A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 16
Descoberta.




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'' — E se eu não for um super-herói? E se eu for um vilão? ''

Stephenie Meyer

§§

Caminhava sem rumo, empurrando os galhos e sentindo o mesmo me rasgar. Escutei um barulho delicado no meio das folhas.

— Quem está ai? — indaguei com receio.

E do meio das folhas saiu um homem alto. Assustei-me, seu físico era saudável e sua pele pálida, seus cabelos loiros estavam ligeiramente bagunçados.

— O que você é? — perguntei, enquanto recuava dois passos assustada.

Ele abriu a boca, mostrando os dentes afiados, os olhos de castanho mel ficaram negros e não reconheci a pupila, as veias que cercavam a pálpebra inferior ficaram roxas e visíveis.

Ao vê-lo se aproximar comecei a ficar tensa, ele não era humano. A cada passo o medo apenas me consumia totalmente. Meus nervos não poderiam me abandonar agora, comecei a correr sem olhar para onde seguia. Entrei no meio da mata enquanto sentia as folhas úmidas e raízes agarrarem nas minhas botas e galhos finos acertarem minha face.

Senti minhas pernas formigarem e meu fôlego acabar, olhei para trás e a única coisa que se via ou ouvia-se era o silêncio castigador. Não sabia o que fazer, onde havia me metido?

Sem nem ao menos pensar direito, escondi-me atrás de uma árvore enquanto sentia em minhas costas um líquido quente. Sangue. Minha respiração estava ofegante e mordi a língua em uma tentativa falha de não ser achada, só que ao fazer isso senti o mesmo líquido quente e salgado em minha boca e o cuspi com nojo. O medo me consumia fazendo com que eu não pensasse direito.

A floresta estava totalmente deserta, afinal quem andaria por ali? Passos extremamente leves andavam em minha direção, era apenas um animal. Apenas um animal... Queria acreditar nisso.

Minhas mãos tremiam e suavam frio, minha respiração estava ofegante e meu coração acelerado.

— Pensou que iria se esconder? — rapidamente reconheci a voz que me perguntou, ele estava com um sorriso irônico no rosto. — Olá, Bella.

Tremi. O que iria fazer? Ele segurou meu braço me levantando sem nenhuma delicadeza, rosnou de prazer e gemi com o seu toque frio que me furava.

— Ai! Por favor. — implorei. Suas unhas eram afiadas e me perfuravam tirando sangue. Ele inalou o cheiro do meu braço, enquanto tentava puxá-lo em vão.

Ele deslizou a língua sobre meu braço até meu pulso aonde ele perfurava. Lambeu o sangue e parecia ter ficado incontrolável, seus olhos ficaram vermelhos e ele mostrou as presas como uma cobra pronta para morder a presa. Um vampiro. Comecei a puxar meu braço desesperadamente, mas a dor só aumentava.

— Socorro! — implorei.

Edward apareceu no momento que o vampiro cravava seus dentes em mim. Pegou o homem o jogando contra o tronco de uma árvore, e o mesmo reagiu como um gato se contorcendo e ficando mais nervoso. Em seguida sua irmã apareceu, uma bela loira que mesmo no escuro seus cabelos brilhavam intensamente, estava com os olhos vidrados no vampiro.

Sua outra irmã apareceu de repente, com cabelos repicados e passos de baké graciosos, sua postura desafiadora. Me arrastei no chão para mais longe dali, mas estava quase sem forças e minha visão ficando embaçada. Vi uma grande chama de fogo aparecer e o vampiro que me atacava gritar. Rolei nas folhas molhadas já sem força para falar, não sentia nada era como se estivesse em um transe profundo. E a escuridão me levou.

[...]

Abri meus olhos, olhando em volta e só encontrando a escuridão fria. O mesmo galpão onde o vampiro havia aparecido.

— Edward. — chamei.

Meus braços foram muito bem amarrados e ardia quando eu tentava força-los. Meus olhos arderam. O que estava acontecendo? Então Edward saiu da escuridão, com uma expressão pensativa.

— Meu amor... — suspirei aliviada. — Me tira daqui.

Ele me olhou em um tom de não. Eu não conseguia entender. Sua face estava pesada, ele mostrava confuso e triste.

— Não posso... — suspirou.

— O que? — eu não consegui segurar minha expressão surpresa.

— Não posso me arriscar mais. Não posso arriscar a minha família. Preciso colocar o plano em prática. — disse friamente.

Sua voz era gélida, fiquei em choque. Não conseguia entender, mas me lembrei que eles precisavam colocar um plano em prática.

Flashback on:

— Eu sei, mas isso não está certo! — a menina de voz doce afirmou com receio.

— É o único jeito de se livrar disso.

— Não tem outro jeito? — indagou a mesma.

— Não. — afirmou. — Depois de cem anos de procura acha mesmo que vou continuar e deixar a nossa chance ir embora pela janela?

— Estou com o Edward.

— Okay. Não tem outro jeito.

Flashback off .

— Vou te matar. — disse pausadamente. — Irei fazer o que meu ancestral não fez á muito tempo, e me livrarei dessa maldição.

Foi quando entendi tudo.

— Eu sou... Ancestral dela? A da história? — queria que ele confirmasse.

— Eu te contei tudo sobre a minha vida, eu me aproximei de você, para você ter dó de mim e escolher se matar para me libertar. Mas, não ocorreu como esperava... E você irá morrer.

E meu coração parecia ter sido pisoteado. Tudo aquilo que sentia por ele estava se desfazendo. Ele se aproximou de mim por interesse, e eu não podia ser descendente de uma mulher de mais de duzentos anos. Não podia!

— Você é a dona da última lágrima.

O sangue que o libertaria pertencia a mim, o mesmo sangue que acabaria com a dor de pessoas que perdem entes queridos por culpa dessa maldição. A dona da última lágrima.


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Notas finais do capítulo

E enfim, acabou a primeira temporada.
O que acharam??
Depois de algum tempo postando....
MUITO OBRIGADO á todos que me acompanham desde o inicio. Á minha beta em especial.
Mas não vamos desanimar. Vamos ficar algumas semanas em '' Hiatus '' para descansar e escrever alguns capítulos com folga. Eu espero que vocês não abandonem a fic, pois a segunda temporada vai ser surpreendente!

Eu não tenho data para voltar. Talvez um mês ou dois. Tenho coisas á resolver....
Mas sempre fiquem ligados aqui, que logo eu volto. Em menos de dois meses estou aqui novamente!
Descansem de mim.... e até breve.
Beijos...