Recomeçar escrita por SavannahW, Laristen


Capítulo 19
Saudades


Notas iniciais do capítulo

Oi! Vamos fingir que não é quarta feira e que eu não atrasei a postagem ok? ahhaha
Essa próxima sexta feira (27/6) é meu aniversario e aqui em casa ta tudo meio corrido pra organizar minha festa, quase não parei quieta pra poder escrever. Alem do mais estou sem saco pra cenas romancezinho, então já viu né, deu 0 vontade de escrever :(
Mas espero que gostem! Um beijo e boa leitura
—Anne



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POV Damon Salvatore

Minha vida não podia estar melhor! Quer dizer, eu com certeza preferiria não ter perdido três anos do meu relacionamento com Elena e muito menos do crescimento da minha filha, mas as coisas são como são, e só me resta agradecer por não ter perdido mais nenhum segundo.

As coisas ainda estavam meio confusas, Elena estava trabalhando muito e estava ficando extremamente cansada e irritada. Eu podia perceber que ela não gostava de trazer tais sentimentos para dentro de casa, mas era impossível, então eu tentava ao máximo ajuda-la. Tanto é que mesmo após ter sido liberado pela minha médica/noiva para arranjar um emprego eu preferi não o fazer. As propostas não paravam de chegar, e as vezes eu realmente sentia falta de ter uma importância maior do que assistir todos os filmes do netflix, mas eu não poderia abandonar minha filha com um desconhecido nos poucos momentos em que ela passava em casa na minha companhia.

Já fazia pouco mais de um mês que nos mudamos para nossa nova casa. Elena irradiava alegria toda vez que olhava para a fachada da mansão, era o sonho dela desde pequena ter uma casa de vidro e eu pude proporcioná-la isso, com a ajuda da minha falecida tia.

Eu e Matt vinhamos nos vendo muito, por enquanto ele era o meu único amigo na cidade – além de Stefan, que era um caso a parte – e eu era um dos únicos dele. Matt admitia odiar os londrinos: “muito metidinhos a cheio de frescuras”, dizia ele. Stefan mantinha contato e eu apreciava sua companhia, entretando Elena parecia odiar, e eu não queria aborrece-la então simplesmente deixei para lá. Não é como se eu fosse morrer sem a amizade do Pierce.

Mas, quase dois meses após acordar, eu me sentia solitário. Pela manhã era uma alegria: acordar ao lado do amor da minha vida, preparar o café da manhã para minha filha, arrumá-la para a escola... Isso tudo com certeza iluminava o meu dia. Porém assim que as duas partiam a casa ficava silenciosa sem as risadas gostosas das minhas duas mulheres, e apenas com a presença de poucos empregados eu não tinha o que fazer ou com quem conversar. Eu estava a ponto de enlouquecer, e Elena parecia ter percebido.

Há alguns dias minha morena já vem me perguntando se estou bem, se algo me incomoda, e eu sempre mudo de assunto, mas dessa vez não consegui.

– Damon... – Elena chamou-me docemente.

– O que foi, Lena?

– Um centavo pelos seus pensamentos. – disse aconchegando-se em meu peito.

– Ah... – sorri – Não.

– Por favor, meu amor. Eu sei que tem algo te incomodando... – forçou.

– Ok, Elena. – decidi compartilhar meus pensamentos com ela – É só que... Não pense que estou reclamando de nada, eu amo a nossa vida, mas quando estou aqui sozinho eu me sinto extremamente inútil, solitário e triste. Sinto falta da companhia de vocês ou de alguém. – admiti.

– Ah, meu amor! – Elena suspirou – Eu sabia que tinha algo errado, por que não disse antes, podemos dar um jeito.

– Não, Elena. Que jeito? Eu não conheço ninguém aqui e, de qualquer maneira, no horário estão todos trabalhando.

– Então comece a trabalhar também. – sorriu como se fosse óbvio.

– Não é tão simples... – suspirei.

– Claro que é, Damon. Você vai se sentir útil, cercado de pessoas novas e coisas interessantes para fazer. Você ama trabalhar!

– Mas e a Mel? Eu gosto de estar aqui pela manhã para fazer o café dela, e eu gosto de receber vocês a noite após o dia longe de casa.

– Meu amor, não pense na gente, pense na sua felicidade. – Elena fez uma pausa – Além do mais, você pode negociar um horário flexível, talvez trabalhar de casa... Não sei! Mas no seu ramo tudo é possível. – sorriu.

– Será que consigo?

– Mas é claro, você consegue tudo o que quer, Damon Salvatore.

Beijei os lábios de Elena suavemente, agradecendo pela ideia que não havia passado por minha cabeça em nenhum momento. Isso poderia dar certo. Eu não queria dinheiro, eu não precisava trabalhar como um condenado... Apenas algo que me distraísse e fosse mais um motivo para levantar da cama todos os dias.

Seguindo o conselho de minha noiva no dia seguinte, após assistir minhas mulheres saindo pela porta, comecei a procurar uma ocupação, não chamaria de trabalho, afinal não seria nem perto disso. Peguei meu notebook que estava em cima da mesa de jantar e me joguei no sofá, ligando a televisão no jornal matutino apenas para não me sentir mais solitário do que já estava.

Abri meu e-mail e logo fui presenteado com inúmeros spans e algumas propostas de trabalho novas. Transferi os e-mails de cunho profissional para a pasta onde eu os guardava e comecei por ali a minha procura. Descartei de cara os que obrigatoriamente tinham uma rotina de oito horas diárias de trabalho - eu procurava por seis horas ou horário flexível. Ao fim da “peneirada” fiquei com cerca de quinze e-mails sobrando. Dez falavam sobre jornada de trabalho flexível e cinco sobre seis horas diárias. Claro que eu tinha noção que já havia descartado os empregos de maior prestigio, mas novamente precisei me lembrar que não era prestigio o que procurava e sim uma ocupação mental.

Fiz algumas ligações: dos dez anúncios de emprego com horário flexível, oito eram enganosos e queriam que estivesse disponível 24h por dia. Isso me resumiu a sete propostas de emprego, as quais todas era necessário marcar uma entrevista. Assim o fiz, agendei todas para a tarde seguinte.

Por volta do meio dia eu já estava entediado novamente. Obriguei-me a ir para a academia, por mais que minha vontade fosse de dormir o dia todo e ficar a espera das minhas meninas, mas isso não me ocupou por muito tempo. Passei o resto da tarde oscilando entre a geladeira e o sofá.

As cinco da tarde recebi uma ligação de Elena. Minha noiva entraria em cirurgia o que a faria atrasar o horário de saída de Melanie, como sei que nossa filha odeia ficar esperando me prontifiquei a ir busca-la de taxi. Apressei-me em ficar apresentável, pus uma roupa bonita e passei o perfume que Mel gosta. Parece deprimente, mas ir busca-la seria o ponto alto do meu dia.

Em menos de quinze minutos estava pronto, cheguei no horário correto de saída: 17h30. Caminhei até a sala de Mel e encontrei-a entretida terminando um desenho.

– Mel, seu papai está aqui. – a professora informou.

Observei minha filha olhar em minha direção animada e sair correndo para vir me dar um abraço. Retribui com a mesma intensidade.

– Papai, me põe no chão, preciso pegar minha mala. – reclamou rindo por eu não soltá-la do abraço.

– Ok emburradinha.

Minha filha saltou de meus braços e guardou seu estojo na sua pequena malinha. Pegou o papel que antes desenhava nas mãos e despediu-se da professora. Veio ao meu encontro em seguida.

Segurei sua mãozinha e seguimos para a entrada do colégio para pegar outro taxi.

– Papai, hoje eu fiz um desenho. – começou a falar animada.

– É mesmo? Eu posso ver?

– Pode.

Minha pequena me entregou o pedaço de papel já um pouco amassado. Analisei o desenho feito com giz de cera, aparentemente era uma casa cheia de gente.

– Quem são essas pessoas, meu amor? – perguntei.

– A professora mandou a gente desenhar algo que sentíamos saudades. Desenhei minha festinha de aniversário do ano passado, por que tenho saudade de todo mundo lá dos Estados Unidos. – explicou e notei balões rosas desenhados, indicando que era uma festa – Aqui tem a vovó, o vovô, tio Jer, tia Miley – Mel foi apontando os desenhos e falando os nomes – dinda, dindo, Charlie e...

Minha filha parou subitamente sua explicação ao apontar para um último boneco.

– E quem, Mel? – perguntei.

– Hm... – pareceu pensativa – Não posso falar.

– Mas porque? – perguntei brincalhão achando que minha filha estava fazendo graça.

– Mamãe disse pra eu não falar.

– Ah é? E porque?

– Não sei, ela disse que você ficaria muito triste. – fez bico.

– Prometo não ficar, me conta Mel. – insisti curioso.

– Ok, é o tio Liam. – admitiu. Procurei em minha memória, mas não conhecia nenhum Liam.

– Eu não me lembro dele, Mel. Vocês conheceram aonde? – perguntei sabendo que era pedir demais para a memória de uma menina de três anos.

– Não sei, papai. Mas o tio Liam morava com a gente desde sempre que eu lembro.

Senti meu sangue ferver e o ciúmes me consumir. Mas é claro que Elena teve um namorado! Droga! Porque ela mentiu para mim?!

– Vamos para casa, Melanie.

– Papai ta bravo? – perguntou inocente.

– Não com você, princesa.


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