O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 4
Capítulo 3




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CAPÍTULO 3 - OLHOS AZUIS

– Parece que viu uma fantasma! - Olaf estava guardando suas sacolas em diferentes armários da cozinha quando entrei - Algum problema?

–Não, nem um - tentei parecer convincente .

E lá estava ele de novo.O silêncio que sempre me aterrorizava e estressava.

– Ah, sabe cozinhar ? - perguntei olhando as compras que ele tinha feito e pondo um fim ao silêncio

– Não - disse simplesmente e continuou a guardar os alimentos, sem nem me olhar.

– Então, o que espera fazer com todos esses alimentos?

–Comida, obvio.

–Mas, você não sabe cozinhar...

–Jade é quem vai cozinhar, lógico. - ele, finalmente, se virou e me encarou, parando de arrumar os alimentos que faltavam. - Ela vem no próximo final de semana.

–Ah,sim.Entendi.

Olaf pegou minha sacola e começou a tirar os alimentos dela também.

–Temos que conversar sobre a escola, já adiei demais. - informou.

– O que quer falar?

–Sobre quando vai começar a estudar - Droga, só podia ser mais um de meus pesadelos.

Na minha antiga escola eu tinha apenas uma amiga.Jessica, era legal e tudo mais, mas nunca senti grande afeição por ela.Acho que por que a garota de incríveis olhos âmbar, era extremamente falsa - sempre tentando agradar á todos e sempre se dando mal.Ninguém pode agradar á todos.Mas mesmo assim, eu passava o intervalo com ela, não tinha opção.Na verdade, até tinha; ficar com ela ou ficar sozinha.Eu preferi ficar com ela.E agora?O que vai acontecer comigo?Encontrarei outra estilo Jessica?Não, eu não queria.Se minha única opção, novamente, fosse passar meus intervalos com pessoas como Jessica, dessa vez, não teria medo da solidão e ficaria sozinha.

–Então...? - O incentivei a prosseguir

–Falei com a diretora por telefone, antes de chegarmos à Owens e como estamos em Abril, a diretora disse que você teria que começar a estudar o mais breve possível para não ficar muito atrasada, ou seja, próxima segunda

– Eu poderia simplesmente esperar ano que vem - falei me sentando em uma das cadeiras da mesa de jantar.

– E perder um ano da sua vida?Negativo - ele já tinha acabado de guardar tudo - Não se preocupe com nada, já providenciei tudo e o que faltar é só me pedir, que ligo para Jade e ela trás.

– Eu tenho opção?

–Se não quiser passar fome, provavelmente no futuro, você não tem.

– Foi o que pensei.

–Sua mochila está no meu quarto, depois você pega.

– O.K

–Ah, precisa continuar a me ajudar - Olaf se sentou em minha frente - O plano JADE não está perfeito.Como disse ontem; e se você não estiver por perto, como saberei que estou sendo o maior babaca do mundo?

–Eu não sei - confessei.Então nos encaramos e começamos a pensar num jeito de resolver aquele probleminha. - Tente não falar muito - sugeri depois de um tempo.

–Como?

–Diminua a conversa.Se fizer isso, corre menos riscos. - expliquei - Deixe para conversar mais quando eu estiver por perto.

–Certo. - se deu por vencido, talvez porque não tivesse outra opção - Vou pedir comida, vamos ter que nos virar enquanto a Jade não chega.

–Tio - chamei e ele se virou - Por que tem tanto medo de falar algo errado para a Jade?

–É difícil explicar

–Tenta

–Talvez seja por que ela é a única pessoa que gostei depois de...minha adolescência.Ela me faz querer ser melhor do que, realmente , sou.Não quero estragar tudo com minha idiotice.

–Estou com você, se precisar - avisei e ele sorriu.Eu sabia como era esse sentimento, de querer mostrar para outra pessoa que você não é ruim, que é digno do amor dela.Não que eu já tenha sentido, nunca.Mas via em meus pais e gostava.Ele se amavam e isso era fato.Com cada sorriso, cada beijo nojento e cada palavra que um lançava ao outro, era perceptível e eu, como espectadora, gostava de assistir. E eu queria assistir de novo, só que agora com Olaf e Jade.

...

''Segunda porta a direta, logo depois do seu quarto '' Segui a - não tão difícil - coordenada de Olaf para pegar minha mochila em seu quarto.

Quando abri a porta não pude deixar de dar um leve sorriso.

O quarto estava uma bagunça.Uma calça para um lado, uma camisa para outro, livros por todos os lados e fotos de alguns fósseis em cima da cama.Minha mochila era roxa e se encontrava perto da única janela do quarto, do outro lado da bagunça.Caminhei até lá, desviando a todo momento de objetos fora do lugar.

Como ele conseguiu fazer tanta bagunça?Tínhamos chegado á pouco tempo.

Resolvi me focar em apenas pegar minha mochila e voltar para o meu quarto um pouco - ou muito - mais arrumado do que o de Olaf.

Finalmente alcancei meu objetivo, e, pelo peso, já parecia arrumada.

Foi quando olhei a janela.

Assim como no meu quarto, a janela do comodo pertencente a Olaf também estava coberta por uma cortina, a qual eu tirei sem pensar duas vezes e olhei para a rua. No começo, era mesmo só a rua, mas depois meu olhar se voltou até a casa estranha.Era impressionante como eu não sabia me controlar - minha curiosidade mandava em mim quando o assunto era a casa.

Do quarto de Olaf, a visão era melhor.Não que a do meu quarto também não fosse,todavia a de Olaf dava até para ver um pequeno pedaço do quintal, atrás da casa.Morávamos uma casa de diferença daquela construção colonial e além do mais, nossa casa era uma das mais altas da rua principal.Fatos que sem dúvida contribuíram demasiadamente para termos uma vista privilégiada.

Eu vi um movimento em uma das janelas e me assustei.Fechei a cortina e acabei tropeçando em alguma coisa.Quando senti o impacto com o chão, me xinguei.

''É isso que dá ser curiosa,Alexis idiota''disse, apenas pelo pensamento,para mim mesma.

Decidi que não descobriria nada olhando apenas pela janela e sai do quarto.Me joguei na cama e fiquei pensando no que raios de idiotice eu estava querendo com aquela investigação toda, sobre vizinhos que eu nem conhecia.

...

''Acordei.

Sem nem saber que estava dormindo.

Mas acordei em um lugar diferente.

Em um campo.

Era possível ver o gramado irregular, algumas flores e árvores á distância.Era lindo e estranhamente familiar, talvez eu já tivesse visitado aquele lugar com meus pais, mas que diabos eu estava fazendo ali?Como cheguei...?Ah sim ,deveria estar sonhando.Agora sim, fazia sentido.Era até esquisito falar aquela frase: ''Fazia sentido''

Uma voz interrompeu meus pensamentos.

– Era seu lugar preferido. - a voz era feminina e doce.E era a voz conhecida de meu outro sonho, a voz que ''me protegia''. - Você sempre dizia ''É o lugar mais lindo que já vi'', quando vinha aqui.

Me virei.

Meus olhos se focaram em uma mulher de pele extremamente clara, olhos verdes e cabelos curtos e castanhos.Tinha um sorriso doce nos lábios e vestia um vestido verde soltinho.Ela caminhava lindamente em minha direção.

Será que era um anjo?Eu estava no céu?Eu morri e nem sabia?Mas como eu morri?Estava em casa e bem, tudo parecia tão normal.

– Eu morri?E Olaf morreu também?Isso aqui é o céu?Porque se for, o que eu estou fazendo aqui?Sempre achei que minha curiosidade excessiva me daria um passe direito para o inferno, talvez até primeira classe. - falei de uma vez.

Ela se limitou a rir.

–Presumi que não reconheceria.

–O céu?

–Um dos lugares de seus sonhos na infância.- ela parou de caminhar

– Porquê estou aqui?

– Preciso dar um aviso.

–Quando vou morrer?Quando vou passar na faculdade?Quando...?

–Pare de tentar adivinhar - riu - Você é muito curiosa mesmo.

–É o que dizem.

– Não posso continuar por muito tempo, afinal não estou em uma das minhas melhores condições.Preciso avisar o que, se fizer determinadas escolhas, está por vir.É meu dever.

– Que escolhas?E o que está por vir?

– Escuridão, Alexis.Não posso impedir o futuro, mas quero que tome cuidado.Há coisas que você não entende e você pode se machucar, minha menina.

–Percebi.Essa é uma coisa que não entendo - me aproximei e ela deu um passo para trás.

– Não há o que entender agora, apenas preste atenção - e foi andando para trás lentamente.

–Tome cuidado. Owens é mais perigosa do que você imagina, existem segredos que nunca devem vir á tona.Se vierem, as consequências vem junto.

Fui forçada, por sei lá o que, a fechar meus olhos.''

Agora eu acordei.

Acordei de verdade.

Estava no meu quarto gigante, e estava suando.

– O que aconteceu, Meu Deus? - Perguntei á mim mesma.

–Alexis o almoço já está pronto, ou seja, acabou de chegar.Vem logo, pirralha! - escutei Olaf gritar do comodo lá de baixo.E desci.

– O que você pediu? - perguntei quando entrei na cozinha.

– Algumas comidas de um restaurante caseiro, aqui perto - ele fixou seus olhos castanhos em mim- Estava dormindo?Porque esta toda desarrumada. - era o menor de meus problemas.

–Eu estava - sentei na mesa - Me joguei na cama e dormi.

– Com aquela cama, quem não dormiria? - Olaf pegou um prato e me serviu de alguma coisa.

Enquanto almoçávamos, meu tio não parava de falar sobre coisas que aconteceria na próxima semana.Falou de tanta coisa, que me esqueci da metade.

...

No Domingo não aconteceu nada estranho, o que eu poderia, de certa forma, considerar estranho se tratando de Owens.

Poderia dizer que meu Domingo se resumiu em chuva, pipoca, filme idiota, chocolate e mais chuva.

Aquele sonho com a mulher/Anjo me deixou tão assustada, que resolvi não me envolver muito com a última casa.Talvez ela fosse um tipo de último aviso me alertando sobre minha curiosidade.Talvez Deus, quisesse me ver no céu algum dia.Ou, talvez, eu só estava enlouquecendo aos poucos.

...

–Hora de acordar, pois um maravilhoso dia na escola espera por você, pirralha. - Olaf abriu a janela e tirou meu cobertor.Não tinha a menor chance de eu não acordar.

–Posso ir só amanhã?Ninguém vai no primeiro dia - tentei.

–Só que não se esqueça que é apenas o seu primeiro dia, os outro já são, praticamente, veteranos.Agora levanta, vou te dar uma carona.

Tomei um banho bem lento, tentando pensar apenas em coisas legais.Mas, eu tinha que confessar que era totalmente pessimista, ou melhor, realista.

...

O caminho - sem nenhuma novidade - não demorou muito.Tudo ficava perto da rua principal, na verdade, tudo ficava perto de tudo.

Alguns segundos depois eu já conseguia avistar um prédio antigo.

Minha nova escola.

O tráfego de carros ficou um pouco mais intenso, mas não ao ponto de um trânsito infernal.

–Acho que vai gostar da Phil Hãnsel School - meu tio me deu uma pequena olhadinha e depois continuou a dirigir - Eu fiz muitos amigos lá, aposto que fará também. - Ah,sem dúvida farei.

– Calma ai,o nome...

–Chegamos - anunciou já parado com seu carro na frente da escola. - Você está atrasada, é melhor correr.

–Certo.

–Tenha um bom dia - escutei Olaf desejar, antes de fechei a porta.

Quando o carro se foi, eu finalmente tive certeza.Agora era só eu e Owens, na verdade, parte de Owens. Ajeitei a mochila em minhas costas e caminhei lentamente para dentro daquela construção monstruosa.

Acho que quando alguém diz ''cidade desconhecida e pequena'' muita gente pensa em coisas humildes, com um povo simples, com casas nada mais do que essenciais.Mas Owens não era assim, pelo contrário.Era rica - tanto historicamente quanto economicamente - todavia seu povo era humilde e dava para ver que não gostavam de esbanjar dinheiro.

Meu resumo do dia seria a)Achar a coordenação e pegar meus horários,b)Achar a sala,c)Ficar com a cabeça baixa a maior parte do tempo e não sair da sala, nem para o intervalo e d)Ir embora e dizer a Olaf que tive um excelente dia na escola e fiz muitos amigos.

O primeiro passo começava com um certo desafio.

Onde diabos é a coordenação?

Decidi que andaria por ai , procurando-a.

Por onde eu ia, alunos espalhados com seus grupinhos de amigos me olhavam de lado, provavelmente se perguntando quem é a novata esquisita, mas não me intimidei.Eu não ia ter medo de novo.

Medo das pessoas.

Alguém segurou meu braço e eu juro, me segurei para não virar e socar quem quer que tivesse me parado.

–Oi, novata - era um garoto.Ele era ruivo, tinha olhos verdes e um sorriso safado.Pude ver seus amigos me olhando logo atrás e estremeci.Provavelmente um metidinho querendo tirar graça com a novata.Eu não ia deixar. - Qual seu nome?

–Por que se importa? - falei ríspida

–Calma, novata - disse e levantou as mãos em sinal de redenção - Não vou fazer nada, apenas estou tentando ser simpático.Sou Henry, Henry Philips.Muito prazer - ele fez uma reverência e beijou minha mão.

Não consegui esconder um pequeno sorriso.

–Sou Alexis,Alexis Miller - imitei como ele se apresentou.

–Viu?Eu não mordo

–Percebi.

–Quer alguma ajuda? - confesso que estava meio perdida em seus olhos verdes.Eram tão lindos e com um brilho divertido, único e realmente,maravilhoso.

–Ajuda? - em que mundo eu estava?

–Com a sala?Já esta com o horário em mãos?

–Ah,ajuda e hã... o horário! - exclamei, voltando ao mundo real - Quero ajuda, na verdade, não sei onde fica a coordenação.

–Percebi, pela pequena confusão.Te ajudo sem problema. - disse - Espere um minuto. - Henry foi até seus amigos, pegou sua mochila e falou alguma coisa para eles.Quando ele voltou me lançou mais um sorrisinho travesso. - Vamos? - concordei.

Enquanto ele me levava rumo a coordenação, contava sobre a escola.Me disse que Phil Hãnsel, reconstruiu a escola, muitos anos atrás, depois de um incêndio misterioso e renomearão o novo prédio com o seu nome.Eu sei que não deveria, mas vi uma oportunidade.

–Os Hãnsel são bem famosos por aqui - comentei inocentemente e ele concordou, enquanto virávamos em um corredor a nossa direita.

–Sim.Todo mundo sempre comenta que quando Owens foi inaugurada, antes mesmo do tempo das bruxas... - ele riu - pelo menos um Hãnsel estava presente.Eles são lendários, estão aqui desde sempre.Como também, os Jackson, os Werter, os Silfor, os Billian, mas sem dúvida os Hãnsel são os mais ricos e famosos.Eles tem poder.Agora nem tanto.

–Como assim?

–Acho que já ouviu falar dos mistérios que envolvem essa família.

–Na verdade, não.

–É uma longa história, mas para resumi posso dizer que, sempre acontece um assassinato entre os Hãnsel.

–Assassinato?

–Sim, em várias e várias gerações até agora.Por exemplo, o último assassinato envolvia Edmundo Hãnsel.Ele tinha uma família perfeitinha e centrada, mas sempre sério e carrancudo.Nunca falava ou cumprimentava alguém. - ele ajeitou a mochila nas costas e prosseguiu -Ele tinha apenas uma filha, se não me engano o nome dela era Annabeth.Todo mundo dizia que ela era a única que podia fazer o pai feliz, a única que ele amava.Até que um dia a sua esposa, Katherine, teve outro filho.Um menino...

–O que tem de mais nisso?Ele ficou mais feliz ou sei lá o quê?

–Desculpe acabar com seus sonhos doces, entretanto essa história não tem um final feliz, então não, ele não ficou feliz. - ele parou e eu parei, ele me encarou e eu o encarei - Ele enlouqueceu, diziam que falava sozinho, abandonou o trabalho na empresa da família e passava horas na frente da janela, apenas observando os moradores.Até a tragédia.

–Você podia parar com as pausas dramáticas e ir direto ao assunto? - Henry riu mas depois ficou sério novamente.

–Ele matou toda a família, até a pobre Annabeth, a quem diziam que ele amava, deixando apenas um sobrevivente.O bebê.William.

–O nome do bebê era William?

–É William, ele está vivo. - então apontou para trás de mim e achei que iria dar de cara com o tal William, mas ele apenas se referia a coordenação. - Ai está nossa adorável coordenação.Espero não ter te assustado com nossa pequena e famosa lenda.É apenas isso, uma lenda. - ele começou a andar devagar de costas na direção oposta a coordenação e a mim - Agora eu tenho que ir, se chegar atrasado de novo em matemática, vou ter sérios problemas.Te vejo depois,Alexis.

–Até mais, Henry - falei, mas ele já estava longe.

...

Fiquei cerca de meia hora escutando a senhora Liverpool - diretora da escola - falar sobre pontualidade, regras e meu horário escolar.Ela era chata e entediante, mas parecia uma boa pessoa.

Me despedi da diretora e fui conferir meu horário e tentar achar minha próxima aula.O meu erro, posso ver agora, foi não parar de andar enquanto isso.

Esbarrei em alguém.

E nem por um segundo pense que foi como em filmes, em que você esbarra e alguém segura você lindamente e do nada surge uma musiquinha romântica.Eu cai no chão mesmo, sem nenhuma música.Mochila para um lado, dignidade para o outro.

–Você não olha por onde anda, não? - ouvi uma voz masculina falar para mim.Viu filmes?Cadê essa parte?

– Não, imagina, por que olharia?Eu gosto de cair no chão de vez em quando.É quase um hobby - escorria ironia de minhas palavras, mas em nenhum momento o olhei.Não o olharia de baixo, no chão.Ficaria de pé e ai sim, o encararia.

Não ia me rebaixar.

Parece infantilidade, mas era meu orgulho que estava em jogo.

–Ah,dá para ver.

–Não vai me ajudar, não? - perguntei pegando minha mochila, sem olhá-lo ainda.

–A idiota aqui é você, por que deveria?

–Quer saber?!Vai continuar o que você estava fazendo e me deixe aqui, vai. - mandei.Que garoto prepotente. - Quem você pensa que é?

Senti alguém me puxar pelo braço - mas sem muita força - e me colocar de pé.

Então o encarei e me arrependi.

–Sou William Hãnsel e, sugiro, que não fale comigo assim de novo - quase nem prestei atenção nessa frase, estava ocupada demais encarando seus olhos. Olhos azuis.Azuis escuros.Como no sonho.


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Notas finais do capítulo

:-)



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