Rosalie “Não Weasley” – Bônus

POV Rose

A vida ás vezes pode ser uma cadela, eu pensei deitada na minha cama improvisada, eu me abanava com uma revista para tentar aplacar o calor da floresta amazônica, de todos os lugares eu escolhi vir para o mais abafado e úmido da terra, mas eu não podia negar que é lindo e a quantidade de ingredientes raros e animais aqui encontrados são incríveis, mas estar aqui é o ultimo dos meus problemas, assim que eu pensei na minha viagem anual que eu faço nas férias, pensei em algum lugar que eles nunca me encontrassem e aqui me veio a mente.

Dessa vez eu não avisei a ninguém onde eu estava indo, acho que foi melhor, já faz dois meses que começaram as aulas e eu já mandei a minha coruja avisando para o Diretor Neville avisando que estava em uma viagem de estudos e não tinha certeza de quando voltava, ele não se importava, eu como minha mãe era a bruxa mais inteligente da minha geração, alem de já receber cartas para as faculdades assim que eu tirei Ótimos e Nivel de Merlim em todos os meu NOM’S, quase nunca isso acontecera. Eu me esforçava tanto para que minha mãe e meu pai sentissem orgulho de mim, mas isso me fez excluir de todos, enquanto todos os meus primos se divertiam em um sábado de sol, eu estava infurnada no meu quarto estudando, nem pude tentar os testes de Quadribol, porque os treinos ocupam muito tempo, mas também, ninguém nunca me viu em uma vassoura, mesmo eu sendo a melhor artilheira da minha família.

Eu cansei, de tudo, da minha vida, do filho da puta, que não é a vovó Molly do meu pai, ver meu pai trair a minha mãe por tantos anos, me fazer não contar nada quando eu tinha apenas 8 anos e até me ameaçar que ninguém acreditaria em mim e me expulsariam da família, então ele sempre me usava como álibi para as suas traições, aos dez anos, ele começou a me bater quando a vadia desmarcava algo com ela, mas nunca em lugares visíveis pelas camisetas com mangas compridas, isso também me fez afastar de todos, me lembro que até os doze anos, eu odiava contato, e eu não podia revidar, eu sempre fui baixinha, mas com um corpo bonito, apenas não alta, mas assim que eu fiz 17 anos, eu cansei e simplesmente explodi quando ele faltou á minha festa de aniversario para ficar com a sua vadia, eu contei tudo para a minha mãe, tudo mesmo, das traições, de como ele me batia e me xingava, de como eu não agüentava mais, que nas férias do sexto ano, quando eu estava sozinha em casa, ele chegou bêbado e tentou me estuprar, disse que se eu contasse algo ia me matar, mas eu consegui me livrar dele e me trancar, depois disso, ele ficou meses sem me tocar, até que perdeu o controle perto do meu aniversario e me machucou muito e mesmo com o medo de como ela reagiria, se ela ficasse do lado dele como ele disse todos esses anos, eu não sei o que faria.

Mas ela e meu irmão ficaram possessos, já que ele tinha ouvido a conversa por trás da porta, foi nesse dia que nós saímos de casa, e quando estávamos no hotel e ele começou a fazer um escândalo me xingando de tudo, dizendo que eu mentia, que era ciúmes, que eu já me insinuara para ele, eu simplesmente disse para a minha mãe que eu tinha que ter um tempo e sumi, passei a noite em uma pensão e como já era maior de idade, podia requerer uma chave-de-portal para mim mesma, mandei uma carta para um amigo da escola do Brasil que fica na Amazônia, é como uma colônia nas arvores, invisível para os trouxas, mas completamente lindo. Daniel, foi um ótimo amigo quando fez intercambio, na verdade, meu melhor amigo e depois que ele teve que voltar no seu quinto ano, eu senti saudades, mas nos correspondíamos todas as semanas, assim que cheguei fui super bem recebida, pensei até em acabar meus estudos aqui, mas eu sentia falta de Hogwarts, queria ir para minha casa e sentia falta de todos, não mantive contato com ninguém, apenas uma pequena carta explicando que eu estava bem.

Na época que eu mandei a carta, era mentira, eu não estava bem, estava com as costas com hematomas, machucada psicologicamente, fisicamente, mal conseguia falar, não entendia como um pai fazia isso com a própria filha, o que mais doía era as coisas que ele me dizia, mas Daniel me ajudou tanto, antes, eu tinha medo de usar um short ou uma regata, não me aproximava dos garotos, eu nunca contara essa parte da minha vida á ele, mas um monte de gente ali me apoiou, me mostraram tantas coisas novas, tipos de magias que eu nunca sonhara, como entrar em contato com a natureza e usar a nossa magia ancestral, perdida á muito, com usar magia não-verbal e sem varinha como originalmente, claro, muito raramente as pessoas conseguiram, fiquei feliz quando consegui. Hoje eu posso dizer que eu sou uma nova pessoa.

Eu não tenho medo de mostrar o meu corpo, de mostrar que eu posso ser mais que uma sabe-tudo, eu fiquei amiga de uma garota aqui, Amélia, ela é uma morena com um corpão, a pele bronzeada do sol e os cabelos pretos ondulados, cortados nos ombros, os olhos escuros e boca cheia, ela me ensinou samba e me fez sentir confiante, tudo o que sou hoje é graças á ela e Daniel, ela sabia o que tinha acontecido comigo só de me olhar, os nossos passados em comum nos fizeram melhores amigas e ela é a irmã que eu nunca tive, mas eu já estive longe demais de casa, da minha família, mesmo tendo feito uma aqui. Eu queria meu irmão Hugo, me pedindo ajuda nas lições, sentia falta de Dominique e seus chiliques de cabelo, de James e Fred com seu jeito de irmão mais velho e suas confusões que me faziam botá-los em detenção, de Roxanne que falava de livros comigo, dos meus tios, de Alvo e Scorpius, meus melhores amigos, que sempre me aceitaram por estar na Sonserina, dos professores, de tudo.

Eu tomei a minha decisão e agora tinha que pô-la em pratica, me levantei da maca improvisada e fui entre as pontes das arvores até o Refeitório, era um lugar amplo com dezenas de mesas redondas espalhadas, mas a maioria juntava as mesas para ficar juntos, encontrei meus amigos em um grupo com cinco mesas juntas, assim que me viram acenaram.

Eu sorri e me dirigi á eles, sentei em uma cadeira entre Daniel e Amélia e cumprimentei á todos.

– Bom dia – eu disse.

– Bom dia, Sol – eu corei e todos riram, ainda não me acostumei com meu apelido, eles achavam que a cor do meu cabelo parecia o por-do-sol, já que nunca viram um ruivo tão laranja avermelhado, então o nome pegou depois que Daniel começou a me chamar assim.

Nós ficamos jogando conversa fora, e quando quase todos os meninos saíram para uma partida de futebol, alias, eu amei o jogo, ficamos apenas, eu, Amélia, Daniel, Jacob e Monique.

Eu e Monique tínhamos o mesmo vicio por livros e gosto por romances trouxas, e Daniel e Jacob eram uns malandros que viviam fazendo brincadeiras, enquanto eles e Amélia começaram a discutir o jogo que teve não sei quando eu e Nikki começamos a falar sobre o novo romance que eu estava lendo.

– Hey, a gente podia ir acampar essa semana na cachoeira – Jason deu a idéia, de tempos em tempos, vários alunos eram permitidos ir acampar na cachoeira escondida na floreta, ela recarrega a magia, parece que os espíritos bruxos estão ali com a gente, eu já fui três meses e amei, todos concordaram animados, mas assim que hesitei todos me olharam. – O que foi, Sol?

– Eu... eu estava me preparando para voltar para Londres amanha – todos ficaram chocados, acho que pensaram que a minha visita era permanente já que eu nunca falei de datas e no inicio sempre me esquivava do assunto – Eu não sabia como dizer, vou sentir muitas saudades.

– Não, você não pode ir – Nikki me abraçou com a voz chorosa, ela era a mais sensível de nós, era pequena e magrinha, mas com curvas e cachinhos loiros que lhe davam um ar angelical, ela fungou, eu a abracei também.

E seus olhos pareciam úmidos, eu fiquei surpresa, Mel era sempre a que menos demonstrava sentimentos, isso me fez ficar com os olhos molhados também e logo estávamos todos abraçados.

– Mas nós também somos a sua família – eles disseram, e era isso que nós cinco éramos, foi isso que os juntou, Jason e Daniel eram amigos desde o orfanato, Jason apanhava dos pais que tinham problemas com drogas e bebidas e Daniel perdeu os dele em um acidente de carro, Mel nunca teve atenção dos pais, mesmo tendo tudo o que quiser que possa ser comprado com dinheiro, não tem o carinho ou amor de uma família e Mel tinha o passado abusivo assim como eu, melhor, o dela era pior que o meu.

– Vocês são sim, se eu pudesse ter vocês lá, seria perfeito, eu sei que vocês adorariam Hogwarts, é... mágico – nós rimos.

– Verdade, é incrível mesmo, eu nunca tinha visto lugar maior e as escadas se mexem, onde já e viu! – nós rimos.

– Hey, vocês tem razão, vamos com você e fazemos o ultimo ano lá! – Nikki disse animada.

– Eu vou onde a minha Nikkifor – Jason disse, eu acho que esqueci de dizer que eles namoram desde o terceiro ano e nunca vi mais apaixonado e meloso que eles. Ela corou e nós reviramos os olhos.

– Eu não posso pedir pra vocês deixarem isso aqui-

– Você não está pedindo, nós queremos – Mel me interrompeu e Daniel concordou, eu fiquei com os olhos úmidos.

– Vocês fariam isso por mim? – eu perguntei e eles sorriram para mim.

– Nós faríamos por todos nós, afinal, o que seria de nós sem o nosso Sol? – Daniel disse e eu abri os braços.

– Abraço em Grupo! – eu gritei e todos nos agarramos e acabamos caindo no chão, arrancando risadas de todo o refeitório.

~*~

A manha e a tarde passara voando com todos nós arrumando as malas e nos despedindo de todos, decidimos ir hoje que era um sábado, daí eles poderiam se adaptar melhor, eu já tinha falado com o Diretor Neville e ele falou que podíamos usar a lareira da sala dele. O nosso dormitório ficou abarrotado de meninas animadas e tristes juntas, nós brincamos, arrumamos e fizemos despedidas, eu levei um monte de coisas comigo, ainda bem que é verão lá, já que o meu novo guarda-roupa consiste em shorts, e camisetas de manga curtas, alguns vestidos e roupas mais elaboradas e jeans.

As meninas trançaram meu cabelo e a trança caiu até o meu quadril, elas colocaram algumas penas no meu cabelo como enfeite e fizeram penteados assim nas meninas, nós faríamos a seleção de casas hoje, eu pedi para fazer a minha, já que eu mudei e mesmo achando qwue ia para a Sonserina, queria saber no que eu mudei.

Colocamos os nossos uniformes, eram saias que ficavam no meio das coxas, mas a maioria encurta um pouco, era rodada e bege, uma regata colada branca com o símbolo da escola, e um colete bege com bolsos tipo aquele do Indiana Jones, Mel tinha personalizado todos, ela adorava fazer isso nas roupas, colocara uma barra de renda branca na minha saia, uma azul na dela e uma preta na de Mel, o colete dela também era preto e o meu branco com bege e o de Nikki era azul marinho com azul claro, os sapatos eram saltos preto que deixavam as nossas pernas lindas, agora eu não tinha medo de mostrara o meu corpo, eu usava as meias até o joelho e a saia também, eu era muito branca, mas o tempo que eu passei aqui, me fez pegar uma corzinha, então a minha pele agora era levemente bronzeada, as meninas me deram um colar que era um amuleto mágico, era um frasquinho com água da cachoeira. Isso me emocionou mais que tudo, quando ele davam a água para alguém, quer dizer um membro da família que esta indo embora e que eles esperam que volte, fizeram o mesmo com as meninas, mas eu fiquei surpresa por ter sido tão bem aceita, isso nunca aconteceu em Hogwarts, quero dizer, só algumas pessoas zoavam do meu jeito, mas pouco por causa da minha família, mas eu nunca tive realmente amigos tirando Scorpius e Alvo e eles eram garotos. E as meninas da minha família eram família, já nos conhecíamos desde pequena, era diferente, aqui eu cheguei um pessoa nova e fiz amizades que eu sei que é pra vida toda.

Quando saímos com do dormitório feminino, nos juntamos com os garotos e fomos arrebatados por uma onda de despedidas, o legal daqui é que não tinha diferença por casas todos eram juntos, e mesmo tendo problemas de vez em quando com os alunos, a amizade e união era mais forte.

Todos desejavam boa sorte e para que eu volte logo, choramos, rimos e nos divertimos, eu me sentia no céu, como se estivesse em uma bolha e nenhum mal pudesse nos tocar, eu olhei para Mel, a pessoa que eu mais me apeguei, nós conseguíamos nos comunicar apenas pelo olhar, ela entendia o que eu sentia e vice-versa, e eu sabia que nos sentíamos iguais, quando finalmente nos despedimos dos alunos e professores, nós ficamos na frente da lareira e demos as mãos, eu peguei um punhado de Pó de Flú e olhei para eles, estávamos meio nervosos, mas era normal eu acho.

– Prontos? – eu perguntei sorrindo de orelha á orelha.

– Sim.

– Claro.

– Manda á ver, baixinha – eu revirei os olhos.

– Eu não sou baixinha Jason, você que é anormalmente gigante. – todos rimos – HOGWARTS!