"O amor é um negócio horroroso, terrível, praticado por tolos. Vai partir seu coração e deixar você na pior. O que sobra para você no final? Nada além de algumas lembranças incríveis que não se esquecem." - ABC do Amor

P.O.V.'s James Potter

– Bom ver você também, ruiva. - Exclamei, sorrindo.

Ironia? Destino? Tanto faz. O negócio é que tinha alguém lá em cima que estava à meu favor.

– É sério isso? - Ela disse, fazendo cara de desespero. Sorri de lado. Tinha gostado dela. E muito.

– Pera aí... - Começou Rose. - Lexi, onde você conheceu os meus primos?

– Bom eu tava no.... - Começou ela, mas de repente parou, e me olhou com os olhos arregalados. - Pera... Primos?

– É ruiva, primos. - Fred respondeu revirando os olhos. - Fred Weasley. - Ele se apresentou (de novo) fazendo uma reverencia estranha. Ela riu.

– James Potter. - Me apresento, pegando sua mão e dando um beijo na mesma. Ela arregala ainda mais os olhos.

– V-você é filho mais velho do... - Ela começa.

– Harry Potter, sim eu sou. - Completo, sorrindo ainda mais. Ela se senta dramaticamente no assento da cabine, olha pro alto e diz.

– Merlin, por que você faz isso comigo? Eu sou uma pessoa legal! Não merecia metade das coisas que você faz comigo. - Ela diz, levantando as mãos para o alto.

Todos começaram a rir, até que ela olhou mortalmente para cada um, e parou o olhar numa pessoa específica.

– Quem és tu, garoto que tá rindo da minha cara? - Diz ela, dramaticamente.

– Frank Longbottom. - Se apresenta ele, rindo ainda mais. Ela sorri de canto, mas logo o sorriso some e ela volta a falar sobre um assunto pelo o qual eu não prestei atenção com Roxy, Rose e Dominique. Fred ficou conversando com a amiga morena dela, Kayla Jackson, se eu não me engano (traduzindo: ele dividia o tempo dele entre secar as pernas dela e conversar), enquanto Frank fica irritando Dominique.

E eu fui deixado de lado. É a vida. Então, por que não secar as pernas da ruiva também? Não tenho muita coisa pra fazer mesmo.

[...]

– Jayzito.– Ouvi uma voz irritando me chamando. E a dona dessa voz só poderia ser uma pessoa.

– Lysander... - Murmurei a olhando. A loira estava na porta da cabine, vestindo uma roupa que... Por Merlin! Ela usava uma blusa... Pera, blusa não. Um top, tão apertado que parecia que seus peitos iam pular para fora. Tinha os longos cabelos loiros soltos, e usava uma saia que dava uma visão privilegiada de suas pernas.

Lysander Scamander, irmã gêmea de Lorcan Scamander, pertence a Sonserina e cursa o mesmo ano que eu. Vamos dizer que... Ela é minha "amiga". A gente só fica de vez em quando, mas ela tem um tombo da torre de Astronomia por mim. Não que eu sinta o mesmo, muito pelo contrário. Como eu disse, ela é apenas uma grande amiga nos momentos de tédio.

Nunca a iludi. Nunca jurei amor eterno a ela. Nunca disse que namoraríamos um dia. Mas, ela não desiste. E, quem sou eu, mero mortal, a resistir a ela?

Quando eu murmurei seu nome, ela sorriu ainda mais, e passou os olhos pela cabine, parando os olhos castanhos claros na ruiva e em sua amiga. Arqueou as sobrancelhas e perguntou, com tom de desdem.

– Quem são elas?

Talvez fosse o jeito com que ela murmurou a palavra elas que fez a ruiva ficar mais vermelha que seus cabelos e se levantar, com os olhos faiscando de raiva. Ela parou em frente a Lysander e a encarou nos olhos, sorrindo cinicamente.

Alexia Dursley não era muito alta, e infelizmente, Lys Scamander estava de salto, coisa que a ruiva não usava. Por este motivo, a loira estava visivelmente mais alta, mas isso não pareceu intimidá-la.

– Algum problema, querida? - Ela disse, pingando a veneno.

Beleza, pensei comigo, briga de mulher.

– Nada não, queridinha, só queria saber quem era a ruiva atirada que estava perto do MEU James. - Ela disse, sorrindo.

Quando ela frisou a palavra meu, eu engasguei com minha própria saliva e comecei a tossir. Como assim?

Rose dava uns tapinhas - fortes, devo ressaltar - nas minhas costas enquanto ria, Dominique olhava fulminante para Lys, Roxy, Frank e Fred seguravam o riso, enquanto Kayla olhava atentamente a briga, como se a qualquer sinal ela levantasse e entrasse no meio.

Amizade é isso.

– Primeiro - Começou a ruiva, sorrindo falsamente. - A única atirada aqui querida, é você, que fica usando essa saia mostrando o útero, e esse top apertado pra ver se os peitos ficam maiores. Segundo, aonde você está me vendo dando em cima daquele babaca? - Ela disse, apontando pra mim. Vou fingir que não fiquei ofendido. - E terceiro, meu nome é Alexia Dursley, e é bom você tomar cuidado com o que fala se não quiser ficar com esse lindo rostinho todo arranhado. - Disse ela por fim, passando o dedo em volta do rosto da loira.

Dominique soltou uma sonora gargalhada, enquanto Kayla relaxou um pouco no banco, olhando para Lysander de um jeito ameaçador.

A loira empinou o nariz e retrucou.

– Se eu fosse você, queridinha, tomava muito cuidado com o que fala comigo. Você não me conhece, nem sabe do que é capaz. - Ela disse, pingando a veneno.

Lexi soltou uma gargalhada, totalmente sem humor, e se voltou para a loira novamente.

– E do que você é capaz? - Desafiou ela. Kayla voltou a ficar atenta à briga, e Dominique estava com os olhos faiscando de ódio.

– Sou capaz de tornar a sua vida, novata, num verdadeiro inferno. - Disse Lys, com ar de superioridade. - E você deveria andar com gente melhor - Ela disse, se referindo a Dominique. - Não deveria andar com ralé. – Disse por fim, sorrindo maleficamente.

O que aconteceu a seguir foi rápido de mais, até pra mim, que tenho ótimos reflexos, por causa do Quadribol.

Kayla e Dominique se levantam ao mesmo tempo, Domi espumando de raiva. Mas, quem tomou atitude não foi a loira.

– Escuta aqui, meu bem - Começou a Jackson, sorrindo assustadoramente. - sei que não me conhece, mas está passando a conhecer agora. Kayla Jackson, a primeira garota de toda Beauxbatons que já bateu o recorde de detenções, a mesma que já deixou careca duas garotas, e a mesma que consegue lançar azarações que nem mesmo o próprio Dumbledore - se ele ainda estivesse vivo -conseguiria desfazer. Então, eu sugiro que você tenha cuidado com o que late cadela, porque eu não vou ter dó de arrancar fio a fio esse seu lindo cabelinho falsamente liso. - Ela praticamente cuspiu na loira.

Nessa hora, Dominique a lançou um olhar cúmplice, e sorriu maleficamente, como se aprovasse cada palavra que a morena pronunciou.

Lysander tremeu um pouco, e simplesmente disse.

– Eu não tenho medo de você. - Ela disse, mas deve ter se amaldiçoado até a milésima geração pela voz ter falhado.

– Pois deveria ter. - Quem disse isso dessa vez foi a ruiva.

Lysander apenas empinou o nariz, olhou para mim sorrindo, mandou um beijo no ar, deu as costas, e saiu rebolando.

Você pode não ter entendido muita coisa sobre o caso Dominique e Lysander, mas eu explico.

Podemos dizer que existe uma disputa por popularidade entre as duas, e ambas se odeiam desde que se viram pela primeira vez, aos 4 anos de idade, já que a mãe dela, Luna Lovegood, é amiga da família. O caso de inimizade das duas só piorou quando ambas entraram em Hogwarts, e Dominique já chegou a levar várias detenções por agressão a ela, a pior de todas foi no quarto ano, quando Lysander começou a namorar Charlie Thomas, um lufano que na época, Dominique era totalmente apaixonada. Lysander ficou com o rosto deformado por uma azaração que ela lançou, e Dominique ficou responsável por limpar a sala dos troféus por três longos meses.

– James Sirius Potter. - Murmurou uma Dominique raivosa. O olhar que ela me lançou me fez ter vontade de implorar pela ajuda da minha mãe. Engoli em seco.

Fodeu.

– Que você comia a Scamander todo o mundo sabia, mas desde quando vocês estão namorando?– Ela perguntou, pronunciando a palavra com certo nojo.

Quando ela disse isso, todo mundo parou.

Frank, Fred, Rose e Roxy se entreolharam e, de repente, começaram a gargalhar. Gargalhar muito. Eles riam tanto que até a Jackson, que mau me conhecia, também começou a rir.

– O James? - Indagou Fred rindo.

– O nosso James. - Continuou Rose.

– Namorando? - Falou por fim Frank.

– Você anda bebendo, Dominique? Desde de quanto o Potter aqui - Roxy apontou para mim. - Namora?

Dessa vez até eu comecei a gargalhar junto com o resto do povo. A Dominique, realmente, deve andar bebendo.

– Loira, a garota só falou aquilo pra ver se o Potter toma algum tipo de decisão. - O Frank falou, rindo, enquanto a abraçava de lado, coisa que a loira lhe deu uma cotovelada nas costelas e ele gemeu de dor.

– E é bom mesmo você não estar namorando com ela. - Disse Dominique, sorrindo minimamente. - Se você namorasse com a minha pior inimiga, provavelmente eu iria te castrar. - Ela disse, sorrindo maleficamente.

Engoli em seco. Ela não teria coragem de fazer isso... Certo?

– E sim, eu teria coragem de fazer isso. - Ela afirmou, parecendo ler meus pensamentos. - Sou uma grifinória, é óbvio que eu teria coragem.

Isso fez com que todos, até a ruiva, rissem. Depois disso, ela fez um toque muito estranho com a Jackson e a ruiva, e se sentou, conversando sobre moda, ou algo do tipo.

Essas três juntas só significavam uma coisa: Perigo Extremo.

[...]

Já estávamos quase chegando, todos já tinham posto os uniformes e estavam conversando, até que Roxy virou para as duas novatas e perguntou.

– Para qual casa vocês acham que vão?

Isso foi como ter tacado um Petrificus Totalus em ambas. As duas só voltaram ao normal quando Dominique estalou os dedos no rosto delas, para chamar atenção.

A primeira a se manifestar foi a morena.

– Bom... A minha mãe é britânica, e estudou em Hogwarts. - Ela disse cada palavra como se doesse até a alma pronuncia-las. - Ela era da Corvinal. - Ela disse por fim.

– E... - Incentivou Rose.

– E, eles, digo os meus pais, esperam que eu vá para lá também. - Murmurou ela, por fim.

– Mas, não é o que você quer, correto? - Questionou Fred.

– Correto. - Disse ela, sorrindo de canto.

– E você ruiva? - Indaguei, sorrindo.

Ela revirou os olhos.

– Primeiro: Não me chame de ruiva, é Dursley para você, não lhe dei essa intimidade, Potter. - Ela disse, e dessa vez quem rolou os olhos fui eu. - E segundo, a família da minha avó materna é britânica. A minha avó também, claro.

– E de qual casa eles eram? - Indagou Dominique, curiosa.

A ruiva respirou fundo, e murmurou por fim.

– Eles eram da sonserina. - Disse, dando de ombros.

Silêncio. Sonserina?

– Sonserina? - Questionei.

– Sim Potter, Sonserina.

– Será que...- Começou Roxy.

– Existe uma possibilidade dela ir para a casa das cobras? - Completou Rose. - Sim, existe.

– Mas, ela pode ser a exceção... Né? - Murmurou Dominique.

– É, eu posso ser. Mas, qual o problema em ir para lá.

– Lysander é de lá! Ela e as amiguinhas vadias dela. - Respondeu Dominique, com ódio.

– Eu não tenho nada contra lá, até por que temos amigos lá, incluindo o meu irmão. - Eu disse. - Mas... Bem, existe a disputa entre as casas.

Ela me olhou confusa quando eu disse aquilo.

– Existe uma disputa à anos entre as duas casas. Sonserinos e Grifinórios podem - e são - amigos, mas são muito competitivos. - Respondeu Rose, por mim.

– Só por isso? - A ruiva retrucou.

– Bem... As cobras e os leões foram feitos para serem inimigos. - Roxy disse, gesticulando com as mãos. - Só que, nós não somos.

– Existem exceções, é claro. - Murmurou Dominique, com gosto.

– Enfim. - Continuou Roxy. - Não há problema algum em ficar lá, mas... - Ela deixou a frase morrer.

Então, Frank anunciou.

– Chegamos. - Ele disse, com entusiasmo.

[...]

Estávamos todos parados na porta do castelo de Hogwarts, com Kayla e ruiva olhando admiradas para a entrada.

– É... - Começou Lexi,

– Perfeito! - Disse Kayla, que ao mesmo tempo em que estava entusiasmada, também se mostrava nervosa.

– Vocês devem ser Kayla Jackson e Alexia Dursley, estou certo? - Uma voz masculina indagou atrás de nós. Todos nos viramos para ver quem era.

As garotas assentiram.

– Sou Neville Longbottom, vice-diretor de Hogwarts, diretor da Grifinória e professor de Herbologia. - Se apresentou ele à elas. Elas sorriram, nervosas. - Por favor, esperem aqui fora, junto com os alunos do primeiro ano, para poderem ir para a seleção das casas. - Anunciou ele, por fim.

Nos despedimos, já que nós, alunos do sétimo ano, deveríamos entrar, deixando para trás duas garotas suando frio, e um professor - que é pai de um dos meu amigos - amigável.