POV Ally

O quarto mês de shows foi algo que surpreendeu a todos. A equipe decidiu dar um folga neste mês. E por isso nossa lista de shows ficou apenas para França. As cidades eram: Paris, Orleans, Mônaco. Passaríamos uma semana em Paris, uma semana em Orleans e duas em Mônaco.

Todo esse tempo livre abriu espaço para entrevistas. A primeira delas havia sido no primeiro dia em Paris. E a surpresa era que muitas perguntas me envolviam. O possível romance comigo. Mas, claro que Austin foi obrigado a negar tudo. Os motivos era algo que eu não entendia, mas tentei não dar muita importância.

No entanto, no dia seguinte, nosso segundo dia em Paris várias páginas diziam que Austin está tendo comportamentos estranhos. Austin está diferente. Austin está mais distraído. Austin está com problemas na vida pessoal. Mas, o que ninguém entendia era que Austin estava muito bem.

Os únicos momentos em que Austin ficava estranho eram nas entrevistas. Pois, ele tinha que negar coisa que muitas vezes não queria. Eu queria acabar com esse pensamento que uma pessoa desconhecida pode acabar com a vida de um artista. Tudo que as pessoas deveriam entender é que o artista é uma pessoa normal. Ele realmente pode não estar com a pessoa certa, mas ele tem que errar para perceber isso.

Ao ver mais uma mensagem de “A culpa é sua” decidi parar de mexer no celular. Eu estava até mesmo começando a duvidar se a culpa realmente não era minha. Afinal, Austin estava estampado em muitas revistas por estar diferente. Esse diferente é por ele ficar nervoso ao ter que mentir sobre alguma coisa que me envolva.

– Faz assim, não olhe para o celular pelo resto do dia – Rydel disse ao meu lado. Nós duas estávamos sentadas na cama da loira. Que ótimo, estamos em Paris e passamos os dias em um hotel. Enquanto isso, Austin está dando mais entrevistas.

– Eu só queria que todos parassem de me odiar tanto – falei suspirando. Rydel pegou o celular que estava ao seu lado e o guardou em algum lugar que eu não fiz questão de saber.

– Eles não te odeiam. Só estão atrás de uma boa fofoca, atrás de um segredo. Sempre que perguntam sobre alguma garota, sobre sua felicidade nos últimos meses, Austin fica nervoso. Você não acha que todos adoram esse mistério? – ela perguntou e eu dei ombros.

– Sim, mas porque Jimmy acha que eu faço tão mal para Austin? – perguntei confusa e ela respirou fundo.

– Ele acha que você não passa de um caso de um dia. Jimmy acha que vocês não vão ficar juntos por muito tempo. Ele pensa que isso pode trazer algumas polêmicas para a carreira de Austin. Além disso, você não é acostumada com a fama. Pensa que você vai desistir em vez de ficar com Austin e isso trará ainda mais atenção para ele – ela tentou explicar.

– Às vezes eu penso que eu devia mesmo fazer isso. Aproveitar esse quarto mês para me distanciar um pouco e pensar em tudo isso. Mas, não tenho certeza se é o certo – falei passando as mãos pelo cabelo. Rydel parecia ter uma resposta pronta, mas antes que falasse ouvimos um toque de celular.

Sorri quando Rydel tirou meu celular da gaveta da cômoda. A loira olhou na tela e estendeu o aparelho para mim.

– É sua mãe – informou e eu estreitei os olhos. Eu ligava para minha mãe com frequência, para informar que eu e Carter estávamos bem, dizer algumas coisas da turnê. E é por isso que não fazia a menor ideia do que minha mãe queria.

– Oi? – perguntei ao anteder e Rydel riu ao meu lado.

– Oi Ally. Tudo bem? Estou preocupada – minha mãe foi direta.

– Está sim e aí? Preocupada com o que?

– Seu pai e eu estamos bem. Ally você sabia que todos te conhecem agora? Eu não paro de ouvir sobre você estar com Austin Moon e coisas assim – ela falou e estava um pouco irritada.

– Sim, eu sabia. Eu não queria isso, mãe.

– Nem eu queria isso Ally. Você sabe que desde o começo eu não queria isso porque sabia que aconteceria algo deste tipo. Fique sabendo que nós estamos aqui quando você quiser voltar – ela informou e eu sorri com uma vontade de chorar.

– Eu sei, mãe. Eu pensarei nisso – falei e ouvi seu suspiro.

– Tente não se machucar com isso – ela pediu e eu sabia que era impossível prometer isso.

– Vou tentar – disse limpando rapidamente uma lágrima que escorria.

– Estamos com saudades, beijos.

– Também estamos, tchau – falei e desliguei rapidamente.

Rydel me olhou preocupada e eu entreguei o celular para ela. A loira guardou o celular e eu ri quando ela guardou seu próprio celular.

– Estou cansada de algumas coisas também – explicou e eu assenti – O que ela disse?

– Que eu posso voltar sempre e que todos estão falando de mim – disse e ela me olhou curiosa e também hesitante.

– E você quer voltar? – perguntou e abaixei a cabeça por alguns instantes.

Pensei e todos os boatos, todas as mensagens negativas que enviaram para mim. Mas, não consegui pensar nisso por muito tempo. Meus pensamentos foram para Rydel e Carter e todas suas brincadeiras ao longo da turnê. Dez e Trish, que era impossível não rir perto dos dois. Todos os outros e por fim Austin.

– Eu não quero que as coisas fiquem ruins para Austin por minha causa – expliquei e Rydel prendeu a respiração – Mas, não. Eu não quero voltar – falei com um sorriso pequeno e ela riu.

– E é por isso que vamos enfrentar isso – ela disse deixando-me confusa. Rydel pegou seu celular e me fez deitar ao seu lado. Ri e ela fez o mesmo – Que tal esquentarmos um pouco as coisas?

– Como?

– Uma foto de Rydel Moon e sua possível cunhada – ela disse piscando para mim e eu gargalhei.

Talvez nós não devêssemos fazer isso. Mas, queríamos um pouco de controle em nossa própria vida.