Teenage Runaway escrita por Bridget Black


Capítulo 19
Chapter 19 - Fraquezas


Notas iniciais do capítulo

Oi vocês,

Primeiramente vocês devem estar se perguntando (ou não): Quem é essa tal Bridget Black? Gente, sou eu, Lady Mellark Weasley. Mudei o nome, e enfim, só fiquem sabendo disso.

Depois: Vocês devem estar querendo me matar, porque eu não postei o capítulo rápido, e eu já tinha conseguido 10 reviews. Cara, eu vou contar pra vocês a coisa MARAVILHOSA que me aconteceu.
A lerda aqui começou a escreveu o capítulo a tipo, 2 semanas? É acho, que sim, tipo, normal. Só que ai a minha mãe super diwonica ficou falando na minha cabeça enquanto eu escrevia, que ela queria mexer no pc pra entrar no "face" dela (E na minha HUMILDE opinião, deveria existir uma lei federal proibindo os pais de terem facebook, mas isso não é assunto pra falar agora). Então ela me deixou nervosa e sem querer eu cancelei a aba. Pessoas, eu tava na metade da fic. Tava enorme o capítulo, mas eu cancelei. Eu quase chorei cara, de boa. E não é a primeira vez que isso me acontece, então eu comecei a salvar o capítulo num negócio aqui, só que dessa vez, eu não salvei absolutamente NADA. Eu fiquei muito revoltada comigo mesma, e eu comecei a pirar e dizer o quanto eu era burra, mas deixando um pouquinho de lado os meus probleminhas mentais, eu fiquei muito nervosa, e ai as minhas amigas começaram a ficar preocupada então me aconselharam a escrever esse capítulo em outro dia, no dia em que eu não pensasse em me tacar do Empire State. E aí o Nyah! fica fora do ar por dias, e vocês ficam prejudicados por causa disso. Sério, me perdoem.

Este capítulo é 100% dedicado à:

— Clary Potter

Obrigada por não deixar eu me matar e ainda perder horas da sua semana me ajudando com a fic.

Enfim, é isso.

Enjoy it.

XOXO

Bridget ღ



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“Quando a gente perde alguém que ama, ele nunca te deixa de verdade. Ele se muda para um lugar especial em seu coração.”
— Frankenweenie

P.O.V.'s Alexia Dursley

— Kayla, você não me respondeu. — A pequena Potter insistiu.

— Regra número um: Você tem de se divertir. — Ela murmurou, e todos riram.

— Aula de que agora? — Perguntei, à ninguém em especial.

— Defesa Contras as Artes das Trevas, com a Sonserina. — Domi respondeu. Me levantei, manhosa, me apoiando em Frank. Pude ver o Potter estreitar os olhos para nós, e Fred balançar a cabeça negativamente para o amigo e rir.

Rose e Roxy foram em direção à biblioteca, tinham um horário livre e, mesmo que Roxanne não quisesse, elas precisavam fazer uma pesquisa.

Lily foi com uma amiga, que eu acho que se chamava Elizabeth, foda-se o nome dela, mas enfim, elas foram para a aula de Adivinhação. Uma aula que, na minha humilde opinião era desnecessária.

— Bom, Frank, acho que você não se importaria de me arrastar até a porta né. — Eu murmurei deixando claro que aquilo não era uma pergunta. Eu estava com tanto sono que poderia cair se tentasse andar sozinha (E cosplay de Anastasia Steele só uma vez, por favor).

Ele revirou os olhos e deu de ombros, o que eu entendi sendo um sim. Vi que Cher e Luke já não estavam mais no Salão Principal, ou seja: Eles já deviam estar na sala faz tempo. Kay também não estava mais lá, e eu reparei que o tal garoto da Corvinal, Edward Mayer, também não estava, o que me fez concluir que ela devia ter saído e ele a seguiu. Não pessoas, eu não pensei que eles estão se pegando, porque eu sei que eles não estão. Quando Kayla Jackson dispensa um garoto, ela dispensa pra valer. Dominique se levantou meio sonolenta e se apoiou no braço direito do Longbottom, dando a entender que ela também não estava aguentando dar um passo sozinha.

Fred e o Potter estavam mais atrás conversando sobre algo provavelmente estúpido, enquanto várias garotas suspiravam pateticamente por onde ele passava. Ridículo.

É, aquele seria um longo dia.

[...]

Andávamos sem dizer nada, e Frank estava, literalmente, nos arrastando. Eu vi que Frank estava um tanto risonho por estar naquela situação, e eu juro que se não estivesse tão cansada eu teria batido nele.

Faltava pouco para chegarmos à sala até que uma voz que eu tenho certeza que é do inferno vir me encher.

— Ruiva, hey ruiva, espera aí! – Ai meu Merlin, eu só posso ter dançado quadradinho de oito no seu túmulo para merecer isso. Por que justo comigo?

Pela milésima vez, a resposta é não! — Eu gritei. Foda-se que todos que passavam estavam me olhando como se pensassem “Aquela garota é louca?” , foda-se eles. Eu estava cansada dele.

— Nossa, que rebeldia mocinha. — Nem me lembrava de que Frank ainda estava ao meu lado, e ele que, provavelmente queria ajudar o amigo, parou bruscamente, me fazendo tropeçar, e a Weasley teria caído se ele não tivesse a segurado pela cintura.

Nota mental: Matar Frank Longbottom do jeito mais horrível que existir. Assim que eu estiver mais animada, claro.

— Calma minha ruivinha. — O idiota mor se pôs ao meu lado, e eu pude ver Fred e Dominique se segurando para não rir. Que maravilha! Por que eu levantei da cama hoje mesmo? – Nem era isso que eu queria te falar. – Ele continuou.

— O que você quer então? — Disse, grossa. Eu estava sem tempo para o Potter. A única coisa que eu queria era ir para essa maldita aula e depois dormir na aula de História da Magia. Só isso.

— Indo para a aula sem o seu amigo, seu grande amigo. — Ele disse, dando seu típico sorriso de canto de boca, sexy. Pera... Sexy? Eu não estou pensando nisso. — Assim você me magoa.

Ele só podia estar brincando comigo. O garoto estava fazendo cara de hipogrifo abandonado. Eu não sou obrigada a aturar isso.

— Potter, mesmo se você estivesse magoado, eu não ligaria nem um pouco. — Respondi, irritada. Ele apenas sorriu, e pela primeira vez eu reparei que ele ficava até fofo com o cabelo bagunçado. Pera... Meu Merlin! Olho no que eu estou pensando? Estou ficando maluca.— Será que dá pra ir direto ao que interessa? — Murmurei impaciente. Quanto mais rápido eu terminar essa conversa – na qual eu não queria estar participando — mais rápido eu sairia daqui — e menos eu repararia no Potter.

— Nada de preliminares? Assim você acaba com o clima, meu lírio. – Disse ele, provocante. Eu apenas cruzei os braços e o olhei, impaciente. O Potter bagunçou os cabelos, revirou os olhos e continuou. — Sério, conviver com você vai acabar com o meu senso de humor.

— Você é bem cheio de si, não é? — Optei por uma resposta neutra. Senti que não dava para discutir com aquele ser abençoado.

— Sou. E aposto que qualquer garota dessa escola daria tudo para ficar cheia de mim também. – Ele disse, dando um sorriso malicioso no fim. Do que é que ele estava... Ai.Meu.Merlin. Graças a minha lerdeza digna de Poseidon, eu custei a entender o sentido do que ele disse. O sentido sujo.

— Ai meu Merlin! Você é nojento. — Eu praticamente gritei, enquanto os quatro — sim, até Dominique se juntou à eles, apesar de que ela não é bem minha amiga, mas enfim. Me larguei de Frank e reuni todas as minhas forças para sair andando com passos duros, os deixando para trás.

— Você é a criatura mais insuportável que eu tive o prazer de conhecer. — O ouvi gritar, e eu tinha total certeza que esse prazer tinha um duplo sentido. Argh!

— Acredite, Potter, o sentimento é recíproco. — Eu gritei de volta, e comecei a subir as escadas, quase correndo. Como eu fui tão lerda a ponto de não entender aquela piadinha ridícula? Eu iria me odiar para sempre.

— Ah, ruiva! Só mais uma coisa... — Ele gritou com uma voz divertida. E eu não sei porque diabos eu me virei para ver o que ele queria. Ele subiu as escadas correndo em minha direção.

— O que foi agora, Potter. – Eu questionei, serrando os dentes. Ele sorriu marotamente. Como eu odiava aquele sorrisinho.

— Quer sair comigo? — Ele basicamente berrou, para que todos que estavam ali ouvirem. Sério, ele perdeu a noção do perigo? Ou será que ele gosta de levar foras?

— Claro. – Respondi, me aproximando lentamente dele, com o máximo de charme que eu tinha. – Eu saio com você... Quando o inferno congelar! — Eu quase gritei a última parte, e vi que Dominique gargalhava. Me virei e praticamente correndo.

— Ótimo! Tá marcado então. — Ele gritou, se fingindo de idiota, e pude ver Frank dar um tapa na própria testa e Fred rolar os olhos e rir. Agora é definitivo: Eu nunca vou sair com James Sirius Potter.

[...]

Entrei na sala, e vi que Teddy Lupin, o professor, ainda não tinha chegado. Me sentei ao lado de Cher, que conversava animadamente com Luke, que estava à sua frente.

— O que foi ruiva? — Luke perguntou, assim que eu sentei e bufei.

Nada. – Eu disse, contragosto. Cher riu pelo nariz e Luke apenas deu de ombros. Nesse momento, uma Dominique ainda apoiada em Frank entrou na sala, e logo atrás Fred e o maldito Potter.

Ela se sentou com Luke, na nossa frente. O Potter se sentou com Frank, e o Weasley ficou sozinho, mas não por muito tempo.

Kayla entrou basicamente junto com o professor na aula, e se sentou pesadamente ao lado do garoto, que piscou para ela.

— Boa tarde turma. — O professor murmurou, animadamente. A sala respondeu em uníssimo um “boa tarde”.

“Agora iremos estudar uma coisa não tão nova para vocês. – E dizendo isso apontou para um armário, que balançava freneticamente. – Dentro deste armário, nós temos um bicho-papão. E a primeira pergunta que eu faço é: O que é um bicho-papão? – Indagou o professor, se sentando – literalmente – em sua mesa.

Levantei a mão quase imediatamente, e Cher também. Nos olhamos, divertidas. O professor olhou para ela de um jeito estranho, e como se a ignorasse, apontou para mim com o olhar.

— Diga, senhorita Dursley. — Murmurou, calmamente. Vi Cher ficar meio sem-graça, e ela me lançou um olhar como se dissesse para eu responder.

— É um transformista. — Comecei. — É capaz de assumir a forma do que achar que pode nos assustar mais. — Completei.

— Exatamente. — Ele disse, dando um sorriso de lado. — Então, o bicho-papão que está ali dentro — Ele apontou para o armário. — que ainda não assumiu forma alguma. Ele ainda não sabe o que pode assustar a pessoa que está do lado de fora.

“O feitiço que repele um bicho-papão é bem simples. — Prosseguiu. – Vejam, o que realmente acaba com o bicho-papão é o riso. Então o que precisam fazer é força-lo a assumir uma forma que vocês achem engraçada. Repitam comigo: Riddikulus.

Riddikulus. – A turma repetiu.

— Ótimo. Agora, queiram fazer uma fila. – Ele mandou, e todos se levantaram quase imediatamente. A primeira da fila era uma garota morena da Grifinória. — Está pronta Srta. Mason? — Teddy perguntou, e ela assentiu. — Ótimo, prepare a varinha. – Ele completou, e apontou a própria para o armário. — Se concentre. Quando eu contar até 3, o que está ai dentro, vai sair, e se transformar em algo que lhe assuste. Um... Dois... Três. — E com um aceno de varinha, a porta do armário se abriu, e lentamente, saiu dele uma coisa que ninguém esperava: Um palhaço.

Poderíamos ter rido, mas as feições daquele palhaço eram, realmente, as mais assustadoras que eu já vi. A mão da garota que empunhava a varinha, tremia levemente, a ela estava tão branca quanto Kayla.

Quando todos achavam que ela iria desmaiar, ela tirou forças de sei lá onde, pra gritar.

Riddikulus. — E o palhaço assassino foi transformado num palhaço normal, que usava um patins, e tentava descontroladamente ficar em pé (o que não dava certo).

A turma caiu na risada, e Lysander Scamender – que estava logo atrás dela - riu debochada.

— Sério que o que mais a assusta é um palhaço? Fala sério... — Ela poderia ter continuado, mas como era a vez dela, o que antes era um palhaço se transformou em algo que ninguém nunca iria esperar: Uma cobra.

— Pera! — A voz da Jackson se fez soar. — Você é da Sonserina e seu maior medo é de uma cobra? — A voz dela soava incrédula.

Alguns riram, mas a loira não se moveu. Seus olhos amendoados se arregalaram levemente, e se Peyton não tivesse segurando-a, provavelmente ela iria desmaiar. Eu mesma segurava o riso. Não tinha cena mais cômica que aquela.

Então, com um pouco de força que restava, ela conseguiu sussurrar.

Riddikulus. — E o rosto da cobra se transformou no rosto da professora Sibila Treawley, e a turma novamente riu muito. Nem a Scamander conseguiu segurar o riso.

E a aula assim seguiu, todos estavam se divertindo muito, a fila andava, até chegar em Dominique, que estava na minha frente.

Tensão. O bicho-papão estava se transformando, e então ele virou nada mais nada menos que... Uma aranha gigante. Algumas garotas — inclusive eu, que tinha pavor de aranhas — estremeceram, e a loira ficou tão pálida que eu tive que segurar seus ombros, com medo que ela desmaiasse.

Por uns 3 minutos, Dominique nada fez, a não ser fitar com seus intensos olhos azuis o bicho gigante que estava a sua frente. Com uma enorme dificuldade, ela empunhou a varinha e gritou, meio trêmula.

Rid-di-kulus. — E as pernas da aranha sumiram, e ela começou a quicar, desesperada, sem conseguir sair do lugar. A turma – inclusive Dominique – começou a gargalhar, e o professor nos olhava, satisfeito.

Agora era a minha vez. Dei um passo à frente, meio nervosa. Quem estava atrás de mim era Kay. O que era pra ser uma aranha se dissipou, e agora o que estava se formando era uma fumaça estranha, como se fosse uma coisa difícil que ele tinha de fazer. Esperei, nervosa. Esperava que fosse qualquer coisa; de uma barata gigante, à minha antiga professora de Runas Antigas de Beauxbatons, que era uma mulher muito sinistra.

E então, na névoa, uma cena começou a se formar. Aquilo me lembrava vagamente uma mensagem de Íris, em Percy Jackson. E o que a cena mostrou, fez meu coração dar um salto;

Uma mulher, loira de olhos castanhos claros, e sorridente se encontrava de frente a uma mesa, onde havia vários frascos de vidrinhos e várias plantas e ingredientes para poções. Ela preparava alguma poção, e sua varinha estava por perto. Ela sorria para alguém — não dava pra ver quem era, mas eu sabia exatamente para quem ela estava sorrindo —, e então um vulto loiro apareceu perto dela e lhe entregou um vidro de alguma coisa. Ela fez que sim com a cabeça, e sorriu orgulhosa. Juntou mais alguns ingredientes e misturou, enquanto continuava a sorrir pra o lado . A mulher pegou sua varinha, que estava do lado da mesa, e apontou para o experimento.

Naquele momento, eu quis gritar para que ela não fizesse aquilo; Eu quis impedi-la, mas sabia que eu não podia fazer nada. Minha boca estava seca. Com um aceno de varinha que ela fez, a poção explodiu, a fazendo cair à uns três metros para trás direto à uma estante de livros, tão violentamente que alguns livros caíram ao seu redor.

E o que a imagem a seguir mostrou, me fez congelar; Os lindos e longos cabelos loiros da mulher estavam meio queimados, e quando vi seu rosto, um grito involuntário saiu de meus lábios. O seu rosto, antes lindo, estava completamente desfigurado. Seus olhos continuavam abertos, e levemente arregalados, sua boca estava entreaberta, sua cabeça sangrava, em alguns locais, não tinha pele. Ela não se moveu nem por um segundo. Ela estava morta.

Mamãe. — Foi a única coisa que eu consegui berrar, vendo aquela imagem na minha frente. Algumas pessoas olhavam a imagem, confusas. Eu estava tremendo, e chorava. Eu estava chorando na frente de todos, e a imagem da minha mãe morta estava à minha frente.

Riddikulus. — Uma voz feminina gritou, e vi que Kayla é quem tinha lançado o feitiço. Não quis nem olhar no que a imagem tinha se transformado. Comecei a andar para trás, vendo todos me encararem. Eu odiava aquilo. E então eu corri.

— Lexi, espera. — Pude ouvi o berro de Kayla, mas eu já estava longe. Eu corri como se minha vida dependesse daquilo. Esbarrei em algumas pessoas enquanto andava, mas nada me importava.

Eu apenas corri, procurando algum lugar para me esconder. Eu precisava sair dali, pensar. Aquilo tinha sido, com certeza, a pior aula da minha vida.

[...]

Eu estava encolhida num canto, soluçando. Sozinha. Depois do que aconteceu, eu corri para um lugar onde eu pudesse pensar, sem ser interrompida: A torre de Astronomia.

Esse lugar me trás uma calma inexplicável. Me sinto tão perto da minha mãe aqui; O sol já estava se pondo, e já dava para ver algumas estrelas. Ah, as estrelas... Minha mãe as amava, por isso me sinto bem aqui. Daqui tenho uma visão privilegiada delas.

Fraca. Foi isso que eu fui, no momento em que saí daquela sala, chorando. Quando eu tinha 13 anos, eu fiz uma promessa a mim mesma, de nunca choras na frente de ninguém.

Chorar, para mim, era sinal de fraqueza. Os trouxas costumam dizer que chorar lava a alma... Ridículo. Mas às vezes, chorar é a melhor solução. Eu não chorava para resolver nada, chorava para suportar.

O mundo não é um lugar perfeito. Ele é mal e cruel, e cada pingo de felicidade que ele encontra, ele destrói. O mundo destruiu a minha felicidade. A morte da minha mãe é apenas mais uma prova disso.

Não gosto de revirar o passado; O passado machuca. Minha mãe era uma pessoa maravilhosa, a mulher mais alegre que já conheci. Quando ela morreu, tanto eu quanto Cashmere estávamos perto. Quem entregou o último ingrediente para minha mãe completar a poção foi minha irmã. Foi por um grande engano: Minha mãe pediu para ela pegar o frasco errado, por isso a poção explodiu. E é por isso que Cashmere perdeu seus poderes.

Conviver com a dor de ter visto sua mãe morrer é a pior coisa que existe; mas conviver com a dor de ter visto sua mãe morrer, com a culpa de ter matado-a, com toda a certeza do mundo, é muito pior.

O.k., a culpa não foi dela, eu vi tudo, e eu sei que não posso culpa-la. Mas ela se culpa do ocorrido. Até hoje.

Eu sofri muito com a morte dela, até hoje sofro. Possuo algo como um buraco, no meio do peito. Um vazio terrível, uma dor infinita. Eu chorava muito por culpa disso, mas decidi parar; Minhas lágrimas, infelizmente, não a trariam de volta à vida. Mas eu sentia um certo conforto em chorar: Era como se a dor pudesse fazer sentido.

Eu sei, não sou a única pessoa que sofre com isso. Mas dói, dói muito. A cena novamente veio à minha cabeça, e reparei que não foi mostrado uma coisa: A cena não mostrou a parte em que uma garota loira, de apenas 13 anos, corria para o corpo imóvel da mãe estirado no chão, enquanto gritava por ela. Também não mostrou quando a garotinha ruiva de 11 anos estava paralisada, nem mostrou quando o pai delas chegou, e assim que viu o que havia ocorrido, ficou desesperado.

Lembro de minha avó ter me tirado de lá, às pressas, e de longe eu podia ouvir os gritos de desespero da minha irmã, com a culpa preenchendo-a por completo, e a consciência do que aconteceu surgiu para mim. Essas imagens me persseguem desde os meus 11 anos. Meu pior pesadelo.

Essas lembranças só me fizeram chorar mais, mas fui tirada dos meus devaneios com pessoas apressados perto de mim. Tentei, inutilmente, enxugar minhas lágrimas. Olhei para frente, pra ver quem tinha chegado. Minha visão estava embaçada, mas vi que era um garoto, e apenas tive a confirmação de quem era quando ele chegou à porta da Torre e gritou pra alguém.

— Ela está aqui! — E logo em seguida, Frank Longbottom correu em minha direção (lembrando que eu estava sentada no chão, toda encolhida e abraçando meus joelhos). Assim que viu meu estado, se sentou ao meu lado e me abraçou, enquanto passada as mãos pelos meus cabelos, sussurrando coisas como “Vai ficar tudo bem” e “Foi só uma cena ruim”. Afundei meu rosto em seu peito, não queria que ninguém me visse chorando.

Mas, como eu tenho uma sorte invejável, logo ouvi vários passos apressados entrando na Torre. Nem quis olhar, pois já tinha uma ideia de quem era.

— Mas o que está... — Dominique começou, mas assim que percebeu meu estado, sua voz mudou o tom. — Lexi!? — Ela parecia preocupada.

— Lexi! – Agora eu ouvi a voz de Cher, e percebi que ela tinha se sentado ao meu lado. Não quis olhar para conferir; Eu ainda soluçava muito. Senti mãos suaves no meu cabelo, e conclui que fosse ela. — Lexi, calma. Olha, aquilo foi só uma cena ruim, ‘tá tudo bem, fica... — Mas ela foi interrompida quando eu murmurei, em meio aos meus soluços.

— N-não f-foi u-uma visão. — Murmurei num fio de voz.

Como é que é? — Todos eles (quando eu digo todos , eu me refiro a Domi, Cher, ao Frank , Potter mais velho e o Fred) disseram.

— Aquilo realmente aconteceu. – Quem disse isso não fui eu, mas sim a única pessoa ali que sabia de tudo.

— Como assim, Jackson? — Luke indagou, confuso.

— Ruiva, eu posso...? — Ela questionou, e eu movi a cabeça levemente. Senti mãos fortes me puxando de Frank para um abraço, e assim que me encostei na pessoa, senti um agradável perfume masculino; Também pude sentir seus músculos quando me encolhi, me apoiando em seu peito. Eu sabia quem era.

“A mãe da Lexi... Bem... Morreu quando ela tinha 11 anos. — Ela murmurou, sem-graça, num fio de voz. — A ruiva viu tudo.”

Me encolhi ainda mais no peito do Potter, e senti ele me abraçar mais forte. Alguém, que eu tinha quase certeza de ser a Dominique — por causa do forte cheiro de perfume francês — se aproximou de mim, e puxou meu queixo delicadamente para cima, me forçando a olhar em seus olhos azuis.

— Por que você nunca nos contou isso antes Lexi? — Então eu desviei o olhar, envergonhada. — Olhe para mim. —Ela disse, com voz autoritária. — Por que?

— Não achei necessário. — Respondi, sem-graça.

— Nós aqui somos seus amigos agora, Lexi. Você não precisa nos esconder nada, entendeu? — Ela prosseguiu, como se estivesse explicando algo a uma criança de 10 anos. Assenti, levemente a cabeça.

— Vem, vamos pro dormitório, já está quase na hora de dormir. — Kayla murmurou, e o Potter me ajudou a levantar do chão. Olhei pra ele, sem-graça, mas ele sussurrou em meu ouvido, sem que ninguém percebesse.

Não precisa agradecer. Bom... Pelo menos não agora.

E, naquele momento, eu quis tacá-lo daquela torre.

[...]

Tinha acabado de sair do banheiro, depois de tomar um longo banho — chorando, devo ressaltar —, e fui em direção à minha cama. Dominique estava na sua cama, passando algum tipo de creme com um cheiro irritantemente doce.

— Quer parar de passar essa coisa? Esse cheiro é horrível. – Kay murmurou, irritada. Dominique a olhou mortalmente, e pegou ainda mais creme e passou ainda mais. Rolei os olhos e me deitei.

— Quer conversar? — Kayla perguntou. Fiz que não com a cabeça, e me cobri, vendo tia Minnie pular na cama e se enroscar nos meus pés.

— Boa noite garotas. — Dominique disse, com uma voz meio rouca. Respondi algo e fechei a cortina com um aceno de varinha.

E quando me deitei, a única coisa que pude desejar foi que amanhã fosse um dia melhor que hoje, e que às pessoas já tivessem esquecido do que aconteceu.

–-------------

"Bem, eu tento viver sem você

Mas as lágrimas caem dos meus olhos

Eu estou sozinha e me sinto vazia

Deus, eu estou dilacerada por dentro

Eu olho para as estrelas

Esperando que você faça o mesmo

De alguma forma me sinto mais próxima

E posso ouvir você dizer

Oh, oh eu sinto sua falta

Oh, oh eu preciso de você

E eu te amo mais

Do que jamais amei

E se hoje eu não vir o seu rosto

Nada mudou

Ninguém pode tomar o seu lugar

Fica mais difícil a cada dia."

(Stay - Miley Cyrus)


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Notas finais do capítulo

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Não gostou? Comente.
Achou que vocês esperou tanto tempo por um capítulo e ele ficou uma merda? Comente também.
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