Plenitude escrita por Lúthien


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, por sugestão de Angel Pieda, teremos um momento fofo entre Felix e a Mami Poderosa. E seu reencontro com Niko depois da primeira noite. Espero que gostem. Por favor comentem, deem sugestões. Adoro saber a opinião de vocês.

Revisado em 10/07/2015.



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Félix retornou à sua casa para descansar. Precisava recuperar suas energias, pois pretendia visitar Niko mais tarde. "E como precisava de energia!" Era o que pensava sorrindo sozinho enquanto dirigia. Ao chegar em casa, subiu para o quarto. Jogou-se na cama e ficou pensando em tudo que se passara na noite anterior. A sensação de euforia e felicidade que sentia por ter ficado com Niko brigava dentro dele com o sentimento de tristeza pela rejeição do pai. Rolava na cama de um lado para o outro e não conseguiu relaxar. Resolveu, então, escolher a roupa que vestiria para ir à casa de Niko. Ele olhava para seu armário lotado de ternos elegantes e caros, mas achava tudo horrível e fora de moda.

— Ah, mas eu devo ter pichado o teto da Capela Sistina pra mami me obrigar a usar esses terninhos old fashion! - pensou em voz alta - Como eu posso ir ver o Carneirinho assim?

Pilar que entrava no quarto naquele momento ouviu a última parte:

— Vai jantar com o Niko de novo?

— Ai mami, que susto!

— O que é isso, Félix? Por que você está tirando todas essas roupas do armário? - perguntou se fazendo de desentendida.

— Nada mami, é que... Bom, eu só estava escolhendo uma roupa, mas tá tudo fora de moda. Com a mesada que você me dá mal dá pra comprar uma camisa de brechó.

— Félix, nós já falamos sobre isso, não me faça ter que te lembrar de certas coisas.

— Não não não, mami, eu só estava brincando. Não vamos falar de coisas desagradáveis, não hoje.

— Mas qual é a ocasião tão especial? - Pilar perguntou em tom malicioso - Aliás, o senhor não dormiu em casa na noite passada. Posso perguntar o motivo?

Félix sorriu e puxou a mãe delicadamente pelo braço a convidando para se sentar na cama.

— Mami, eu preciso te dizer uma coisa ma-ra-vi-lho-sa que aconteceu. E você em parte é responsável.

— Ah é? Então me conta. Qual é o motivo desse brilho nos seus olhos?

— Ah, dá pra notar é?

— Dá sim, sua expressão está bem mais leve.

— Aaahh mami!!! - Félix suspirou - Então... bom, como eu vou te contar... E que... eu... passei a noite com o Carneirinho, pronto falei!

— Que bom, meu filho!!! Então vocês finalmente se acertaram?

— É, estamos... nos entendendo bem... se é que a você me entende - Félix sorria -  E eu vou vê-lo depois do jantar.

— Tá certo. Mas porque você disse que eu sou em parte responsável?

— Mami poderosa, será que a cor do seu cabelo resolveu fazer efeito a essa altura da sua vida?

— O que é isso, Félix? Me respeite!

— Ah não, desculpa Mami, não fica brava comigo.

Pilar balançou a cabeça sorrindo.

— Mami, eu sei que foi você a fada madrinha, que tirou aquelas ideias malucas da cabeça do Carneirinho, aquela história de que eu tinha voltado com o Anjinho.

— Aaah, é verdade. Eu notei que vocês estavam se estranhando e eu não queria que o Niko se afastasse de você, Félix. Você precisa desse menino ao seu lado. Ele é um rapaz lindo, de bom caráter e gosta de muito de você, meu filho. - enquanto dizia isso, Pilar fazia um carinho no rosto do filho.

— Eu sei mami, o Carneirinho me faz muito bem, ele é uma pessoa maravilhosa - concordou Félix beijando as mãos da mãe.

— Então vá, querido! Vista uma roupa bem bonita, se arrume, fique bem lindo e vá ver seu carneirinho. Está na hora de você começar a ser feliz, Félix.

— Obrigada, mami poderosa.

Os dois se abraçaram emocionados.

— Agora chega! Chega dessa conversa, não quero que o Niko me veja com o rosto inchado de tanto chorar.

Durante o jantar na mansão dos Khoury Félix contou a novidade para toda a família. Todos ficaram felizes com a notícia. Assim como Pilar, os demais familiares sabiam que Félix tinha feito uma boa escolha e que Niko o ajudaria cada vez mais a ser uma pessoa melhor.

—--------

O relógio marcava 23 horas na casa de Niko, ele já havia jantado e colocado as crianças para dormir. Mal se concentrou no trabalho durante o dia todo, se não tivesse um ajudante tão eficiente como Edgar teria trocado o salmão por sardinha no restaurante, pois Niko parecia estar em outra dimensão. Em casa, ele andava de um lado para o outro na sala, olhando para o telefone, pois Félix não havia ligado o dia todo. Ele pegava o aparelho, hesitava e o colocava de volta no lugar. "Calma Niko! Sem pressão. Espera ele ligar... ele vai ligar, ele vai ligar, se não ligar hoje ele liga amanhã. Deve ter tido algum problema com o pai. É melhor esperar... Mas poxa, será que o dia todo ele não arranjou nem um tempinho?" De repente ouviu a campainha e correu para abrir porta:

— Félix! - Niko quase gritou, meio ofegante.

— O que é isso, Carneirinho? Veio correndo da São Silvestre?

O loiro o abraçou com força:

— Não, é que eu tava louco pra te ver. Como você não me ligou o dia todo, eu fiquei com medo de te ligar e parecer ansioso... e não quero te pressionar, é só...

— Ei ei ei, calma, Carneirinho – Felix acalmava Niko enquanto correspondia ao seu abraço - Desculpa por não ter te ligado antes. É que eu fiquei ocupado com meu pai e depois... Bom, na verdade eu pensei em ligar, mas eu resolvi chegar de surpresa, pra causar impacto!

— Bobo! Ai que bom que você veio! Eu... eu confesso que... tive um pouco de medo de ter acontecido alguma coisa.

— Não aconteceu nada. Só fiquei muito ocupado com o papi, sabe como é. - Félix se justificou, enquanto se soltavam do abraço - Mas eu vim. Vim e pretendo ficar a noite toda, se você quiser.

— É claro que eu quero que você fique. Por mim você ficaria pra sempre - Niko novamente abraçou Félix,  que se emocionou com suas palavras.

— Mas será que eu roubei os presentes dos três reis magos pra você me segurar aqui na porta e não me deixar entrar?

— Desculpa, vem cá, entra. Eu tô meio distraído hoje, desculpa. - Niko respondeu enquanto segurava a mão do amado e o levava pra dentro.

— E... será que eu não mereço mais que um abraço, hein? - perguntou Félix com um tom sedutor.

— Claro que você merece - Respondeu Niko sorrindo, enquanto puxava Félix pela cintura e dando-lhe um beijo demorado. Após o beijo, se abraçaram mais uma vez.

— Ai Carneirinho, porque eu não te encontrei antes, hein?

— Acho que a gente se encontrou na hora certa. No momento que em mais precisávamos um do outro.

— Engraçado, a Márcia me disse algo parecido quando eu contei pra ela que nós estamos...

— Juntos? Nós estamos juntos mesmo, Félix? - Niko se afastou um pouco olhando o amado nos olhos.

Félix respirou fundo e fitou o olhar doce de Niko por alguns instantes. Foram frações de segundo, mas a pureza e paixão que via naquele olhar o tirou de órbita. Como resistir aqueles olhinhos que pareciam pedir proteção e carinho?

— Estamos Carneirinho, claro que estamos. Agora sou eu que não quero me afastar de você.

Niko sorriu aliviado, aquilo era tudo que ele precisava ouvir.

— Mas sabe o que é? - Félix continuou - Eu ainda estou muito confuso, não com relação ao que sinto por você, mas com todo o resto. Você já sabe, não preciso repetir aqui todos os meus problemas. Eu... eu só não quero te envolver neles, Niko. Você não precisa disso.

— Eu sei, Félix, eu sei. - Niko segurou as mãos de Félix - Mas olha, eu estou aqui pra te apoiar em tudo que você precisar. Eu não vou sair do seu lado, eu quero ficar com você independente dos seus problemas, eu te amo.

Félix ficou paralisou. Algumas lágrimas começaram a brotar em seus olhos.

— Eu...

Niko era compreensivo, sabia que Félix tinha dificuldades de expressar seus sentimentos. Continuou a falar naturalmente:

— Não vamos falar de problemas agora, tá? Eu tenho uma ideia melhor - sorriu maliciosamente.

— Ah é? Qual ideia está se passando nessa cabecinha encaracolada? - perguntou Félix, já prevendo que ia gostar da resposta.

Enquanto brincava com os botões da camisa do namorado, Niko mostrava um lado sedutor que Félix passou a conhecer na noite anterior.

— Que tal a gente esquecer os problemas juntos, lá no quarto, hein?!

— Hum, tá na hora do carneirinho virar lobo, né?

— E essa noite você será minha presa! - respondeu o loiro passando a língua nos lábios em seguida, enquanto as mãos deslizavam por dentro da camisa de Félix, fazendo seu corpo tremer.

— Ousado! Sabe que eu tô gostando de conhecer esse carneirinho atrevido.

— Você ainda não viu, nada!

— Então me mostra. 

Estar ali com Niko transcendia tudo que Félix sabia, ou achava que sabia, sobre o amor. Entre beijos, carícias e sorrisos, os dois foram para o quarto, ambos se tocando, tateando as paredes para encontrar o caminho. Em poucos minutos livraram-se das roupas e já estavam na cama se amando, com mais paixão do que na noite anterior. Na vida, Félix gostava de estar no domínio da situação, sempre frio e calculista, um homem prático e de raciocínio rápido, ele sempre era o senhor da razão. Mas com Niko, naquele momento, ele se entregava por completo. Deixava-se guiar por ele, como se fosse um garotinho inexperiente. E ele gostava disso. Gostava de ser domado pelo seu “Carneirinho”.

Estava quase amanhecendo, Félix acordou abraçado ao corpo de Niko que ainda dormia. Ele amava aquela sensação totalmente nova, de ser envolvido nos braços fortes e poder se aconchegar no peito acolhedor do seu amado. Se lembrou da sua conversa com Márcia de dias antes, quando confessou que sentia medo do amor. E naquele momento, na cama de Niko, sentindo o corpo dele junto ao seu, mal podia crer na sua sorte, ter alguém que poderia amá-lo de verdade, como ele era. Aquele ser de coração tão puro o amava sem reservas, sem julgamentos, mesmo conhecendo todas as monstruosidades que havia cometido. Custava a crer em tudo que vinha acontecendo entre ele e Niko. E além do amor, da amizade e do carinho mútuo, havia o desejo. 

Félix ergueu a cabeça um pouco para poder observar o namorado dormindo. Apenas um fino lençol o cobria da cintura até os joelhos. Sempre achou Niko belo e aquela imagem era extremamente sensual.  O moreno sorriu ao lembrar dos momentos  de prazer que passara com seu carneirinho.

 "Como é linda essa criatura! E gostoso. Quem diria que tinha um vulcão em chamas dentro desse poço de ingenuidade."

Niko se mexeu na cama, acordando.

— Você fica tão lindo assim, acordando, com essa carinha de sono, com esses cachinhos selvagens.

O loiro sorriu, ainda meio sonolento, enquanto se ajeitava na cama, encostando as costas na cabeceira, respondeu:

— Lindo é acordar ao seu lado, Félix.

— Carneirinho, eu não sei o que eu fiz pra merecer você, mas devo ter feito algo muito bom - o moreno devolveu, emocionado.

— Ah Félix, para com isso. Você fez muitas coisas boas. Pelo menos pra mim você só faz bem.

— Você é quem me faz bem. Você foi melhor coisa que aconteceu na minha vida - Félix se sentou na cama de modo que pudesse olhar Niko nos olhos - Quando eu falo isso, Niko, estou sendo mais sincero do que fui em toda minha vida.

— Ai Félix, agora você me deixou até sem palavras.

— Não precisa dizer nada. Só de me olhar assim, com esse rostinho lindo, já me basta.

O loiro quase foi as lágrimas, com os olhos marejados ele apenas olhava encantado para Félix que continuou:

— Olha, eu já contei pra todo mundo lá em casa sobre a gente. A notícia foi mais comemorada do que final de copa do mundo. Acho que minha família inteira quer me ver amarrado.

— Amarrado?!? Félix, não fala assim!!!

— Eeei, é brincadeira, Carneirinho. Você sabe como eu sou.

— É, eu sei - agarrou Félix e o deitou na cama o imobilizando - Sabe o que vai te acontecer toda vez que você fizer uma piadinha dessas?

— Não sei, mas se você for me agarrar desse jeito eu vou fazer piada até das paredes. Carneirinho fogoso! 

Os dois deram uma gostosa gargalhada, que aos poucos foi dando espaço para olhares apaixonados, carícias e beijos. Em poucos instantes estavam se amando de novo. Ainda teriam tempo para aproveitar aquela cama, aquele quarto, antes que o dia realmente começasse.


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Notas finais do capítulo

A ideia dessa fanfic é cobrir algumas lacunas na novela. Todo mundo gosta de imaginar o que acontece entre um momento e outro, algo que não foi mostrado. No próximo capítulo teremos briguinhas por ciúme. Aguardem!



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