Amanhecer Sombrio escrita por Amanda Santos


Capítulo 12
Nas Sombras


Notas iniciais do capítulo

demorei ne??? Tive um probleminha reescrevendo o capitulo e nao tive tempo de postar, mas estamos de volta na ativa!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476985/chapter/12

Estava escuro e eu sabia que iria morrer ali, mas tinha que salvar Granger. Não podia deixá-la morrer por um erro que eu havia cometido, não podia deixá-la pagar por meus pecados. E acima de tudo, não podia perde-la.

– Você vai ter que deixá-la, Draco. - ele sempre me dera bons conselhos, mas esse era o mais difícil de aceitar.

– Não, você sabe que eu não vou fazer isso. - minha voz trazia todo desespero que eu sentia dentro de mim.

– Você não tem muito tempo, corra. - ele bateu em meus ombros e correu em direção a saída.

Eu não tinha muito tempo, mas sabia onde iria encontrá-la. Ele me queria ali dentro, me queria em um lugar onde eu não conseguiria sair e eu a encontraria ali.

Um mês antes...

Era o soltíscio de inverno, e era a única semana onde o poder dos bruxos estariam aumentados. Era uma semana em que os aurores se mantiam bastante ocupados vigiando criaturas do mal e bruxos desviados. E acima de tudo, eu podia sentir o poder misterioso aumentando conforme o meu poder aumentava.

Ele se alimenta de você, Draco.– a voz se tornara mais constante desde a morte do Weasley, ele pressentia quando as dúvidas ficavam demais para que eu aguentasse.

– E como eu faço para esse otário sair de mim? - perguntei irritado.

Não pode deixá-lo saber que você sabe sobre ele.– pude ver a hesitação escorrendo por suas palavras. - Tenho que contar-lhe algo.

– O que é? - perguntei, um arrepio percorreu meu corpo.

Uma noite uma bruxa conheceu um homem e se apaixonou, eles queriam se casar. Mas a família dela era terrivelmente contra uma bruxa sujar seu sangue se casando com um trouxa. – ele deu uma pausa, inspirando fundo. - Então eles decidiram que no solstício de inverno, quando os poderes dela estariam aumentados, eles fariam um feitiço que passaria parte do poder dela para ele, e assim ele poderia se tornar um bruxo.

– Deixa eu adivinhar, não deu muito certo? - sorri amargo.

Não, não deu. O feitiço sugou todos os poderes dela e os transferiu para ele, mas o poder corrompeu a alma mortal dele e o transformou em algo sombrio. A garota não sobreviveu a transfusão, e ele torturado pela dor jurou destruir as famílias de sangue puro.

E de repente todas as peças se juntaram, as mortes, os desaparecimentos de bruxos de famílias puras e o modo como todos estavam tentando abafar o caso. Minerva não poderia divulgar um caso de alguém que quebrou a regra suprema de não fazer magia negra no solstício e não podia deter um ser que aparentemente era uma sombra.

– Qual o nome dele? E por quê ele não aparece na história, como Voldemort?

Gallian Moriart, não pode ser mencionado sob nenhuma circunstância. Ele é um pária, um ser que ganha força nas sombras e pelo bem de todos deve continuar sem ser revelado ou algo pior pode acontecer. ­- eu podia sentir a seriedade na sua voz, além do mais, para quem eu contaria? Nem eu mesmo conseguia acreditar nessa história toda.

– E o que eu faço agora? Quer dizer, por que esse Gallian está atrás de mim? ­- perguntei, mas assim que as palavras saíram da minha boca eu soube a resposta. ­- Malfoy é a família pura mais antiga de toda comunidade bruxa, somos imaculados a séculos.

E ele pretende usar você em algo maligno, só nos resta descobrir o quê.

E como se fosse uma brisa forte ele se foi, tão sutil e silencioso como sempre, parecia que ele só aparecia nos momentos em que eu estava disposto a esquecer todos os meus problemas. Hermione estava deitada na minha cama ainda dormindo, faltava pouco tempo para amanhecer e os pensamentos vinham em tsunamis na minha cabeça. Ela se remexeu e vi seus olhos se abrindo devagar, seu corpo se aconchegou no meu e ouvi sua respiração desacelarar.

– Parece que você nunca dorme. - sua voz estava arranhada pelo sono.

– Tenho pesadelos, e quando estou acordado me dou conta de que eles não são reais. - respondi, a verdade saiu tão fácil como respirar. E naquele momento me dei conta de que se Hermione me perguntasse qualquer segredo meu, eu diria a ela.

– Então, o que está atormentando você? - ela perguntou, enquanto mexia na mesinha de cabeceira.

Eu queria tanto poder falar a verdade a ela, queria tanto poder dizer qualquer coisa a ela. E isso me perturbava de uma maneira assustadora, eu não sabia dizer quando as coisas ficaram tão complicadas, ou quando eu havia me esquecido que Granger era uma sangue-ruim que me odiava. Simplesmente, eu não sabia de mais nada quando o assunto era Hermione Granger.

Você está me atormentando, para ser sincero, você está me deixando louco.

– Acho que essa é a meta da minha nova vida. - ela sorriu e me mostrou a foto que havia tirado de dentro da minha caixa. Era uma fotografia que eu havia tirado quando ganhara minha primeira câmera mágica, um dia de neve no beco diagonal. - Descobrir o que você esconde, ver o que ninguém mais consegue ver. Eu quero saber se existe uma razão lógica para o que sinto quando você está perto de mim.

Sua boca estava a centímetros da minha, sua pele macia me provocando e seus olhos me seduzindo. Eu podia ouvir seus batimentos acelerando e sua respiração falhando, ela ficava tão pertubada quanto eu e isso me divertiu.

– Por que me perguntou se eu havia matado o rato Weasley se você estava comigo quando aconteceu? - perguntei, ficando por cima dela.

– Tecnicamente, eu estava dormindo quando aconteceu, então não sei se estavámos juntos. - mesmo sabendo que o assunto era sério, ela não parecia nem um pouco preocupada.

– Ele era seu amigo, você não ficou nem um pouco triste por ele ter morrido? - segurei a respiração esperando sua resposta, sabendo que poderia ter um ataque de fúria a qualquer momento.

– Não disse que não fiquei triste, mas também não posso dizer que isso me afetou de verdade. Tudo que eu conhecia de Ronald Weasley, havia lido num diário e era como se outra pessoa tivesse escrito. - ela fez uma pausa e me olhou com o mesmo sorriso malicioso. - Agora o que li sobre você... É bem mais divertido.

Me lembro de quando vi ela pela primeira vez, era uma garota magrinha com um rosto arrogante e um livro grosso nos braços. Não era parecida com nenhuma bruxa que eu já havia visto, tinha uma confiança que beirava a prepotência. E eu estava até disposto a ignorar que ela era da Grifinória para falar com ela, mas o fato de ser uma sangue-ruim fez com que tudo fosse para outro caminho. Meu pai sempre dizia que sangue era mais forte que qualquer coisa, e ele estava certo até um certo ponto. Havia tantos motivos para o fato de estarmos ali, juntos, fosse errado. E ainda assim, não havia qualquer lugar no mundo onde ele quisesse estar.

– O que você escreveu sobre mim? - perguntei, mesmo sem ter certeza se queria ouvir a resposta.

– Eu tinha uma curiosidade irracional por você, parecia um animal em um zoológico trouxa. E o fato de me interessar tanto pelas coisas que você fazia me irritava, saber que você era cruel de próposito me fazia ter ódio por estar tão curiosa pelas coisas que você escondia. - ela olhava para a janela enquanto falava, parecia que narrava uma história sobre outra pessoa. Não sei se fiquei mais surpreso com o fato de que ela sentia algo por mim antes além do ódio, ou pelo fato de que essa revelação fez meu corpo relaxar de alívio. - Gostava da maneira de como você tinha plena certeza dos seus pontos fortes e de como tinha segurança de fazer algo que não queria mesmo que isso machucasse outras pessoas, mas odiava o fato de que isso não deixava você ser mais do que o Malfoy detestável.

Passei o resto do dia pensando no que Hermione havia dito, pensando em como afetaria toda a realidade se eu não tivesse feito as escolhas que fiz. Pensando, se tivesse me oposto a Voldemort, ou se tivesse lutado na guerra do lado dos bonzinhos e cheguei a uma única conclusão: eu estaria morto. Provavelmente Potter teria salvado o dia e Hermione estaria, não sei o porquê, nos braços do falecido rato Weasley.

Minerva me vigiava de perto depois da nada amistosa conversa em seu escritório, parecia ter certeza de que eu havia sido o responsável por o que quer que tivesse matado Weasley, não era preciso nem ao menos mencionar que mais uma vez eu havia me tornado o centro das atenções outra vez. E apesar de não se aproximar de mim em nenhum momento quando havia pessoas perto, não era segredo as visitas constantes de Hermione ao meu quarto ou o fato de que ficávamos em detenção quase todos os dias por saírmos escondidos do castelo, o que só ajudava a me incriminar.

– Acho que gosta dela. - Kol riu, jogando a pequena bola brilhante para cima e a pegando antes que atingisse seu rosto.

Estávamos na torre de astronomia, começava a nevar e por algum motivo eu sentia como se isso fosse um presságio de que o tempo estava terminando para todos nós. Kol arrumara três outros novos projetos e esquecera que alguma vez tentara algo com Granger, e por mais não parecesse um pedido de desculpas aceitei quando ele disse que era um saco o fato de não haver sonserinos o bastante para se conversar no castelo.

– Não achei que fosse tão estúpido quanto parece, mas essa superou. - respondi.

– Ah, qual é cara. - ele jogou a bola para mim. - Admite que passou de uma noite casual a muito tempo, você não sabe mais o que é.

Eu não sabia o que responder. Gostava do corpo, do cheiro e de transar com ela. Mas também gostava de estar com ela, de conversar e de só ter ela perto de mim. Realmente eu não sabia o que responder.

– Negar não vai fazer você odiá-la outra vez. - ele disse, e um estalo invadiu minha mente.

– Não sei por que a odeio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai gostaram????