chegar à água depois dele.

– Ah não?... Essa valeu. Quer ver? – Ele me puxou num beijo intenso.

– Rick... – Busquei por ar. – A gente acabou de chegar.

– E quem mandou você pôr esse biquíni sexy?

– Não seja bobo! Vamos, quero beber alguma coisa.

–Mulher difícil... – Ele resmungou baixinho.

– Como? – Perguntei arqueando a sobrancelha.

– Nada demais... Vai querer beber o quê?

Ficamos um tempo admirando a paisagem. Bebendo chás gelados, água de coco. Tentei me bronzear um pouco, mas sentia que o olhar do Rick me queimava mais que o próprio Sol. Ele não iria sossegar até conseguir o que queria.

– Ok! Já deu. Vamos? – Falei ficando sentada sobre a canga que estava exposta no chão onde eu estava deitada.

– Ué? Assim? De repente?

– Você não sossega! Então vamos... Amanhã a gente vem de manhã com o pessoal ok?

– Eu te amo sabia?

– Eu também te amo. – Sorri e lhe dei um beijo curto. – Agora vamos arrumar tudo e voltar.

Ele sorriu. Sorriso largo. Em menos de 5 minutos estávamos em casa.

–Rick, eu vou subir, vou tomar um banho rápido e já volto tá?

– Espera!

– O que foi?

– Toma banho aqui em baixo.

– Por quê?

– Tem algo lá em cima que eu não quero que você veja agora.

– Richard Alexander Rodgers, o que você aprontou?

– Calma ai que não foi nada ruim. Pelo contrário. – Cerrei os olhos em sua direção.

– Então me trás a mala menor de cor preta.

– Tá! Vai indo para o banheiro que eu já desço.

No banheiro eu testava a água e imaginava o que Rick tinha feito para nós dois. Ele bateu na porta eu abri. Ele se decepcionou ao ainda me ver de roupa de banho. Eu sorri, agradeci, fechei a porta e comecei a “produção”. Cerca de 20 minutos depois eu estava pronta.