As Borboletas Negras escrita por Messer


Capítulo 7
Salvação Na Cidade do Pecado


Notas iniciais do capítulo

Olé pessoas! Tudo bem? Aí está um novo capítulo! E não vejo ninguém comentando, só lendo :( Assim não sei como levar a dic pra frente :/
Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478892/chapter/7

Algumas horas e muitos tombos depois, algo diferente da paisagem habitual surgiu ao longe. Não só Kate, mas Loki também, saíram correndo naquela direção. Quanto mais perto chegavam, mais conseguiam ver. Era a ponta de um prédio atrás de uma pequena elevação no relevo. Subir correndo aquilo foi difícil para os dois, mas as esperanças de se encontrar com a civilização eram grande demais para sentir dor ou cansaço.

Era a Stratosphere de Las Vegas. Depois de tanto tempo rodando pelo nada, acharam a cidade no meio do nada. Pelo menos lá Kate conseguiria acessar sua conta no banco e conseguir um hotel para descansar de verdade, além de comida.

– Estamos em Las Vegas! - Ela gritou, olhando para o lado, ainda correndo. Loki a olhou, parecendo levemente confuso.

– Las Vegas tem uma fama, não? Ouvi não sei quem dizer isso um dia - ele gritou de volta.

Kate sorriu antes de responder.

– A cidade do pecado!


Depois de correr por muito tempo, com a dor voltando ao seu corpo, eles entraram na periferia da cidade. Havia poucas pessoas nas ruas: o Sol estava alto, era mais ou menos meio-dia. Ainda assim, mas pessoas que se encontravam nas ruas nem olharam para os dois.

– Para onde nós vamos? - Loki disse.

– Para o centro, e então achar um caixa eletrônico - Kate respondeu.

– Um o quê?

– Caixa eletrônico. Precisamos de dinheiro. Aqui, vire à direita.

Havia um ônibus parado naquela esquina. Kate parou e perguntou ao motorista:

– Para onde ele vai?

– Paradise - o senhor negro respondeu. Fazendo um gesto para Loki, ambos entraram no veículo.

Ele estava quase lotado, com todas as cadeiras ocupadas e cinco pessoas de pé.

Os dois ficaram na frente do ônibus, sentindo todos os olhares se voltarem para eles. Não era para menos: além de estarem sujos e machucados, carregavam as roupas de Asgard, que não eram nada comuns na Terra: o vestido de camadas leves de Kate - agora rasgado - e Loki, com as vestimentas pretas e verde-escuras. Isso seria tudo bem - ambos estavam em Vegas - mas o fato de parecerem ter dormindo no deserto depois de fugir de aliens - o que aconteceu - chamava a atenção das pessoas.

Após vários minutos no silêncio incômodo do ônibus, ele parou em Paradise. Kate quase voou para fora do veículo, tamanha sua vergonha, e foi em direção os grandes prédios de cassino que apareciam no horizonte. Loki a seguia, olhando tudo à sua volta com atenção. Finalmente ela viu uma sede do banco onde possuía a conta. Entrou no ambiente refrigerado, agradecendo o clima.

– Espere aqui - disse para Loki. - Não fale com ninguém e nem destrua nada. Essa é a nossa única chance de conseguirmos dinheiro sem roubar.

– Nossa - ele pareceu um pouco ofendido.

Kate respirou fundo e colocou a mão na testa.

– Desculpa, eu estou meio estressada. Não é todo dia que fico no deserto fugindo de coisas que não tenho a menor ideia do que são - disse sarcasticamente.

– Tá. - Ele se limitou a dizer.

Ela passou pela porta giratória recebendo um olhar desconfiado do segurança, mas sem ativar nenhum alarme. O local estava vazio. Ela pegou uma senha para o atendimento personalizado e se dirigiu ao local para ser atendida. A mulher no caixa hesitou um pouco mas a chamou.

– Bom dia - ela disse.

– Bom dia - Kate respondeu. - Gostaria de fazer um saque. Esqueci meu cartão em casa e estou um pouquinho longe.

A atendente pediu as informações da conta para Kate, que as deu. Alguns poucos minutos depois estava saindo com uma quantia o suficiente para conseguir comida, uma muda de roupas e três noites em um hotel de média qualidade.

– Venha - ela disse a Loki quando o encontrou.

Os dois não andaram muito até encontrarem uma lanchonete. Eles lavaram as mãos e pediram uma pizza inteira - era a coisa que menos parecia perigosa. Depois de um minuto, o garçom entregou a pizza onde estavam sentados.

– Eu como isso com a mão? - Loki perguntou, olhando estranho a comida.

Kate balançou a cabeça afirmativamente enquanto comia um pedaço.

– É seguro?

– Pare de reclamar e coma - ela disse.

Não estava muito boa, mas foi o suficiente para não fazê-la desmaiar devido ao fato de não terem comido nos dias anteriores. Ela se sentiu tentada a pedir outra, mas passaria mal.

– Agora vamos procurar alguma lojinha por aí pra comprar roupas novas. Mesmo se essas estivessem limpas, chamariam muita atenção aqui - ela falou para Loki enquanto passavam pelas multidões de Las Vegas. - Como foi tentar escravizar a Terra?

Ele a olhou com a sobrancelha erguida.

– Não deu certo - respondeu.

– É, eu percebi. Mas houve um bom estrago em Nova Iorque.

– Pois é.

Kate logo achou a Clockhouse, uma de suas lojas de roupas favoritas. Ela viu Loki franzir a testa ao entrar no lugar, com a música eletrônica e a moda contemporânea.

– Você acha que têm alguma ideia de que tamanho de roupa você veste?

Ele a olhou.

– Eu não preciso disso.

Ela suspirou.

– Não, claro que não - e pegou algumas roupas masculinas que achou que serviriam, e depois foi para a sessão feminina. Tentou não passar muito tempo escolhendo, o que foi difícil, mas conseguiu. Esperaram alguns poucos minutos no caixa, receberem um olhar estanho da atendente, e saíram da loja.

– Os mortais são tão estranhos assim? - Ele olhava para as pessoas à sua volta com uma expressão estranha.

– Vocês que são - Kate rebateu.

– Você é uma de nós, docinho - Loki a lembrou.

Isso fez com que o coração dela apertasse. Tudo o que conheceu foi uma mentira, e haviam horríveis criaturas correndo atrás dela nesse exato momento. Ela balançou a cabeça, tentando fazer com que esses pensamentos sumissem de sua mente.

– Desculpa - ele murmurou baixo.

– Não faz mal. Eu tenho que lembrar disso.

Eles acharam um hotel. Tinha uma faixada bonita, funcionários simpáticos e sorridentes - mesmo com a aparência dos dois. Como não tinha dinheiro para dois quartos, optou por um com duas camas de solteiro.

Em rápidos minutos estavam já no quarto.Loki foi lavar-se primeiro, e deixou Kate mexendo na televisão. Parou no canal da BBC UK, sua terra natal. Estava bem longe de casa, ainda. Ela deu um suspiro pesado enquanto assistia o noticiário. Ainda falavam da revolta que os artistas de rua tiveram com os policiais, e tais se descontrolaram e açoitaram-os. Haviam passado-se somente dois dias desde que fora à Asgard.

Loki apareceu de volta ao quarto quando Kate retirava as etiquetas das roupas. Ele estava com uma blusa de moletom cinza, com as escritas ''I run the world'', o que ela achou uma ótima ironia, uma calça jeans com lavagem usada, tênis simples e um outro casaco por cima do moletom. Ela deu risada.

– Você não precisa ficar com todas essas roupas! - disse enquanto se encaminhava ao banheiro.

Lá se despiu e jogou - com muita dó - o seu vestido fora, e colocou-se embaixo da ducha. A sujeira tingia a água de vermelho ao longo que ela se lavava. Limpou os cabelos e depois de relaxantes minutos, saiu, se secou e vestiu a roupa. Era uma legging com tons de rosa escuro e rosa cereja, uma blusa grande e solta preta. Havia comprado também um casaco branco e botas, mas não iria vesti-las agora. Precisava descansar.

Quando voltou ao quarto, estancou na porta do banheiro. O tronco nu de Loki encontrava-se de costas logo à sua frente. Ele havia despido-se de suas blusas e sapatos. Por sorte ainda estava com as calças. Ela tossiu de leve para chamar a atenção dele.

– Você não precisa se despir tanto assim - sua voz foi enfraquecendo ao longo que o olhava.

Era impossível não fazer aquilo. Seus olhos voltaram-se para os de Loki, e eles se encararam por poucos segundos antes de preencherem o espaço entre os dois. Fora recíproco a ação. Logo estavam em um beijo apressado, um abraço apertado. Kate simplesmente esqueceu-se de tudo que existia, exceto os dois. As mãos de Loki corriam por debaixo de sua blusa, e ela não se assustou quando essa foi jogada para longe. Os dois andaram em direção à uma das camas atrapalhados, e caíram sobre tal. Kate olhou-o de cima, sem ar. Suas mãos correram por seu corpo quando se beijaram novamente. O cansaço se fora, agora era somente aquela paixão dos dois. Todo o resto poderia esperar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!