New Age escrita por Rafaela


Capítulo 9
Capítulo 8- Dor


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores fantasminhas camaradas u.u
estou um tempão escrevendo esse capítulo -quase que a tarde toda- e fazendo o trailer que deixarei na sinopse.
Espero que gostem e desculpem se houver erros.



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Vestíamos uma roupa parecida com a de ontem, exceto que hoje a regata era cinza claro, indiferentemente se você era garoto ou garota, e não estávamos com uma jaqueta amarrada na cintura. Continuava correndo, a dor em meus músculos era demais.

Nós nos encontramos fora do subterrâneo da Força em algum momento, pude ver que o dia já estava amanhecendo e fomos chegando cada vez mais perto do trilho de um trem.
Para onde iríamos?
O trem começou a passar e os primeiros começaram a saltar para entrar nele.
–Você tá brincando que teremos que pular nisso. -Lia falou ao meu lado.
Bem, se tratando da Força eu não duvidaria de mais nada. Se mandassem-nos comer cobras radioativas misturada com carne humana eu não duvidaria. Mas eu duvidaria que eu conseguiria saltar, não com meu corpo assim. Mas não deixaria que isso fosse tão fácil, me tornar uma renegada,era prefirivel morrer do que viver daquele jeito. Então eu tentaria. Eu morreria tentando.
–Você não está com o corpo todo dolorido? Como vai saltar? -Questionou Samuel, com um tom de preocupação na voz. Mesmo conversando nós não parávamos de correr. Dou de ombros. -Vou avisar ao Thiago que você não vai conseguir pular. -Ele falou por fim.

–E o que vai mudar? Eles vão me deixar voltar? Samuel, estamos na Força. Escolhemos isso, não podemos desistir. -Não quando podemos nos tornar renagados, mas não iria acrescentar isso.

–Me deixa pular primeiro que depois eu te puxo. -Samuel falou, talvez concordando com o que eu dissesse, eu percebendo que eu não iria desistir. Assenti.

E então alcançamos o trem. Como prometido, Samuel pulou primeiro e estendeu a mão para mim. Respirei fundo e saltei, pegando a mão dele e caindo para o lado de dentro, batendo com o corpo no chão e tornando a dor mais aguda e alucinante. Gemi baixinho cravando as unhas na mão. Lia foi a próxima a pular e veio ver como eu estava.
–Tudo bem com você? Se machucou? -Perguntou colocando a mão na minha testa. Como se tivesse algo a ver com febre. Balancei a cabeça em concordância, mas isso só fez com que ela dilatasse e eu ficasse tonta. -Vem, se encosta na parede. -Ela me empurrou e eu senti algo gelado nas minhas costas. Lia e Samuel sentaram ao meu lado.

–Obrigada. -Falei para Samuel e ele assentiu.

–Somos um trio. -Ele sorriu e Lia também, fechando a mão em punho para tocar a dele. Eu ri e logo gemi por causa da dor nas costelas.

–Você não parece bem. -Disse Lia.

–Eu estou, só... Ai. -Reclamei ao ajeitar minha postura. -To legal. -Falei novamente. Lia me olhou com a cara que minha mãe costuma fazer quando sabe que eu menti sobre algo, o que raramente faço, levando em conta que o máximo de algo errado que posso fazer em casa é não ajudar em trabalhos domésticos, tirar a média em uma prova ou quebrar algo em casa. Não tinha uma vida muito social, portanto não fazia besteiras como beber até cair e esse tipo de coisa.

–Lia tem razão. -Thiago apareceu na minha frente com sua cara série e postura ereta. Ele tinha os braços cruzados e essa sua postura me deixava irritada só de olhar. Não entendia o motivo.

–Eu já disse que estou bem. -Repeti.

–Não pode mentir sobre sua saúde. -Resmungou Lia, que até então tinha tirado a atenção de mim para babar por Thiago. Grunhi. Quantas vezes mais eu deveria dizer que estava bem.

–Como se isso mudasse algo. -Revirei os olhos. Thiago me olhou serio -grande novidade!. Ele estava em pé e se o trem freasse ele iria para fora rapidinho.

–Tudo bem, só não diga que não avisei. -Falou Lia cruzando os braços como uma menina que não conseguiu o que quer.

–Não, pois você fará questão de lembrar a cada cinco segundos. -Resmunguei.

–Ha quanto tempo nos conhecemos mesmo? -Ela perguntou entretida.


O tempo passou e Thiago havia ido para o canto aberto do trem, apoiando-se em uma barra na porta. Eu aproveitava para ver a vista das províncias pelas quais passávamos, não era tão bela, mas era o nosso lar. Quando o trem parou, ele freou bruscamente e eu aproveitei o impulso para me levantar. Estiquei as pernas, meus joelhos estralaram enquanto minhas pernas se esticavam dolorosamente e eu fiz uma careta de dor.

Os Iniciados começaram a pular para descer e eu fui uma das últimas, deixando todos pularem na minha frente e se entretecem com algo que não fosse a mim que provavelmente não iria ter nenhuma graciosidade ao pular, assim como a maioria.

–Espera. -Disse Thiago. Everton foi o primeiro a descer e não prestava atenção em nós, assim como nenhum outro Iniciado a não ser as duas outras pessoas que faziam parte do meu trio.
Olho para ele como se perguntasse 'por quê?' e ele pulou. E então olhou para cima, para mim, que fui até a ponta. Era realmente alto, e perto de uma enorme rachadura na terra. Se eu errasse, poderia cair e... Bem, já era.

–Tudo bem. Eu vou te segurar. -Ele me assegurou. Olhei para ele meio que com dúvida. -Tudo bem, Candy. -Ele pronunciou meu nome calmamente, fazendo-me reviver a voz dele na minha mente algumas vezes. Respirei fundo e concordei com a cabeça.

Pulei. De olhos fechados.

O vento bateu em meu corpo fazendo-o doer mais. E então eu senti um corpo duro e ao mesmo tempo macio e confortável, e quente, colado ao meu.

Abri os olhos e dou de cara com os seus olhos azuis me encarando. Senti sua respiração contra a minha. Ele deveria ser alguns pouquíssimos centímetros mais alto que eu.

Me afastei dele, que soltou suas mãos de minha cintura, arfando.

–Obrigada. -Murmurei sentindo o sangue subir para o meu rosto. Thiago assentiu e se voltou para chamar a atenção de todos. Lia veio quase correndo até mim.

–Sortuda. -Ela disse baixinho e então se virou para Samuel. -Não quer me dar uma surra não? -Eu revirei os olhos. Ela só podia estar brincando... Mas não, Lia não brincava, não sobre isto.

–Não, obrigado, estou bem. -Samuel respondeu e então fomos prestar atenção no que Thiago dizia. Perdemos metade da explicação, por isso ficamos sem entender nada. Apenas a parte de que eramos divididos novamente nos grupos de Transferidos e Nascidos na Força. Isso me indignava, o que tínhamos tanto de diferente deles?

Seguimos caminho pelo meio de uma floresta, ainda sem saber o que aconteceria logo depois.


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Notas finais do capítulo

Não tenham medo de comentar, recomendar, favoritar, acompanhar... Heuah.
Espero que tenham gostado, xx



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