“O que diabos você pensa que está fazendo?” Rose gritou, quando Dimitri a empurrou para a cama, ficando no seu caminho para a porta. Não que ela pudesse fugir, uma vez que ele tirou a chave e a colocou no bolso. Fale sobre infantilidade.

“Tendo certeza de que teremos a conversa que deveria ter acontecido há cinco anos. Cinco malditos anos, Rose.” Dimitri, que estava confuso e irritado, passou a mão pelo cabelo. Os poucos segundos que a tivera nos braços, o fez lembrar-se de momentos que não queria reviver. Não agora, quando finalmente conseguiria o que queria desde o dia em que ela lhe virara as costas. “Eu quero saber por que você me deixou sem uma explicação. E eu quero saber agora.” Disse Dimitri, colocando as mãos nos quadris, em uma demonstração antiga de quando estava irritado ou estressado.

“Você não pode me manter trancada aqui, Dimitri. Isso é loucura!” Esbravejou Rose, e então, um momento depois, abriu um sorriso sarcástico. “E você, melhor do que ninguém deveria saber que encarceramento, sequestro, cárcere privado, ou qualquer outro nome que você dê a uma pessoa que está sendo mantida presa contra sua vontade, no caso aqui, eu, é crime.” Seus olhos dançaram com malícia. Claro que ela sabia que Dimitri seguira a carreira de advogado, e claro que ela sabia que havia se formado com mérito e honra. O moreno apenas arqueou uma sobrancelha, coisa que Rose ainda não aprendera a fazer, o que a irritou ainda mais. “Eu não quero ter essa conversa. Já passamos disso. Eu segui com minha vida, e você claramente seguiu com a sua. Então porque não deixamos isso e continuamos assim?” Sim, Rose estava sendo evasiva e queria fugir como o diabo foge da cruz desses sentimentos que a estava invadindo de repente, e sem que ela quisesse.

“Eu não irei sair daqui, e tampouco irá você. Eu que fui deixado para trás. Eu que me perguntei durante meses, ouso dizer até anos, o que eu tinha feito de errado para você se mudar do país para ficar longe de mim. Então, me desculpe, e chame do que quiser o que está acontecendo aqui, mas você só sai quando explicar.” Os dois se encararam, travarando uma batalha silenciosa. Ela sabia que ele ganharia. Ele sempre ganhava. Ela só queria adiar sua humilhação, mais uma vez, ou quem sabe, fazer com que não se repetisse. Porque é claro que uma mulher traída tinha muito orgulho... ferido. Pensou Rose, amargamente.

“Você não combina no papel de moço indefeso, Dimitri.” Rose suspirou. “E talvez eu não combine no papel de fujona. Embora, claro, eu sou a única com uma desculpa razoável.” Dimitri abriu a boca para interromper, mas ela não teria nada disso. Se ele queria ouvir, ele iria ouvir. E muito. “Não fui eu quem fingiu um compromisso com o calouro inocente da faculdade. Não fui eu que dormi na minha cama com meu namorado e no dia seguinte, o traí com um amigo de infância.” Rose respirou fundo, e quando viu o olhar incrédulo do homem a sua frente, respondeu com apenas um “Eu sei que você dormiu com Tasha Ozera aquela noite.”

Mas então, para grande consternação de Rose, assim que Dimitri ouviu as palavras, seus olhos se arregalaram e ele soltou uma sonora gargalhada.

Por que ela teria que estar malditamente brincando, pensou enquanto ria.