Harry Potter em outro ponto de vista escrita por Ruby


Capítulo 51
Relíquias da Morte- Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

GENTE EU AMO VCS TEVE MTA REVIEW to muito feliz serio! eu n entrei antes pra ver entao nem sabia quantas tinham, se nao, eu tinha postado antes
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470511/chapter/51

Um mês depois de tudo, finalmente iriamos para Hogwarts. Claro, a Sra. Weasley ainda não aprovava a ida de Gina, mas a ruiva já tinha deixado explícito que não ficaria em casa de jeito nenhum.

Ao chegar na plataforma, imediatamente percebi algumas diferenças. Estava mais vazio, não tanto, mas havia ocorrido uma queda no número de alunos ali. Entrei em uma das cabines maiores com Gina e logo Neville e Luna chegaram, sentando-se conosco.

— Parece que não vou ser a única amiga de Harry no sétimo ano. – falo para Neville.

— Acha que vai ter muitos comensais?

— Snape é o diretor agora. – Gina entra na conversa. – Lógico que terão comensais.

— Vai controlar seu jeito de agir? – Luna olha para mim.

— Que jeito? – me faço de desentendida. – Aquela coisa de irritar todo mundo com a ajuda do Pirraça? Ou sozinha? Nunca fiz isso.

Eles riem e o trem parte quando dão onze horas. Foi uma boa viagem, pelo menos até a metade, porque fomos parados, da mesma maneira que ocorreu no ano dos dementadores.

— Devem ter vindo por Harry. – Neville comenta.

— Tenho certeza de que vieram. – concordo e tiro a varinha do bolso, deixando-a na poltrona, para qualquer coisa.

— Estão aqui. – Gina, ao meu lado e de frente para a porta, me cutuca.

Vejo-os entrar e observar calmamente cada aluno naquele vagão. Neville levanta depois de uns minutos.

— Ele não veio, idiotas.

Um dos comensais torce o nariz, enquanto o outro coloca os olhos em mim, me encarando. Ele observa-me por um tempo e cutuca o ombro do outro, apontando com a cabeça para mim.

— Ela está. – o outro, que agora me identificou, vai até a direção da nossa poltrona, empurrando Neville no chão e tirando Gina do lugar também. Soltei minha varinha, com medo de perdê-la para os comensais, e a deixei na poltrona, na esperança de que eles levassem para Hogwarts e guardassem lá.

O comensal me puxa pelo braço e me arrasta até o meio da cabine, enquanto o outro controlava os outros adolescentes. Tento me soltar, me sacudindo e chutando-o, mas é em vão.

— NÃO! – Neville grita e Gina tenta lançar um Estupefaça, porém o comensal da morte já tinha me segurado firme e aparatado comigo.

Após a sensação horrível de um puxão pelo umbigo, começo a me desesperar ao ver uma grande mansão, preta e com um ar sombrio. Para entrar, haviam grandes portões altos e pretos. Ao lado, um enorme jardim, que antes deveria ter sido muito bonito, mas agora era basicamente abandonado.

— Eu sei andar sozinha. – falo entredentes para o que me segurava pelo braço, já que estava apertando e me machucando. Ele me ignora e eu tento me soltar. A alguns passos dos portões, eles procuram por uma varinha, entretanto não acham nada. Ao passarmos pelos portões, ele finalmente me solta e ri quando tento aparatar.

— Não pode aparatar aqui, docinho. – o encaro mortalmente e ele me faz sinal para continuar andando. Cada vez mais nervosa, tento controlar minha respiração para manter-me calma e tento lembrar passo a passo de tudo o que li sobre Oclumência. Eu não tinha nada para mostrá-los, mas duvido que acreditariam em minha palavra.

Quando cruzamos a porta de entrada, me empurram e eu caio no chão. Ranjo os dentes e olho o comensal rindo perto de minhas pernas. Sem pensar duas vezes, acerto a região perto da barriga dele com um chute, prenso suas pernas com as minhas, jogando para o lado e o faço cair também.

— Ora sua... – ele tenta levantar, mas eu apenas seguro com mais força e ele pega a varinha, apontando para minha perna. – Diffindo!

Um corte me incomoda e, como reflexo, tiro a perna dali e levo-a para mais perto da minha mão, para tentar fazer aquilo melhorar.

— O que está acontecendo? – uma voz calma entra na sala e eu congelo.

— Milorde, achamos esta amiguinha do Potter. Ela estava indo para Hogwarts. – o outro comensal vem até mim e me vira para encarar Você-Sabe-Quem.

— Ora, ora. – ele sorri e se agacha, me encarando. – Sempre tentando salvar seu amigo, não é mesmo, Alissa Snow? – o ignoro, apenas encarando ele de volta. – Uma pena, pois você irá me dizer onde o garoto está.

— Uma pena, eu não sei. – o imito no começo e vejo um olhar de raiva se formar nele.

— Quer bancar a durona? Ótimo, assim seja. – ele se levanta e aponta a varinha para mim. Sento e, controlando a respiração, mantenho o tom confiante e desafiador, coisa que está irritando-o.

— Não pode me matar. – ele começa a abaixar a varinha, se irritando mais. – Sei do juramento que fez para Malfoy.

— O amor juvenil... não é a coisa mais nojenta que já viu? Senhorita Snow, eu não pretendo matá-la, qual tipo de bruxo acha que sou? – ele volta a apontar a varinha firmemente para mim. – Porém, eu vou machucá-la, e confie em mim, vai doer. E muito. – ele sorri e eu me preparo para o pior. – Crucio!

A dor que me atingiu foi muito pior daquela de Bellatrix. Realmente, ela estava de bom humor quando utilizou a Maldição Imperdoável. Eu me contorcia para ver se conseguia aliviar um pouco a dor, mas de nada adiantava, era como se quebrassem cada osso meu lentamente e outras coisas piores ainda.

— Me diga aonde o garoto se esconde!

— Eu não sei! – digo em meio à dor.

— Claro que sabe, Potter não esconderia nada da melhor amiga dele.

— Eu não... – grito de dor antes de terminar a frase. – Já disse que não sei.

Consigo ouvir alguns passos descendo as escadas apressados, mas sabia que ninguém naquele local me ajudaria. O máximo que eu torcia era para não ser Bellatrix Lestrange.

— Você vai me dizer por bem ou por mal. – ele para a tortura e eu aproveito para respirar um pouco, porém logo uma outra Maldição Cruciatus me atinge, dessa vez com menos intensidade, e vi um dos comensais fazendo-a. Olho para Você-Sabe-Quem e ele me encara, logo percebo que ele estava tentando fazer um feitiço não verbal.

Bloqueio minha mente, já sabendo o que viria e sinto algo como um feitiço me atingindo. Apesar da dor da maldição, eu esvazio minha mente e concentro-me apenas em bloquear todos os pensamentos e emoções.

— Estupefaça! – ouço uma voz e Você-Sabe-Quem olha para o comensal que fazia a maldição voar até a parede. Quebrando a conexão da Legilimência, eu finalmente relaxo um pouco no chão, sentindo algumas lágrimas no canto do olho. – O que ela está fazendo aqui?

Só agora consigo olhar quem era, e me deparo com Draco encarando o Lorde das Trevas com raiva. Alivio-me e finalmente percebo onde estou, na Mansão Malfoy. Claro, a casa dos Malfoy virou o quartel general dos comensais da morte.

— Draco, eu disse que ela ficaria segura, e onde é mais seguro do que na minha vista?

— Seu... – Draco se irrita, mas o Lorde logo o interrompe.

— Levem-na para o porão junto com o outro. – ele faz um sinal com a mão e, o comensal que não foi estuporado, vem na minha direção. Porém, Draco é mais rápido e me pega no colo. Eu até andaria, mas realmente todo meu corpo doía e eu estava cansada de bloquear minha mente junto com a tortura.

— Não vão encostar mais nela. – ele apenas diz e começa a andar comigo até uma escada, descendo e parando em frente a uma grade. – Sinto muito. – ele sussurra.

— Coloque-a aí. – o comensal que nos seguiu, abre o portão e Draco me coloca encostada na parede. – Saia, Malfoy.

— Já ouvi, MacNair. – ele responde irritado e sai do porão. A grade logo se fecha e é trancada. – Vá embora.

— O Lorde não vai gostar disso. – o comensal, MacNair, avisa.

— Eu não ligo, ele já quebrou a promessa dele. Vá. – o outro sai e eu me movo para encostar na grade. – Alissa, sinto muito.

— Não é culpa sua. – digo e minha voz sai fraca. Pigarreio. – Me capturaram para tirar informações de Harry.

— Sempre o Santo Potter. – ele fala com desgosto.

— Draco, não é culpa de ninguém. Exceto do seu Lorde das Trevas e minha, por ser amiga de Harry e ímã para problemas também.

— Você está na minha casa e eu não posso te livrar daqui. – ele passa a mão pelos cabelos.

— Ei, esquece disso. – coloco uma mão na grade. – Já até passou a dor.

— Está mentindo.

— Tá, estou. – vejo um homem parado no topo da escada. – Tem alguém ali.

— Draco, suba, imediatamente. – era Lúcio. E meu dia melhorava cada vez mais.

— Depois, pai.

— Draco, agora. – ele manda e percebo que seria a última vez.

— Pode ir. – sussurro. – Vou ficar aqui, prometo. – sorrio fraco. Ele olha para trás e para mim novamente, não querendo ir. – Vai logo, vai ser pior depois se não for.

— Desculpa. – ele fala antes de subir as escadas. O observo até ele virar e sair de vista.

Desencosto da grade e levanto devagar, andando para examinar o porão. Lembro de Você-Sabe-Quem citar outro prisioneiro, agora só me restava saber quem mais estava aqui.

Encostado em um canto, vejo um senhor de idade um pouco avançada, mas que saberia reconhecer em todo lugar, todo bruxo sabe. Era Olivaras, o vendedor de varinhas. Sento-me ao lado dele.

— Olá Sr. Olivaras.

— Olá Alissa. Veio me fazer companhia?

— Parece que sim. Há quanto tempo está aqui?

— Eu não sei... perdi a conta. – esse fato me assusta. – Como veio parar aqui?

— Estava indo para Hogwarts e me trouxeram para cá. – suspiro. – Aparentemente, não vou sair daqui tão cedo.

— Muito menos eu. – Olivaras tosse. Ele não parecia nada bem, estava muito magro e com olheiras grandes demais, além de que estava usando apenas maltrapilhos, junto com o cabelo cinza todo desarrumado, cheio de nós.

— O que temos para comer aqui?

— Quase nada. Os Malfoy me dão comida uma vez por dia, e sempre é o que sobra da janta. Ah, de vez em quando tenho um pão do café da manhã.

— Isso é horrível. – falo baixinho e encaro o chão. Ficamos assim por um tempo, até eu me perder em meus pensamentos e quebrar o silêncio. – Por que o senhor está aqui? O que ele quer com você, afinal?

— Ele acha que eu possa saber do paradeiro da Varinha das Varinhas. Claro, ela é apenas parte de um conto para crianças, mas o Lorde das Trevas pensa que ela é real. Lembra-se do conto, senhorita?

— Sim, minha mãe o lia muito para mim. – sorrio lembrando. Não era um conto apenas, era real.

Então foi por isso que Dumbledore deixou o exemplar de Os Contos de Beedle, o Bardo para Hermione! Ele quer mostrar que as Relíquias da Morte são reais!

 Sinto-me horrível e fico com raiva de mim mesma por não ter nunca dito sobre a Pedra da Ressureição, isso poderia ter facilitado a busca deles agora.

Cansada, aviso Olivaras de que vou dormir e ando para mais perto da grade, como se fosse ajudar de alguma maneira a parecer o lado de fora dali. Porém, antes de dormir, pego uma pedrinha solta do chão e marco um palito na parede. Definitivamente eu não iria perder a conta dos dias em que eu ficaria presa na Mansão Malfoy.

—------

— Alissa? – ouço um sussurro no meio da noite. Abro os olhos, relutante. – Alissa?

— Oi. – resmungo baixinho. Não sei se ouvi direito, mas acho que era Draco. Empurro meu corpo para o lado, já que eu estava dormindo basicamente ao lado da porta.

— Desculpa te acordar.

— Desculpado. – encosto na grade, quase dormindo.

— Shh, fale mais baixo. – ele me repreende. – E não durma.

— Não é mais fácil colocar um Abaffiato? – pergunto sonolenta, lembrando de um feitiço que li no livro de poções de Harry do ano passado, e vejo Draco me olhar franzindo a testa. – É um feitiço que deixa apenas um zumbido para outras pessoas ouvirem, não conseguem escutar nossa conversa.

— Nunca vi esse feitiço, mas vou tentar amanhã. – ele diz depois de um tempo tentando lembrar-se desse nome. – Esqueci minha varinha lá em cima, no meu quarto.

— Então vamos apenas sussurrar. – sorrio, agora definitivamente abrindo os olhos. Draco me olhava com culpa no olhar, e agora que estava sentado apoiado no portão de ferro, me encarava também.

— Você está melhor? Ainda dói?

— Estou bem. – ele levanta uma sobrancelha e eu continuo insistindo. – É sério, estou bem.

— Você não parece bem.

— Talvez seja porque eu estou presa na casa de encontros dos Comensais da Morte. – falo sarcástica. – E eu também estava dormindo, então as olheiras devem ser por isso. – faço uma pausa e encaro ele. – Não sabia que sua casa era o novo quartel de Você-Sabe-Quem.

— Meu pai perdeu todo o privilégio que tinha com o Lorde das Trevas após ser preso por não conseguir a profecia. – ele bufa, irritado, e revira os olhos. – E não bastando isso, outro dia ele tirou a varinha do meu pai, no dia de uma missão. Lógico, a varinha se quebrou e agora ele não tem nenhuma.

— A missão em que eles atacaram Harry?

— Essa mesma. – ele franze a testa. – Você estava lá?

— Não, mas fiquei esperando aflita em casa porque não me deixaram ir. – reviro os olhos.

— Ah. Enfim, meu pai esperava que você viesse com a varinha, dai ele pegaria a sua. Mas, como não trouxe, ele ainda está sem nenhuma. Geralmente, ele usa ou a da minha mãe, ou a minha.

— Não vamos falar mais sobre tudo isso, ok? – sugiro.

— Como não? Você está em tudo isso.

— Eu sei, mas é horrível falar sobre. – suspiro. – Você vai vir sempre?

— Não sei se todo dia, mas provavelmente sim. – ele dá de ombros. – Não vou deixar você completamente sozinha, mas vai ser sempre no meio da noite.

— Tudo bem. – sorrio e ouço uns passos no andar de cima. Fico em silêncio e sussurro ainda mais baixo. – É melhor você ir.

— Desculpe. – Draco fala enquanto se levanta.

— Não é sua culpa. Nada disso é. – me levanto também. – Vai, antes que te vejam aqui e depois isso dê problema.

— Eu volto amanhã. – ele diz antes de dar as costas e subir as escadas.

Ando até onde estava antes, e, apesar da dor nas costas, deito novamente no chão para tentar dormir. Como eu havia dormido bastante, não estava mais com sono e passo a noite acordada, apenas encarando o teto, iluminado por alguns restos de chamas de velas quase apagando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TCHARANNN
gostaram? deixem nos comentarios!