– SEIS MESES DEPOIS

Finalmente tudo está se ajeitando novamente. Não foi nada fácil à ocupação dos outros prédios, já que o prédio médico estava totalmente tomado, juntamente com a ala dos dormitórios. Infelizmente perdemos Sasha e Bob, o que deixou toda base em luto por um bom tempo.

Acabei me tornando muito amiga dos novos membros, principalmente de Eugene e Tara. Eles juntamente com Abraham e Rosita se tornaram importantíssimos para nossa sobrevivência, e agora fazem parte da família.

Depois da ocupação do prédio dormitório todos tem seus próprios quartos. Fiquei com Carl, ao lado do quarto de Glenn e Maggie, que agora está grávida de aproximadamente de cinco meses. Surpreendentemente Beth descobriu semana passada que também está esperando um filho de Willian, o que chocou a todos. Willi-Will vai ser pai! Não dá para acreditar.

Este foi um dos invernos mais rigorosos que passamos, mas a grossa camada de neve nos manteve protegidos de ataques dos mortos durante esses meses. Conseguimos um grande estoque de alimentos, e Rick – que recentemente se casou com Nádia – tem refletido sobre acolher novos sobreviventes agora que a primavera está se iniciando.

Carl não é nada a favor da ideia, mas continuo achando que quantidade remete a força. Quanto mais gente unida, mais fortes seremos. Porém isto ainda é um caso para o conselho pensar. E agora eu faço parte dele, o que me deixou tremendamente feliz.

– Bom dia – digo para Carl, que apesar de nem ter amanhecido ainda já abriu seus lindos olhos.

– Bom dia – ele responde se virando na cama para poder me olhar. – Dormiu bem?

– Sim – sorrio. Ficamos nos encarando por um momento, com ele pegando mexas loiras do meu cabelo e enrolando nos dedos.

– Quer casar comigo? – ele pergunta suavemente, como se estivesse perguntando o que eu comi ontem.

– Que?! – minha voz sai um tanto incrédula, e eu sento-me na cama.

– Você aceita casar-se comigo, Katherine Smith? – ele responde a pergunta, dessa vez ajoelhando-se desjeitosamente no colchão à minha frente.

– Você está falando sério? – questiono franzindo as sobrancelhas, a alegria em minha voz é notável.

– Claro que estou. Quero passar o resto da minha vida ao seu lado.

Lágrimas teimosas começam a brotar em meus olhos enquanto encaro o homem à minha frente. Esse garoto, por quem me apaixonei na merda de um apocalipse quer mesmo casar comigo.

– Por que você está chorando? – ele pergunta alarmado e preocupado ao mesmo momento, como se estivesse com medo de ter falado algo errado.

– Porque eu te amo pra caralho! – me jogo contra ele, derrubando-o contra a cama e ficando em cima dele. Um sorriso, o mais lindo que eu já vi, brota em seu rosto antes de nos beijarmos.

– Mas então, você aceita? – ele pergunta sacana depois de um tempo, como se tudo aquilo que eu disse não tivesse relevância alguma.

– Claro que eu aceito, Carl Grimes.

Foi nesse momento que percebi que eu com certeza tenho muita sorte. E que talvez, só talvez, tudo realmente ficasse bem.