Tiger's Life escrita por BlindBandit


Capítulo 3
Expectativas




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Lentamente, a casa foi ganhando vida. Nilima voltou naquela mesma noite, e eles tiveram um jantar agradável no jardim. Ela e Sunil anunciaram o noivado, Ren se ofereceu para pagar pela festa, já que o senhor Kadam e ela tinham feito tanto para Ren e o irmão. Mas Sunil recusou fervorosamente, dizendo que era dever dele arrumar dinheiro para o casamento.

As semanas foram passado, Kelsey estava imersa em escrever o livro, Ren agora trabalhava em casa, e só saia para algumas reuniões. Era comum os dois se sentarem na sacada, com o caderno, escrevendo detalhes sobre as aventuras que ela não conseguiria se lembrar sozinha.

Se Kelsey achava que Ren não poderia ser mais amoroso do que ele era, ela estava errada. Depois que Kelsey anunciou a gravidez, ele ficou radiante. Sorria o tempo todo, cantando no chuveiro e assobiando quando cozinhava. Ele passava horas falando sobre como seria sua doce menininha, ou seu garotão.

Kelsey se sentia realizada. Ela se sentia melhor a casa dia que passava, dispensando, claro, os enjoos matinais. A felicidade de Ren era contagiante. Ela as vezes se esquecia que Ren era um homem antigo, e no final das contas, tudo que ele se importava era com a família. Ele poderia morar em um castelo, ou em uma cabana, se estivesse com a família, estaria feliz de qualquer jeito.

Kelsey estava sentada na grande cama de casal de seu quarto, admirando a linda vista que ela tinha dali. A sacada de mármore dava vista para uma linda floresta, uma brisa fresca entrava, amenizando o calor. As cortinas sacudiam de leve. Ela cruzou os as pernas, como uma criança, e fechou os olhos, deixando o vento tocar-lhe o rosto.

– Nessa posição, eu consigo ver uma pequena barriga – disse Ren entrando no quarto.

– Era o esperado – ela disse tocando o ventre. – três meses. Ren, precisamos ir fazer a ultrassonografia, é importante.

– Eu sei – ele disse. – Podíamos ir essa tarde. Mas eu tenho uma condição – ele se aproximou dela.

– Eu não acho que você está em posição de colocar condições. – ela segurou o rosto de Ren, apertando-lhe os lábios, fazendo beicinhos de peixe nele. – já que sou eu que estou carregando a criança – ela beijou-lhe rapidamente os lábios.

– Perdoe-me miladi – ele disse sorrindo – eu coloquei mal. Eu tenho um pedido.

– Melhor.

– Não quero saber o sexo da criança.

– Porque não?

– Na minha época. Bem, não tinha isso, de saber antes o sexo do bebe - ele sorriu – eu prefiro esperar nascer, se você não se importar, preferiria que nenhum de nós soubéssemos.

– Por mim, tudo bem – concordou Kelsey – vai ser divertido. Mas no próximo filho, eu quero saber.

– Tudo bem, mas no terceiro, nós não vamos saber.

– Um sim, um não. Para mim parece justo. – disse Kelsey sorrindo.

Kelsey bocejou.

– Acho que vou tirar uma soneca – ela disse piscando.

– Essa – ele disse pulando na cama – é uma ótima ideia, pryara.

Ele encaixou o corpo no dela, passando o braço ao redor dela, o rosto enterrado nos cabelos ondulados. A ultima coisa que Ren pensou antes de cair no sono, foi que eles tinham cheiro de pêssego.

Kelsey se impressionava com a facilidade que Ren conseguia cair no sono. Era inacreditável. Ele deitava, virava de lado, e dois segundos depois, ele já estava sonhando. Ela girou o corpo, fazendo com que ficasse de frente para Ren. Ela não conseguia acha-lo mais bonito do que quando estava assim. O rosto completamente relaxado e pacifico. As sobrancelhas, que agora passavam grande parte do dia cerradas, enquanto ele trabalhava, estavam relaxadas, a pele perfeitamente lisa. A boca dele estava entreaberta, e ele ressonava baixinho.

Kelsey acabou cochilando, ela não sabia ao certo por quanto tempo, mas quando acordou, a primeira coisa que viu foi um par de olhos azuis cobalto a fitando. O rosto relaxado de antes tinha dado lugar a um grande sorriso branco.

– Você fica linda quando está dormindo – ele disse com a voz rouca.

– Posso dizer o mesmo de você – ela disse se espreguiçando. – Que horas são?

– Hora de irmos–ele disse se levantando. – pegue seu casaco, eu vou te levar para um lugar especial hoje.

– A quanto tempo não lavamos essa caminhonete? – Kelsey disse sentando no banco.

– Não sei... a algum tempo. Porque?

– Porque tem pelo de tigre no banco de trás. – ela sorriu. – Branco e preto.

Ren deu uma gargalhada. – E o estofamento está rasgado ali no canto – disse ele sorrindo com a lembrança – eu rasguei, uma vez que discutimos, não me lembro o porque.

– Bem, com certeza, eu tinha razão – Kelsey sorriu.

– Com certeza pryara.

Kelsey desceu do carro enquanto Ren entregava as chaves para o manobrista do hospital. Eles entraram no grande prédio de vidro enquanto Kelsey se sentia muito mal vestida para o lugar.

– Você podia ter me avisado que viriamos em um lugar tão chique – ela disse fitando uma mulher que usava salto e uma elegante roupa preta. – Eu teria me arrumado mais.

– Pra que isso? – ele disse – é um hospital. Essas mulheres que se vestem bem para vir aqui são insanas.

– fico feliz que você pensa assim –disse Kelsey – Afinal, meu estilo é bem moleton e chinelo – ela disse olhando para si mesma.

– Meu moleton – ele realçou. – Esse é o meu estilo preferido. – ele beijou o topo da cabeça dela enquanto caminhavam para o elevador.

A sala que esperava por Kelsey era completamente equipada. Havia uma enorme tela ao lado dos equipamentos. Uma doce enfermeira indiana esta lá, esperando por eles. Ren falou alguma coisa com ela e ela sorriu. Kelsey, que já estava começando a entender um pouco de Hindu, sorriu ao ouvir a moça dizer “ Essa é uma mulher de sorte, “

Ela espalhou um gel gelado pela barriga de Kelsey. Ren sentou ao lado dela, segurando a mão da esposa. Subitamente ela ficou em pânico. E se o bebe não estivesse bem?

Ren, parecendo notar a insegurança da garota, beijou-lhe as costas da mão. – Não se preocupe Prema.

Kelsey assentiu, ainda nervosa.

A enfermeira começou a passar a maquininha na barriga de Kelsey, e uma imagem desforme começou a aparecer na tela. Primeiro não se via nada, até que a infermeira focou uma alguma coisa.

– Ali – ela disse em inglês – conseguem ver? – A cabecinha, os bracinhos...

– Ren – Kelsey disse emocionada, quase engasgando – nosso bebe Ren, esta vendo?

– Estou – ele disse apertando a mao dela mais forte.

– Querem saber o sexo do bebe? – ela sugeriu sorrindo.

Kelsey e Ren se entreolharam. A garota tinha concordado horas antes, que não queria saber o sexo, mas agora a informação estava tão perto...

– Um palpite – ela sugeriu. – Por favor Ren.

– Isso não é muito justo, afinal, se você errar o palpite, saberemos que é o outro – ele suspirou. – tudo bem, eu também estou bem curioso.

– Então, sim, queremos saber.

– É um menino – disse a mulher – Meus parabéns.

– É um menino! – Ren disse alegre - ele abraçou Kelsey. Um menino! - ele apertou a mão da enfermeira, e ela ficou ligeiramente corada – Obrigada!

A enfermeira terminou de limpar o gel da barriga de Kelsey e disse que eles poderiam ir. Logo que eles saíram do hospital, para o lindo jardim que havia na frente, Ren abraçou Kelsey, tirando os pés dela do chão, e a beijou. Terno, doce, cheio de expectativa.

– Um menino – ele suspirou.

– Um menino – ela disse depois que os pés dela voltaram a tocar o chão. Ela pegou as mãos de ren e colocou sob a barriga dela. Depois o olhou nos olhos. – Nosso menino.

– Para onde estamos indo? – Kelsey perguntou.

– Surpresa – disse Ren, enquanto eles cortavam caminho por uma estradinha de terra.

– Ren.... – ela advertiu.

– Relaxa, estamos chegando.

Eles pararam o carro em frente a uma praia deserta. As ondas quebravam na areia, aquele barulho que Kelsey tanto adorava. Havia um daqueles sofás compridos, que mais pareciam camas lá, com cortinas em volta. Em cima de um grande deque de madeira. Havia também uma mesa com jantar a luz de velas esperando por eles. Mesmo as velas não pareciam necessárias, uma vez que a lua iluminava tudo com um brilho dourado.

– Ren, o que é isso? – Kelsey perguntou surpresa.

– Uma comemoração. – ele sorriu – Nilima deixou tudo pronto para nós. Esse é um dos terrenos que ficaram para mim.

Kelsey virou os olhos. – você não tem jeito mesmo.

Eles jantaram a beira do mar, de mãos dadas sob a mesa, conversavam sob o filho que estava por vir, e sob as próximas aventuras como pais que iriam enfrentar. Depois disso, eles se deitaram na cama, as cortinas fechadas.

– Estava pensando em passarmos a noite aqui – Ren disse beijando o pescoço de Kelsey.

– Eu não vejo nenhum problema – ela respondeu, passando os dedos pelos cabelos dele.

Mujhe tumse pyarhai – sussurrou Ren.

– Eu também te amo – Kelsey respondeu.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado (: reviews emmm



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