Terminei de tomar banho e passei pelo corpo meu hidratante de cerejas. Pus meu conjuntinho de renda branca, arrumei o cabelo, coloquei perfume e brilho nos lábios com sabor cerejas. O lápis e delineador dos olhos ainda estavam em mim desde que saímos de Manhattan.

Abri a porta e olhando pela frecha. Chamei-o:

– Rick...

– Espera só mais um pouquinho...

– O que você tá aprontando?

– Só falta isso aqui...

– RICK!

– PRONTO!

Quando saio do banheiro eu mal pude acreditar. Rick fechou as cortinas, ligou a lareira e deixou apenas poucas luzes iluminando o quarto. Um ar todo romântico dominava o ambiente. Ele ao ver meu rosto surpreso vinha até mim caminhando em passos lentos. Bermuda, peito nu, não era preciso muito para achá-lo lindo. Para desejá-lo. Os olhos dele fitaram meus olhos por pouco tempo. Logo se fixaram em um passeio longo pelo meu corpo. Eu mordi meus lábios. Tudo parecia tão perfeito.

– Está tudo incrível Rick. – Sorri um sorriso bobo.

– Você... Você... Tá incr... Incrível! Eu não consigo acreditar. – Ele falava gaguejando enquanto carregava aquele lindo sorriso nos lábios. Eu caminhei para perto dele. Colei meu corpo ao seu. O beijei lentamente.

– Você também não está mal. – Ele se afastou e se inclinou até a cômoda próxima e ligou o som. A música dava seus primeiros acordes e agora ele colava meu corpo ao dele.

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O olhar dele me encarava carregados de amor. Senti sua mão deslizar em meu rosto delicadamente. Seus dedos acariciavam meus lábios e um beijo que se iniciou lento, ficou carregado de desejo, amor. As mãos de Rick passeavam em minha cintura. Minhas mãos deslizavam em sua nuca e meus dedos se entrelaçavam em seu cabelo. Aos poucos o beijo ia se tornando mais apressado, urgente.

Rick me encaminhava sem desgrudar seu corpo do meu até a beira da cama. Senti o calor da lareira, durante o percurso, percorrer meu corpo. Um misto de arrepio e calor me dominava. Rick inclinou o corpo contra o meu me fazendo deitar na cama. Subi meu corpo para o centro do colchão. Rick deslizou, em cima de mim, até alcançar meus lábios. Suas mãos deslizavam pelo meu cabelo acariciando-me.

Logo pude sentir a umidade dos lábios do meu amor chegarem ao meu pescoço e aos poucos descerem para meu colo. Meu ar começava a se tornar mais raro. Minha respiração ofegante. A sensação me arrepiava de uma forma inexplicável. Minhas unhas arranhavam brevemente as costas dele. De repente ele sentou na minha frente. O olhei sem entender, mas ele logo me puxou para sentar também. Carregava um sorriso nos lábios me fazendo sorrir também.

Em um abraço frenético, mãos passeavam por todo o corpo causando sensações incontroláveis. Os lábios de Rick sugavam meu ombro e pescoço. Eu sussurrava seu nome. A sua orelha me atiçava a mordê-la.

Enquanto os lábios voltavam a se encontrar senti o fecho da minha lingerie se abrir. Assim que me senti despida meu corpo se estremeceu. Ao deixar o tremor transparecer Rick me abraçou fortemente e sussurrou no meu ouvido.

– Eu te amo.

Eu sorri. Sorriso profundo. Eu estava aonde eu queria, onde eu deveria estar. Ele era tudo que eu queria. Tudo que eu precisava.

Com beijos em forma de persuasão eu o fiz deitar na cama enquanto meu corpo estava acima do dele. Sentir ele ali abaixo de mim, com olhos vivos me encarando, mãos fixas que pressionavam minha cintura e agora subiam em direção ao meu colo a fim de praticar o mesmo, faziam meus olhos fecharem, meu peito inspirar, na busca insana de sentir cada sensação como se fossem a última vez.

As caricias só aumentavam e as juras de amor sussurradas se tornavam cada vez mais desconexas. Não demorou muito para todas as peças de roupa irem parar no chão. Cada toque, cada respiração, cada sensação se tornavam únicas. Era tudo tão forte e ao mesmo tempo tão sublime. Meu coração batia descompassadamente. Pude sentir o dele da mesma forma enquanto nossos corpos se preparavam para juntos serem um só.

Os olhos dele voltavam a encarar os meus. Deitada sentia o corpo dele a pressionar-me. Fechei os olhos num suspiro profundo ao sentir seu toque aprofundar em mim. Viajei por um tempo incontável naquela sensação. Enquanto seus lábios percorriam toda a extensão da minha nuca, busto e quadril, eu sentia meu coração se contrair de tanto amor a transbordar em mim. Supliquei.

Ele se afastou por um momento, julguei como necessário tentar causar nele parte da sensação que ele me causara. Sem pensar duas vezes num movimento rápido eu estava acima dele novamente.

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Agora minhas mãos buscavam sentir cada pedaço do corpo do Rick. Senti sua pele arrepiar enquanto meu tato passeava em seu corpo trêmulo. Lábios semicerrados e olhos, agora azul escuro, me olhavam carregados de desejo. Como uma dança, no ritmo do nosso coração, do nosso amor, ambos sentíamos que o momento de nos tornamos um só acabara de chegar.

Rick virou para a cabeceira, se preparou para vir até mim com segurança. Senti suas mãos percorrerem minhas coxas a procura do caminho. Seu corpo se juntou ao meu vagarosamente procurando o encaixe perfeito que se aproximava. Ao sentir-me dele soltei um ar intenso, o qual eu prendia sem saber. Senti Rick fazer o mesmo. Paramos por um segundo encarando face a face. Aos poucos iniciamos um bailar que acompanhava a batida dos nossos corações. Dois corpos, dois amantes, que agora juntos formavam um só.

E eu era dele. Ele era meu. Sussurros que se tornaram desconexos, arfares que se tornaram clamores, sorrisos que se transformaram em lágrimas de felicidade. Sentimento que era transbordado em versos descompassados de ambos. Ambos que oferecia um para o outro todo o amor que houvesse. Entregava para o outro, toda sua alma. Braços que se abraçavam fortemente enquanto mãos desnorteadas apertavam, arranhavam, seguravam a pele que agora tinham como sua. Respirações entrecortadas buscavam força para manter a dança até o fim da música. O suor marcava os lençóis a fim de terem uma história de amor para contar. Serem uma história de amor para contar. Dois corpos que em torpor não tinham mais forças e desabaram sobre o outro deixando escapar pelos lábios a explosão do desejo, a conclusão do amor.

Agora Rick se deitava ao meu lado. Ambos lacrimejando por realizar a experiência de encontrar o amor da sua vida e se entregar para ele. O meu peito ardia tanto. Meu coração parecia nunca mais querer voltar a bater como antes. Ofegávamos. Ainda recuperando o ar eu sussurrei:

– Eu te amo Rick... Amo! – Disse enquanto o encarava nos olhos e me aconchegava em seu peito. Senti seu braço me trazer para mais perto. Tornar o abraço mais perfeito.

– Eu te amo Kate. Eu realmente te amo! E isso é o mais forte sentimento que eu já senti. – Colamos nossos lábios singelamente. Era uma demonstração de gratidão.

– Eu não quero esquecer esse dia nunca!

– Eu não quero perder você. Quero ter você pra sempre. – Ele pediu.

– Nós nos pertencemos. Agora eu tenho certeza disso. – Sorrimos um para o outro – Eu e você... Always.

– Always.

Entre troca de carícias e corpos exaustos adormecemos enquanto lá fora a chuva caia sobre nosso telhado. Sobre nosso amor.