– Eu não acredito que deu certo... – Katsumi disse, enquanto sorria, com uma leve decepção e orgulho ferido. Eles descobriram a localização de Daisuke e chegaram rapidamente ao local com a ajuda da Oficial Jenny que deu uma carona para as duas garotas, e foram ao local com alguns outros policiais, já que desconfiavam que o local poderia ser o novo esconderijo da Equipe Rocket. O rastreador indicava um cassino, não muito velho, em uma parte mais abandonada da cidade. Katsumi e Arisu colocaram suas armaduras e estavam devidamente preparadas, todos seus Pokémon foram liberados. Katsumi libertou seu Charizard e também estava com sua Vulpix e seu Eevee que já estavam fora da pokebola e Arisu liberou sua Butterfree e também tinha sua Pikachu, sempre em seu ombro.

– É impressionante como a Equipe Rocket é burra às vezes... O anterior esconderijo era um cassino em Celadon, e agora é um cassino também depois que o antigo foi destruído com a ajuda do campeão e seus amigos. Não pensamos que seriam tão burros de usar o mesmo tipo de esconderijo, por isso não suspeitamos. – Disse a Oficial assim que se preparava para invadir o lugar. Entrou pelas portas do cassino e os policiais revistaram todas as pessoas lá dentro, para que tivessem certeza que nenhuma era um Rocket, logo acham um botão atrás de um pôster que, quando apertado, ativava um mecanismo que liberava uma passagem secreta.

– Vamos! – Dizia a Oficial, mas Arisu coloca sua mão na frente da mulher, impedindo-a de passar.

– Se esse é realmente o esconderijo da Equipe Rocket, quanto menos pessoas, melhor. Desse modo faremos mais silêncio e não chamaremos tanta atenção, e se precisarmos de ajuda, temos nossos Pokémon’s que podem dar conta do recado e damos um sinal a vocês. – Disse Arisu, mantendo uma expressão séria, tal expressão que Katsumi não havia visto no rosto de Arisu até agora.

Katsumi e Arisu desciam as escadas do corredor com cautela, lentamente, sendo seguidas pelos seus Pokémon’s. - Katsumi teve de chamar seu Charizard de volta, já que o mesmo mal conseguiria passar pela passagem estreita.

Antes mesmo de chegarem ao final das escadas, já puderam ver todo o interior do ‘hall’ do quartel, onde vários Rocket’s corriam para lá e para cá, carregando documentos com a ajuda de seus Pokémon’s para várias portas, alguns operavam máquinas, outros passavam completamente para uma porta cuja uma placa indicava ser a sala de treino, e outros apenas ficavam por ai, sem fazer nada, juntos com seus Pokémon’s. Porém o que realmente chamou a atenção das garotas foi a maior porta, que se encontrava bem mais a frente da onde as escadas levavam. Arisu fez sinais, como em códigos, para Katsumi, mas em vão, já que a mesma não entendeu absolutamente nada. Arisu suspirou.

– Eu tenho um plano, você chama a atenção e junta eles com a ajuda da sua Vulpix e do Eevee, e o resto, a Pikachu e Butterfree fazem o trabalho... – Sussurrou Arisu, para que apenas Katsumi e seus Pokémon’s pudessem escutar. Katsumi concordou com a cabeça e fez como Arisu pediu.

Katsumi simplesmente desembainhou sua espada e terminou de descer as escadas, com uma expressão de puro tédio, sendo seguida por seus dois Pokémon’s que no momento estavam fora das pokebolas, a garota quase chegava a arrastar a espada no chão e apenas andava tranquilamente, cada vez avançando mais adentro do quartel, passando por Rocket’s que paravam o que estavam fazendo e começavam a olhar confusos e boquiabertos, em choque, assim que o primeiro saiu do choque e pegou sua arma, todos os outros também se prepararam e se aproximaram de Katsumi, para logo, metade dos Rocket’s serem atingidos pela Pikachu de Arisu e caírem desmaiados, e a outra metade, que depois ficou simplesmente paralisada, logo foi atingida por um tipo de pó, ou melhor, Sleep Powder do Butterfree de Arisu e logo caírem ao chão dormindo. Os Rocket’s restantes que sobraram, receberam um olhar assustador de Katsumi e, uma parte foi atingida por um Flamethrower de Vulpix e um Shadow Ball de Eevee, ou então nocauteados por Katsumi, o que deixava ser atingido por um Flamethrower e um Shadow Ball uma opção muito melhor para os pobres Rocket’s que mal tiveram tempo de reagir.

Depois, Katsumi, com a ajuda de sua Vulpix e seu Charizard, o qual havia novamente ‘chamado’ para fora da pokebola, derreteu o metal das outras portas, fazendo com que elas não pudessem ser abertas novamente, trancando os Rocket’s restantes lá. Apenas não fez isso com a porta maior, já que nesta sala seria onde o rastreador que Jenny havia dado a Arisu indicava que Daisuke estava. Katsumi foi em direção da porta e tentou abrir. Uma, duas, três tentativas e ela se cansou de tentar abrir a porta como uma boa cidadã e alguém educada, então, juntamente com Arisu, Vulpix, Eevee, Charizard, Pikachu e Butterfree, se afastaram um pouco da porta e depois foram com toda a força para ‘acertar’ a porta, duas vezes. Se ela não se abrisse, ou melhor, caísse com toda essa força, ela não se abriria sem ser com um ataque de cada um dos Pokémon’s. - Ainda mais com a ajuda de seu Charizard. E logo a porta começa a se soltar das paredes aonde era presa e começa a cair.

“Parece até que estou em uma cena de filme agora.” Pensou Katsumi, com um sorrisinho no rosto.

Logo que a porta já se encontrava no chão foi possível se ver a enorme sala, não muito iluminada, com diversos monitores, parecia uma sala de reunião, com uma mesa de vidro grande no centro e também, ao canto da sala, um grande sofá, aparentemente bem caro, aonde alguém que, assim que Katsumi avistou, arregalou os olhos que logo transmitiam apenas puro ódio.

– Giovanni... Você... – Katsumi dizia lentamente, com a respiração pesada e encarando Giovanni com puro ódio, enquanto o homem apenas mantinha sua expressão fria. – Seu desgraçado! – Katsumi gritou, raiva transparecendo em sua voz, ela apertou o cabo de sua espada com mais força e iria avançar na direção do homem se não fosse pelo mesmo ter apontado em uma direção, que Arisu já olhava com a mão sobre a boca e expressão surpresa, quando Katsumi olhou pode ver Daisuke ajoelhado, com uma das mãos na cabeça, apertando o cabelo com força, e a outra cobrindo metade do seu rosto, que apresentava uma expressão assustada. O mesmo tremia e mantinha os olhos arregalados. – Daisuke! – Logo preocupação invadiu a mente de Katsumi, por um momento havia se esquecido do amigo, mal teve tempo para tentar se aproximar e o garoto foi segurado e levantado por dois Rocket’s, porém, Daisuke não reagiu, apenas permaneceu com os olhos arregalados, tremendo e com a mão cobrindo metade do seu rosto.

– Que falta de educação. – Disse Giovanni ironicamente, se levantando lentamente do sofá. – Nem sequer conhece alguém e chama a pessoa de desgraçado... Espero que mantenha sua boca mais fechada, senão, o seu amiguinho ali que não vai aguentar não gritar. – Katsumi voltou novamente sua atenção para Daisuke, um dos Rocket’s estava com uma faca extremamente próxima do pescoço do mesmo. – Se quer conversar, tudo bem, mas apenas aceito conversas particulares... – Disse o homem querendo dizer que Arisu deveria sair do local, Arisu olhou preocupada para Katsumi, que apenas concordou com a cabeça, dizendo para Arisu sair do local, logo, ficando apenas a garota, seus Pokémon’s, Giovanni e outros cinco Rocket’s, dos quais dois seguravam Daisuke como ‘refém’, que agora se mantinha inexpressivo, seus olhos ofuscados e não brilhantes como sempre foram, mas mesmo assim era como se o garoto não estava atento ao que acontecia ainda, como se não estivesse ali completamente.

– Você... Sabe quem eu sou, não é? – Perguntou Katsumi calmamente, mas mesmo assim transmitindo ódio ao homem.

– Claro. Katsumi Tsuyo... – Giovanni fez uma pausa enquanto andava pelo cômodo com as mãos em suas costas. – Realmente, seu sobrenome tem até que um bom sentido para você, ele é escrito com o kanji de força, poder... – Giovanni parou de falar novamente por alguns segundos e parou em determinado ponto da sala, olhando para um monitor qualquer e não conseguiu conter uma risada de puro escárnio assim que voltou a falar. – Filha de Lily Inoue e John Inoue... Seu pai foi morto quando você era pequena, pela Equipe Rocket... – O homem fez outra pausa. – É claro, ao meu mandato...

Depois que Giovanni disse isso, Katsumi levantou sua espada novamente e olhava para o homem com puro ódio, mas logo abaixou a arma novamente, assim que o Rocket que mantinha a faca perto do pescoço de Daisuke aproximou a faca mais ainda, ameaçando cortar realmente o pescoço do garoto, que continuava a olhar para um ponto qualquer do chão, com o olhar perdido. Katsumi continuava encarando Giovanni e engoliu a saliva nervosamente. O momento cada vez ficava mais tenso até que logo apenas se escuta o som estridente de três tiros seguido do barulho de três pessoas caindo ao chão, e Katsumi e até mesmo Giovanni voltam seus olhares para onde Daisuke era mantido um tipo de refém, para logo verem três dos cinco Rocket’s caídos ao chão, cada um com uma marca de bala, uma poça de sangue rodeava os corpos, os outros dois Rocket’s que seguravam Daisuke ficaram assustados e acabaram ficando mais descuidados, o que mantinha a faca no pescoço de Daisuke a abaixou assim que os dois se viraram para ver o que havia acontecido. O som alto dos três tiros foram o suficiente para retirar Daisuke de seu transe, e logo o mesmo, se deparando na situação em que se encontrava aproveitou o descuido dos dois Rocket’s para dar um chute de lado em um, no estômago, sem a mínima piedade no olhar, fazendo um dos Rocket’s o soltar e cair ao chão, o outro se voltou novamente, ainda segurando o braço do garoto. Daisuke apenas puxou o braço do Rocket fortemente, o fazendo cair no chão e o soltar, Daisuke pegou sua adaga e apontou para o pescoço do Rocket assustado, o garoto mantinha um olhar indiferente, mas, logo o olhar de frieza que Daisuke tinha desapareceu repentinamente para dar lugar de volta á um olhar assustado, como se ele não tivesse se dado conta do que estava fazendo, ele afastou a adaga do pescoço do Rocket que suspirou pesadamente, aliviado.

Daisuke se afastou do Rocket até encostar-se à parede e ficar parado nela, á examinar o cômodo, viu Giovanni, os Rocket’s no chão e então... Katsumi. Então seus olhos se arregalaram mais ainda, se isso é possível.

Katsumi não entendia o porquê Daisuke olhou para ela assustado, mas a garota apenas sorriu e disse feliz.

– Vamos! Rápido, corre e vamos aproveitar pra sair daqui logo, a polícia chega logo! – Katsumi correu na direção de Daisuke para tentar puxá-lo para a saída, mas quanto mais ela se aproximava, ele se afastava. Katsumi expressava confusão, Giovanni apenas observava ainda de pé. Mas logo o silêncio é interrompido por alguém que saía de mais perto da entrada, silenciosamente, da mesma direção que veio os tiros que acertaram os três Rocket’s.

– Giovanni... Tenho assuntos a tratar com você... – A voz da pessoa era sem sentimentos, fria. A pessoa andou mais a frente, para a luz, porém, mesmo assim não foi possível se ver muito da pessoa, já que a mesma usava um capuz, o capuz de uma jaqueta preta, um pouco aberta, que mostrava uma blusa azul escuro por baixo, também usava um jeans azul-escuro e tênis pretos, seu semblante não expressava nada, e havia duas pistolas em suas mãos, uma em cada. A pessoa, ou melhor, o garoto, devido a sua altura e voz não completamente adulta, não poderia ser um adulto, se aproximou mais, seus olhos eram um tipo de azul-água e que o seu capuz mostrava de seu cabelo, indicava que o cabelo era preto. O garoto rapidamente girou com habilidade a pistola de sua mão direita e atirou ao lado da cabeça de Giovanni, que apenas não acertou o homem pois não era a principal intenção do garoto.

Katsumi aproveitou que Daisuke estava distraído com toda aquela cena, pegou o garoto pela mão e o arrastou correndo da sala.

Já fora do lugar, Katsumi, preocupada, perguntava se Daisuke estava bem, o mesmo não respondia nada, nem se movia. Como iria contar o que havia ‘se lembrado’? Depois de alguns segundos, Arisu chegava ao lugar, por uma porta que tinha sido fechada com o Flamethrower, apenas com sua Pikachu no seu ombro, que olhava para sua treinadora preocupada, a bochecha da mesma estava molhada com lágrimas, o que indicava que ela tinha chorado, a garota terminou de embainhar o seu sabre direito e na mão esquerda carregava uma pasta, bem grossa, com muitos documentos.

– Já disse para ela agora? – Perguntou Arisu, tentando se manter séria, mas com a voz ainda falha por causa do choro, Daisuke ficou surpreso. Será que ela poderia estar falando daquilo...? Não, não teria como ela saber... Não é? – Sim, é sobre isso mesmo que eu estou falando, se você está se perguntando. – Arisu praticamente respondeu os pensamentos de Daisuke, ou sua cara estava dizendo tudo, ou ela lia mentes.

– Não... – Sussurrou Daisuke.

– Então conta, agora. – Arisu disse quase que em uma ordem. Katsumi cada hora ficava mais confusa.

– Eu não sei... Eu... – Daisuke realmente não sabia o que aconteceria se ele contasse, ele não queria perder sua amiga, já não tem sua família, se perder sua amiga não terá ninguém. Arisu se aproximou de Daisuke, levantou a mão direita aberta e desferiu um tapa no rosto de Daisuke. – Conte... Agora. Ou vai me dizer que tem forças o suficiente para viver escondendo isso? Pense bem, olhar todo dia na cara dela e saber que ela não faz ideia da verdade.

– O quê? Alguém me explica o que tá rolando, por favor? Por que você tá chorando Arisu, e que coisa é essa que você tá falando pro Daisuke contar? – Perguntou Katsumi confusa, sua Vulpix e Eevee também estavam confusos, e Vulpix, como sua treinadora fez, inclinou sua cabeça para o lado, confusa.

O silêncio permaneceu durante alguns segundos, neste momento o Growlithe de Daisuke saiu da pokebola sozinho, ele sabia de tudo que passava na mente de seu treinador, mesmo dentro da pokebola a ligação ainda permanecia. Daisuke olhava para o chão, seu olhar ainda não tão brilhante como antes. Arisu permanecia séria, com sua Pikachu. O garoto suspirou e começou a falar...

Continua...