Uncontrolled escrita por Holly


Capítulo 3
3.


Notas iniciais do capítulo

Qualquer erro me avisem pela MP!
Boa leitura! :D



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“No sleep

Today

Can’t even rest when the suns down

No time

There’s not enough

And nobody’s watchin me now…”

Letícia adentrou a cafeteria na beira da rodovia, desejando com todas as suas forças que conseguisse descobrir o que queria. Ela olhou para os lados procurando através das mesas o homem. Ao longe observou alguém acenando quase desesperadamente em uma das últimas mesas para a mesma. Encaminhou-se com agilidade na direção do local.

A caçadora estava em Portland, Oregon. Passara uma noite inteira dirigindo após receber um email de Caleb Moore, um caçador com quem teve um rápido relacionamento amoroso muitos anos antes. Entretanto, o único motivo de estar ali definitivamente não era por ele e sim a informação que poderia mudar totalmente o rumo das coisas.

— Letícia Watson. — Ele repetiu seu nome sorrindo, ao vê-lá se aproximar. — Vejo que o tempo fez bem para você.

— Para todos nós. — Ela entortou os lábios, sem querer muito assunto. A conversa deveria ser mais formal possível. Sem intimidades, sem problemas.

— Fiquei muito surpreso quando soube…

— Caleb. — O interrompeu, tentando não soar grossa. — Eu não quero ser inconveniente ou ingrata de nenhuma maneira, mas podemos ir direto ao assunto?

— Tudo bem. — Ele negou com a cabeça, respirando fundo. — Eu estava resolvendo um caso de espíritos malignos e coincidentemente fui até a loja de conveniência e averiguei o circuito de imagens, acabei encontrei isso aqui…

Caleb pegou a mochila de couro ao seu lado e retirou um envelope marrom, abriu o mesmo e colocou quatro imagens imprimidas em cima da mesa. Uma seguida da outra. Letícia olhou para ele insegura, o mesmo assentiu para que continuasse. Cuidadosamente examinou as fotos com atenção, estavam um pouco desfocadas, mas conseguis ser vísivel. Quando seus olhos cruzaram diretamente com a terceira, ela sentiu o coração acelerar.

Era Madison.

— De quando são essas imagens? — engoliu seco.

— Mês passado. — Caleb respondeu.

— Céus… — Letícia murmurou incrédula. Aquela poderia ser uma pista e tanto. — Você se importa de passar o caso?

— Como assim? — O caçador crispou o cenho fingindo ou parecendo estar confuso.

— Passar o caso para mim, Caleb. — Ela disse óbvia.

— Mas, eu pensei que…

— Você apenas pensou. — sorriu sarcástica. — Além do mais está devendo uma por mim ou se esqueceu?

Caleb imediatamente fechou a cara enfurecido consigo mesmo. Ele ainda pensava que ela pediria sua ajuda. Contudo, estava mais uma vez enganado.

— Eu não me importo. — por fim respondeu derrotado. — Os casos estão todos na mochila. O nome de um dos suspeito é Alan Morrison.

— Muito obrigado, Caleb. Agora finalmente estamos quites um com o outro. — forçou um sorriso mais sinico que conseguia.

Letícia deixou o estabelecimento aliviada e ao mesmo sentindo uma pequena pontada de dúvida. Olhou novamente para uma das imagens e reparou em algo estanho pouco atrás de sua irmã. Não era possível, ela só estava vendo coisas. Rapidamente retirou o celular do bolso da jaqueta de couro e discou o número de Dean.

— Dean? — perguntou apressada.

— Letícia?

— Estava dormindo? Me desculpe ter acordado você, mas eu realmente preciso que vocês venham para Portland o mais rápido possível. — Ela olhou para a imagem.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou preocupado.

— Não! Talvez, eu não sei ao certo…

— Não podemos deixar o caso sair da cidade antes de terminar o caso. — Dean rebateu.

— Não preciso dos dois aqui, apenas uma pessoa para provar que não estou delirando.

Dean permaneceu quieto por alguns instantes, provavelmente deveria estar falando com Sam.

— Chegarei o mais rápido possível.

Depois de rodar algumas quadras depois da lanchonete que estava, resolveu se hospedar no motel mais perto. Algumas horas depois, enquanto esperava pelo Winchester mais velho. Espalhou todas as imagens em cima da mesa, de acordo que parecia uma sequência. Madison nas imagens não aparentava estar nervosa ou agindo sob pressão, pelo contrário, parecia estar calma.

Letícia escutou as batidas na porta e levantou-se da cama indo em direção á porta e abrindo-a, dando de cara com um Dean nada feliz por estar ali.

— Eu realmente espero que seja importante. — Ele entrou no quarto sem pedir licença. Lê rolou os olhos impaciente, como um ser poderia ser tão mal educado?

— É claro que é importante. Porque com certeza você seria a última pessoa pra quem ligaria. — respondeu sarcástica, caminhando até a mesa e pegando as imagens. — Olha e me diga o que enxerga. — entregou para o caçador.

Dean fitou as imagens minuciosamente não vendo nada de anormal, quando estava pronto para responder calou-se. Ele abriu a boca diversas as vezes procurando palavras, mas apenas olhou atordoado para Letícia.

— É impossível.

— Eu também pensei, mas só iremos saber se conseguirmos recuperar as imagens. — sugeriu, arqueando as sobrancelhas.

— Aonde você conseguiu essas imagens?

— Com uma pessoa, Winchester. Isso não vem ao caso no momento, precisamos checar as câmeras dessa loja. Ela fica a algumas quadras daqui.

Dean continuou a olhando profundamente. Letícia se odiou por alguns instantes ficar perdidas nas íris esverdeadas do caçador, era visível que não estava nenhum um pouco feliz por estar ali. No mesmo instante desviou o olhar para qualquer outro ponto fixo do quarto.

— É melhor irmos antes que a loja feche. — disfarçou sem graça e levantou-se pegando o casaco.

Dean repetiu seu ato e ambos decidiram ir andando porque o local ficava perto do motel. Em menos de cinco minutos estavam na porta, Letícia empurrou a porta de vidro, entrando juntamente com o caçador. Um garoto aparentando ter menos de dezessetes anos mascava chiclete entediado e tinha em mãos uma revista em mãos atrás do balcão.

Dean encaminhou-se para prateleiras de guloseimas e pegou alguns pacotes de doce e salgados e retornou, colocando-os em cima do balcão.

— Nove dólares. — fechou a revista e pegou as notas de dinheiro.

— Você poderia me ajudar com uma coisa? — Letícia finalmente pronunciou-se um pouco irritada. Dean não havia feito absolutamente nada para ajuda-la. O garoto deu de ombros silenciosamente. — Por algum acaso se lembra de ter visto essa mulher?

A caçadora estendeu a foto que tinha guardada para o menino. Ele olhou ainda com o mesmo ar entediado e balançou a cabeça confirmando.

— Se lembra de quando?

— Mais ou menos um mês e meio. — colocou os produtos comprados na sacola. — Mais alguma coisa?

— Ela estava acompanhada por alguém? — Letícia indagou novamente.

— Eu não me recordo. — se fez de desentendido, olhando fixamente para a carteira do Winchester. “Malditos adolescentes”, ela pensou mentalmente, antes de puxar a nota de cinquenta dólares e colocar sobre o galpão. Dean soltou uma risada baixa e acabou sendo fuzilado por seu olhar.

— Pode continuar. — exigiu impaciente.

— Ela estava acompanhada por um homem alto, os cabelos eram castanhos assim como seus olhos.

— Posso ver as câmeras do circuito de segurança? — colocou mais duas notas de cinquenta dólares no balcão. O garoto sorriu grandiosamente e aceitou sem pestanejar.

Encaminharam-se até a pequena sala nos fundos da loja, em seguida foram deixados sozinhos. Dean tornou-se a mexer no computador responsável pelo controle de todas as câmeras do estabelecimento. Retornou as fitas para as datas dos meses anteriores. Pouco tempo depois, finalmente as imagens necessitadas foram encontradas. Na fita mostrava Madison entrando na loja e pegando algumas coisas, após alguns minutos um homem, com boné preto adentrou e aproximou-se da mulher falando algo com a mesma. Ela olhou diretamente para direção da câmera e abaixou o olhar.

— Espera! — Letícia comandou para o loiro, curvou um pouco seu corpo para mexer no teclado do computador, fazendo com Dean se afastasse um pouco.

Aproximou a imagem diretamente no rosto do homem, instantaneamente afastou-se do monitor, murmurando algumas palavras desconexas. Ele não poderia estar vivo, era impossível. Tinha presenciado seu pai na casa em chamas, aquelas lembranças ainda rodeava sua mente perturbadoramente.

Rocco Watson estava muito bem naquelas imagens.

Letícia percebeu o olhar desentendido do Winchester sobre si. Respirou fundo e passou as mãos por sua franja nervosamente e tentou recompor-se parando de andar de um lado para o outro.

— É o meu pai, Dean... É impossível — Ela atropelou as palavras atordoada. — Ele estava morto, eu estava lá quando tudo aconteceu!

— Se acalme Letícia. — O Winchester levantou-se da cadeira pela primeira vez parecendo ter paciência e compreensivo com a caçadora. — Pode ser um demônio, metamorfo e até mesmo sua mente pode estar confusa.

Ela suspirou derrotada, Dean poderia ter razão, assim como também não. Poderia sua mente confusa, poderia ser uma mera coincidência usada por seus inimigos ou realmente poderia ser Rocco. Eram tantas possiblidades que chegava ser desgastante somente de pensar.

— Nós precisamos fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Tradução do trecho da música "Fear" - OneRepublic: "Sem dormir
Hoje
Não consigo nem descansar quando o sol se põe
Não há tempo
Não é o bastante
E ninguém está me observando agora..."



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