You Only Live Once escrita por Vero Almeida


Capítulo 32
Certas coisas deixam sequelas


Notas iniciais do capítulo

Geeeente! Sério, escutem I Know Places - Taylor Swift. Eu achei PER FEI TA pra Rylicia *o* Quem quiser, escute e me diga o que achou.

Bem vinda Vivienne, ter novos leitores já com mais de 30 capítulos é uma coisa rara, eu agradeço por dar uma chance a minha fic. Espero que goste, e fique a vontade para mandar MPs quando quiser.

Aliás, todos vocês viu? Falem comigo, eu não mordo.

Dreamer, cadê tu mulher? Justo agora que eu queria saber sua opinião sobre a fic, você me some assim? Apareça ç.ç

Leiam aê meu povo, espero que gostem ;D Beeeeijos!



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PDV da Alícia

Eu adormeci, não sei exatamente quando. Conversamos por muito tempo, em certo momento da conversa eu mal me lembrava do medo que não me abandonava mais desde que acordei naquela estrada. Era difícil ter medo ali, encostada no corpo quentinho de Ryan enquanto ele me fazia cafuné.

Quando abri os olhos, a primeira coisa que minha visão embaçada focalizou foi o relógio que tanto me incomodara na noite anterior. Estava pendurado em cima da porta, e tinha formato de coração, como muitas peças da decoração daquele quarto.

Claro que em beira de estrada seria difícil achar um estabelecimento decente, logo, acabamos num motel. Dos mais baratos ainda por cima.

Nossa, já passava do meio dia! Será que esse lugar se paga por hora? Jesus, quanto será que já tínhamos gasto ali? Daqui a pouco eu teria tantas dívidas com Ryan que teria que vender meus rins para pagar.

Mesmo sabendo que ele nunca me cobraria nenhum centavo, não era justo deixar que gastasse tanto comigo.

Desencostei-me cuidadosamente de seu peito, decidida a acordá-lo para que não gastássemos mais um único centavo ali, mas quando o vi ali dormindo feito um bebezão, não tive coragem.

Esse cretino não devia ter dormido! Um aperto no peito me lembrava de que o medo ainda estava lá, e algo podia ter acontecido enquanto dormia. Por outro lado, o coitado parecia exausto, aposto que lutou muito contra o sono antes de ceder.

E agora à luz do dia, ninguém poderia me pegar de surpresa.

Talvez se eu pegasse algo pesado e deixasse ao meu alcance para qualquer eventualidade, eu pudesse o deixar dormir.

Parecia estar num sono tão profundo... Dormia todo torto, provavelmente preocupado em não me desacomodar.

Senti vontade de tocar-lhe a barba curtinha, como sempre deixava. Ficava carrancudo quando precisava raspá-la, dizia que não parecia ele sem ela.

Eu concordava.

Encarei seu rosto, seus traços e linhas de expressão. Tinha cara de bravo, mas era mais mole e doce que gelatina.

Como pode um cara tão maravilhoso não saber o próprio valor? Era absurdo, inconcebível.

Eu tinha que mostrar a ele, de algum jeito.

Estendi meus dedos finos em direção aos fios castanhos que lhe caíam em frente aos olhos. Hesitei em tocá-los, mas acabei cedendo e ajeitando-os um pouco mais pra trás. Toquei com cuidado a pequena cicatriz fina resultado do corte na testa que ganhara na briga com Matthew. Ainda estava um pouco vermelha, mas parecia melhorar rápido.

Os lábios estavam levemente entreabertos e qualquer ser humano normal pareceria ridículo nessa situação, mas ele continuava tão lindo quanto sempre.

Meus dedos coçaram para tocar-lhe a boca, e minha boca também ansiava por aquele toque.

Logo todo meu corpo ansiava por uma proximidade maior. Eu queria deitar-me novamente em seu peito e agarrar-me ao seu corpo, enlaçando-o pela cintura. Queria beijar-lhe, precisava estar perto...

Foi quando percebi que estava ficando louca e levantei-me da cama o mais rápido que pude, tentando controlar minha respiração descompassada.

Eu não posso deixar isso acontecer, não posso deixá-lo dominar meus pensamentos.

Eu tinha que acordá-lo, precisávamos sair dali o mais rápido possível.

_/_/_

PDV do Ryan

Estava tudo tão estranho, fazia tempo que as coisas não me pareciam tão boas. Tudo bom demais pra ser verdade.

Eu estava passeando com Stella pelas ruas do centro da cidade, ela estava feliz, divertida. Claro que continuava louca e inconseqüente como sempre, mas naquele momento, eu olhava pra ela e via todos os motivos pelos quais me apaixonei por ela. Fazia tanto tempo que não via esse lado, quase me esqueci de como era.

Ela me disse que conseguiria entrar em lojas aleatórias e furtar pelo menos dez pequenos objetos até o fim da rua, eu disse que duvidava, então apostamos. Eu normalmente não incentivava esse tipo de comportamento, mas Stella tem alguma coisa que me faz ter vontade de arriscar. Ela incentiva meu espírito aventureiro, e eu gosto da adrenalina que sempre é estar perto dela.

Claro que eu a faria devolver tudo depois.

Ela estava toda carinhosa e risonha, andava pendurada no meu braço e adorava puxar os fios do meu cabelo só pra me irritar. Lembrava o começo do namoro, estávamos felizes como há muito tempo não éramos.

E então eu escutei a risada. Aquela risada escandalosa e solta que eu sabia exatamente a quem pertencia.

Parei onde estava e deixei meus olhos passearem por tudo o que havia ao redor. A vitrine das lojas,a fisionomia das pessoas que passavam, até dentro dos carros que passavam. Nenhum sinal da baixinha pestinha em lugar nenhum.

– Algum problema? – Stella perguntou, arqueando a sobrancelha e assumindo a costumeira careta de quem zomba da minha cara. – Ta sentindo que vai perder a aposta né? – Riu, mas era uma risada diferente daquela que escutara segundos atrás. Stella esbanjava sarcasmo, acho que Alícia não conseguiria ser sarcástica nem que quisesse.

– Se eu fosse você, parava de me gabar e começava a agir. Tem só mais dois quarteirões pela frente.

– Ah é? Então observe, e aprenda com a melhor. – Me deu um beijo bem indecente no meio da rua (Stella não tinha cerimônia nenhuma com essas coisas), e seguiu rumo a uma daquelas lojinhas de conveniência. Ainda rebolava, provocadora.

Pois foi só ela dar as costas e entrar na loja que a risada voltou a encher meus ouvidos.

Voltei a olhar ao redor, cismado.

– Vem me pegar, grandalhão! – A voz veio de algum lugar às minhas costas. Virei-me, mas pra variar, ela tinha sido mais rápida que eu.

Eu não sabia o que fazer. Não podia largar Stella ali, mas eu queria ir atrás de Alícia.

– Vem! – Insistia ela. Eu não a via, apenas ouvia.

– Consegui! – Stella berrou às minhas costas, fazendo-me sobressaltar de susto. – O dono do estabelecimento era uma anta, eu peguei todos os objetos que faltavam e ele nem viu. Devia ter algum problema, falava enrolado. Precisava ver o tempo que ele levava pra calcular o preço das coisas, o troco, e talz.

– Stella, você roubou mercadoria de um deficiente?

– Foram só três pacotinhos de bala, vem, a gente divide. – Ela sorria abertamente, como se não tivesse feito nada demais. Eu fiquei ali parado, totalmente boquiaberto.

– Não! Você vai devolver tudo isso, principalmente essas balas!

Ela revirou os olhos e bateu o pé no chão.

– Lá vem você ser chato!

– Você não tem a mínima noção da vida né? Sabe quantos gastos tem um deficiente? - Eu estava indignado, completamente estupefato. – Sem falar na extrema falta de caráter que é você abusar da boa fé das pessoas desse jeito!

– Agora você ta revoltadinho, mas bem que apostou comigo!

– Por que eu pensei que você ia devolver! Aliás, você VAI devolver. – A peguei pelo braço e praticamente a arrastei para o começo da rua. As pessoas me olhavam como se eu fosse um monstro assassino que bate em mulheres, mas eles não tinham noção do monstrinho que eu segurava pelo ante-braço.

E durante todo o caminho de volta pelos quarteirões de onde viemos, a gargalhada me acompanhou. Stella não parecia ouvi-la, estava concentrada demais em se debater e me xingar.

– Ela nunca vai mudar – A voz de Alícia enchia meus ouvidos, e cada vez mais eu tinha a certeza de que tudo isso não passava de um truque estranho da minha mente. – Vem comigo, eu duvido que você me alcança! – Mais risadas.

E então, de repente, a figura sorridente e brincalhona a quem pertencia a voz que me atormentava apareceu bem a minha frente, correndo com os cabelos castanhos esvoaçantes e um sorriso que ia de uma orelha à outra.

– O que esse projeto de gazela tá fazendo aqui??? – Stella rosnou. Eu a ignorei, simplesmente não conseguia tirar os olhos de Alícia e da leveza de seus passos. Corria quase na ponta dos pés, serpenteando entre as pessoas que passavam. Cumprimentava-as com acenos divertidos, chegou a bagunçar os cabelos ruivos de um menininho que passava.

Eu queria desesperadamente correr atrás dela.

– Ryan, vai babar? – Stella me deu um murro extremamente forte no ombro. Nem isso me fez tirar os olhos de Alícia. – Cretino!

– Vem! – Alícia insistiu. – Nós podemos nos divertir juntos. Sem explodir coisas ou roubar nada de ninguém.

– Ah eu vou explodir é a sua cara, sua vagabunda! – Stella avançou contra ela, mas eu a segurei e puxei de volta pra trás, me colocando entre elas como uma muralha. Meus olhos vagavam de uma pra outra enquanto eu me dividia entre a vontade de ir e ficar.

– Vai defender essa aí? Só falta ir atrás dela! – Bateu o pé no chão, fuzilando a morena (e a mim) com os olhos. Eu apenas continuei com o meu dilema, sem me dar ao trabalho de responder. – Oh meu Deus, você está mesmo pensando em ir com ela!

– Anda logo, seu molenga! – Alícia gritava, já bem mais a frente.

– Se você for, nem se dê ao trabalho de voltar!

De repente as duas pareciam falar ao mesmo tempo, em meio a risadas de uma e rosnados da outra. Não sabia pra onde olhar, ou o que fazer.

Pra piorar a minha situação, tudo parecia girar. Stella gritava meu nome enquanto Alícia o sussurrava suavemente, o barulho só aumentava, a visão ficava cada vez mais turva, e então finalmente não havia mais nada além de um borrão preto.

Mas elas ainda estavam lá, me chamando.

– Ryan! – Esse chamado parecia mais nítido. – Ryan, acorda!

Acordei sobressaltado, as mãos pequenas de Alícia me sacudiam com firmeza e seus olhos arregalados me fitavam com uma espécie de terror implícito.Totalmente diferente do olhar divertido e inocente da garota do sonho.

– Que foi, o que aconteceu? – Eu ainda estava meio bêbado de sono, meu coração parecia que ia saltar pela boca, tamanho era o susto que levei ao acordar.

– Nós temos que ir embora, já passa do meio dia. A conta vai ficar cara.

Revirei os olhos e peguei o travesseiro ao meu lado na cama, enterrando minha cara nele. Não acredito que ela me assustou desse jeito por causa de uma maldita conta de motel.

– Você quase me matou do coração! – Reclamei, mas o som saiu meio abafado por causa do travesseiro. Aparentemente ela entendeu muito bem o que eu quis dizer, já que abriu a boca completamente estupefata.

– Eu né? E você que me prometeu que não ia dormir? – Parecia realmente incomodada com isso. Eu tentei não dormir, mas depois que ela adormeceu as coisas ficaram quietas demais. Foi impossível me manter acordado. – Poxa, eu ameacei o cara do serviço de quarto com um enfeite de mesa! Coitado, ele só veio perguntar se tinha roupa suja pra lavar!

– E eu tenho culpa?

– Eu to assustada, poxa. Eu tremo só de olhar pra minha própria sombra. Se você estivesse acordado, seria você quem abriria a porta!

Suspirei, derrotado. Ela é forte, e corajosa, mas talvez toda a situação da noite passada tenha sido um pouco demais pra sua coragem dar conta.

Eu podia ver todos os seus esforços para não surtar de vez, podia ver o terror em seus olhos enquanto seu corpo teimava em permanecer rígido, sempre pronto pra próxima batalha.

Ela teimava em se manter de pé enquanto toda a sua fortaleza se ruía por dentro.

– Pronta pra voltar pra casa? – Perguntei. A garota estremeceu, respondendo minha pergunta sem uma única palavra.

– Eu falei sério, não vou voltar pra lá.

Acenei afirmativamente. Não podia contestar essa decisão agora, mas certamente a faria mudar de ideia no futuro, por bem ou por mal. Ela não vai abrir mão de seus sonhos justamente agora que estava começando a sentir o gostinho de se fazer aquilo que gosta. Aposto que mais algumas semanas de ensaio e eu a faria desistir dessa bobagem de estudar Direito pra camuflar sua real intenção ali. Ela tinha é que se matricular no curso de música, e não viver das nossas migalhas.

Eu não ia deixar que desistisse. Ela tinha um brilho nos olhos que desaparecera desde a noite de ontem, e eu o traria de volta. Não sabia como, mas o faria.

– E pra onde pretende ir?

– Pra casa do meu pai. – Não parecia feliz, mas estava resignada. – Não tenho nenhum outro lugar pra ir.

Não me agradava nem um pouco que ela fosse parar naquele antro de cobras com um pai que a rejeitou e a madrasta que teve grande participação nessa decisão.

– Você podia ficar no quarto de hóspedes da minha casa. – Meu pai adoraria a companhia, ele não se atrevia a falar, mas se sentia sozinho sempre que aquela casa ficava vazia. Queria que Marion fosse morar com ele, mas ela sempre fizera questão da própria individualidade. Eram um casal individual, eu achava isso um barato! Ainda mais sabendo que eles deram absolutamente certo desse jeito.

– Não pode ficar oferecendo sua casa às pessoas desse jeito. Lá não é pensão. – Ela sorriu minimamente, e acariciou meus ombros de maneira gentil. Que droga, sempre que ela me tocava ficava um zilhão de vezes mais difícil manter a distância, eu tinha cada vez menos forças pra ficar longe dela.

– O convite está feito, e vai continuar de pé se resolver mudar de ideia ok? Não se atreva a deixar aquela família te maltratar, você não é obrigada a agüentar desaforo nenhum daquela gente, está me entendendo? Você tem amigos que não vão te deixar sozinha.

– Ryan, eu fui seqüestrada ontem a noite. – Ainda estremecia ao citar o fato. – Acho que posso lidar com um pai indiferente e uma madrasta nojenta.

Eu sorri, a abraçando pelos ombros e beijando-lhe a testa.

– Eu sei, você é durona. – Soltei-a meio a contragosto. – Eu só vou lavar o rosto e escovar os dentes e então podemos ir. Será que eles tem aquelas escovas descartáveis?

– Tem sim, em cima da pia. – Respondeu, entre risos. – Hey, deixa a porta aberta.

Confirmei com a cabeça e a fitei com um último olhar preocupado antes de sumir banheiro adentro.

_/_/_

PDV da Marie

Era reconfortante saber que Alícia estava em segurança com Ryan, mas não saber ao certo como estava ou o que acontecera ainda era bastante angustiante pra mim. Passei metade da noite sentada no sofá, com Noah ao meu lado tentando a todo custo me fazer comer qualquer coisa que fosse. Eu não estava com fome, só queria pensar. Acabei me exaltando com ele e o mandando ir dormir.

Ele ainda foi carinhoso comigo, mesmo quando fui absurdamente estúpida com ele. Me beijou a bochecha levemente e acariciou minhas costas, em seguida deixou a sala. Eu precisava ficar sozinha, e ele sabia disso.

Só que lá pras cinco horas da manhã, a solidão da sala começou a pesar em mim. Adam e Ana tinham se recolhido menos de meia hora depois da ligação de Ryan, todos pareciam satisfeitos em saber que ela estava a salvo, mas eu precisava saber se ela estava bem.

Acabei invadindo o quarto de Noah e deitando ao seu lado na cama. Ele acordou por um breve momento, e ainda sonolento passou seus braços pela minha cintura e encostou seu nariz gelado à curva do meu pescoço. Se fosse qualquer outra pessoa, eu xingaria muito. Detesto coisas geladas me tocando, mas no caso de Noah, todos os toques eram bem vindos.

Quando acordei, não tive a mínima vontade de levantar. Podia sentir a respiração de Noah no meu pescoço, isso me causava uns arrepios gostosos. Resolvi ficar ali juntinho dele até que acordasse, então poderíamos ir até a cozinha e tomar café juntos. Assim talvez ele parasse com essa cisma de achar que eu vivo de ar e pare de me encher para comer

E assim foi feito. Ele demorou mais uns 20 minutos pra acordar, então eu fui até meu quarto fazer minha higiene matinal, e ele fez o mesmo em seu banheiro.

Depois de comermos (Ele, uns 3 waffles enormes com bastante chocolate, e eu duas maçãs), voltamos pra sala, de mãos dadas. Eu queria aproveitar pra tentar falar com Alícia...

... Mas quando chegamos à porta da sala, tinha uma surpresa agradabilíssima esperando por mim.

– Bon jour, ma cherrie. – Minha mãe sorria, sempre de maneira contida e cordial. Eu sabia o que aquela visita significava: Mais uma “Avaliação”, mais um encontro com a balança, cobranças e mais cobranças.

Seus olhos automaticamente focalizaram cada centímetro do meu corpo, como era de praxe, porém dessa vez notou algo diferente.

O sorriso sumiu de seu rosto quando percebeu que Noah segurava minha mão.

E então o objeto de seu exame minuncioso passou a ser ele.

Aproximou-se de nós lentamente, olhando para Noah por cima dos óculos de armadura prateada. Discretíssimo, como tudo que compunha o visual de mamãe.

– Quem é esse seu amigo tão... – Fez uma pausa a procura da palavra correta. – Peculiar?

Ela estendeu a mão em direção a roupa dele e puxou a camiseta, examinando-a. Seu rosto se contorceu em uma careta discreta, porém notável.

Não tinha gostado dele, e não fazia questão de esconder seu desagrado. Eu tinha certeza, a mais absoluta certeza de que ela ia implicar com ele. Noah estava longe de ser o príncipe azul com quem sempre sonhou que eu me casasse. Eu não ligo pra isso, não quero príncipe azul nenhum. E não vou deixar que ela o destrate na minha frente.

– É meu namorado. – Enfatizei cada palavra, para que ficasse bem claro. Não parecia surpresa, mas o desagrado se tornou ainda mais evidente.

– Noah Manson. – Ele se apresentou, estendendo a mão a ela. Minha mãe acabou aceitando o cumprimento, sempre acabava cumprindo a etiqueta mesmo que por dentro estivesse morrendo de vontade de recusar.

– Prazer. – Respondeu, embora todos soubéssemos que não era um prazer. – Aposto que meu marido gostaria de te conhecer, por que não marcamos um jantar lá em casa?

Bufei e revirei os olhos, completamente contrariada. Era uma péssima ideia. Um jantar lá em casa nunca era um jantar comum. Com certeza não seria uma pizza no sofá da sala enquanto assistíamos CSI. Seria um jantar formal,com entrada, prato principal e sobremesa. Noah ia odiar isso, e meu pai o odiaria ainda mais por não se deixar levar pelas cerimônias.

E claro que ela sabia disso. Não teria proposto o jantar se não soubesse.

– Ah, mãe, eu acho que não é uma boa...

– Claro! – Ele me interrompeu, sorrindo de maneira cordial. – Eu adoraria, podemos marcar uma data

Ah que ótimo, maravilhoso! Eu perdi meu ensaio hoje, minha amiga sumiu, apareceu, e eu ainda não sei como ela está, e pra ajudar, minha mãe apareceu aqui e está encurralando meu namorado.

Que beleza, e o dia está só começando.


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