Hermione

– August Ivannov.

– Quem é esse? – Gina perguntou.

– Esse é o motivo de tudo que me aconteceu e também a razão pela qual eu me afastei de tudo e todos. Eu o conheci há quase cinco anos atrás em uma cidadezinha do interior da Bulgária.

Flash Back

Estava saindo da faculdade já era tarde e estava frio o casaco leve que eu usava não me protegia do vento gelado, eu carregava uma pilha de livros, August estava me acompanhado e também estava carregando uma pilha de livros, estávamos em anos diferentes da faculdade eu estava começando e ele já estava no terceiro ano, mas sempre que conseguíamos fazíamos os trabalhos da faculdade juntos.

Hoje tínhamos ficado ate tarde na biblioteca concluindo alguns trabalhos e acabamos perdendo a noção das horas.

– Hermione você não quer passar a noite lá em casa? – August me perguntou e eu fiquei surpresa.

– August eu não sou esse tipo de mulher, se você acha. – ele me interrompeu.

– Não e pra isso que você pensou esta muito tarde e é muito perigoso você voltar para casa sozinha mesmo sendo uma bruxa não seria correto de minha parte deixar uma moça andando sozinha por ai.

– É muito gentil de sua parte, porem não e necessário posso tranquilamente ir para casa sozinha.

– Ora Hermione vamos sei que esta cansada e amanha tens uma prova importante, ate você chegar a sua casa já passara da meia noite, vamos para minha casa e mais perto e quem sabe ainda não conseguimos revisar mais um pouco o assunto.

– Ok você me convenceu vamos para sua casa August.

Foi assim por mais ou menos seis meses, foi quando me mudei definitivamente para casa dele e as coisas começaram a ficar difíceis.

A primeira vez que aconteceu foram três dias antes das provas finais dele, ele tinha levado bomba em um trabalho e colocou a culpa em mim.

– Isso é tudo culpa sua, se você não fosse tão egoísta teria me ajudado, mas não eu não importo desde que você esteja feliz sua hipócrita. – o primeiro tapa me pegou de surpresa, depois disso ele gritou mais algumas coisas e outra serie de tapas se seguiram, ao todo ele me deu seis tapas aquela noite, no dia seguinte ele me implorou perdão e disse que isso nunca mais aconteceria e eu acreditei.

Só que conforme passava o tempo a situação foi piorando, as surras aconteciam com mais freqüência e por qualquer motivo, chegou ao ponto em que eu já não podia conversar com ninguém na rua, não podia mais sair sozinha, não podia trazer ninguém para casa, nem com os vizinhos eu podia conversar, não podia trabalhar a única coisa que ainda podia fazer era estudar.

Tentei fugir duas vezes, mas ele sempre me encontrava depois de algum tempo desisti, também tentei fazer com que meus amigos viessem me visitar mas eles sempre estavam ocupados demais, então teve um dia que eu acordei e comecei a procurar minha varinha e quando cheguei à cozinha ele estava sentado lá segurando ela.

– August amor será que você pode me devolver minha varinha?

– Não você não precisa mais dela, acho que ficara mais segura comigo, agora se me der licença eu vou trabalhar.

Passamos quase um ano nessa situação, foi, mas ou menos nessa época que recebi a noticia que achei que poderia melhorar tudo que poderia salvar nosso relacionamento, eu estava grávida há quase dois meses, aquele dia foi o pior e também foi onde tudo terminou.

Ele chegou em casa mais cedo e estava visivelmente com raiva, pensei em não contar porém minha felicidade falou mais alto que meu lado racional.

– Amor como foi seu dia?

– Horrível, mas isso não importa não é?

– Claro que.

– Cala a boca sua insuportável, eu não aguento mais ouvir a sua voz, Merlin eu não sei como aguentei ficar ao seu lado por tanto tempo, na verdade eu não sei como as pessoas aguentam ficar perto de você.

Eu já estava chorando apesar de tudo eu ainda amava muito o ele, e agora com essa criança.

– Porque você esta chorando de novo? Você só sabe chorar eu lhe dou uma vida de princesa, me mato trabalhando pra que você possa ficar em casa e estudar, e mesmo assim você e ingrata e fica sempre chorando, tem noção de como isso e irritante?

– Me desculpa eu não queria. – a mão dele foi pesada e certeira no meu rosto.

– Cala boca, e sempre assim você só pensa em si mesma e depois fica pedindo desculpa.

– Preciso te contar uma coisa eu estou gravida. – quando terminei de falar ele estava atônito.

– O que você acabou de dizer?

– Estou gravida.

Ele simplesmente avançou para cima de mim, sem dizer mais nada, começou a me estapear e depois já não mais satisfeito com isso começaram os socos, quando eu estava caída no chão se deram inicio os chutes e a todo custo eu tentava proteger meu ventre, foi quando ele começou a gritar.

– Sua vaca, ordinária esse criança não e minha, você é uma traidora, eu lhe dou tudo e você me trai.

Eu estava quase inconsciente e os chutes agora acertavam diretamente minha barriga, tinha certeza que iria perder meu filho, mas se isso acontece ele iria me pagar.

–Sua cachorra, miserável sua sangue-ruim nojenta.

Acabei desmaiando, depois de algumas horas acordei e estava sozinha na sala, próximo as minhas pernas havia uma mancha de sangue, me levantei com certa dificuldade estava sentindo muita dor.

– August, August. – ótimo ele não esta em casa, fui ate nosso quarto e comecei a arrumar minhas malas, ontem tinha sido a gota d’agua aquele monstro havia matado nosso filho, eu sabia onde ele guardava as varinhas e espera que elas estivessem lá, levantei o colchão com certa dificuldade e o afastei e com muito esforço consegui puxar o cofre, eu sabia a senha porque ele falava enquanto dormia. Mas tinha que ser rápida porque só tinha hoje para fugir porque sempre que ele me batia ficava o dia inteiro fora.

Quando estava me preparando para ir embora ouvi sua voz me chamando paralisei.

– Hermione, Hermione cade você? – não respondi – Granger estou lhe chamando.

Respirei fundo e fui ate a sala, com a varinha escondida, a cabeça baixa como ele gostava que eu fizesse.

– Estou aqui August.

– Eu queria me desculpar por ontem, me estressei muito no serviço e acabei descontando em você.

– Se desculpar, você tem a coragem de vir me pedir desculpa, você matou meu filho seu desgraçado eu te odeio você e um monstro, eu faço tudo e mesmo assim você me agredi, me xinga e me proibiu de tudo, agora eu vou embora e você vai me esquecer vai me deixar partir.

Me preparei para aparatar mas quando o fiz senti que ele havia agarrado meu braço, estávamos na minha casa e ele se preparava para me bater e eu puxei a varinha e começamos a duelar.

– Desista Hermione, voce é minha e vai voltar comigo.

– Nunca eu cansei não vou deixar mais você me agredir.

– Se você não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém. – ele apontou a varinha diretamente ao meu coração – Avada.

No instinto adquirido na guerra quando ele se preparou para lançar o feitiço que me mataria eu gritei antes.

– Expelliarmus, você é louco – antes que ele pudesse se abaixar para pegar a varinha eu gritei – Petrificus Totalus.

Depois daquele dia eu não o vi mais, tinha ido ate a policia e o denuncie coisa que devia ter feito há muito tempo.

Flash Back Off

– Céus Hermione que horror, se nós tivéssemos ideia do que voce estivesse passando teríamos ido ajudar.

Harry chorava ao meu lado e quando terminei de falar ele levantou e me abraçou.

– Me perdoa minha irmãzinha, por favor, me perdoa.

– Não tem o que perdoar acabou, simplesmente acabou e agora é passado.

Quando eles foram embora me deitei na cama e me sentia mais leve, ter compartilhado aquela história com alguém parecia ter tirado um peso de cima dos meus ombros e pela primeira vez em anos dormi tranquila.