11 ANOS DE IDADE

-Cameron não acho que seu pai vai gostar dessa roupa querida.

Mamãe opinou me vendo em um vestido rosa –claro com bolinhas brancas, tomara que caia, balonê e na metade das minhas coxas.

-É o casamento do meu tio, eu tenho que ser elegante.

Defendi-me.

-Filha...

Mamãe tentou argumentar, mas eu a cortei.

-Mãe. É só um vestido.

Falei indo pegar minha bolsa carteira.

Ouvi minha mãe bufar.

Qual era o problema com o meu vestido? Ele é lindo isso sim.

Agora se o senhor Edward Cullen é ciumento o problema é dele.

Estou com 11 anos, com hormônios a flor da pele. Tenho que andar sempre elegante, ninguém sabe quando surgir um gatinho.

Sorri mentalmente com este pensamento.

Ainda bem que meu pai não lê mentes, se não acho que ate em pensar eu iria levar bronca.

-Maddie, vamos.

Mamãe me tirou de meu mundo particular.

-Vamos.

Dei uma ultima olhada no espelho.

Perfeito.

Hoje, milagrosamente, era o casamento do meu tio Emmett.

Ouvi tio Jasper e papai comentar que finalmente a madrinha conseguiu amarrar o tio Mett.

Bem, é o terceiro casamento do qual eu participo.

Primeiro o dos meus pais, depois o do tio Jasper quando eu tinha sete anos e este ano o do tio Emmett.

Estranho eu ter participado do casamento dos meus pais.

O certo seria ver o DVD do casamento deles e não contar em primeira mão de como ele foi.

-Maddie.

Mamãe novamente me chamou, dessa vez impacientemente.

-Vamos.

Sorri

Mamãe me analisou pela milésima vez.

-Não acha que seria melhor tro...

Não a deixei terminar

-Eu não vou trocar mãe.

Falei passando por ela e abrindo a porta do meu quarto.

-Vamos?

A chamei.

Ela suspirou

-Vamos.

Enquanto seguíamos pelo corredor pude ouvir as vozes do meu pai, dos meus avôs paternos e do meu padrinho.

Começamos a descer as escadas.

Papai estava de costas por isso não me viu. Mas o padrinho ergueu as sobrancelhas assim que me viu.

Se ele ficou assim estava ansiosa pela analise do senhor Edward Cullen.

Eu simplesmente ADORAVA ir contra meu pai. Claro que isso me custava alguns gritos e castigos. E quando eu percebia que estava a um passo da pisa eu radicalmente parava. Eu odeio apanhar. Meu pai tem a mão pesada, isso quando não bate de cinto.

-Oh meu amor você esta linda.

Vovó falou. Papai se virou e olhou para a mamãe, os dois sorriram apaixonadamente. FALA SERIO.

Mas assim que pousou os olhos em mim suas feições mudaram. Da água para o vinho.

-Aonde você pensa que vai vestida desse jeito Cameron?

Perguntou se aproximando.

-Ao casamento do meu tio.

Respondi relaxadamente.

-Vestida assim? Nem pensar.

Ele falou negando com a cabeça.

-Não vejo nada de mais neste vestido.

Falei pegando na ponta do vestido.

-Eu vejo. Cameron vá trocá-lo.

-Negativo. Estamos atrasados.

Falei apontando para o relógio.

-Cameron, por favor. Hoje não estou com paciência para seus caprichos.

Papai me encarou.

-Então deixe passar só hoje.

-Cameron. Agora!

Ele apontou para a escada.

-Pai eu levei horas para me arrumar.

-Você só vai trocar o vestido.

Ele argumentou

-Não é assim...

Eu já ia começar a listar que tudo tem que combinar quando meu avô, Carlisle. Colocou a mão no ombro do papai e disse.

-Edward, vamos logo. Você é o padrinho.

Papai suspirou. 1x0

-Vamos.

Papai falou pegando na mão de mamãe.

Sorri.

-Vamos.

Falei seguindo ate a porta.

Quando chegamos à igreja avistei tio Jasper na porta.

-Finalmente.

Falou assim que nos viu.

-Oi tio.

Cumprimentei

-Oi amor.

Ele deu uma olhada em meu vestido.

-Seu pai deixou você usar este vestido?

Sorri levemente.

-Na verdade não.

Tio Jasper olhou para o papai.

-Ela se atrasou de propósito.

Papai acusou

-Vamos logo entrar.

Vovó Esme falou.

Papai gesticulou para que eu fosse na frente.

Comecei a andar em direção ao meu lugar. O primeiro banco.

Claro que eu briguei por causa disso. Eu odeio sentar na frente. Menos no carro é claro.

Mas mamãe falou que eu era a sobrinha e afilhada.

Isto é, perdi.

Sentei-me ao lado dos meus avós Esme e Carlisle e da minha única prima de quatro anos, Carter, filha do tio Jasper e da tia Alice. Vi meus pais seguirem ate o altar os dois ficaram ao lado do tio Emmett. Tio Jasper e tia Alice eram os padrinhos da tia Rosalie.

Dei uma olhada no local.

Não tinha muita gente e a maioria era adulta.

Levantei e fui em direção á porta da igreja. Caminhei calmamente.

Antes de passar pela porta senti uma mão quente em meu ante braço.

-Aonde você pensa que vai?

Papai perguntou.

Suspirei.

-Esta muito chato ai.

Falei me virando para ele.

-Não. Você vai ficar sentadinha do lado dos meus pais. Onde eu possa ficar de olho em você. Vamos.

Ele disse me puxando.

-Fala serio.

Reclamei enquanto ele me guiava ate meu lugar.

-Quietinha.

Ele falou e então seguiu para onde a mamãe estava.

Suspirei

-Chato.

Vovó olhou para mim, seu olhar era de repreensão.

-Desculpe

Fiquei algum tempo sentada. Tentei me distrair deixando meus pensamentos rumarem. Fiquei caçando conversa com a Carter. Eu adorava inventar estórias para ela. Nunca esqueci no dia em que eu falei que para o bicho papão não a pegar ela tinha que me dar 10 dólares, que eu falaria com ele ou no dia em que eu disse que existiam bichinhos que viviam em baixo da cama dela e que comiam os dedos dos pés. Deus a cara dela era hilária. Sempre que ela fazia suas perguntas mirabolantes eu fazia questão de respondê-las. E ela acreditava em tudo. Ela sem duvida era minha diversão numero dois, a numero um era irritar meu pai.

Divagando em meus pensamentos eu escutei marcha nupcial.

Finalmente. Pensei.

A madrinha estava linda. Seu vestido tinha uma longa cauda, ela não usava véu por causa disso. A saia era rodada e a blusa bem comportada.

Ela sorriu assim que viu o tio Emmett. QUE MELAÇÃO.

A cerimônia começou. O padre ficava com aquele blá..blá..blá.

Ate a que a morte os separe. Na saúde e na doença e de novo blá..blá..blá..

Tentei dar uma cochilada e não consegui. Então comecei a puxar os cachos da Carter.

-Pala Maddie.

Ela reclamou batendo em minha mão. Repeti mais algumas vezes ate que a anã se levantou irada e gritou.

-PALA MADDIE!

Segurei a respiração. A atenção ficou em torno da gente.

-Meninas. Quietas.

Caraça! Minha tia Rose olhava para a gente irritada e o tio Emmett sorrindo. Tio Jasper e tia Alice repreensão. Meus pais... Nossa quanta hostilidade.

-PODE CONTINUAR SEU PADRE!

Gritei.

E então o grande finale. Ouvi som de aplausos e tio Emmett estava beijando a madrinha.

A isso sim eu tinha vontade de fazer. A única pessoa que me beijava na boca era meu pai e ainda era selinho.

Depois os recém casados correram ate a porta da igreja.

Segui meus avós e Carter.

Minha avó Esme chorava.

-Por que esta chorando vovó?

Perguntei curiosa. Carter também olhava a vovó.

-Meu ultimo menino.

Ela falou. Sorri.

-Daqui a alguns anos quem vai casar é você meu amor.

Vovó Esme me abraçou.

-Não vovó. Eu nunca vou me casar.

Falei

-Fico feliz em saber disso. Também não vá beijar e nem namorar. Vire freira.

Papai apareceu atrás de mim.

-Isso é exagero.

Falei fazendo careta.

-Não acho.

Ele disse me puxando pela mão.

-Agora vamos comer.

Ele falou seguindo ate o carro.

A recepção seria na casa dos meus avós paternos. Comida e de GRAÇA.

-Vamos falar com seus tios.

Mamãe disse me puxando pelo braço assim que entramos na casa dos meus avós.

Que mania de pegar meu braço. Um dia ele ainda cai.

Tio Emmett estava sorrindo e a madrinha chorando.

-Por que todo mundo chora em casamento?

Perguntei a mamãe assim que dei uma olhada na casa dos meus avós e percebi que vovó Renée e vovó Esme choravam, acompanhadas pela mãe da madrinha a Lillian. Tia Alice também entrou nesse time e uma amiga da madrinha, Vera.

-Por que é um dia maravilhoso. Único.

Mamãe falou

-OH MADDIE!

A madrinha gritou assim que me viu.

-Oi.

Sorri

Ela me abraçou quase esmagando meus ossos.

-Madrinha. É o seu casamento deveria estar feliz.

Falei tentando sair delicadamente de seu abraço. E feliz por ninguém ter reclamado da pequena cena.

-Eu estou feliz.

-Bela forma de mostrar.

Falei apontando para seu rosto borrado de maquiagem.

Ela riu e tirou algumas lagrimas.

-Cameron.

Meu tio me pegou em um abraço me levantando do chão. Tentei colocar a mão para abaixar o vestido que meu tio fez o favor de levantar um pouco, mesmo sem querer.

-Emmett a coloque no chão.

Ouvi papai falar.

-Você não esta usando um short por baixo desse pedaço de pano?

Perguntou assim que fiquei estabelecida no chão.

MUITO BEM CAMERON! Acaba de perder um ponto.

Como eu não coloquei um short? Agora ele vai ficar pegando no pé.

-Eu coloquei.

Menti

Papai olhou desconfiado.

-OS NOIVOS POR FAVOR!

Tia Alice gritou

Sorri para o papai.

-Vou procurar o que comer.

Falei saindo. Ele não me chamou.

Segui ate a mesa do buffet. Dei uma olhada nas comidas.

-Hei você é a afilhada de Rose não é?

Virei meu rosto em direção a voz.

Era um menino. Deveria ser alguns anos mais velho do que eu. Tinha os cabelos pretos e os olhos verdes. E bem maior do que eu. Sorri

-Sim, Cameron.

Estendi minha mão para ele que sorriu e a pegou.

-Bem eu não sei se cumprimentam aqui assim, mas onde eu moro é assim.

E então ele me puxou de encontro ao seu corpo e beijou minhas bochechas.

Corei.

-A propósito eu sou Jesse Hale.

-Hale?

Perguntei curiosa.

-Sou primo de Rose.

-Ah.

-Quantos anos você tem?

Ele sorriu

-11. E você?

-14.

Percebi que meu tio Jasper vinha em direção ao buffet com Carter.

-Hãm. Não quer conversar em outro lugar? Ta tumultuado aqui.

Perguntei ao menino. Não queria ser dedurada.

-Claro.

Sorri e o puxei em direção ao jardim.

Havia poucas pessoas. Algumas eu reconheci outras não tinha idéia de quem era.

Sentamos em um banquinho.

-E então você é da onde?

Perguntei sorridente.

-Nasheville.

-Ah.

-E você de Forks não é?

Fiz uma careta. Isso era tipo, obvio.

-É.

-Desculpa perguntar, mas é que eu vi um cara te puxando quando estávamos na Igreja. Quem era ele?

Dei uma mexida em meu cérebro.

-Meu pai.

-Serio? Pensei que era seu irmão. Ele parece ser muito novo. Tipo a idade da minha prima.

-É. Ele tem 29 anos.

-Uau. Ele foi pai cedo.

Rimos.

-Ele parece ser do tipo ciumento.

Comentou

-Você não sabe o quanto.

Ficamos conversando durante algum tempo. Minha mãe logo apareceu para estragar.

-Oi.

Ela cumprimentou o menino.

-Hei mãe, este é o Jesse primo da madrinha.

Apresentei, mamãe sorriu educadamente.

-Oi. Eu sou Bella. Amiga de Rose.

Mamãe completou e depois se virou para mim.

-Seu pai esta lhe procurando.

-Hum. Eu vou já.

Ela me olhou severa.

-Agora Maddelaine.

-Mãe eu vou já. Só tenho que me despedir do Jesse. Nem sei quando vou vê-lo de novo.

Mamãe inspirou fundo.

-Cameron.

Sua voz era de advertência.

-Ah, tudo bem. Jesse eu tenho que ir. Se não meu pai é capaz de me puxar pelos cabelos. Acredite.

-Cameron.

Mamãe me repreendeu. Dei de ombros. Jesse sorriu.

-Tudo bem. Foi um prazer te conhecer.

Ele disse beijando minhas mãos.

-O prazer foi meu.

Sorri.

-Vamos.

Mamãe me puxou

-Nossa. Nem posso mais me despedir dos meus amigos.

Reclamei cruzando os braços.

-Você o conheceu hoje.

Ela disse.

-E daí?

Perguntei.

-Vamos logo menina.

Papai estava sentando junto com o padrinho, tio Jake, tio Tom, tio Jasper, vovô Carlisle e vovô Charlie.

Eles mantinham uma conversa. Papai olhou em nossa direção.

Assim que nos aproximamos da mesa me sentei no meio do meu padrinho e do tio Jake. Papai se inclinou em minha direção.

-Onde estava?

Perguntou

-La fora.

Respondi.

-Ela estava conversando com uma menina.

Mamãe explicou. Menina? Qual é o problema em falar que era um menino?

A sim. O Edward iria ficar com ciúmes. Affer.

-Menina?

Papai perguntou.

Eu já estava ficando com raiva desses ciúmes dele. Que coisa ele tinha que ter ciúmes era de mamãe.

Fiquei conversando com o tio Jake. Tentando ignorar meu pai a minha frente.

-Eu não ...

Comecei a falar mais me perdi assim que vi Jesse passar. Ele sorriu pra mim e foi em direção ao quintal.

-Maddie?

Tio Jake chamou

-É. Preciso pegar algo pra comer. Estou com fome.

Falei me levantando.

-Aonde você vai?

Papai puxou meu braço assim que passei por trás dele. Revirei os olhos.

-Pegar alguma coisa pra comer. Posso?

Perguntei irônica.

Ele me soltou e então segui ate a mesa do buffet. Dei uma olhada na mesa dos meus pais e vi que ninguém olhava em minha direção. Discretamente segui ate o quintal.

Algumas pessoas dançavam por ali. Procurei por Jesse.

-Procurando alguém?

A voz saiu perto do meu ouvido. Virei-me bruscamente.

-Não.

Falei cínica.

Ele riu.

-E então o que faz por aqui?

Perguntou me puxando pelo braço ate a parede ao leste.

-Bem, eu estou na casa dos meus avós.

-Claro. Eu esqueci.

Ele disse rindo.

Assim que adentramos a escuridão. Senti-o passar os braços pela minha cintura.

-E então?

Perguntei nervosa.

-Eu queria fazer uma coisa. Posso?

Perguntou. Senti sua respiração descompassada.

-O qu..ê?
Gaguejei. Droga!

-Isso.

E então senti seus lábios tocarem os meus. Instintivamente afastei meus lábios e senti sua língua tocar meu lábio superior.

Eu nunca beijei em minha vida. E aquele momento tinha que ser perfeito.

Eu não me importei se eu conheci Jesse hoje, se meu pai é doente de ciúmes ou se eu sou BV.

Nossas línguas dançavam sicronizadamente. Seus braços me apertavam.

Quase sem ar nos separamos.

Sorri.

-Uau.

Falei

-É uau.

Jesse confirmou.

Senti alguém puxar meu braço e então já não era mais Jesse em minha frente e sim minha tia Alice.

-Seu pai esta louco atrás de você. O que estava fazendo no escuro com um menino?

Perguntou desconfiada.

Eu já ia responder quando tio Jasper apareceu.

-Onde você estava? Foram falar para seu pai que você estava conversando com um menino hoje mais cedo.

Não dei o mínimo de atenção para o que eles falavam. Lembrei do meu beijo. Meu primeiro beijo.

-Cameron?

Tia Alice me sacudiu

-Oi

-Vai nos responder?

Perguntou

-Ah. Mamãe que mentiu e não eu.

Falei me defendendo.

-Vamos.

Encontrei mamãe e papai. Os dois pareciam estar discutindo.

-Estou viva.

Falei em tom de deboche.

Papai se virou bruscamente.

-Por que você não me falou que estava conversando com um menino e não uma menina?

Bufei

-O senhor iria falar um monte de coisa. E quem mentiu foi mãe e não eu.

Falei começando a caminhar.

-E onde você estava agora pouco?

-Eu fui pegar um lanche.

-Não. Depois que você saiu Alice apareceu na mesa e disse que você não estava lá.

DROGA! Tia Alice poderia ter me avisado antes.

-Fui ao banheiro.

Menti

-Cameron.

Meu pai puxou meu braço.

-Acho bom você não estar mentido pra mim.

Revirei os olhos.

-Ta bom. Eu não estou mentindo.

Apenas omitindo. Sorri.

-Vamos.

Ele disse indo em direção a mesa.

-Você só sai daqui agora para irmos embora.

Humpf!

Que coisa mais chata. Mas que saber eu nem me importo. Afinal hoje eu dei meu primeiro beijo. Risos. Mesmo que eu o tenha conhecido hoje, que não vá mais ver ele enfim. NADA IMPORTANTE!