Desire escrita por Quione Grey


Capítulo 1
Desejo


Notas iniciais do capítulo

Há muito que não escrevo, mas espero que gostem, é a minha primeira Dramione.
Boa leitura!



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Passava das três da manhã quando me levantei e foi até a varanda do quarto do hotel. O vento gelado batia sobre a minha pele nua levando consigo os meus cachos. Sem me incomoda, apoiei meus braços sobre o parapeito. A rua de frente estava escura e cálida, e com apenas a luz pálida do luar, do decimo andar, não podia ver se havia alguém ali, mas não me importava. Depois daquela noite tudo o que lhe restara de pudor se desmanchou em gritos cálidos de puro prazer.

Por toda minha pele marcas nítidas da selvageria podiam ser vistas. Arranhões e inúmeras marcas roxas gritavam sobre minha pele pálida, e meus cabelos desgrenhados, minha maquiagem borrada e meus lábios inchados não ficavam para trás. Só de lembra como cada uma daquelas marcas foi parar ali, um tremor incontrolável percorreu o meu corpo. Mal podia conter o desejo descomunal que sentia por aquele homem que tanto desprezava.

Ao mesmo tempo em que um ódio profundo de mim mesma me dominava, uma vontade voraz de voltar para aquela cama e começar tudo de novo quase me fez perder o equilibro. Mal pude me reconhecer, como poderia imaginar que um dia me encontraria nesse estado, nua na varanda de um hotel com o homem em que mais odeio enrolado em lençóis brancos na cama em que a pouco também estive.

Ainda podia sentir o toque de seus lábios mornos por todas as partes do meu corpo. As mãos frias e ages desenhando todas as curvas do meu corpo, queimando cada lugar em que ousara tocar. Seu cheiro intenso de perfumes caros misturado a álcool estava impregnando por toda a minha pele. E sua pele clara deslizando como leite sobre a minha, em uma dança em que muitos não ousariam nem imaginar tal fagulha carnal.

O engulho que aquilo me provocava era incomensurável, mas sinto que se não o fizesse a insanidade me dominaria. Talvez eu já esteja louca só de pensar dessa forma. Mas agora não importa mais, o disparate já estava feito, nada mais podia mudar o que havia acontecido. E o pior de tudo é que eu havia gostado. Gostei mais do que sou capaz de assumir. Gostei tanto que se outra vez fosse dominada pela tentação descabida não sei se seria capaz de resistir.

Mas antes que pudesse pensar em uma forma de fugir disso, ouvi passos lentos vindo em minha direção. Inconscientemente vi meu corpo enrijecer só em imaginar o seu toque frio sobre a minha pele. Quando seu corpo colou-se ao meu, pude sentir que o mesmo também estava sem roupas, o que me causou uma tensão ainda maior. Com uma suavidade fora do normal, pude sentir seus dedos frios deslizarem lentamente por minhas costas, traçando caminha em direção a minha nuca. Um tremor incontrolável percorreu o meu corpo no exato momento em que seus dedos se entrelaçaram em meus cabelos, trazendo de volta o bruto no qual passei a noite ao senti meus cabelos serem puxados agressivamente para a direita. E antes que tomasse consciência do que acontecia pude senti-lo se enterra no côncavo do meu pescoço desnudo, me cobrindo de mordidas e beijos ao mesmo tempo em que sua outra mão deslizava em direção a minha virilha, me fazendo vibrar de excitação. Vendo que estava prestes a perde o controle, tomei a primeira atitude racional da noite. O afastei tirando suas mãos de mim ao mesmo tempo em que o empurrava para o lado, e sem olhar para ele entrei correndo no quarto.

Desesperadamente comecei a procurar minhas roupas no quarto devastado. Só agora ciente de meus atos, que vim tomar consciência do que havíamos feito no quarto. Estava completamente destruído, não conseguia encontrar nada que estivesse em perfeito estado. A mesa estava virada, uma de suas cadeiras estava jogada no meio do cômodo sem uma de suas pernas, a cortina da varanda esta rasgada, os travesseiros estavam jogados por todo o lugar, rasgados na maioria deles, formando um enorme tapete de penas por todo o ambiente. A cabeceira da cama estava quebrada e o colchão torto. Até mesmo um quadro que antes estivera enfeitando o ambiente agora se encontrava no chão com o vidro da moldura em estilhaços. A única coisa em que ainda estava inteira era a mesa de cabeceira direita da cama, que por algum milagre ainda se encontrava perfeitamente montada com um lindo vaso de cravos e rosas vermelhas.

Vendo aquilo tudo, mal consigo acompanhar com minhas lembranças como cada uma daquelas coisas foi destruída. Mas não importa. A prioridade agora é encontrar minhas roupas, depois pensarei em como irei pagar por todas aquelas coisas. Mas onde elas estão? Pensei. Mal conseguia lembrar em que momento ficou sem elas. Ao me abaixar para olhar debaixo da cama encontro um par do meu Scarpin preto, mas ao puxa-lo para mim me deparo com o que eu menos queria naquele momento, um salto quebrado. Mas sem desistir continuei a procurar pelo resto das roupas. Foi quando viu um bolo de tecido embaixo de uma cadeira, que milagrosamente ainda estava em pé. Era meu vestido. Estava rasgado. Uma fenda que partia do decote até o fim do mesmo, fazendo-me lembra do momento exato em que Draco o rasgou ao meio.

Quando achava que tudo estava perdido, lembro-me que havia vindo com um sobretudo vermelho e esse tinha certeza que estava inteiro. Voltei-me em direção ao banheiro, e sobre a pia de mármore pude vê-lo, exatamente onde havia deixado. Esse talvez fosse o único lugar em que a batalha não havia atingido. Ao me virar para o espelho não pude deixa de repara no estado deplorável que me encontrava. Da cabeça aos pés coberta por marcas que sabia que tardariam a sair. Meu cabelo estava completamente detonado, até mesmo algumas plumas dos travesseiros estavam enroscadas em alguns dos meus cachos. E exatamente por esse motivo desastroso precisava ir embora imediatamente.

Sem pensar duas vezes, vesti o sobretudo, e sem me importa com a falta das outras peças de roupas me encaminhei em direção a porta. Mas antes de alcançar o meu destino uma voz grave e levemente rouca me faz lembra de que não estava sozinha.

- Vai deixar isso? – Perguntou Draco balançando minha calcinha entre seus dedos encostando-se à porta da varanda, onde esteve me observando esse tempo todo.

Sem me incomoda em respondê-lo continuei meu caminho em direção à porta.

- Então é assim, como uma puta depois do serviço sai calada sem olhar para trás. – Disse Draco jogando a calcinha em minhas costas me fazendo parar. - a diferença é que elas cobram, você fez isso só porque é vadia mesmo.

- O que você quer que eu diga – Virei-me para ele gritando, me arrependendo de imediato, é difícil discutir com uma pessoa quando essa está completamente nua - muito obrigada pela noite de prazeres imensuráveis?

- É o mínimo, até porque não é para todas terem uma noite dessas comigo – Disse Draco soltando seu irritantemente sedutor sorriso de lado.

Caralho como ele era lindo. Mal conseguia me concentrar. Seu corpo definido completamente desnudo não me deixava alternativa a não ser lembrar-me da noite excitante em que havíamos passados juntos. Sobre sua pele clara, marcas de arranhões podiam ser vistos por todo o seu peitoral e costas definidas. Sua boca estava inchada e o pescoço marcado. Até mesmo o seu abdômen não escapou das marcas da selvageria. Mas apesar de tudo, ainda era impossível não olha-lo, tive que fazer um esforço muito grande para me concentrar só em seu rosto, este que também não estava me ajudando.

- Ah, me poupe, eu tenho mais o que fazer do que ficar vendo você se exibir – Disse me virando novamente para porta.

- Tipo o que? Assistir filme pornô enquanto se masturba pensando em mim? Vai lá vadia, mas filma, vou adora ver isso – Disse Draco agressivamente me fazendo fulminar de ódio.

- Para de me chama de vadia – Gritei em puro ódio me virando só para ver seu sorrisinho nojento se alarga.

- Por quê? Se é exatamente isso que você é, vadia – Disse Draco frisando a ultima parte, para o meu total desprezo.

- Eu não sou vadia. – Gritei sentindo lágrimas de ódio se formar em meus olhos.

- O caralho. Você entra aqui faz de tudo comigo e depois que se cansa sai de fininho como se nada tivesse acontecido. Se isso não é ser vadia, eu não sei o que é.

- Eu não sou vadia. – Disse entre dentes com ódio, mais de mim do que dele, por não consegui acreditar nas minhas próprias palavras.

- É sim, vadia – Disse Draco vindo em minha direção – a maior de todas.

- Eu não sou vadia. – Repeti mais uma vez, mas dessa vez tão baixo que eu mal pude ouvir. Soou mais como uma pergunta do que realmente uma afirmação. Já não sabia mais o que pensar.

- Vadia – Disse Draco agora cara a cara comigo.

- Vadia – Repeti meio inconsciente, só em uma confirmação do que minha mente gritava.

Estava tão perdida em meus pensamentos que mal percebi quando ele se aproximou de minha orelha, mas isso não mudou em nada na intensidade em que aquele sussurro suave e hipnotizante me atingiu.

- Vadia.

Aquela palavra ecoou em minha cabeça no que pareceram horas, formando um efeito dominó enquanto derrubava todos os argumentos em que eu tentava impor como defesa, mas nada se sustentava, eu definitivamente era uma vadia. O choque daquela realidade inaceitável me atingiu de tal forma que o mais improvável aconteceu. Curvei-me e comecei a chora. Chorava como a muito não fazia, como se o mundo fosse acabar e fosse minha culpa. Mal respirava de tanto que soluçava. Não sabia o que fazer, o desespero me consumia de tal forma que esqueci até mesmo o que estava fazendo.

- Típico, agora a vadia chora – Disse Draco irritado passando a mão nos cabelos louros e virando as costas.

Ao ouvir aquela voz, um estalo em minha mente me deu uma luz, e de repente o desespero angustiante se desfez, finalmente havia descoberto que a culpa do mundo esta acabando não era minha, sim dele.

- A culpa é sua – Disparei fazendo o outro se vira incrédulo.

- O quê?

- a culpa é sua de eu ser vadia – Disse seria, mas pelo que pareceu Draco não levou a serio, caindo em uma risada interminável, mas ao ver que a minha expressão não mudava se calou.

- O quê? Agora vai me culpa por você ser uma vadia?

- Se você não tivesse me obrigado a fazer isso, nada disso estaria acontecendo, eu ainda seria Hermione Granger a certinha e não uma vadia.

- Ei, eu não ti obriguei a nada, você fez tudo que fez porque quis, talvez eu possa ter influenciado com o meu corpo irresistível, mas fora isso nada mais. – Disse Draco dando de ombros.

- Me obrigou sim, eu... Eu sou inocente, você me influenciou a isso, me fez agir como uma vadia eu... Eu... A culpa é sua. – Disse completamente perdida.

- Eu não tenho culpa nenhuma. Vai dizer que não gostou de nada que fizemos. – Disse Draco sorrindo de lado a me ver ficar vermelha. Depois de tudo, eu ainda me envergonhava diante daquele nojento pervertido.

- Isso nada tem haver, e mesmo que tivesse eu fui influenciada por você, o que o torna culpado de todas as acusações.

- Serio mesmo que você quer discutir isso? – Perguntou Draco com uma sobrancelha erguida.

- Eu... Eu tenho ir.

Virei-me desesperada em direção à porta. Precisava sair dali antes que enlouquecesse de vez. Mas quando estava a um passo da liberdade, fui tomada por dois braços fortes que me arrastaram bruscamente de volta para aquela tortura interminável.

- Não, você não vai.

- Me solta, eu tenho que ir.

Debatia-me loucamente tentando me desvencilhar daqueles braços fortes, mas nada que eu fizesse parecia adiantar, era como lutar contra barras de aço. Estava completamente encurralada.

- Me solta. – Gritei desesperada.

- Não, agora você é minha.

Ao dizer isso, Draco, me atirou na cama como se eu não tivesse peso algum e antes que eu me desse conta, ele já estava sobre mim segurando meus braços e pernas. Estava completamente imobilizada. Aqueles olhos cinzentos me observavam com tal gula que chegava a me excitar. E aquele corpo definido sobre mim também não estava ajudando. A distração era muita, mal podia me concentrar, era injusto. Tentei me livrar mais uma vez do aperto, mas nada adiantou, estava perdida. E parecendo perceber o meu desconforto, Draco soltou um sorriso triunfante, havia ganhado. Vendo-me sem mais opções, fiz o que ainda me restava, implorar.

- Por favor, me deixa ir. – Minha voz saiu muito mais fraca e com menos convicção do que eu desejava. Na verdade já nem tinha mais certeza se realmente queria ir embora.

- Não. – Disse ele simplesmente, abrindo bruscamente o meu sobretudo, arrebentando o fecho do mesmo. Estava completamente despida.

Seu olhar passou me cobrindo de cima a baixo com tal intensidade, que parecia ser capaz de me despir mais do que já estava. Um tremor percorreu meu corpo em êxtase só em imaginar o que passava por sua cabeça. Mal podia conter o desejo que tinha para com aquele homem.

- Ótimo, agora eu não tenho mais o que vestir.

- E quem disse que você vai precisar se vestir?! – Disse Draco soltando aquele seu tão sedutor sorriso de lado.

- Esta vendo, a culpa é sua.

- É talvez seja minha mesmo. – Disse Draco concordando pela primeira vez, enquanto mergulhava em meu pescoço ao mesmo tempo em que apertava as minhas coxas, me fazendo arfa.

- Eu te odeio. – Disse meio embriagada pela excitação.

E antes de ser dominada pelo total descontrole carnal, pude ouvir o seu ultimo sussurro.

- Eu sei.


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Notas finais do capítulo

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