Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 49
Um Noite Para Esquecer


Notas iniciais do capítulo

Nossa, faz um bom tempo que estive aqui não é? Peço desculpas por tê-los feito esperar tanto. É que a minha família foi passar as férias no interior que é um lugar esquecido pela sociedade. O lugar mal tinha energia elétrica quanto mais internet! Segundo meu pai seria um lugar interessante para relaxar e esquecer a correiria do dia-a-dia. Enfim, foram dias difíceis, mas até que foi legal uma vez que aprendi a andar a cavalo! Mais ou menos hehe.
Boa Leitura!!!



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Aquele sabor metálico cessou imediatamente com toda a minha agonia. Se era assim que um viciado se sentia quando tinha a sua droga, eu o entendia completamente. Tudo ficou mais nítido, mais bonito. O cheiro, as cores...porém, isso só demorou alguns poucos segundos. Sem saber como, eu estava pressionada no chão por algo tão pesado e duro que era impossível tentar me desvencilhar. Algo inglês.

—Entre na casa agora — Vincent vociferou para Arthur que já estava fora do meu campo de visão. Aos poucos eu comecei a perceber o que eu realmente havia feito. Ahh caramba, eu estava com problemas.

Eu não pude ouvir o que o Arthur respondeu então tentei inutilmente me levantar para ver o tamanho do meu estrago. Será que eu tinha machucado ele seriamente? Meu Deus, se ele já não ia muito com a minha cara, agora ele iria me odiar.

—Vincent, o Arthur...ele — balbuciei assombrada.

—Quieta Susan — Vincent cortou — você precisa se acalmar.

Eu respirei fundo, já me sentindo menos “mordedora” e mais preocupada com o que eu tinha feito com o Arthur.

—Tudo bem — sussurrei para ele — eu já estou melhor. É melhor nós irmos...

—Não, não está. Seus batimentos ainda estão acelerados. Fique quieta e relaxe.

Bom, eu não acredito que ele saiba, mas era um pouco difícil relaxar com ele em cima de mim daquele jeito. Eu mal podia respirar.

—Você não pode ficar desse jeito o resto da noite — disse exasperada — algum vizinho pode aparecer e nós temos que ajudar o Arthur que provavelmente está com a garganta aberta!

Ele apenas me encarou por uns bons instantes.

—B.D — ele chamou sem sequer aumentar a voz.

Segundos depois, como se fosse por mágica o vampiro roqueiro surgiu de pé no nosso lado.

—Mestre — ele pronunciou com respeito.

—Verifique o humano na casa e preste a ele os devidos cuidados. Fique de olho nas coisas.

O moreno apenas acenou suavemente e entrou na casa. Apesar de não gostar muito de Bloody Dagger, eu fiquei mais tranquila, pois por alguma razão eu tinha a mais absoluta certeza de que qualquer ordem dada por Vincent era mais do que uma lei para ele.

—Vamos — ele ficou de pé me puxando com ele.

O que? Eu tinha perdido alguma coisa?

—Para onde?

—Para a minha casa, é claro. Antes que você resolva fazer mais um lanchinho, dessa vez na sua mãe.

As palavras dele eram duras, mas ele não parecia aborrecido com isso.

—Eu não posso ficar morando com você! — eu disse de uma vez. O que minha mãe iria achar disso? Ela já achava que eu era algum tipo de escravo zumbi, agora então...

—Pode e vai. Pelo menos até essa situação se normalizar, o que será em breve.

Eu não estava gostando nada disso. Mas, sinceramente, podia ser pior. Ou não.

****************************

Foi só depois que eu ultrapassei o hall de entrada que eu percebi que nunca tinha estado aqui desde que o Vincent tinha se mudado para cá com a vamp traíra Louise. Eles tinham feito uma reforma danada e eu quase não pude reconhecer o lugar. Parecia tudo muito fina e refinado ao invés da casa cor de creme que um dia eu conhecera. Tudo no lugar gritava “caro!” e “Louise” ao mesmo tempo. Por alguma razão, eu não achei que aquilo fizesse o jeito do Vincent apesar de tudo.

Pisquei tentando para de babar com a decoração e focando nas prioridades.

—Onde eu vou ficar? — eu tinha quase certeza de que ele diria que o quarto da Louise seria meu lar provisório, embora eu estivesse gritando em protesto por dentro. Imagine dormir no quarto de uma vampira morta? Se bem que isso era uma grande redundância porque tecnicamente este é o estado de qualquer vampiro.

Vincent estava mexendo em algo que parecia ser m baú enorme num canto e murmurou um espere enquanto continuava a mexer naquele troço velho.

Foi só depois de um tempo que eu percebi que ele estava tirando uma coisa de lá: correntes. Correntes enormes e tão grossas quanto o meu braço.

—Mas o que é que é isso? — minha voz era um silvo.

Ele me deu aquele risinho zombeteiro antes de responder.

—São correntes de prata. E você vai ficar no porão.

—O que! — eu estava tão indignada que mal podia formular uma frase sem gaguejar — ficou maluco! Você não vai me acorrentar, não mesmo!

—Eu não irei não se preocupe.

Eu cruzei os braços muito pouco convencida.

—Eu imagino que você não tenha pego esse negócio para pular cordas, não? E que negócio é esse de dormir no porão?

Um bufo precedeu a sua resposta.

—Eu não sei se você percebeu, mas você bebeu sangue humano ­— ele deu de ombros — parte humano, pelo menos. O que eu quero dizer é que você iniciou o processo de transformação e eu preciso que você colabore comigo ou nós dois estaremos encrencados.

—Processo de transformação? — foi a única parte em tudo que ele falou que eu realmente prestei atenção.

—Olha Susan — ele começou agitando as correntes —geralmente, para se tornar um vampiro, é necessário um processo um pouco mais complicado, mas no seu caso é tudo muito mais simples porque você já tem sangue de vampiro correndo nas suas veias. Você já é meio morta e tudo que te faltava era se alimentar.

Engoli seco.

—Então...

—Então você vai começar a se transformar e eu não sei o quão difícil isso pode ser. Talvez você consiga ter algum controle, mas pode ser que não.

E devido ao meu comportamento recente, eu duvidava que eu tivesse aquele controle.

—Tudo bem, eu fico no porão.

As sobrancelhas dele se arquearam levemente denotando o quão surpreso ele havia ficado com minha facilidade em ceder. Qual é? Eu não era tão irresponsável assim e nunca faria algo que pudesse colocar alguém em perigo.

—Venha — ele disse caminhando em direção à cozinha.

Passamos diretamente para a cozinha até uma área nos fundos onde havia um alçapão. Vincent abriu o alçapão e desceu as escadas.

Eu estava pensando que encontraria um colchão velho no chão e móveis velhos e empoeirados, mas isso era quase assustador. O porão não era nada além de uma sala enorme e vazia que possuía apenas um item e não era para a decoração: uma jaula enorme.

—Vampiros são sensíveis a prata — Vincent explicou — além da decapitação uma arma feita de prata é o único modo de matar um vampiro.

—Eu pensei que isso fosse negócio de lobisomem —comentei, lembrando da luta contra Patrick e de como Louise tinha murchado sob a adaga de prata.

—De lobisomens também — ele respondeu —é uma fraqueza de ambas as espécies.

Ele jogou as correntes no chão e foi até a jaula abrindo-a.

—Você terá que ficar aqui. Não é confortável, mas pelo menos é seguro.

Eu hesitei um pouco e ele pôs uma mão no meu ombro.

—Não se preocupe. Você é minha responsabilidade e eu vou ficar aqui o tempo todo.

Lhe lancei um olhar de agradecimento antes de entrar na jaula. Seja lá como fosse, anoite iria ser muito longa.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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