Champagne escrita por Blue


Capítulo 1
-Champagne-


Notas iniciais do capítulo

HEEEEY! ^^ Essa one a Jaque ia copiar, bem feito Jaque, se atrasou hahaha. Mas enfim, tchau.



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Festa. Os Jackson tinham que ser muito ricos para fazer uma festa igual àquela todo fim de semana: Elegante, sofisticada e extremamente animada.

Parecia até brincadeira que Nico ainda não podia nem falar em ter seu próprio carro diante daquela fortuna que os três grandes sócios, Zeus, Poseidon e seu pai, Hades, dividiam.

Na verdade, ele só fora até a maldita festa para comer. E também porque Perséfone ameaçou jogar seu PS3 da janela se ele não comparecesse ao evento. E porque Hades já estava com o aparelho no parapeito da janela. E Bianca tinha seu pôster do RHCP em mãos, juntamente com um isqueiro bastante suspeito.

Ele se sentou para mofar o resto da festa perto da porta de entrada, enquanto observava pessoas saindo e entrando, dançando, comendo de graça e rindo. Bianca dançava com dois garotos ao mesmo tempo, Connor Stoll e Will Solace. Percy, o primogênito da geração poderosa, conversava com uma loira muito bonita. Mas Nico deu um sobressalto na sua confortável cadeira quando observou a menina que estava ao lado da loira.

Era uma garota não-tão-alta, com cabelos repicados e negros, pairando um pouco acima da cintura. Diferente de todas as garotas de vestidos, ela estava com uma calça jeans e uma camiseta escrita “Fuck Everybody”. Isso era a mesma coisa que sapatear na elegância da festa, o que divertiu Nico. Ele queria mais detalhes dela, mas estava distante demais.

Em questão de segundos ela notou estar sendo observada e se virou para Nico. Tinha olhos claros, seu nariz era empinado e o único rastro de maquiagem em seu rosto era um lápis negro sombreando os olhos. Ela ficou o encarando por um tempo, até que abriu um sorrisinho. Ele sorriu de volta.

Eles tinha uma grande vantagem em comum: Estavam acima de qualquer um naquela festa, com calças jeans velhas e camisetas engraçadas.

Nico apontou as pessoas em sua volta discretamente, para que apenas ela notasse, e fingiu vomitar. A garota gargalhou do outro lado do salão, e a loira olhou feio para ela, disse algumas palavras rudemente, e voltou risonha para Percy. De uma maneira muito fofa, assim que a loira virou as costas, a morena mostrou-lhe o dedo do meio. Nico riu, e a morena mandou-lhe um sorriso lindo.

Ele fez sinal negativo com o polegar e depois uma careta para a decoração daquele lugar. Ela assentiu e indicou o vestido da amiga, que estava distraída, e fingiu rasga-lo por trás. O garoto riu.

Continuaram com a brincadeira de criticar as coisas até um certo ponto em que as risadas estavam ficando absurdamente altas, e a loira pareceu querer saber o motivo da amiga morena ficar se matando de rir no meio de uma festa de gala. A morena controlou o riso e apontou Nico. A loira pareceu entender na hora, e trocou olhares com Percy.

Nico observou os três se aproximarem, Percy na frente, seguido pela loira, e depois pela morena engraçada.

-Olá, Nicholas. –Disse Percy, fazendo uma pequena referência, de uma forma educada.

-Quantos meses você demorou para decorar isso, Percy? –Nico riu. Percy revirou os olhos.

-Cale a b... Cale-se, por favor, Nicholas. Essas são Annabeth Chase, minha namo-...amiga. E Thalia F. F. F. Grace. Meninas, esse é Nico di Angelo. –Ele apresentou. Annabeth acenou e Thalia deu um sorriso pequeno para Nico, e depois encarou Percy malignamente.

-O que são F. F. F. ? –Nico perguntou, confuso. Percy riu.

-Feia, Fedida e Fogosa. Mas não conte à minha mãe que eu disse isso!

-JACKSON! –Gritou Thalia, indignada. Nico gargalhou, e Annabeth pareceu ofendida com a falta de educação do namo-amigo.

-Percy! –Ela bateu no ombro dele e saiu caminhando brava.

-Ei, amor, quer dizer, Annie, quer dizer, querida, quer dizer, Annabeth! Espera! –Ele saiu correndo atrás dela, deixando Thalia e Nico a sós. Ela se sentou ao lado dele.

-Bela blusa. –Ele elogiou.

-Bela blusa. –Ela respondeu. Nico avaliou sua camiseta. “Se o mundo se revoltar contra você, mande-o para o inferno e seja feliz”. Era uma camiseta polêmica, e Nico adorava usa-la.

-Obrigado.

-Não há de que.

Silêncio. Thalia fitava seu colo, fitava o chão, fitava as unhas. Nico só conseguia fita-la.

-É verdade? –Ele perguntou.

-O que? –Thalia o encarou.

-Que você odeia tudo isso tanto quanto eu.

-Sim, é verdade. As pessoas parecem idiotas ao fazer aquilo. –Ela apontou para uma mulher, com um vestido nude todo emperiquitado, sentando com se posasse para uma foto, e bebericando o seu ponche na mesma medida que um passáro. Nico assentiu.

-Vamos mostrar que elas estão erradas? –Ele sugeriu. Thalia ergueu uma sobrancelha.

-Eu topo. Como?

-Assim. Eu já estava cheio dessas festas mesmo. –O di Angelo abriu um grande sorriso, tirou os sapatos, pegou a garrafa de champanhe mais próxima e subiu em cima da cadeira. –ATENÇÃO! SILÊNCIO, PESSOAL, SILÊNCIO! –Ele berrou, e todo mundo olhou para ele. –Pegue uma garrafa. –Ele sussurrou para Thalia.

Ela o fez, e subiu em cima de sua cadeira, ao lado de Nico. De longe, Thalia podia ver Zeus e Hades olhando perplexos para eles. E Poseidon furioso.

Nico começou a chacoalhar sua garrafa, para ter certeza que ele explodiria quando a abrisse. Thalia riu, ela já tinha uma ideia do que aconteceria. Sacudiu a sua também, bastante. As pessoas começavam à cochichar.

-EI, GENTE, QUEM GANHAR CEM DÓLARES? –Nico gritou. Silêncio. -MIL? –O salão explodiu em “eu”. O garoto sorriu confiante para Thalia. –EU TENHO AQUI, DENTRO DESSAS GARRAFAS VAZIAS, 500 DÓLARES EM CADA UMA. E VOU ABRI-LAS! VENHAM PARA CÁ!

As pessoas vieram gritando e se empurrando. Até Annabeth estava entre elas. Quando uma garota já estava escalando a cadeira de Nico, ele resolveu que era hora de agir.

-Pronta? –Ele perguntou para Thalia. Ela riu.

-Pronta!

-Foi muito bom te conhecer, Thalia. Mesmo em meia hora. Vamos morrer depois disso.

-Idem.

Então abriram suas garrafas, apontando para a multidão. Cabelos, vestidos, ternos, sapatos, braços, decoração, cortinas, mesas, Hades Zeus e Poseidon. Nada escapou de um bom banho de espuma de champanhe. Vez ou outra, os dois autores da bagunça apontavam suas garrafas um para o outro, se divertindo com os gritos histéricos das garotas abaixo de si.

Mas a festa acabou junto com a espuma de champanhe.

*

-ISSO FOI ERRADO! COMPLETAMENTE ERRADO! –Poseidon rugiu. –HADES, ZEUS, PORQUE VOCÊS NÃO CUIDAM DESSAS COISAS? ESTRAGARAM A MINHA FESTA!

Thalia resmungou qualquer coisa de cabeça baixa. Poseidon estava gritando havia mais de duas horas, e aquilo cansava seus ouvidos. Era quase três da manhã e o sócio de seu pai não calava a boca.

-Ok, Popo... –Começou Zeus, irritado.

-NÃO ME CHAME ASSIM!

-Ok, Poseidon, as crianças já entenderam. Não é, crianças?

-Sim. –Thalia e Nico cuspiram.

-Vamos pra casa, Nico? –Hades chamou, bravo.

-Aaah... Eu apareço amanhã na hora do almoço, tá? Pode ir. –Nico disse com descaso. Hades apenas revirou os olhos e saiu.

-Seu pai deixa você fazer isso? –Thalia perguntou, admirada.

-Deixa. –Nico deu de ombros. –Ele sabe que se não deixar, eu vou fugir e vou ficar desaparecido umas três semanas.

-Pai, deixa eu ficar fora essa noite? –Thalia olhou suplicante para Zeus.

-Não.

-Mas pai, dei...

-Não.

-Pai...

-Não.

-P...

-Não. Não. Não.

-Mas eu nem falei nada agora! –Thalia ralhou.

-Eu sabia que falaria. –Disse Zeus com um sorriso. –Agora vamos, está tarde.

-Cedo. –Corrigiu Nico. –Está cedo. São três da manhã.

Zeus o fuzilou.

-Tanto faz, pirralho. Vamos, Thalia!

-Não! –Ela disse.

Poseidon riu. Mas logo saiu da sala quando Zeus o mandou um olhar ameaçador.

-Thalia, vem logo. –Ele chamou novamente.

-Não! Eu vou passar a noite fora.

-Thalia Grace...

-Shh! –Ela o cortou. Deu um pequeno tchau com a mão e pulou a janela da sala com um movimento rápido.

-Ela sabia que essa sala fica no segundo andar, não sabia? –Nico olhou pra janela preocupado. Zeus arregalou os olhos. -Oh, Deus! Panqueca de Thalia!

*

-Ah, ela se vira. –Disse Zeus, ao chegarem no quintal e constatarem que Thalia não fora achatada na grama. –Tchau, pirralho. Não se drogue, é feio. –Zeus saiu andando até seu carro, acelerou e foi embora.

Nico estava pronto pra fazer o que geralmente faz de noite; Sentar em um banco do Central Park, ficar pensando e bebendo umas. Nos dias mais animados, aparecia uma garota ou outra. Mas foi interrompido.

-Ptss! Nico, Nico! –Uma voz, ele julgava de Thalia, o chamou. O garoto se virou e caiu na gargalhada. – Silêncio!

Thalia estava toda encolhida em cima da caixa do ar condicionado de Percy. Aquilo ameaçava cair, e Thalia não ousava se mexer.

-O que eu faço? –Ela perguntou, desesperada. –Eu vou morrer!

-Pule. –Ele disse como se fosse óbvio, e estendeu os braços. –Eu te pego.

-Jura?

-Juro, Thalia. Pule logo.

Passaram-se dez segundos.

-Nico eu... Tenho medo de altura. –Ela disse, receosa.

-Ah, é sério isso?

-Sim!

-Deus. –Ele reclamou, e se aproximou da parede, subindo na janela mais baixa.

-O que vai fazer? –Thalia o olhou esperançosa de seu “refúgio”.

-Te buscar, oras. Mas depois vai me prometer que nunca mais fará uma burrada dessas.

-Okay, okay!

Nico parecia o homem-aranha, o que fez Thalia rir. Ele pulava e escalava as grades das janelas como se fossem feitas para isso. A garota gargalhou quando ele foi impedido de continuar pelo seu cabelo, que caíra em seus olhos.

-Que droga. –Praguejou, os ajeitando com os dedos. –Eu odeio o meu cabelo. Acho que vou corta-lo. –Disse, puxando assunto para tranquilizar Thalia.

-Não corte. Ele é lindo. Deixa você lindo. –Ela confessou. Nico sorriu convencido.

-Só meu cabelo me deixa lindo?

-Não, claro que não. Também tem esse corpo, esse narizinho seu, as suas bochechas, seus olhos, o que tem debaixo das suas calças... –Thalia riu.

-Vou fingir que você fala do meu bumbum.

A garota gargalhou. -... Sim, o seu bumbum também. Os seus traços, as suas sobrancelhas, o que tem debaixo da sua camiseta...

-Tatuagens.

-Sério? –Ela o olhou surpresa. O garoto assentiu, dando o último pulo para chegar até Thalia. -Me mostra?

Ele simplesmente tirou a camiseta, e a jogou no gramado dez metros abaixo deles.

Eram várias tradicionais americanas, com águias e bandeiras dos EUA, algumas serpentes e muitas, muitas caveiras.

-Qual sua preferida? –Ela perguntou, tocando algumas delas.

-Essa. –Nico mostrou-lhe o esqueleto de uma águia, voando com uma faixa nos pés, sobre o peito esquerdo dele. –Eu vou escrever o nome da mãe dos meu filhos aqui, um dia.

Thalia sorriu. –Eu sempre quis que meu marido fizesse isso.

Nico ficou em silêncio. Sabia que, se dissesse alguma coisa, seria bobeira.

Abriu os braços e Thalia, bem devagar, foi descendo da caixa. Ele podia ver que ela ficava pálida, e seu corpo tenso.

-Ei, relaxa. Não vou deixar você cair. –Ele sorriu tranquilizando-a. Ela deslizou para o colo dele, e se agarrou ao peito nu do garoto. –Eu vou descer bem devagar, ok?

-Ok.

-Por que não continua dizendo o que me deixa lindo? –Ele sugeriu, e Thalia sussurrou um “tá bom”.

-Eu gosto do seu jeito despreocupado e da maneira que você enfrenta os adultos. E também de como você é vida loka. –Ela se agarrou mais forte quando Nico deu um piso em falso. –AAAAAAH EU VOU MORRER!

-Calma! Calma, tá tudo bem. –Ele se estabilizou e deu um breve abraço em Thalia. Depois voltou à descer. –Só faltam três metros agora. Continua falando.

-... C-como você é engraçado e... Criativo, e também do modo que ri às custas da pessoas...

-E... ? –Nico incentivou. Estava no último pulo, dali para o chão.

-Eu adoro os seus lábios. Eles são lindos! –Thalia disse, e logo depois corou. Fora em um momento de desespero que gritara uma coisa sem nexo daquele jeito. Nico a segurou pelas coxas e a desceu bem devagar do seu colo.

-Chegamos. –Ele sussurrou, envergonhado. Thalia deu um breve suspiro.

-Obrigada, Nico. Sério mesmo. Então... A gente se vê? –Ela perguntou.

-Claro.

Cada um deu dois passos na direção contrária e não conseguiu mais se mover.

-Thalia? –Nico a chamou.

-O-o que?

-É verdade o que você disse?

-Bem, é.

-Até a dos láb...

-Sim.

-Eu... Não sei como dizer isso mas... –Ele se virou para ela, que ainda estava de costas. Thalia girou nos calcanhares logo depois. –Seus lábios são muito lindos. –Ele deu uma falsa tossida, vermelho.

-Sério?

-Não só os lábios... Você toda.

Ela riu e se aproximou de Nico. Ele também se aproximou. Foi como uma mágica do momento, e nenhum dos dois conseguiu se afastar. Estavam presos um ao outro naquele minuto.

Nico segurou a cintura de Thalia, e ela o puxou pela nuca. Seus lábios se grudaram e eles não conseguiram resistir ao impulso de se beijarem ali mesmo, no quintal dos Jackson, três e tantas da manhã.

*Cinco anos depois*

-O que quer que eu tatue? -Perguntou Joe, limpando a máquina e ajeitando a palheta de cores, encarando o rapaz de olhos e cabelos negros.

-Quero que tatue "Thalia Grace". Bem aqui, ó, dentro dessa faixa. -Disse Nico sorrindo.


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