A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 12
Respostas.




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— Não é nada, mãe. — sorri.

A chuva se iniciou com uma garoa gélida. Eu sai e me encolhi no carro. Fui o caminho todo ansiosa para que chegasse na escola logo, queria ver Edward e saber se ele havia matado meu pai. Eu estava determinada a me vingar se recebesse a confirmação.

[...]

A chuva ficou mais forte, fiquei parada no carro esperando a mesma cessar um pouco. Depois de um tempo corroído pelo tédio, a chuva pareceu cessar um pouco. Respirei fundo e saltei fechando porta. Corri em direção a escola, então alguém se chocou comigo. Cambaleei mas não cai. Olhei sua face, assustada.

Edward.

Como da primeira vez em que se vimos.

Ele me olhou e então olhou para a porta de entrada, que por sinal estava vazia. Corremos até lá em silêncio e sem expressão, assim que cheguei em um lugar seco olhei o meu estado. Molhada.

Peguei uma outra blusa de frio na bolsa e deixei a calça secar sozinha, torcendo para não pegar uma gripe.

– No final da aula a gente pode conversar? — indagou, vendo eu colocar a blusa molhada na bolsa. Caminhávamos para o refeitório.


— Sim. — afirmei, séria. — Eu quero saber. Eu preciso saber.

— Tudo bem. — disse ele. — Falarei tudo o que precisar saber.

Apenas assenti com uma expressão séria.

[...]

Cheguei na mesa do refeitório, todos estavam calados, bebendo água ou sucos.

— Oi gente. — disse. — Que chuva!

— Oi. — responderam em tom baixo.

O restante do tempo que tivemos livre conversávamos sobre coisas bobas. Caroline continuava do mesmo jeito, meio muda, triste e eu não conseguia parar de pensar nos seus cortes.

[...]

O sinal tocou, agudo, anunciando o fim da aula. Fui uma das primeiras a sair da sala, estava ansiosa para ver Edward e saber se foi ele mesmo quem matou meu pai. Apesar de estar com medo, tentaria me vingar!

— Te espero em casa. — falou. Eu sorri.

Entrei no meu carro e segui o seu, que era um carro como o meu mas de cor branca e muito mais limpo. Durante todo o caminho fui pensativa, só seguindo-o e flutuando em meus pensamentos, pensando no que iria fazer... E no que iria falar.

Como será que seria sua casa por dentro? Assim que ele estacionou, estacionei logo em seguida, ele saiu do carro e me olhou. Parecia pensativo, ansioso. Sai do mesmo jeito e bati a porta do carro, segui-o até a porta da sala já sentindo meus nervos tremerem.
Como será sua sala? Velas escuras? Caixões? Abriu a porta para mim em silêncio. Sua sala era comum, diferente de tudo que eu pensava. Pó, teias de aranha... Ele interrompeu o silêncio rindo.

— Não era o que esperava, não é?

— Não. — assumi e me sentei no sofá ao seu lado. — Muito diferente.

O piso era de carpete, muito bem polido, e na estante tinha uma coleção de CDs e DVDs; e uma enorme TV.

— Você tem mãe? Pai? — indaguei curiosa.

— Claro que tenho. — sorriu. — Todos tem uma mãe, a diferença é que a minha morreu á muito tempo.
Tentei não mostrar que estava impressionada.

— Quantos anos você tem?

— Minha mãe morreu quando tinha 10 anos, desde então eu cresci junto com as minhas irmãs que eram sete anos mais velhas que eu. Até me transformar. — ele pausou. — Tenho 17 anos desde de 1910.

— Nossa. — mostrei meu espanto. — Suas irmãs se transformaram também?

— Não. — disse. — Elas morreram graças á uma maldita gripe! — ele parecia não gostar de falar. — Minhas irmãs, Liz e Lizy são gêmeas e eu as encontrei recém transformadas e desde então agente vive junto... Se cuidando.

— Por que aconteceu isso com você?

— Há muito tempo atrás. — ele anunciou uma história. — Era uma época muito rígida, e uma mulher comum teve um filho solteira, seus pais venderam a criança e a expulsaram. Ela vagou sozinha e foi culpada por erros que não havia cometido, então foi expulsa da sua cidade. Um bruxo viu sua tamanha beleza e se apaixonou, sua mulher também bruxa — porém mais poderosa — enciumada lançou um feitiço no homem fazendo da mulher á cura.

"Ele não teve coragem de matá-la , então ela viveu. O feitiço da bruxa se realizou, e ele sobreviveu durante séculos sobrevivendo da tristeza dos humanos. Com o tempo, ele descobriu que podia criar novas criaturas e o final você já sabe. "

— E você foi criado.

— Eu fui o primeiro da minha casa a pegar a gripe, a cidade estava um caos. Havia sido internado e um homem entrou no quarto transformando eu e outro desconhecido.

— Você só se alimenta de humanos?

— Bella, estamos na vida real. — ele riu. — Quando as bruxas lançam um feitiço elas não deixam brechas abertas, você acha que a bruxa deixaria o seu amado se alimentar de um animal? Ela queria ver ele matar a menina. Ela queria ver ele matar humanos. Vê-lo sofrer.
Eu engoli em seco. — Mas, nem sempre é preciso matar não é?

— Não. — assumiu. — Mas quando está a muito dias sem se alimentar, se torna muito difícil se controlar.

— Como é isso? — procurei as palavras adequadas. — Se alimentar da tristeza?

— É algo especial, algo que não conseguimos viver sem.É como um drogado sem droga á dias, você faz coisas sem pensar, sem ser você; tudo o que você precisa é daquilo, da tristeza. E quando você está alimentando/alimentado você se sente saciado, feliz... E quando você se alimenta da forma errada, logo depois da felicidade, você se arrepende. Prometi á mim mesmo sempre se alimentar da tristeza alheia, sempre de pouca quantidade para nunca precisar matar pessoas. — ele pausou me fitando. — As vezes existe aqueles malignos que se sentem muito bem com a tristeza das pessoas, e gostam do que é, eles são os malditos que causam a depressão, essas doenças. Minha data preferida é finados pois todos estão nos cemitérios chorando... É meio horrível o que falo, mas me alimento em silêncio... Calado. — Eu sinto...

— Não sinta. — interrompeu. Seus olhos me encararam e brilhavam — Ele me salvou.

— Tem uma coisa que eu preciso saber.Você matou meu pai?

— Não mato ninguém á anos Bella. — sorriu. — Nem eu, nem minhas irmãs. Alias, existe mais da nossa espécie.
— Ele morreu de depressão. — eu assumi lembrando das suas palavras.

" As vezes existe aqueles malignos que se sentem muito bem com a tristeza das pessoas e gostam do que é, eles são os malditos da depressão."

— Não quero que sinta medo de mim. — disse. — Nunca irei fazer mal á você. Nunca.
Eu sorri.

— Quando me vi apaixonado tentei me afastar, fazer você ficar longe de mim. Mas não aguentei, sempre estive perto de você — Corei ao escutar sua fala. — Eu amo você.

Seu rosto começou a se aproximar do meu, sentia seu hálito limpo e puro se aproximar, nossos lábios se entrelaçaram e ele desbravava minha boca calmamente, sem pressa.

[...]

P.O V Caroline.

Abri meus olhos, com a vista embaçada, e analisei o lugar. Olhei minhas pernas e meus braços cortados soltos. Aonde estava? Só o que via era algumas luzes fracas iluminar um longo lugar de piso sujo.

— Até que enfim a bela adormecida acordou! — ele saiu da escuridão. Seus olhos me fitavam com nojo enquanto eu tremia.

— Você? — indaguei surpresa. — Só por causa daquilo?

— Você não vai contar nada á ninguém! — afirmou e me chutou, acertando em meus braços machucados. Gemi. — Sabe por quê? — indagou.

Eu sabia a resposta, infelizmente. Ele puxou uma faca do bolso, brilhava refletindo a luz.

— Calma.— Pede docemente, como enfermeiras quando vão dar uma injeção. — A dor vai ser insuportável.

Então, fechei os olhos. Não adiantava lutar. Ele me rasgou com a faca e a dor me levou para uma escuridão confortante.


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Notas finais do capítulo

Olá ;)
Sei que prometi vir aqui quarta-feira, mas, é que aconteceu algumas coisas... mas bom, o capítulo chegou.
Muito obrigado pela linda recomendação, Izis. :)
E vamos comentar dizendo o que acharam. Quero saber opiniões... E, estamos chegando na reta final da primeira temporada/fase da fic. Muitas surpresas gente... até logo... beijos.