Benvenuto, Miss America escrita por Luh


Capítulo 12
Capítulo 12- Le Cabaret




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/467323/chapter/12

Oláaa pessoal??? Quanto tempo não? Espero que vocês ainda leiam esse capítulo!! Qualquer coisa volta um ou dois capítulos para lembrar!
Sinto saudades de vocês!! Vejo vocês nos reviews e podem ficar a vontade em mandar mensagens privadas por aqui, responderei a todas!
Obrigada, especialmente, á todos os leitores que incentivaram a minha volta e a da fic, que mandaram MPs e reviews pedindo isso. Então cá estou e espero que gostem!!

___________________________________________

– Sei que muitas vezes nossa cabeça grita dizendo que o certo é o que a gente pensa e concluí. Mas, Nick, quando você sente não tem a capacidade pensar e concluir. Você só faz e sente. E é assim que o amor é. Tão inconsequente e intenso. – falo e me viro na cadeira para ficar frente a frente com ela.– Você tem que sentir, Nicoletta. Pare de evitar o quê você mais quer, isso o faz sofrer, mas também a você. Porque você está se privando de algo que seu coração quer intensamente. Cai nessa, Nick. Permita-se viver o amor.

– America...– fala ela me abraçando.– Como você consegue? Eu nunca tinha falado nada sobre esse assunto á ninguém, Meri.

– Quando você passa por uma experiência, você tem a capacidade de reconhecer nas pessoas se elas estão na mesma situação que você já esteve ou está.- falo, lembrando-me de Maxon. Deixei-me sentir e não posso negar, vivi os melhores momentos da minha vida com ele até agora. O meu amor que agora cada vez está se apagando mais. Sei que essa luz nunca se apagará será sempre persistente, porém tenho que seguir em frente mesmo não querendo. Tenho que viver minha vida, porque ainda tenho muito para viver. Afinal tenho apenas 16 anos.

– Meri, como eu queria que você não sofresse com isso. Você merece muito mais do que aquele, idiota. – ela fala voltando a pentear meu cabelo.

– Eu sei...– falo baixinho.

– Então vamos combinar uma coisa. Hoje vamos ser apenas a jovens normais que seriamos se não fossemos famosas, claro que com um cartão de crédito gordo. – rimos juntas. Essa Nicoletta...- Apenas viveremos essa noite ao limite. Iremos fazer tudo o que quisermos.

– Sim. – falo primeiro mais para mim e depois com mais força:– Combinado.

–Então agora coloque essa lente enquanto acabo seu cabelo.– Nicoletta estende uma caixinha que quando abre tem um par de lentes de contato cinzas. Ela está levando esse negócio de disfarce a sério. Demoro em coloca-las, pois nunca havia feito isso antes. Minhas mãos tremiam tanto que nem pareciam as mesmas que tocam o violino com perfeição. Agora me vendo totalmente transformada com o um cabelo com perfeitamente colorido em tons de rosa e olhos cinzas, sinto que hoje poderei, finalmente viver ao limite.

–Já era hora.– Victor fala quando Nicoletta e eu finalmente saímos do banheiro. – America...– ele me encara de dos pés a cabeça e eu faço o mesmo. De espanto. Realmente, ele pintou o cabelo. De loiro. Não aquele loiro amarelo que se tem quando você descolore. Mas, sim, aquele loiro dourado que combina tão bem com pessoas bronzeadas. Fazendo com que me lembrasse daquele que eu tinha deixado, mas que ainda persistia em vir a minha mente mesmo eu não querendo.

Victor era mais alto que Maxon, porém ele não era tão musculoso quanto o príncipe de Illéa. Provavelmente, porque não sofria nas mãos do pai do mesmo jeito que Maxon sofria ou sofre. Não estou mais lá para cuidar de suas feridas, quem será que está fazendo isso? Uma vez ele disse que eu era única que sabia de tudo aquilo, além do médico do palácio. Ele se envergonhava tanto daquilo. E eu chorava por ele, por tudo que ele passava. Mas não sou eu que tenho que fazer isso. Pelo menos, não mais. Agora ele irá se casar e que sua esposa chore por ele, porque eu não vou mais.

–Ok. Vocês tem que parar de fazer isso. – Nicoletta fala, me tirando dos meus pensamentos e, aparentemente, Victor também. Ainda estávamos nos encarando.–É constrangedor para as pessoas que observam.

Do quê você está falando, Nicoletta?– pergunto a ela, finalmente deixando de olhar para Victor. Oh deus! Eu o estava encarando esse tempo todo.

– Ela é doida, America. Não liga para o quê ela fala.– Victor fala e dando um olhar para sua irmã que a faz rir.– Vamos?– ele se posiciona entre nós duas e colocamos nossas mãos em seus braços, cada uma de cada lado.

–Aham.– falamos. E ele nos conduz para fora do meu quarto.

O palácio francês era tão grande quanto o italiano, ambos, também, esplêndidos. Porém o italiano mostrava que havia sido recentemente reformado, por ser mais moderno por dentro e amplo, já o qual agora estávamos andando era mais antigo e não era nada moderno. Tons escuros e dourado era o que predominava lá, ahh, sem mencionar vários quadros datados de muito antes da guerra. Vamos dizer que ali era praticamente um museu.

Victor nos conduziu até uma sala cheia de sofás e mesinhas. Nela também há uma grande porta, que logo sou informada que dá para fora do palácio. Na sala há várias pessoas, Noemi, Orabella, Lorenzo e Daphne acompanhada por três rapazes franceses.

Não pense que convidei ela por livre e espontânea vontade.– fala Victor em meu ouvido.- Eu tinha que arranjar um jeito de nos deixarem sair desse museu. – Rio com o comentário, lembrando que agora pouca havia feito a mesma comparação em relação a esse palácio.

A essa altura Nick já havia ido em direção de Lorenzo, que por acaso está moreno, Orabella, que está com um cabelo roxo e lentes castanhas, e Noemi que está com cabelo verde degradê e lentes verdes também. Eu ainda estava com Victor que estava indo em direção a eles, porém os rapazes franceses junto a Daphne (que por acaso tão com o cabelo laranja) nos param.

Aperto o braço de Victor, espero que não muito forte, quando um dos rapazes começa a falar.

–Victor. Como vai? Há quanto tempo não nos vemos. – ele é um pouquinho mais alto do que eu e tem uma pele bem clara e o cabelo castanho escuro arrumado de uma maneira estrategicamente penteado para parecer desarrumado, dando a ele uma aparência de bad boy. Seus olhos são algo que eu nunca havia visto. Um era completamente azul e o outro metade azul e metade castanho. Lindos.

– Nicollas.– fala rapidamente. – Pensei que não iria lhe ver aqui. Soube que estava viajando e suponho que vocês são os amigos que o estavam acompanhando.– Fala Victor se virando para os outros dois jovens que pareciam ter a minha idade ambos de pele escuras e olhos castanhos e cabelo da mesma cor. E com um sorriso que faz qualquer um querer ser feliz. Gêmeos, presumi que se chamam Saymon e Samuel. Sim, o mesmo nome só que em língua diferente. Que criatividade.

– Sim, mas voltamos hoje, na verdade há muito pouco tempo. Deparamos-nos com Daphne e ela nos pediu para acompanha-la. Sabe não posso recusar um pedido da minha priminha.- Ele fala olhando para Daphne que está totalmente empenhada em encarar Victor.

–Bem, pelo menos você deve saber para onde está indo. Esse aqui nem isso me fala.- falo e aponto para Victor.– Ah,perdão, sou America...

–Singer, dama de companhia da princesa Nicoletta. A senhorita é famosa.- ele me complementa.

–Bem, algo que ainda estou me acostumando. – falo fazendo com que ele solte uma risada sutil, mas ainda sim calorosa.

– E irá. Conte com minha ajuda, sabe, não seria nada ajudar uma dama tão bonita.– e ele está me paquerando. Ai deus, o que fiz para merecer isso? “Viver ao limite” lembro de Nicoletta, bem, por que não começar agora.

– Então já irei começar a abusar de sua boa vontade, acho que vou precisar de ajuda para pegar um copo d’agua. – falo olhando para uma mesa em um dos cantos da sala que tem vários petit fours e garrafas de água.

– Claro.– Quando ele já estava se aproximando oferecendo seu braço para que eu o pegasse. Victor me puxa.

–Não é necessário, Nicollas. Estava agora mesmo indo beber algo. Se nos dão licença.

Dou um sorriso para Nicollas e um até mais tarde para os outros. E agora que percebi. Daphne não havia aberto a boca para falar nada.

– Victor, quem é exatamente esse Nicollas?- pergunto, realmente interessada. Porém tentando não demonstrar isso a Victor.

–Primo de Daphne. Duque metido.– fala ele em um tom ríspido.

Vocês me parecem velhos amigos.– comento tentado dar continuidade ao assunto enquanto pegava um copo d’gua enquanto Victor comia um petit four.

–Colegas de aventuras passadas.– Victor fala.– Parei de considera-lo amigo desde que ele lançou Daphne para mim.

Uhmm

Essa conversa estava sendo produtiva. Acho que agora poderei realmente saber o que realmente aconteceu na última vez que a corte italiana esteve aqui em Paris.

– Como assim lançou ela para você?pergunto o mais calma possível. Fingindo que estava prestando mais atenção no meu copo do que naquela conversa.

–Ahh, senhorita Singer. Por mim você nunca irá saber.– E eu não tinha conseguido enganá-lo.

– Victor, me diga. Como você acha que iremos construir uma relação de amizade forte se você não me conta uma coisinha dessas?– faço uma cara que sempre fazia com que meu pai deixa-se eu fazer qualquer coisa que eu quisesse. A famosa cara de cachorrinho da America Singer.

–HaHaHaHaHaHa– e ele dispara a rir, fazendo com que eu juntasse os pés e cruzasse os braços.

É, parece que o príncipe italiano resiste a carinha de cachorro. Mas que caramba!! Quem resiste a essa cara? Tá minha mãe e, agora, ele.

Quando será que vou realmente saber o que aconteceu com esse príncipe e essa princesa?

– Mas que cara mais fofinha.– ele fala e aperta minhas bochechas. AHH, ele passou dos limites.

–Ahhh nunca mais faça isso.- faço a minha cara mais amedrontadora de todas, mas não surge efeito nenhum dele. Ao contrário, ele parece estar se divertindo.

***

Pessoal, seguinte, para que essa noite ocorra tudo bem e que conseguimos fugir por tempo suficiente dos guardas reais é realmente necessário que vocês me escutem agora.– Nicollas fala.– Como devem supor, sou cara da noite. Então já sou experiente nesse tipo de escapada.– E ele, descaradamente, dá uma piscadela para mim. Isso provoca uma pequena onda de risos abafados nas meninas. - É claro que não estaremos sem segurança, mas sim com os meus que são independentes do castelo. Ou seja se permanecerem no mesmo lugar que eu terão sua segurança garantida. Porém duvido que eles serão necessários, vocês estão bem camuflados. Porém todos deveram estar na saída lateral do lugar ás 03:30 onde estarão os carros aguardando. Será até esse horário que iremos conseguir despistar os caras daqui, depois disso tenham certeza que haverá meio país atrás de vocês. Portanto sejam pontuais.– Ele fala agora com um tom que transmite respeito, que faz com que tenhamos vontade de seguir suas ordens. Com certeza, ele se daria bem na carreira militar. - Mas não se esqueçam de fazer dessa noite uma das melhores de suas vidas.– Volta ele com seu sorriso travesso, mais direcionado a mim do que a qualquer um.

E com isso somo colocados rapidamente em carros normaise partimos para o que presumo que seja o centro de Paris, pois a cada esquina os prédios vão ficando mais frequentes. Transitamos desde avenidas bem largas e muito movimentadas á ruas estreitas e escuras de uma mão. Passamos por uma avenida bem famosa na qual está localizada com tanta grandiosidade e esplendor o Arco do Triunfo e logo pela Torre Eiffel que está toda acessa e brilhando como o Sol. Não muito longe dela paramos enfrente a uma badalada boate com uma fila quilométrica que passa da esquina com jovens vestidos de maneira muito arrumada, porém ainda descolada ao estilo parisiense.

Oh Céus!! Terei que ficar nessa fila?? Não que fosse grande coisa, mas já prevejo que meus pés não irão aguentar por muito tempo esses saltos, só queria aproveita-los de uma melhor maneira do que ficar parada em pé em uma fila que demorará a noite toda.

Como se ouvisse minhas preces Samuel nos conduz a uma porta lateral, na qual uma garota morena, que logo presumo ser namorado ou algo assim dele ao se cumprimentarem com um selinho, nos espera.

–Bem vindos ao Le Cabaret, que essa seja a noite das suas vidas.- ela fala enquanto nos conduz por pequenos corredores, que presumo sejam parte do backstage, cheio de pessoas andando de um lado para o outro. Nosso destino final é: um grande salão com um alto pé direito, totalmente escura, apenas com faixes de luzes coloridas iluminando-o dando muito destaque a cabine de um DJ que comandava toda a música do ambiente. Música a qual eu sentia em meu coração que batia em horas em um ritmo acelerado e outras mais lento, porém nunca deixando de preencher o espaço e nossos corpos. Nos cantos do salão haviam mulheres dançando em cima de pequeno palcos individuais como se fossem deusas do prazer e da luxuria. Elas eram cercadas por uma multidão dançante que só se importava com a música e os prazeres que ela trazia junto, por isso não era difícil avistar casais, tanto de sexos opostos quanto do mesmo, se beijando em cantos, mesas e até mesmo no centro da pista de dança. Tudo aquilo era um ambiente fantasioso que invocava nas pessoas seus maiores desejos, tive que me virar para Victor, para confirmar que eu não estava em uma realidade paralela a toda essa que eu estava vivendo

–Ainda duvida que hoje será a melhor noite da sua vida?-ele pergunta, olhando diretamente nos meus olhos, agora cinzas.

– Com certeza não.- falo, puxando-o para o meio da multidão junto comigo. E ao perceber já estávamos preenchidos ainda mais por toda aquela música e dançando como eu nunca havia feito. Meu coração batia mais rápido, não sei se era pela música, pela nova experiência ou por tudo que aquela noite representava para mim, uma barreira sendo quebrada dizendo que sim, eu posso viver ao limite.

***

Admito que bebi, não tão exageradamente como vejo que Noemi e Orabella haviam feito. Mas além do que o recomendável para uma dama de companhia, fazendo com que eu expressasse uma alegria absurda a qualquer coisa que me falavam ou que eu via de novo. E acho que foi por isso que fui facilmente convencida por Nicollas a ir ao meio da pista dançar apenas com ele. Afinal, como resistir aquele sotaque francês tão sedutor?

Era quase impossível escutar muita coisa lá no meio com toda aquela música, o que fazia com que ele se aproximasse bem de mim e falasse em meu ouvido coisas que faziam com que teoricamente nos conhecesse um pouco melhor. Ele me fazia perguntas e eu o respondia, também falando em seus ouvidos, respostas a quais eram sempre seguidas por elogios galantes e mais um pouco de perguntas. Chegando agora a minha vez de faze-las, me aproximando mais um pouco, algo que apenas a espontaneidade adquirida com álcool me permitia.

– E você, Nicollas? O que um jovem tão galante faz por esse mundo quando não está conquistando donzelas como eu?

– Esse ano ainda irei assumir um posto no Exército a pedido de meu tio. Mas até agora tenho viajado. Porém querida America, acho que nunca encontrei uma mulher como você em nenhum lugar que já fui. – Dentro dos meus pensamentos focados naqueles olhos tão diferentes, penso: Mulher, vejo que as pessoas já começam a não me considerar mais uma mera garota.– Você é diferente de todo o resto.

– Presumo que você fale isso para todas, estou errada?– falo, jogando meu cabelo, agora rosa, para trás expondo mais ainda meu colo e pescoço, atraindo seu olhar.

– Querida, como eu disse, você é única.- ele fala e me puxa mais ainda para perto, colocando sua mão de maneira firme em minha cintura, me conduzindo ao mesmo ritmo que ele dançava. Deixando com que eu sinta sua respiração e seu hálito fresco. Nossos corpos estão tão pertos, nossos olhos focados uns nos outros, nossos lábios já se alinhando um para o outro. Mas por que não? Afinal, hoje é tudo sobre viver ao limite. E esboço um sorriso sedutor, que faz com ele acabe com a distância de nossos lábios. Sou envolvida pela sensação que é beijar uma pessoa que á pouco não conhecia, com certeza não é parecida com as mesmas que eu já havia sentido tanto com Aspen quanto Maxon. Não havia sentimento ali. Era diferente, tinha um gosto de liberdade, isso era algo que eu nunca estaria fazendo em Illéa. E a sensação não é nada desagradável. Nós dois seguimos o ritmo da música que nos embala, que tem seus movimentos rápidos e lentos, nosso beijo seguia esse ritmo. O mundo não para ao nosso redor, as pessoas continuam dançando loucamente como não houvesse o amanhã, sei que em algum lugar Orabella e Noemi devem estar dançando com franceses muito gatos, Nicoletta e Lorenzo devem estar aos amores em alguma mesa cheia de champanhes e Victor em algum canto com qualquer uma, como eu já havia presenciado essa noite. Então, não fazia mal algum eu estar me divertindo um pouco aqui.

–Ai. reclamo ao sentir uma menina toda descoordenada batendo em mim.

Quer sentar em alguma mesa?– pergunta ele, após a interrupção do nosso beijo, porém não aumentando muito a nossa distância. E eu concordo e partimos em busca de uma mesa. Não com muito sucesso em encontrar uma apenas para nós, então sentamos na mesa junto com Nic, Lorenzo, Orabella e Victor. Sabe se lá onde está Noemi.

– Olá, pessoal.– Nicollas fala quando chegamos a mesa, com uma das mãos em minha cintura. Com isso levo olhares de cumplicidade e de aprovação de Nic e Bella. Acredito que para Lorenzo isso passa despercebido, mas para Victor não. Ele parece transtornado, tanto que em um rompante no momento em que fomos nos sentar ele levantou e saiu sem dar nenhuma explicação. Não sei o porquê, mas saio atrás dele, porém sem antes Nicollas tascar um breve selinho de mim.

Só vejo a cabeça de Victor passando pela multidão, pois sua altura o destacava, porém aquela cor de cabelo fazia com que eu tivesse breve relances de Maxon fugindo de mim, como se eu nunca o pudesse alcançar em uma constante corrida atrás de seu amor. Era a bebida mexendo comigo. Não era Maxon que eu queria alcançar e sim Victor.

– Victor!– grito, assim que atravessamos a porta de entrada da boate e sinto o ar úmido do lado de fora e o asfalto molhado no qual eu andava, havia acabado de chover.– Victor!-repito.- Onde você está indo?

– Para nenhum lugar que te interessa, America.- Ele responde ainda caminhando de costas para mim. Estou quase o alcançando.– Na verdade, nada te interessa sobre mim.- Ele fala quando já estamos já o bastante longe da boate para que possamos falar em nosso volume normal.

– Você sabe que isso não é verdade, Victor.– Falo colocando uma de minhas mão em seu ombro, fazendo-o virar para mim.– Eu realmente me importo com você.– olho diretamente em seus olhos que estão, como o contrário de sempre, expondo tudo o que passa por ele.

– Claro que sim. – fala ele em um tom ríspido, fazendo com que eu sinto traços de álcool em seu hálito, assim como no meu.– Assim como se importa com Nicollas.

– Você sabe que não. Mal conheço ele– falo, acompanhando-o em sua caminha da sabe-se lá para onde.

– Não pareceu que você não possuía tamanha familiaridade com o duque em seus momentos no meio da pista.

– Pelo menos eu não estava pegando um qualquer em um canto da boate.– retruco, já ficando irritada.

– Qualquer uma não, uma francesa chamada...– fala ele, tentando lembrar o nome da garota que a pouco havia beijado.

– Tão não qualquer uma que você nem lembra o nome dela. Victor, poupe me, viu?– falo, já ficando cansada dessa conversa. Eu não estava com qualquer um e ele sim.

– Por que você ficou com ele?- ele pergunta mais sério. Ainda estamos andando pelas ruas de Paris. No começo eu havia tentado lembrar de cada virada que havíamos feito só que tinha desistido junto do momento que parei de sentir meus pés nesse sapato alto.

– Porque hoje supostamente eu não deveria estar me importando com nada. Vivendo ao limite.– falo.– Mas aparentemente não é isso que estou fazendo, porque cá estou te acompanhando nessa caminhada sem rumo.– confesso, frustrada.

– Você se importa comigo, não?– ele fala, mais afirmando do que perguntando.

– Já falei que sim, como você por mim.- falo e ele concorda com a cabeça.–Se não fosse por isso, eu ainda estaria naquela boate e meus pés não estariam doendo tanto.– falo acompanhando-o.

– Então você não vai se importar em eu dizer que não sei exatamente onde estamos, não?– fala ele em seu tom mais calmo de todos.

–Victor!!– comecei, mas sou interrompida por um “Calma” dele e:

– Você não disse que hoje é tudo sobre viver ao limite?– fala ele olhando profundamente em meus olhos e pegando uma de minhas mãos, passando confiança. Sinto seus dedos acariciando elas e por onde eles passam deixam um rastro de calor. – Então deixa você viver isso hoje nas ruas da Cidade Luz, comigo.- e aperto mais ainda nossas mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!