Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 23
Fim da aventura


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeee!!!
Eu sei, minha caixa de mensagens já está saturada de ameças de morte, das formas mais criativas possíveis...eu quero me desculpar com todas as minhas leitoras =// sinto muito pela demora gente, aconteceu tanta coisa nesses dois meses que eu não estava com cabeça para escrever...mas eu amo isso e não vou abandonar minhas histórias =) até porque eu já tenho os finais todos na minha cabeça, falta apenas terminar de colocar no papel!!! Peço que por favor não me abandonem gente!!! Eu amo isso aqui de coração
Eu passei aqui pra deixar o capítulo rapidinho, mas prometo responder a todos os comentários e mensagens em breve =) Vocês são demaisss - mesmo com todas as ameaças- hahaha
Quero dar boas vindas a todas as leitoras novas =)) e agradecer por deixarem comentários mesmo sem terem atualização por tanto tempo...
Agora, sem mais enrolação, vamos ao capítulo...
Boa leitura...



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Capítulo 23 – Fim da aventura

O mundo dos sonhos foi se esvaecendo dando lugar à realidade novamente. Eu podia sentir mãos grandes e calejadas passeando pelas minhas costas nuas e um beijo demorado sendo colocado entre meu ombro e pescoço. Uma sensação de conforto e quietude se apossou do meu coração, fazendo-me suspirar inconscientemente. Aqui, eu estava em paz e todas as minhas preocupações pareciam evaporar.

Ouvi uma risada suave e melodiosa e um corpo duro e quente vibrou abaixo do meu.

– Bom dia, Roza. – O dono do corpo e das mãos que me agraciavam disse próximo ao meu ouvido direito.

Forcei-me a abrir os olhos, piscando devido ao sol que nascia vermelho no horizonte, então foquei minha visão em dois pares de olhos escuros que me olhavam com amor e admiração.

– Bom dia, camarada. – Eu sorri, abaixando-me para capturar seus lábios macios em um beijo. Suas mãos me apertaram ainda mais contra seu corpo, enquanto eu me apoiava com os braços.

– Como eu pude ser tão estúpido? – Ele disse suavemente quando nos afastamos alguns centímetros, e vendo que eu franzi a testa, ele se explicou. – Como eu pude ficar brigando com você, enquanto eu poderia acordar assim todos os dias. - As lembranças das nossas discussões infantis e ridículas me fez rir.

– Sabe que eu ainda não me esqueci do dia em que você me acordou com um balde de água gelada. – Fingi estar brava, mas ele pegou a brincadeira e nos virou com um movimente ligeiro, me deitando sobre a manta e ficando por cima.

– Eu pretendo me desculpar por aquele dia. – Ele estava divertido e de bom humor, eu percebi. Senhor Nagy tinha razão, Dimitri era triste e solitário e precisava de um incentivo que trouxesse a alegria novamente para sua vida, eu estava lisonjeada de ver um sorriso assim no seu rosto, e principalmente, por ser a responsável por esse sorriso.

– Como você pretende fazer isso? – desafiei.

Ele sorriu torto e em seguida atacou meu rosto e pescoço com beijos carinhosos. Eu nunca reclamaria de algo assim e poderia ficar o resto da manhã naquela posição.

Dimitri me puxou para seus braços mais uma vez, mesmo que o sol já começasse a nascer, o frio da madrugada do deserto ainda se fazia presente e a fogueira que fora acesa para nos aquecer durante a noite era composta apenas por brasas fracas e alaranjadas. Também tínhamos sorte de termos os braços e o corpo um do outro para nos esquentar, caso contrário as finas mantas de lã não seriam o suficiente.

– Eu gostaria de poder ficar aqui para sempre, Roza, mas temos que voltar. Todos devem estar perguntando por nós e ainda temos uma longa viajem pela frente.

Eu concordei, contanto que ele me beijasse uma vez mais, o que ele fez sem reclamar.

A viagem não poderia parar por vontade nossa, Dimitri estava levando um carregamento de bois para uma enorme fazenda no interior e tinha metas para cumprir, sem falar que ele estava preocupado com a minha segurança agora que Victor sabia do meu paradeiro e podia dar com a língua nos dentes a qualquer momento. Ele não precisou me dizer seus pensamentos, eu via isso nos seu olhar e na forma protetora com que ele vinha me tratando desde que deixamos Santa Helena.

Depois de nos vestirmos, pegamos as mantas, os cavalos e seguimos para o acampamento. Lá, quase tudo já estava pronto para seguirmos viagem, os homens do Dimitri eram os melhores no que faziam e estavam ali por vontade própria, fazendo o que gostavam. Eu percebi alguns olhares maliciosos e divertidos em nossa direção e quando eu me sentei para comer meus ovos com bacon, vi que aquele lugar era pior no quesito fofoca do que em El Passo.

– Parece que eu estava certo desde o começo. – Dimitri estava ajudando a carregar a carroça de mantimentos, o que deu oportunidade para o Christian se aproximar com seu sarcasmo.

– Não sei do que você está falando. – Devorei o restante do meu ovo, saboreando a comida. Toda a atividade de ontem à noite me deixou faminta, sem falar dolorida, algo que eu nunca falaria para o Dimitri, ele se sentiria culpado e provavelmente não tocaria mais em mim pelo resto da viagem.

– É claro que sabe, Rosie. – Ele me lançou um sorriso malicioso, fazendo-me revirar os olhos. Era momentos como esse em que eu pensava seriamente em desistir de ajuda-lo com a Liss.

– Você está apenas com ciúmes por ter que passar frio à noite enquanto divide a barraca com um cara que cheira a cavalo e que não toma um banho a dias. – Sem ofensas a ninguém, mas o Christian era mestre em me irritar e nesse momento esse era o meu único material disponível.

– Eu estava falando do seu enorme apetite, eu estava certo desde o início, você come tanto quanto qualquer um de nós. – É claro que estava, Christian, pensei. – Mas já que você tocou no assunto, onde mesmo que você dormiu essa noite? Porque eu posso jurar que sua barraca ficou vazia durante a noite toda e coincidentemente o mesmo aconteceu com a barraca do Tiro Certeiro. Isso era algum tipo de fuga de amor secreta? – Ele tinha os olhos brilhando em malicia e cruzou os braços enquanto esperava pela reposta.

– Sinto muito te decepcionar, mas eu não vou falar da minha vida pessoal com você. – Ignorei seu sorriso e voltei para meus ovos.

– Vida pessoal? Isso está mais para vida sex...

– Do que vocês estão falando? – Dimitri estava atrás do Christian, com um sorriso leve. Casaco de couro no lugar e o seu famoso chapéu que cobria parte das suas feições bonitas e marcantes.

– Tiro Certeiro, eu não vi você chegar. – Christian parecia uma criança pega roubando os doces da avó. Todos os homens da comitiva tinham total respeito para com o Dimitri, ele era o líder ali, não havia como discutir sua postura que emanava poder e autoridade. Todos ali também sabiam que algo estava acontecendo entre nós dois desde o início e eu acho que era respeitada no meio de tantos homens por esse ar de superior que o Dimitri tinha. Christian descruzou os braços e inconscientemente deu um passo para trás.

– Sim, do que estávamos falando mesmo, Christian? – Aproveitei a oportunidade para fazê-lo desconcertado. E funcionou, porque ele coçou a nuca e olhava para todos os lados, menos para o Dimitri.

– Eu... Nós...Estávamos. – Ele me olhou pedindo ajuda, eu apenas sorri sarcasticamente. – Mason precisa de ajuda com os carregamentos, vejo vocês depois. – Ele nem nos deu chance para questionar e saiu em disparada em direção ao Mason, que na verdade estava rindo de algo que o Eddie e o Adrian disseram.

Dimitri ria divertido, antes de me puxar para seus braços, confortavelmente.

– Vocês dois são como irmãos. –Eu relaxei nos seus braços. Não havia motivos para esconder nosso relacionamento aqui, todos já sabiam de qualquer maneira.

– Nem perto disso, camarada. Eu nem mesmo gosto dele.

– Deve ser difícil. – O olhei confusa, piscando os olhos devido ao sol que nesse ponto já era forte.

– O que é difícil?

– Admitir que não goste dele para si mesma. – Eu suspirei.

– Você é um idiota.

– Não faça essa cara, Roza. – Ele sorria e pegou meu queixo, deixando um rápido beijo nos meus lábios. – Eu não vou contar.

– Eu aprendi a gostar de todos aqui. - Então eu me lembrei de que em breve essa aventura acabaria, e o futuro era incerto, inclusive meu futuro com o Dimitri. – Vou sentir falta de todos. – Disse melancolicamente.

– E todos sentiram a sua. Incluindo o Christian. – Percebi que Dimitri evitou se colocar em tópico, ainda tínhamos muito que conversar e pelo visto ele concordava comigo que esse não era o melhor momento e lugar.

– Ele ainda tem muito a me agradecer, afinal eu vou ajuda-lo com a Liss.

– Isso é muito generoso da sua parte, até parece que você gosta dele.

– Engraçadinho. – Eu bati de leve no seu peito.

Mas falar em Lissa me trouxe outras lembranças.

– Vai ser estranho quando chegarmos à El Passo. – Busquei os olhos do Dimitri.

– E por que isso?

– Você sabe que a Lissa tem uma paixão platônica por você. Para ela você é uma espécie de herói das pradarias. – Ele gargalhou com isso. – Vai me dizer que você não sabia? Dimitri, eu vi o jeito que você se comportava na primeira vez que eu te vi, você era completamente ciente do poder que tem com as mulheres.

– Eu tenho um poder sobre as mulheres? – Ele levantou a sobrancelha, divertido.

– Não se faça de bobo, você sabe que sim. E isso não é só pela forma como você abaixa o chapéu em cumprimento e nem pela forma como você anda, estou falando dos seus olhares galanteadores.

– Uma pena meus olhares não tenham funcionado com você no primeiro momento. Você era tão teimosa. – Ele sorriu torto e esse sorriso me lembrou do antigo Tiro Certeiro paquerador.

– Na verdade, quando você passava com toda a sua pose em cima de um cavalo meus pensamentos eram para que você caísse e deixasse de ser tão arrogante. – Dimitri voltou a rir e me puxou um pouco mais para os seus braços.

– É por isso que você é diferente de tudo o que eu já conheci e é um dos motivos que me fez amá-la tanto.

Sorrindo, eu subi nas pontas do pé para dar um beijo nele. Se Lissa visse isso, ela estaria jogando na minha cara que ela tinha razão, Dimitri era o homem mais incrível que eu conhecia. Eu ri internamente ao imaginar a cara da minha tia Kirova ao descobrir que eu estava apaixonada pelo cowboy mais famoso de todo o Texas.

...

Eu soltei um suspiro triste quando cruzamos as fronteira de El Passo. Era isso, finalmente eu estava de volta e minha aventura chegava a um fim.

Ao meu lado, Dimitri notou, e é claro que ele faria. Eu percebi que eu não conseguia esconder nada dele, incluindo minhas emoções.

– Uma coisa de cada vez, Roza. – Ele sorriu, segurando a minha mão e a puxando para seu colo, enquanto a acariciava na tentativa de me fazer relaxar.

Dimitri acelerou os bois da carroça para acompanhar os cowboys que iam à frente, levando os bois para o famoso cercado da cidade.

Tudo parecia o mesmo. As casas sujas pela poeira e a madeira desgastada pelo tempo, nas ruas a multidão já se reunia em volta da cerca gasta para saudar os valentes e corajosos cowboys do Texas. Lembrei-me da última vez que eu estive ali, ao lado da Liss, observando todos esses homens. Agora eu estava do outro lado da cerca. Eu sentia que eu pertencia àquele lado, ao lado do Dimitri.

Moças ajeitavam seus vestidos e chapéus. Os cabelos impecáveis, mãos cobertas por finas luvas de rendas e sapatos limpos, mesmo sobre a terra vermelha. Bem, eu estava longe de estar apresentável, como minha tia diria. Usando um vestido bege apagado que caia livremente até o chão, decote arredondado e aberto, o corpete já tinha ido há muito tempo, eu não precisava de mais incômodos na longa viagem. Meu cabelo deveria estar espalhado para todos os lados, mesmo com o chapéu do Dimitri que eu usava para afastar o sol forte do meio da tarde.

Quando a carroça parou ao lado da cerca, eu me coloquei a procurar rostos conhecidos na multidão. Mas o que eu encontrei foi o oposto. Muitas senhoras gordas e fofoqueiras olhavam na minha direção com semblantes assustados e ofendidos. Entre essas pessoas eu vi Lissa, me olhando com alívio e choque. Provavelmente pela minha atual situação e toda a sujeira incrustada. Olhei para o Dimitri, perguntado o que faríamos agora. Ele saltou da carroça e deu a volta para me descer. Eu ouvia murmúrios vindos da cidade, conforme as pessoas iam me reconhecendo.

– É a filha do Senhor Mazur viajando com esse bando de homens? – Uma dizia.

– É uma vergonha para uma menina de família. A pobre Kirova fez tanto para educá-la.

– Eu sabia o tempo todo que essa garota não era boa coisa. Basta olhar para a mãe. – Eu me enfurecia cada vez mais com os comentários. Percebendo isso, Dimitri pegou minha mão na sua, tentando me acalmar mais uma vez. Ele estava fazendo muito isso hoje, percebi.

Ele abriu a boca para falar, mas uma nova voz gritou meu nome.

– Rose!

Eu sorri quando um monte de cabelos loiros bateu em mim quando Lissa me abraçou. Eu a abracei de volta, feliz por vê-la novamente. Sem ela eu nunca teria saído daqui.

– Eu estava tão preocupada. Você nunca voltava e eu pensei tantas coisas que poderiam ter acontecido com você. Desculpe-me Rose, eu tive que contar. Eu não sabia o que fazer. – Ela falava sem parar e de forma histérica, emendando uma palavra na outra e não me deixava sair dos seus braços, como se não acredita que eu estava mesmo ali.

– Calma Liss. Eu estou bem. – A tranquilizei. – Agora respira e me conta tudo. – Ela testou sua respiração calmamente. Dimitri cruzou os braços relaxado e me olhava com carinho.

– Seu pai está furioso. – Lissa voltou a dizer, ela não brincava mesmo em serviço. Eu imaginava que sim. – Eu tive que contar pra ele depois que se passaram doze dias. E se alguma coisa tivesse acontecido? Eu não poderia aguentar a culpa e estava tão preocupada.

– Está tudo bem Liss, eu estou aqui agora. – Ela parecia ter lágrima nos olhos e me puxou para um abraço novamente.

Então ela notou Dimitri atrás de mim e se afastou, ajeitando o chapéu e sorrindo.

– Tiro Certeiro. Obrigada por cuidar da minha amiga.

– Eu faria novamente se fosse preciso. – Ele sorria para mim, fazendo Liss franzir a testa e me olhar com a mensagem “o que foi isso?”.

– Meu pai está na cidade Lissa? – Eu esperava que o velhote não tivesse burlado as recomendações médicas e saído do repouso. Afinal, esse foi um dos motivos que me fez sair de casa.

– Sim, ele não saiu desde que você deixou. Mas os empregados deles estão feito loucos atrás de você. – Menos mal, ao menos meu pai não foi teimoso o suficiente para não respeitar as recomendações médicas. Afinal, esse era o propósito de tudo.

– Eu vou leva-la para casa. – Dimitri disse, em seguida, se afastou apenas para buscar seu cavalo, meu deixando com Liss.

– Então? Você achou o homem? Billy Black?

– Sim, Liss. Mas não era como nós pensávamos.

– O que aconteceu? Ele fez algum mal a você. – Ela perguntou alarmada e havia culpa nos seus olhos, sua mão foi para sua boca e seus olhos verde jade se arregalaram.

– Nada aconteceu. – Então eu me lembrei do Sr. Nagy, essa era uma marca que ficaria para sempre no meu coração. – Nada fisicamente me machucou. – Especifiquei.

– Então, onde está o Black?

– Isso é uma longa história. – Suspirei.

– Você precisa me contar tudo. – Então ela se lembrou de algo e se abaixou para falar mais baixo. – E o que aconteceu com o Tiro Certeiro? Ele não deu um olhar sequer pra essas meninas desesperadas, e nem mesmo as cumprimentou com o chapéu como sempre fez, não preciso dizer que elas estão decepcionadas e lançando olhares invejosos para você, não é?

– Isso também é uma longa história. – Sorri.

– Rose, chega desses mistérios. – Lissa protestou.

– Vamos? – Dimitri parou ao nosso lado, com seu cavalo pronto.

– Eu falo com você em breve, Lissa. – Ela fez um bico, não gostando de ser deixada de fora das histórias por enquanto.

– Tudo bem. Você sabe onde me encontrar. Boa sorte, Rose. – Sorri agradecida.

Subi no cavalo com Dimitri atrás de mim. Essa situação não era nenhum pouco bem vista. Uma menina de família dividindo a cela apertada de um cavalo com um simples cowboy? Escândalo. Mas eu não estava nada preocupada agora. Sem falar que isso era o mínimo, as pessoas tinham muito mais para falar.

Paramos em frente a minha casa. Parecia ter sido tanto tempo. A pequena varanda na entrada ainda era mesma, com a mesma cadeira de balanço. Um cheiro de torta de milho vinha dos fundos e...Meus pensamentos morreram quando a porta da frente foi aberta e meu pai saiu de lá, com cara nada feliz. Ele parecia o mesmo, a não ser pela tipoia que pendia do seu braço esquerdo. Seu termo cinza bem passado e o chapéu preto caro quase o faziam parecer o mesmo Abe de sempre, mas eu não me deixei enganar, ele estava furioso e uma ruga marcava sua testa.

Dimitri ficou tenso, assim como eu. Meu pai não iria gostar de ouvir o que eu tinha para dizer. Dimitri desceu do cavalo, descendo-me em seguida. Permaneci olhando para minhas botas desgastadas por um segundo antes de tomar uma última respiração.

Olhei por cima do chapéu e vi que me pai tinha os braços cruzados e uma cara séria, mas na direção do Dimitri.

– Parece que você perdeu algo, senhor. – Dimitri disse educadamente.

Meu pai continuou sem dizer nada, apenas me examinava. Seus olhos me varrendo, procurando por algo fora do lugar.

– Sinto muito por demorar tanto para trazer sua filha de volta, mas negócios são negócios e eu precisava guiar o carregamento de bois na data combinada. – Dimitri estava fazendo a culpa recair toda sobre ele.

Abe desceu os degraus da varanda e parou na nossa frente.

– Oi pai. – Eu ergui a cabeça, procurando seus olhos.

– Entre Rosemarie. – Ele disse sério, ainda olhando para o Dimitri. Nada bom...

– Mas pai...

– Agora. – Abe não ficava irritado com frequência, mas quando isso acontecia eu sabia que não deveria ir contra sua vontade. Ele faria tudo por mim, mas quando eu passava dos limites, como agora, ele agiria de forma rígida.

Olhei para o Dimitri perguntando-me o que eu deveria fazer. Ele acenou para que eu obedecesse. Era melhor levar as coisas com calma, me lembrei da sua voz suave na minha cabeça.

– Você não vai embora, não é? – Eu precisava saber que ele não sairia para mais uma viajem na manhã seguinte.

– Eu não vou a lugar nenhum. – Ele apertou minha mão como que para provar o que dizia. Meu pai pegou o gesto e fez cara de desgosto.

– Rosemarie! – A voz estridente da minha tia Kirova veio da porta. – Olhe só para você. – Ela estava horrorizada. – O que você fez a si mesma? – Ela tinha o nariz enrugado para minha aparência suja e descuidada. E ao contrário de mim, ela usava uma saia azul escura bem polida e uma camisa branca de golas exageradas combinado com seu chapéu pequeno e rendado.

– Não é como se eu tivesse uma banheira quente no meio do deserto. – Respondi.

– Ibrahim, como você pôde deixar sua única filha chegar nesse estado e ainda acompanhado com... – Ela enrugou o nariz para o Dimitri. – Com esse cowboy. – Ela disse a palavra com desprezo.

– Dimitri me protegeu esse tempo todo, não fale assim dele. – Ela não precisava baixar o nível também, Dimitri não merecia esses insultos.

– Eu estou vendo Kirova. Agora, leve Rose para dentro. – Meu pai nem se poupou em me repreender por faltar com respeito com minha tia. Eu estava realmente ferrada.

– Você precisa de banhos e roupas novas. – Minha tia me guiou pela varanda. – E olha esse cabelo, e que chapéu feio é esse, sem falar... – eu ignorei o que ela falava e lancei um último olhar para o Dimitri, ele me deu um sorriso triste antes de ficar cara a cara com meu pai furioso. Eu suspirei antes de passar pela porta, meu pai me entenderia, ele sempre tinha sido compreensível e razoável, ele não poderia me proibir de ver o Dimitri, não é?


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Notas finais do capítulo

Vem drama por ai?



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