Adorável Estranha escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 1
Desligada


Notas iniciais do capítulo

Música: Meg & Dia – setting up sunday



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-Espero que goste de lecionar nessa Instituição de Ensino... Senhor Kiryuu.

 

-Se os alunos não forem problemáticos certamente irei apreciar, diretor.

 

-Meus alunos nunca causaram grandes problemas aos professores. É claro que sempre há aqueles que fazem uma coisa desagradável ou outra, mas certamente conseguirá administrar estes problemas. Caso não consiga o senhor poderá contar com minha ajuda. –Kaien disse. Super prestativo.

 

-Tenho certeza que conseguirei contornar os problemas sem necessitar de sua intervenção. –Levanto-me da poltrona em frente a mesa de mogno do diretor Kaien Cross, diretor da Instituição de Ensino que começarei a trabalhar a partir de hoje. Kaien sorri desejando-me boa sorte. Eu já sabia tudo a respeito da escola, todos os detalhes do prédio e as turmas que iria assumir a partir daquela segunda-feira. Segui rapidamente para a minha primeira aula desde que me formei no curso de licenciatura em matemática.

 

Meu nome? Zero Kiryuu, 23 anos. Apesar de ser um recém formado no curso de licenciatura de matemática eu tinha certa experiência com aulas, lecionava para os calouros de meu curso. Mas eu não estava habituado a lhe dar com adolescentes. Teria que dar aulas apenas para alunos que estão cursando o segundo ano do colegial, praticamente crianças ao meu ver. Apesar da idade eu não tinha uma cabeça jovial e não sabia lhe dar muito bem com pessoas com essa cabeça. Isso iria ser complicado.

 

-Você soube do novo professor da nossa turma? –Ouvi uma garota comentar com uma colega atrás de mim. Continuei andando pelo largo corredor.

 

-Soube. Ele será nosso professor de matemática. Dizem que é recém formado. –A outra disse e por intuição soube que falavam de mim.

 

-Espero que ele seja jovem e gostoso assim teremos algo bom envolvendo matemática. –A outra retorquiu para sua colega e as duas trocaram risos. Cheguei a minha sala e entrei. Fechei a porta assim que passei pela mesma.

 

-HEI! –Uma das meninas gritou batendo levemente na porta. Eu a abri e as olhei mortiferamente. Elas se encolheram.

 

-O que desejam? –Falei azedo.

 

-Nós somos dessa sala. Gostaríamos de entrar. –A garota falou. Sua amiga olhou para mim esperando pra que eu desse passagem. Eu soltei um riso de escárnio.

 

-Lamento senhoritas, mas de acordo com minhas regras nenhum aluno entra na sala assim que passo por esta porta. Sendo assim não irão assistir minha aula. –Fechei a porta sem mais delongas. Os outros alunos acompanharam a tudo abobados por meu comportamento logo no primeiro dia. Segui para a mesa, deixei minha pasta cor caramelo em cima da mesma e os olhei.

 

-Eu sou o novo professor desta turma. Meu nome é Zero Kiryuu. –Fui até o quadro branco e, com um pincel anatômico que estava no local, escrevi meu nome. –Serei seu professor de matemática. Antes de darmos inicio a aula quero deixar algumas coisas bem claras. Primeiro: o aluno que conversar irá sair da sala. Segundo: o aluno que for pego mexendo em algum aparelho eletrônico ou se o aparelho do mesmo tocar em sala, ele sairá. Terceiro: Se o aluno olhar para o lado, ele sairá. Quarto: O aluno que chegar depois de mim não assistirá minha aula e acreditem: se você perder uma aula minha não precisará vir o semestre todo. Acho que não preciso falar sobre o que eu acho de colarem em minhas provas ou cabularem minhas aulas, não é?

 

A turma me olhou atônica e temerosa. Ótimo. Era esse o efeito que eu queria causar.

 

-Peguem seus livros e abram no capitulo um. Quem não tiver o seu livro... Dê o fora da sala. Não permitirei que alguém que não possui livro sente ao lado que quem possui. –Rapidamente os alunos pegaram seus livros, alguns tremiam. Sorri internamente com isso. Meu professor, o m ais importante de minha época como estudando de uma universidade, Yagari, sempre dizia que é preciso impor limites logo no primeiro dia... E um pouco de terror também. Ele sempre levou a sério a obra de Maquiavel “O príncipe”.

 

“É melhor ser temido do que amado...”.

 

Bastou um rápido olhar para todos da sala para perceber a ovelha desgarrada. Ela olhava para fora da janela da sala ­- sua carteira era ao lado da janela – e não havia nenhum livro em cima de sua mesa. Os outros alunos estavam rígidos em seus lugares, os olhos grudados no capitulo um. Segui silenciosamente, como uma cobra prestes a dar o bote em um ser indefeso, para o lado da menina. Ela era magra, pele alva, cabelos curtos castanhos, vi seus olhos assim que ela me percebeu, eram da mesma cor de seus cabelos. Ela sorriu gentilmente enquanto eu carregava a face do demônio.

 

-Bom dia professor Kiryuu. Algo errado?

 

-Onde está seu livro? –Olhei sugestivamente para sua mesa, ela acompanhou meu olhar.

 

-Eu não possuo dinheiro no momento para comprá-lo. –Ela continuava sorrindo.

 

Choque.

 

Eu estava chocado. Eu estava sendo tão rude e a estranha continuava a sorrir. Eu não esperava por isso. Talvez fosse apenas uma estratégia para ganhar uma simpatia e se safar dessa.

 

-Qual é o seu nome? –Perguntei.

 

-Yuuki Kuran.

 

-Muito bem senhorita Yuuki... Retire-se da sala. –Falei d forma mais fria que consegui. Yuuki levantou-se pegando sua bolsa e saiu, sorrindo. Essa garota só podia estar zombando de mim!

 

...

 

-A aula terminou. Estudem o capitulo um com afinco para a próxima aula. –Não mencionei aos alunos que faria um teste surpresa sobre isso. Sai da sala de imediato, agora teria de comer algo para recarregar as energias antes de mais algumas aulas.

 

O refeitório estava lotado, eu odiava filas.

 

-Que seja. –Murmurei aborrecido. Iria comprar algo fora da escola. Foi lá fora que a encontrei. Yuuki estava sentada na sombra de uma grande arvore, rabiscava algo em seu caderno enquanto comia de sua marmita. Eu não poderia perder a oportunidade. Segui até ela.

 

-Então está cabulando aula aqui, hein? –Meu tom era de zombaria. Ela ergueu a cabeça e sorriu. Com essa fiquei confuso. Ela não deveria sorrir depois do que fiz a ela, deveria? Talvez seja um sorriso falso, mas eu não via falsidade ali.

 

-Eu não ouvi a campainha tocar professor. Bem... Acho que ficarei sem assistir a aula após a sua também. –Voltou sua atenção para o que comia. Meu estomago estupidamente roncou. Ela voltou a olhar para mim. –Está com fome?

 

-Estou indo até algum lugar para comer. –Fiz menção de me afastar.

 

-Espere! Eu fiz comida suficiente para dois. Quer comer comigo? –Ela ofereceu a marmita intocada e sorriu. Eu sei o que deveria fazer, eu deveria recusar. Um professor que se preze não deve manter nenhum vinculo com um aluno, o mesmo pode achar que isso é liberdade para cometer erros. Não resisti. Testemunhei pela primeira vez um ato de fraqueza de minha parte. Sentei ao seu lado pegando a marmita e os hashis e comecei a comer. Yuuki voltou sua atenção a sua comida. Era deliciosa! Eu tinha que admitir que a tal garota sabia cozinhar. Eu a fitei enquanto a via resolver os problemas do capitulo um da aula que havia dado, olhando mais atentamente pude ver que ela acertava. Como poderia ser? Ao termino de sua refeição ela arrumou suas coisas.

 

-Então até a próxima aula, professor Kiryuu.

 

-Isso se você tiver o livro.

 

-Eu irei arranjar. –Ela sorriu e me deixou só no jardim ao lado da escola. Eu a fitei até ela entrar no prédio principal. Era uma garota esquisita.


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Notas finais do capítulo

Primeira fic de VK que posto aqui. Espero que gostem. Deixem reviews e aumentem minha popularidade. Também posto fics de Twilight aqui.