Your P.O.V.

– Oh! Você está acordada, querida! Que bom que está bem!

Olhei para baixo. Arregalei meus grandes olhos [c/o] e minha face foi tomada por uma expressão de medo e confusão, dei um passo para trás, me preparando para me proteger do que quer que isso seja.

Em minha frente estava, segurando uma espátula de cozinha e vestindo um avental rosa com os dizeres: "Feed the Cat!", um gato com pelo branco e com uma mancha castanha amarelada em sua barriga, orelhas, patas, boca e em seu olho direito. Mas não era nem um pouco um gato normal... Ele estava em pé nas duas patas traseiras, e estava fazendo panquecas! E ele fala!

O gato notou minha expressão e tirou o sorriso do rosto que logo deu lugar a uma expressão preocupada.

– O que foi, querida? Algo errado? - Perguntou o gato chegando perto de mim. Eu dei um passo pra trás.

– O-O-O que... É... V-Você...?! - falei em um tom um pouco baixo, ainda em choque, e dei outro passo pra trás.

– O que eu sou? Querida, você não reconhece uma gata mágica quando vê uma? - Ela perguntou sorrindo.

– M-Mágica? C-Como você pode ser mágica? Magia não existe... Gatos mágicos não existem...

– Como gatos mágicos não existem, mocinha? Eu estou aqui não estou? Então eu existo.

– M-Mas... Isso é impossível... Você é um gato!

– UMA gata! Mas, se essa forma te incomoda, eu posso mudar de forma.

A gata esticou cada parte de seu corpo, até ficar com a forma de uma mulher humana. Ela ainda tinha as orelhas, a cauda fofinha e as manchas no corpo, mas agora ela também tinha um cabelo branco curto estilo Chanel.

Mas meus pensamentos fora interrompidos por um barulho de porta se abrindo vindo da sala, e a gata voltou a forma normal dela.

– CAKE!! Cheguei do Reino Doce! - A voz de uma garota ecoou pela casa.

– Aqui na cozinha, Fionna!! - Respondeu a gata, também gritando.

Ouvi passos se aproximarem, me virei e dei de cara com uma menina que parecia ter por voltada minha idade, 16 anos.

Ela usava uma blusa de mangas compridas azul, uma mini-saia azul-escura, meias 3/4 brancas com duas listras azuis no topo, sapatilhas pretas e, para finalizar, um fofo chapéu branco com orelhas de coelho que deixava do lado de fora apenas uma longa franja dourada como ouro, e olhos azuis como o mar.

– Oh... Olá! - ela disse acenando com a mão esquerda e com um gentil sorriso no rosto. - Que bom que já está acordada!

– Uh... Oi? - eu respondi duvidosamente.

– Ótimo! Já estamos todas aqui, e bem na hora do café da manhã! - disse a gata colocando três pratos cheios de panquecas com melado na mesa seguidos de três copos de suco de laranja. Nesse momento, minha barriga fez um barulho um tanto alto. Elas olharam para mim, eu me senti totalmente envergonhada, mas elas começaram a rir.

– Parece que não sou só eu que estou morrendo de fome! - disse a garota loira colocando seu braço por cima do meu ombro, sorrindo. Eu sorri de volta.

"Huuumm... Eu gosto de suco de laranja... E essas panquecas parecem deliciosas..." Pensei olhando para as panquecas e deixando escorrer um pouco de baba pelos meus lábios quase babando na minha roupa. Quando notei isso, limpei minha boca com a manga da minha camisa, mas a manga era mais longa que meus braços e cobria meus dedos, fui checar se não tinha escorrido na blusa. Não tinha. Mas eu notei outra coisa...

– ESSA NÃO É MINHA ROUPA!! - eu gritei do nada, fazendo a garota e a gata me encararem assustadas.

Eu estava usando apenas uma camisa vermelha quadriculada em preto, sem nenhuma parte de baixo, apenas minhas roupas íntimas. Eu fiquei totalmente envergonhada e tentava esticar a camisa para baixo, já que era apenas um pouco mais longa que a saia da garota.

– Nós sabemos, colocamos as suas outras roupas para lavar, elas estavam imundas! - a gata respondeu tranquilamente.

– M-Mas de quem é essa camisa?!

– Marshall Lee, - respondeu a garota que, em seguida, encheu a boca com uma boa garfada de panquecas.

– "Mar-- quem"?!

– Ele que te trouxe aqui. Você não se lembra? - falou a gata

– Claro que ela não se lembra, Cake! Ela estava dormindo! - disse a garota se virando para a gata.

– "Ele" me trouxe aqui...? - eu perguntei confusa - Ele quem?

– MARSHALL LEE! - falaram as duas em coro.

– Sabe, cabelo preto, pele pálida...? - continuou a garota. Eu forcei o meu cérebro para tentar me lembrar de alguém com essa aparência.

– Eu não conheço esse tal de Marsh... - Eu mal terminei a frase e uma lembrança chegou a minha mente como um tiro.

– AQUELE GAROTO QUE ME ASSUSTOU NA FLORESTA!! - eu gritei com um tom surpreso e uma expressão orgulhosa de mim mesma por ter desvendado o mistério. Sou igual a aquele famoso detetive londrino. Me lembrei que ele usava uma camisa igual a essa.

– Ele deu essa camisa para você porque não sabia onde estavam suas roupas. - explicou a gata.

– Ele... deu pra mim? - Eu olhei para a camisa que estava vestindo, com uma expressão confusa. Então um pensamento veio à minha mente. "E se... F-Foi ele que trocou a minha roupa?!" Senti meu rosto começar a ficar em chamas como se eu tivesse sido queimada pelo Sol.

– Foram vocês que... que trocaram a minha roupa... certo? - eu perguntei com cabeça baixa.

– Claro, querida! Marshall até tentou nos convencer de que ele poderia trocar sua roupa, mas nós sabemos que ele é bem pervertido quando se trata dessas coisas, então não permitimos. - respondeu a gata com um sorriso gentil.

– É. E ele insistiu e eu o ameacei de morte. - disse a garota feliz.

– Ah! Obrigada. - eu disse aliviada, elas falaram um "De nada" com panquecas na boca - Mas... espera um pouco... Eu tinha roupas na minha bolsa!! Vocês não virama minha bolsa?!

– Nós nem procuramos... - disse a garota.

– M-Mas!! Q-Quer dizer que vocês acreditaram nesse pervertido?! E se ele tivesse dito isso apenas para ter uma desculpa para trocar a minha roupa?! AAAAAAAAH! Meu Deus!! - Eu tagarelei enquanto movia meus braços freneticamente pelo ar.

– Calma, mocinha! Nós não o deixamos, certo? Isso é o que importa. - disse a gata. - Agora, senta aí. Você nem tocou nas suas panquecas!

Eu soltei um longo suspiro e fiz biquinho. Mas logo me sentei numa cadeira do lado da garota para comer o café da manhã.

– Entããããoo... Seus nomes são Fionna, - apontei para a garota - e Cake? - apontei para a gata.

– Isso aí! - respondeu a garota - Somos as heroínas de toda a Terra de Aaa!

– Então esse é o nome do lugar onde estou?

– Yep! - disse a gata. - E qual o seu nome?

– Meu nome é [S/N].

– Gostei! É um nome para heroína. Ah! E por falar nisso, você é uma humana de verdade?! - disse Fionna com um olhar animado.

– Até onde sei, sou sim. - respondi sorrindo e colocando uma garfada de panqueca na boca.

– YAAAAY!! - gritou Fionna me dando um abraço apertado. - Eu pensei que era a única humana na Terra de Aaa!

– Por que?

– Nós nunca encontramos outro humano por aqui.

– Ah... De onde venho tem vários humanos.

– Podemos ir lá algum dia?! - disse Fionna esperançosa.

– O problema é que... eu não sei como voltar...

– Que pena... Mas não tem problema! Você pode viver aqui com a gente! Não é, Cake? - Fionna olhou para Cake que estava com a boca cheia de panquecas, mas fez um gesto positivo com o polegar. Eu e Fionna demos uma risadinha ao ver a situação dela. Cake logo engoliu as panquecas.

– É claro que ela pode ficar aqui! Temos um quarto a mais lá em cima onde você estava dormindo, suas coisas já estão lá.

– Obrigada! - eu sorri.

Mas logo Fionna soltou um longo e alto grito e se levantou com as mãos na mesa. Eu e Cake olhamos para ela, surpresas.

– [Y/N]!! Temos que te apresentar ao Príncipe Gumball!! É essencial! - ela olhou para mim alegre. - Ele não vai acreditar que agora tem outro humano em Aaa!!

– Fionna!! - disse Cake - Ela tem que terminar de comer! E ela ainda vai vestir outra roupa.

– Ou talvez não, se ela quiser continuar com a camisa de Marshall... - Fionna me olhou mexendo as sobrancelhas para cima e para baixo. Eu olhei para ela por um momento mas logo entendi o que ela quis dizer. Uma expressão de raiva tomou meu rosto, eu olhei para baixo e fechei meus olhos, e eu dei um soco no braço esquerdo dela.

– Au! Ai, ai, ai! - ela disse esfregando o braço, e desequilibrou-se da cadeia e caiu. Eu e Cake começamos a rir, logo depois ela começou também.

– Tá bom, tá bom... Quanto você se arrumar, nós vamos ver o Príncipe Gumball. - Fionna finalmente disse quando acabamos de rir. - Cake, que horas são?!

– HORA DE AVENTURA!!