The Gamer escrita por M Phantom


Capítulo 7
Capitulo Sete - Tente!


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Waa que reviews lindos *_*

Um agradecimento especial a Mimin pela linda recomendação e a todos pelos Reviews *_*

Boa leitura e desculpem os erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479750/chapter/7

Eu pensei em sair, jogar uma magia de paralisia nela, depois poison ou algo que a transformasse em um zumbi, porém essa é a vida real e nele quem eu era? Acertou quem disse a garota estranha dos jogos sem qualquer força física pra ir pra cima das três ali no banheiro.

Eu esperei elas saírem para depois eu ir, limpei os olhos já vermelhos vendo aquela imagem patética de mim mesma, tudo que eu imaginei da minha vida era mentira.

–Olivia....—Murmurou uma voz assim que eu sai que me fez estremecer dos pés a cabeça, ele me seguiu? Ficou ali perto do banheiro me esperando? Fitei o Erick com um olhar piedoso.—Eu...

–Era isso que você queria que eu enxergasse?—O interrompi com os lábios trêmulos.—Que tudo a minha volta é podre? Foi pra isso que você queria tanto que eu deixasse os games? Pra eu me sentir pior do que quando estava com eles?—Ele negou se aproximando.

–E acha que vivendo uma vida que não é sua vai resolver as coisas?—Revidou agora sério chegando mais perto segurando meus ombros.—Pensa no quanto você perdeu Olivia! Se tivesse visto isso mais cedo teria superado, teria sido mais fácil, mas não, você deixou de viver sua vida pra....—O empurrei furiosa, o que ele sabia da minha vida?

–E O QUE DROGA EU TENHO NESSA VIDA?! Diz-me Erick!!—Zangado avançou contra mim.

–TERIA A MIM!!—Neguei indignada.

–Você?! Esqueceu que essa droga só está acontecendo por sua causa! A Lesley não seria essa vadia que é hoje se você ficasse do lado dela!—Me lançou o mesmo olhar indignado.

–É isso que pretende fazer? Colocar a culpa em mim?? Por que eu não vou jogar minha vida o lixo como você fez, se ela é o que é a culpa é única e exclusivamente dela! Bem vindo a Vida Olivia!—Apontou pro chão rangendo os dentes.—Aqui!! Você é a única responsável por quem você é! Então eu te pergunto, quem você tem sido esses anos todos?—Eu fiquei estática olhando para os lados, nossa briga havia chamado a atenção da maioria das salas, inclusive da minha falsa amiga ao longe nos mirando confusa.

–... Não me diga que isso aqui vale a pena, por que não vale!—Murmurei o mirando—Eu preciso jogar....—O vi franzindo o cenho tristonho.

–Não faça isso... Não continue com isso.—O mirei com o mesmo olhar.

–P-p-por que v-você nunca tentou ser meu amigo?—Perguntei baixinho e sorriu amargo.

–Eu nunca tentei?—Questionou se aproximando usando o mesmo timbre.—Eu não tenho feito outra coisa além disso... Eu só me tornei presidente pra você me enxergar, mas nem assim deu certo...—Dei um passo pra trás incrédula.

–Eu preciso jogar....—Murmurei novamente o deixando mais zangado ainda.

–Olivia não pode fugir da vida assim sempre que ela lhe parecer difícil!!—Segurou meu ombros forçando a olhar pra eu.—Eu sei que é complicado, mas acredite em mim, vai valer a pena... Mas você precisa tentar!!! Precisa viver!!!—Deixei que as lágrimas insistentes saíssem logo segurei em seus braços.

–T-t-tudo vai acontecer de novo Erick... Eles vão mentir, eles vão enganar, eles vão machucar sem pensar... E-e-eu não quero sofrer... Mas pra isso...—Engoli seco afastando seus braços de mim o encarando.—...Eu preciso jogar.

Seus olhos foram lançado contra mim complacentes, empáticos... Quase dizendo novamente “não faça isso”, mas sem pronunciar nada. Cerrou os olhos suspirando. Pra falar a verdade fiquei surpresa comigo, então... Nunca foi só por diversão, ahh sim, eu lembro do motivo, mamãe havia morrido e eu jogava pra esquecer.

Eu corri pra casa me afundando na cama como se ali fosse o único lugar seguro do mundo, abracei meu travesseiro desesperada em choro. Por que as coisas tinham que ser daquele jeito? Eu não quero mais sair daqui, ainda que esse quarto tenha tudo que eu detesto, não quero mais sair daqui enquanto não tiver um console na mão.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Três dias se passaram, ouvi quando a Lesley veio atrás de mim e vovó deu um jeito de não deixa-la entrar, pra não dizer expulsa-la chamando a de biscatizinha de esquina, acho que o Erick deve ter contado pra vovó sobre o que aconteceu.

–Posso entrar?—Eu estava embrulhada na coberta sem vontade pra nada.

–Tem algum jogo aí?—A ouvi sorrir.

–Não, apenas quero conversar.—Mais conversar, isso já estava me deixando impaciente, mas pra onde eu correria? Ela veio pra perto de mim deitando ao meu lado.—Olivia coisas ruins são necessárias.—Afirmou, isso não era nem um pouco animador.

–O que? Ta me dizendo que isso que aconteceu foi bom?—Tornou a sorrir olhando pra janela, ela não me deixava fechar as cortinas então eu era obrigada a conviver com o sol.

–Deixe me te contar uma historia...—Neguei no mesmo instante.

–Não, por favor, historia de ‘ na minha época’ não!—Riu novamente me dando um leve tapa.

–Sabe, não somos tão diferentes quanto pensa, eu adoro futebol americano!—Arregalei os olhos, ela pelo menos sabe o que é isso?

–Futebol americano? Aqueles em que os homens avançam uns sobre os outros? Ta brincando?—Questionei perplexa e ela negou.

–Não, eu sempre amei ver os jogos, quando era mais nova que você eu vestia a roupa do meu irmão e ia escondido assistir, por que na minha época mulheres só podiam gostar de coisas do lar.—soltei uma risada imaginando ela vestida de homem só pra ver o jogo.—Futebol americano? Nem em sonho, aquilo era inadmissível, ainda mais na família do meu pai que era toda tradicional.—Ela suspirou sorrindo.—Então uma coisa ruim aconteceu, pior do que aconteceu com você... Na verdade eu quis muito morrer naquela época, pois acreditava que seria a pessoa mais infeliz do mundo.—Me sentei escorando na cabeceira.

–O que?—Perguntei curiosa.

–Quando eu tinha quinze anos, sem consultar ninguém meu pai resolveu que eu me casaria com o filho de um dos seu associados de dezenove anos.—Quinze anos? Arregalei os olhos engolindo seco.

–E a senhora se casou?—Acenou que sim.

–Na minha época, garotas de família como eu não possuíamos o luxo de escolher, o casamento era um negocio e meu pai pouco se importou se eu gostaria ou não, porém se formos pensar ele não deveria era tradição.—Engoli seco, não sabia que minha avó tinha se casado a força.—No baile de debutantes eu finalmente o conheci, tinha três semanas que o noivado aconteceu, porém meu noivo se quer pode estar na festa, pois estudava em Londres. Eu fiquei com tanto medo e quando o vi, minha nossa eu não sei como não fugi... Meu noivo era tudo que eu desejava não ter por perto, ele não era de longe nenhum príncipe encantado, sentou no banco e ficou lá a noite inteira bebendo vinho evitando conversa com todo mundo... Ele nem mesmo me cumprimentou.—Meu coração apertou quando ela contou isso, mas por que estava sorrindo.

–E ainda sim se casaram?—Suspirou sorrindo.

–Meu pai nunca desistiria de um bom partido e já que meu noivo tinha voltado ele decidiu que eu deveria mostrar meus dotes para conquista-lo de maneira afetuosa, marcou um encontro forçado e não teve outro jeito, tive que passar um tempo com ele.—Passou os braços em torno de mim.—Durante uma hora conseguimos trocar apenas conversas obrigatórias sobre nós mesmos, quando mais tempo eu passava com ele, mas eu pensava sobre morte, parecia um castigo...

–Então por que está rindo?—Questionei sem entender.

–Um dia faltando quase uma semana pro meu casamento eu decidi ver um ultimo jogo, aquele que eu guardaria para sempre na memoria, já que depois do casamento eu jamais poderia fazer isso novamente... Mas então outra tragédia, eu fui pega no flagra pelo meu noivo que estava com alguns amigos bebendo ao sair do jogo.... Seu olhar perplexo ao me ver em roupas masculinas, sua indignação ao notar que a moça com quem iria se casar estava ali em um jogo de bárbaros.... Felizmente só ele me reconheceu.—Fiquei mais intrigada ainda.

–E o que aconteceu? Ele contou pro seu pai?

–Era isso o certo, não? Mas no dia seguinte ele me convidou pra um encontro, achei que ele fosse me chantagear, ele tinha sempre um sorriso sarcástico no rosto como um vilão de novela, com certeza me faria chantagens.

–E não fez?

–Não. Se quer tocou no assunto, nem mesmo falou sobre jogos. Ele me pediu pra ser honesta e contar a ele sobre quem eu era, não a filha perfeita, mas quem eu bem no fundo queria ser mais não poderia.

–Você contou?

–Naquela tarde eu pude ter algo que acho que só acontecia uma vez em um milhão... Eu afortunadamente me apaixonei pelo rapaz que meu pai me obrigou a casar. Isso era tão raro que eu mesma não acreditei. Quando nos casamos ele dizia “quero a companhia da minha esposa pra assistir ao jogo” ou “Venha, não quero assistir ao jogo sozinho”, ele sabia que eu gostava, não podia ser dito por causa da minha família, porém mesmo que a casa tivesse cheia ainda sim ele viu secretamente esse lado meu e estranhamente gostou... Brigávamos o tempo todo, mas na hora do jogo tudo passava e quando nosso time ganhava comemorávamos juntos mesmo tendo brigado antes...—Era uma historia tão bonita, mas não sei onde ela quer chegar com isso.-... Depois que ele morreu eu nunca assisti aos jogos, não consegui.

–Vovó...—Ela tornou a sorri com uma gosta de lágrima no canto do olho.

–Tudo bem, foram quase cinquenta anos Olivia, eu fugi por cinco anos dessa dor, mas estou aqui feliz e louca pra que você tenha pelo menos metade do que eu tive! O motivo pelo qual eu mudei as coisas do seu quarto foi pra você não fazer justamente o que está fazendo!

–Mas vovó comigo é dife...

–Não se justifique, eu sei que foi difícil tudo isso, mas isso não é motivo pra se trancar em um quarto e viver num jogo que não trás benefícios. Que vida é essa minha querida? O que pode te esperar na frente mofando aqui? Já imaginou se eu tivesse feito a mesma coisa? Me trancado e escondido da vida? Teria perdido algo tão incrível! Eu não quero que você perca isso Olivia! Não crie um mundo seu sem compartilhar com mais ninguém... Deixe que as pessoas vejam o quanto o você é incrível!—Neguei.

–Elas não pensam assim, acham que eu sou um tola que joga...

–É isso que você mostra Olivia! É tudo que tem mostrado. E quantas pessoas você conheceu até hoje? Com quantas dividiu seus pensamentos? Precisa dar a oportunidade delas te conhecerem, algumas não vão gostar, mas outras vão entrar aí dentro e nunca mais sair.—A abracei, eu tinha algo pra mostrar?—Trancada nesse quarto, nada vai acontecer.

–Eu não sei como mudar, não sei o que fazer...

–Não?! Estava indo bem, não parecia não saber.—A fitei chorosa.

–E a Lesley?—Mexeu os ombros.

–Pelo que me foi contado você não precisa de muita força pra se vingar dela.—Sorri sem graça, lembrando do Erick.

–O desgraçado ainda ganhou em cima de mim!—Falei brincando e ela sorriu.

–Ahh sobre isso... Eu não dei um centavo pra ele, pra ser sincera com você tudo isso aqui foi ideia dele.—Arregalei os olhos abismada.

–Como assim?—Ela sorriu sem graça.

–Quando seu pai me chamou aqui pra pedir pra cuidar de você enquanto estava fora, um feliz acaso fez com que me perdesse e o encontrasse no caminho. Quando disse que era sua avó ele me contou tudo aflito dizendo que eu precisava fazer alguma coisa, pois desde a morte da sua mãe você se fechou pra todo mundo, perguntei como e ele disse: “Tire tudo que ela gosta, tire tudo que ela possa usar pra fugir da realidade, eu ajudarei a senhora no que puder.”—Sorri sem graça cobrindo o rosto, eu lembrei de uma coisa na infância... De um garoto chamado Erick vindo até aqui em casa me convidando pra jogar Super Mário com ele, mas eu recusei por causa da Lesley.

–Tudo bem... Tudo bem...—Me descobri respirando fundo.—...Eu vou tentar jogar.

Eu nunca joguei nada tão difícil, mas eu vou tentar, mesmo que não tenha hack na hora do desespero, mesmo sem save que eu possa voltar para corrigir os caminhos errados que pegarei, ainda que os chefões pareçam invencíveis... Eu vou tentar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal eu demorei pq tive uma ideia tão fofa pra uma one que precisei trabalhar um pouquinho nela pra não esquecer xD

Vamos as fotos.

Olivia (foi a melhor que achei)---> http://i61.tinypic.com/jikx83.jpg
Erick ------> http://i58.tinypic.com/2vmeek3.jpg
Edward ------> http://i58.tinypic.com/24cveat.jpg
Lesley -------> http://i58.tinypic.com/10dcbyq.png

Só deles que eu peguei pra escrever. Sei que muitas vão preferir o edward, mas eu ainda fico com o Erick, sou gamada em pessoal com cara de nerd *_*

Até o proximo e ultimo ç.ç