Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 13
O café da manhã¹




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– Pára. Que horas vai ?

– 9h e 30.

– Uau, vai se atrasar. Anda logo. – Ela riu baixo.

Olhei pra ela com um olhar furioso, o sangue me subiu. Ela olhou pra mim, e parou de rir.

– Se você fizesse o favor de parar de me perturbar, eu conseguiria sim ! – Gritei, com os dentes trincados, voltando a olhar minhas roupas.

Me levantei, indo na porta do guarda-roupa. Abri a porta enquanto Lindsay me olhava meia magoada. Juro que tive pena, mas com ela isso não era necessário. Se deixasse, era eu que me prejudicaria e ficaria magoada.

– Só quero te ajudar. – Ela falou com uma voz chorosa.

– Não está ajudando. – Disparei friamente.

– Vá com seu vestido branco, aquele sem mangas, com a saia rodada.

Olhei pra ela, seus olhos estavam marejados. Ela virou o rosto.

– Hmm...

Olhei os vestidos pendurados ali, e vi o vestido que Lindsay estava falando. Branco, sem mangas. Ele era aberto na frente por botões, até a altura da saia rodada, na metade da coxa.
Levantei ele, segurando pelo cabide e observei.

– É esse que to falando. – Ela fungou. Estava chorando.

– Obrigada Lindsay. Vai ser esse mesmo. Nem tinha me lembrando dele. – Disse a verdade.

Ela continuou a fungar, eu me abaixei apoiando os joelhos no chão e dei um beijo no seu rosto já molhado, e depois caminhei pro banheiro.

Tomei um banho rápido, mas bem relaxante. Tentei não pensar no Mike pra não entrar em pânico. Seria eu mesmo, independente de qualquer coisa.
Assim que cheguei no quarto, Lindsay não estava mais lá. Me batei uma sensação de pena. Acho que fui muito fria com ela.
Suspirei, tentando me lembrar de pedir desculpas depois.

Vesti o vestido branco, me sentando na cama assim que coloquei a sandália rasteirinha, de amarrar no tornozelo.
Não fazia noção de como seria esse show. Tinha medo de ser infantil de mais, e não saber trabalhar. Mas tinha que ir. Prometi a Michael ontem e... Nossa, eu prometi ao Michael, frente a frente ! Oh my God !

Peguei uma pequena bolsa/mochila e dentro coloquei um casaco. O pior é que depois disso, não sabia o que colocar. Olhei pra fora da janela e com as mãos na cintura, procurava o que colocar na bolsa. Eu não imaginava nada na mente, não só por estar anestesiada por uma droga chamada amor surreal, como por ansiedade, medo, receio, alegria, e milhares de outras coisas. Mas, realmente, não sabia o que colocar nela.

Olhei no meu criado mudo, e abri a gaveta levemente. Olhei ali, o diário que não escrevia a alguns dias. Sorri, me lembrando de quantas coisas tinha escrito ali. O diário era simples, mas eu o enfeitava tanto que eu tinha orgulho disso. Muitas fotos, muitos recadinhos de sentimentos pra Michael tinha ali. Além de diário, era uma agenda numa determinada parte. Decidi colocar-lo na bolsa, junto com uma caneta.

Peguei a bomba de asma por precaução, dinheiro, carteira com documentos e coloquei na bolsa também. Não via nada mais pra colocar, então pendurei a bolsa no ombro e caminhei pra fora do meu quarto, assobiando.
Desci as escadas mais de vagar, dessa vez. Percebi um cheiro de café vindo da cozinha, minha mãe já estava acordada.

Chegando lá, ela estava fazendo mesmo o café, distraída.

– Mãe. – Falei baixinho, enquanto me aproximava dela, e dei um beijo no rosto. Ela retribuiu, sorrindo.

– Lindsay me disse... – Ela me observou pegar uma pêra na mesa – Que você vai fazer um show hoje com Michael Jackson.

Achei engraçado que sorri . Estranho por que ela estava falando a verdade, mas parecia mentira. Parecia uma grande piada.

Contei a ela detalhes, de tudo que faria, e inclusive da minha ansiedade. Minha mãe a apoiou demais, me deu forças. Ela estava orgulhosa também.
Eu só queria manter esse orgulho. Não poderia ir lá e dar uma de fã, estragar tudo, tocar tudo errado. Tudo bem que, eu não tive uma preparação, mas eu ia tentar me concentrar. Poderia ser difícil não ficar babando no Michael, mas eu não poderia fazer isso.
A coisa era séria, muito séria. Tão séria que eu estava me matando de nervoso por dentro.

– Querida, queria que fosse de carro. Por mais que você saiba dirigir, já sabe que tem que tirar a carteira. – Ela suspirou tristonha. Eu assenti com a cabeça – Se ao menos eu tivesse com o carro concertado aqui... – Ela refletiu – Mas não está bom. Precisa de vários concertos.  

– Tudo bem mãe, eu vou ficar bem. Um carro vai vir me buscar aqui. – Abri a geladeira, pegando duas barrinhas de cereais, pra caso ficasse com fome mais tarde.

– E pra voltar ? Vai ser tarde, não quero que você ande sozinha nesses ônibus. Quer que eu vá te buscar ?

– Não precisa mãe... – Eu sorri, abraçando ela – Eu vou ficar bem. Te ligo assim que terminar o show, e tiver vindo pra casa, tá ? – Tranquilizei-a.

– Oh... Tudo bem. – Ela suspirou – Mas não esqueça... Se você tivesse me falado antes, eu tinha tentado arrumar o carro mais de pressa.

Uma buzina, buzinou lá fora.

– Tudo bem mesmo, mãe. Preciso ir agora. Eu só volto mais tarde. – Abracei ela, beijando seu rosto.

– Fica com Deus filha ! Não esquece de ligar. – Ela se apoiou na pia, olhando eu sair.

– Ok ! – Sorri, e em seguida andando pra fora da cozinha.

Assim que abri a porta da sala, um carro preto, chique, me esperava lá fora. Um motorista, estava escorado na porta aberta do carro, e acenou pra mim.
Eu corri, descendo os três degraus depressa. Passei pelo gramado correndo e percebi que já chovia fino.

– Olá Annie. Bem, eu sou o motorista do Sr. Jackson e vim te buscar. – Ele abriu a porta com um ar de poucos amigos, mas não deixava de ser educado.

– Sim, obrigada. – Adentrei no carro, no banco de trás e ajeitei meu vestido enquanto o motorista fechava a porta. Observei o carro por dentro. Bem limpo.

Ele logo entrou, e deu partida no carro.

Não conversamos na “viajem”. Ele ao menos olhou no espelho do carro alguma vez. Talvez assim poderia perguntar algo. Ele dirigia bem rápido, bem concentrado. Saímos do subúrbio rapidinho. Logo já estava na grande Los Angeles, cercada de gente bonita e rica.
Eu quase não vinha pra esse lado da cidade. Era obvio isso, aqui era um lugar de ruas de lojas de roupas de 5.00 reais, e isso era apenas uma blusa simples. Não tinha nada aqui pra mim.

Pude observar o estádio que faríamos o show um pouco antes de chegar. Fiquei um pouco surpresa assim que paramos do lado dele, mas em frente a um hotel.
O motorista desceu, abrindo a porta do carro. Eu sai, olhando em volta.

– Bem, o Sr. Jackson e a equipe te esperam nesse hotel. Eu vou te acompanhar até lá.

Eu concordei com a cabeça e comecei acompanhar ele entrar no hotel. Assim que chegamos na recepção, eu esperei ele um pouco de longe, falar com a recepcionista. Olhava a movimentação e até estranhei não terem fotógrafos aqui.
Logo avistei aqueles carrinhos que levam bagagens, e sorri largamente.
Podia parecer idiotice, mas sempre sonhei em me pendurar nele, e sair andando pelo hotel todo. Seria legal, poderia sentar nele, e ser empurrada por alguém... Talvez só faltasse um motor.

– Venha, estão te esperando no 10º andar.  – O motorista que eu não sabia o nome, tocou no meu braço, me despertando dos pensamentos infantis. Eu reagi surpresa.

– Oh... Sim – O segui. Entramos num elevador.

Ele apertou o botão do 10º andar seriamente. Observei ele fazendo isso, quieta. Começamos a subir, veio aquela pressão desagradável mas passou rápido, assim que a porta abriu.
Olhei em volta, estranhando de novo por não ter ninguém no andar. Era a cobertura.

– Leve isso pra Michael ver. – Alguém disse, aparecendo no corredor.

Em questão de segundos, foi aparecendo gente. Todas falando sobre coisas diferentes ao mesmo tempo, que isso chegava a me enjoar. Algumas carregavam papeis, outras roupas, outras conversavam. Observei-as enquanto anda, e fui vendo mais pessoas. Entramos numa sala no fim o corredor mais cheia de gente ainda.

Nela, tinha uma mesa gigante, de café da manhã. Muitos comiam em pé mesmo, conversando em grupos. Grandes janelas de vidro, parecia tem 1 metro e meio de comprimento, mostravam o tempo lá fora, que parecia piorar.
Eu estava perdida com tanta gente, com tanta informação. Olhei mais uma vez para a mesa e vi a variedade de comida que tinha nela. Abri a boca disfarçadamente, surpresa.

– Annie ! – Alguém expressou ao meu lado. Eu sabia muito bem de quem era essa voz. Michael. Meu coração disparou, senti que ia pegar fogo de tão quente que estava.


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