Recomeçar escrita por SavannahW, Laristen


Capítulo 16
Nova amizade


Notas iniciais do capítulo

Confesso que quase não postei o capítulo hoje, mas consegui.
Ah e Feliz dia das mães pra quem já é mãe (?) e para as mamães de vocês.
Boa leitura!
—L



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Deixei minha pequena no colégio e fui para o hospital. James disse que hoje uma doutora chamada Caroline iria me mostrar como funciona o hospital. Estava ansiosa para cuidar de alguns casos, afinal essa era minha função. Não quero apenas fazer cirurgias, quero cuidar dos pacientes.

Ouvi alguém batendo na porta e avisei para entrar. Era uma garota loira linda, suponho que seja a tal Caroline.

– Doutora Gilbert? Sou a Caroline.

– Ah, oi Caroline, pode entrar. – chamei-a e ela entrou sorridente – E, por favor, me chama de Elena.

– Tudo bem, Elena. Então, que tal eu te mostrar o hospital e depois tomarmos um café na lanchonete?

– Claro, vamos.

Rodamos o hospital inteiro e Caroline sempre dava todos os detalhes de cada lugar. Se duvidar até da pintura ela descrevia. Nesse tempinho não pude deixar de reparar o quanto ela me lembrava Miley. Toda “doidinha”, sorridente e tagarela.

– Uau, que história a sua hein. – estávamos na lanchonete do hospital tomando um café enquanto eu contava minha história de vida para ela. Claro, omitindo algumas partes que apenas eu, minhas amigas e Stefan sabiam.

– Pois é, mas agora o que importa é que está tudo conforme eu sempre sonhei. – sorrimos – E você?

– Sou daqui mesmo, atualmente estou noiva e tenho um irmão. – revirou os olhos – Matt, mas nós não nos falamos há anos. A única noticia que tive dele é que se formou em oncologia.

Franzi o cenho. O Matt marido de Rebakah por coincidência (também) se formou em oncologia. Não poderia ser.

– Por acaso ele se chama Matt Donavan? – arrisquei e assentiu – Ele é o marido da minha melhor amiga, padrinho da minha filha. – ficamos surpresa – Uau.

– Uau mesmo. Não nos falamos há sete anos. – abaixou a cabeça.

– Por quê? Se posso perguntar.

– Minha mãe era casada com o pai do Matt e ela o traiu com meu pai o que resultou em mim. – riu sem graça – Ela não queria separar do pai dele então fingiu que estava grávida do mesmo e meu pai ficou por anos sem saber de minha existência. Até que na adolescência nós descobrimos, quando eu precisei de doação de sangue devido ao acidente de carro que sofri. Só meu pai biológico poderia doar então minha mãe venceu seu orgulho e o procurou...

– Então...

– Ele o fez. Foi o pior ano da minha vida. O pai do Matt que também foi meu pai de criação expulsou minha mãe e eu de casa. Pedi abrigo para meu pai biológico e ele nos deu. Hoje minha mãe está casada com ele e desde então nunca mais tive contato com meu irmão e seu pai.

– Uau. – repeti e ela riu – Acho que nossas histórias dariam um livro. – ri e parei olhando seriamente – Você quer reencontra-lo? Digo o Matt?

– Sim. Não. Eu não sei. – riu sem humor – Eu amava o pai de Matt, Elena. Kaius é o nome dele. Eu era sua princesinha. No meu aniversário de cinco anos ele fez uma festona digno de uma princesa... E então ele me expulsou de casa, me abandonou. Levo uma dor muito grande em meu coração. Diz-me, que pai faria isso com sua filha mesmo que fosse uma bastarda como eu? – fiquei em silêncio não tendo resposta para tamanha decepção da loira que se encontrava em minha frente – Eu até quero encontrar meu irmão, mas apenas ele. Não Kaius.

– Eu posso te ajudar com isso, claro se quiser. – fez uma cara de animada e não pude deixar de rir.

– Você está falando sério? – assenti sorrindo e sem que eu pudesse pensar direito veio em minha direção levantando-me e puxando-me para um abraço – Obrigada Elena. – pude sentir algumas lágrimas em meu ombro coberto pelo paletó.

– Não há de que. – sorri e abracei mais forte.

Sei o que é perder uma pessoa. Ficar anos sem saber do paradeiro daquele que o ama é angustiante. Fico feliz em saber que como eu, Caroline também terá um “final feliz”.

Voltei para minha sala e peguei dois pacientes para observar, além das cirurgias que deveria fazer.

Marquei com Caroline para irmos almoçar juntas e a mesma topou. Estou feliz em saber que talvez tenha encontrado uma amiga. E mesmo que eu tenha que esbarrar em Stefan algumas vezes, estou amando trabalhar aqui.

– Doutora Gilbert? – vi Stefan de relance abrindo minha porta e quase revirei os olhos, mas não o fiz devido ao profissionalismo. Dei brecha para ele entrar – Trouxe essa ficha de um paciente que precisa fazer uma cirurgia e queria saber quando poderá fazê-lo.

– Depois de amanhã, pode ser? Amanhã tenho outra cirurgia e duas trocas de cateter e não terei tempo.

– Tudo bem. – entregou-me os papéis esperando-me assinar e colocar a data da operação – Suponho que já tenha contado a verdade, ou supus errado? – franzi o cenho não entendo o que ele queria dizer com aquilo – Ah, não se faça de desentendida, Elena. Damon já sabe de tudo?

– Não vejo aonde isso venha ser do seu interesse. - respirei fundo para não cair em tentação e quebrar seu pescoço – Aqui. – entreguei os papéis.

Uou, pela sua defesa acho que Damon ainda está desinformado do paradeiro de sua noiva nesses três últimos anos, estou certo? – não mesmo, não iria me rebaixar – Damon mandou-me uma mensagem com seu número novo. Vamos almoçar juntos hoje, ficou sabendo? – gelei, não mesmo, Damon não iria se encontrar com ele. Eu não vou deixar.

– Faça bom proveito e espero que se divirtam. –meu interior gritava por socorro. Stefan não poderia contar.

– Não precisa ficar nervosa, Elena. – falou mais sereno como se estivesse sendo compreensivo – Como eu disse, não vou contar. Isso não é da minha conta. Quero a felicidade do meu amigo, apenas isto. Mas não tente afastar Damon de mim se não contarei toda a verdade. – e então se virou e foi em direção à porta deixando-me desnorteada.

Já estava na hora do almoço quando dei uma ligada rápida para meu noivo.

– Oi amor. – ouvi sua voz do outro lado da linha fez-me suspirar por saber que o que vivi até agora era real.

– Como você está?

– Estou ótimo. Stefan está vindo me buscar para irmos almoçarmos juntos. – e novamente aquele frio voltou.

– Damon, sabe que sua alimentação precisa ser balanceada, certo? – talvez isso possa fazê-lo mudar de ideia.

– Sei Lena. Não sairei da dieta e além do mais estarei almoçando com um médico. – suspirei dando-me por vencida – Pode ficar tranquila.

– Olha lá hein, Damon. Estou confiando em você. Se sair da linha entrarei em greve por dois meses.

– O que? – gritou fazendo-me rir alto e afastar o celular de meu ouvido devido o seu timbre que quase destruiu meu tímpano – Nem pense nisso.

– Então não saia da reta. – ri baixinho e ouvi seu suspiro.

– Stefan chegou amor. Tenho que ir. – ouvi barulho de chave – Te amo.

– Também te amo nunca se esqueça disso, ok? – desliguei.

Era isso... Ou eu afastava Damon de Stefan e sofria as consequências, ou conviveria com amizade dos dois e o segredo estaria a salvo.

Acho que já ficou bem claro a minha escolha, certo? É, Elena. Se não for capaz de vencer o diabo, deve-se andar ao lado dele.

...

– Você é doida.

Estávamos no shopping na praça de alimentação. Tínhamos acabado de comer, mas ainda havia tempo para jogar conversa fora. Caroline estava falando de sua primeira vez.

– O que? O cara era um pé rapado. Assim que caí na real sai de baixo dele e sai correndo pelada mesmo e disse que ele estava me bulinando. – caí na gargalhada atraindo atenções deixando-me vermelha. Caroline riu.

– E o que aconteceu depois?

– No outro dia bateu alguém lá em casa e era alguém um delegado. – abri a boca – Falei que não era minha intenção ter falado aqui e que não aconteceu nada daquilo que falei. Fiquei mal falada na escola e todos os meninos tinham medo de mim. Troquei de escola porque senão iria ser virgem a vida inteira. – ri com seu jeito doidinho.

– Você é doida.

– E você já disse isso. – fechamos a cara e começamos a rir – Parece que a gente se conhece há tanto tempo.

– Não é? Minha filha vai te adorar.

– Quero conhece-la. – sorriu – Queria ter filhos. Sou estéril. – abaixou a cabeça e pude ver algumas lágrimas em seus olhos azuis – Estou em tratamento há duas semanas e meu noivo tem me apoiado muito.

– Sinto muito. – peguei sua mão que estava em cima da mesa e a acariciei – Conheço esse tratamento. Demora, mas tem resultado. Você vai ver. Logo vai estar com seu bebê nos braços.

– Obrigada, Elena. – levantei e a abracei deixando aquela sensação de paz tomar conta de nós.

...

O dia passou rápido e agradeci aos céus. Quero aproveitar o maior tempo possível junto com minha família. Agora, completa.

– Oi meus amores. – acabei de chegar em casa depois de pegar minha pequena no colégio e Damon veio em nossa direção para me abraçar e depois pegar Melanie no colo.

Então Stefan não havia contado para Damon, afinal ele não agiria assim se soubesse da verdade.

– Oi papai. – Mel beijou seu rosto ainda em seu colo – Fiquei com saudades.

– Ah é, meu amor? Também fiquei morrendo de saudades de você, minha bonequinha. – a apertou mais em seus braços e sorri para cena – Senti saudades suas também amor.

– E eu então? Um segundo longe de vocês parece uma eternidade. – fiz beiço e abracei os dois – Como foi o seu dia?

– Almocei com Stefan e depois voltei para casa... – revirou os olhos – Não fiz nada de interessante, se quer saber. – bufou e eu e minha filha rimos.

– Oh, que dó de você. – colocou Mel no chão e a mesma saiu correndo em direção à geladeira – Melanie vai tomar banho e se acha que vai comer bobagem está engada. Vou fazer janta enquanto toma banho.

– Mas mãe, quero sorvete... – fez manha e começou a bater o pé no chão demostrando frustração.

– Nada de mais nem menos... Vou contar até três, Melanie. Se você não subir em três segundos vou te deixar de castigo por três dias.

To indo. – disse irritada, indo em direção para seu quarto.

– Ela é teimosa que nem você. – disse para Damon passando o braço em seu pescoço.

– Então eu sou o teimoso? – assenti – Mas essa cara de braba parece a sua. – riu e revirei os olhos – Então, como foi o seu dia?

– Peguei dos pacientes para acompanhar mesmo que minha função não seja essa. Ah, esqueci. Fiz amizade com uma doutora e acredita, ela é irmã do Matt.

– Matt? Que Matt?

– Marido da Rebekah. Eles não se falam há sete anos. Quero ajuda-la a se reencontrarem.

– E como vai fazer isso? – perguntou fazendo um carinho com o polegar em meu rosto.

– Não posso simplesmente dizer a verdade, nem sei como ele vai reagir ou se quer reencontra-la. Mas quero ajudar a Caroline e sei que ela quer ver ele. Vou tentar traze-los para Londres. Mudando-se ou só a passeio. Não sei, apenas quero ajudar a Caroline.

– Não sei se isso vai dar certo, Elena. Acho melhor contar a verdade para ele e Rebekah.

– Não vou. Trarei eles para cá e então deixo tudo por conta da Caroline. Sei como é ficar longe da pessoa que ama sem ter noticias.

– Não vou insistir. Vou te apoiar, mesmo não gostando muito da maneira que quer resolver.

– Vai dar tudo certo, você vai ver. Não confia em mim?

– Claro que confio. Só não quero que essa bomba estore e caia sobre você. – beijei seus lábios mostrando que tudo ficaria bem – Eu te amo. – falou, testa a testa, olhos nos olhos.

– Eu te amo.

...

Enquanto Damon colocava Mel para dormir depois de jantarmos peguei meu celular pensando em ligar para Rebekah. Talvez Damon tenha razão sobre sobrar tudo para mim, mas não me importo. Vi nos olhos de Caroline o quanto ela sentia falta do irmão e quero ajuda-la.

– Alô? – sua voz surgiu do outro lado fazendo-me sorrir por ouvi-la... Ah como eu sinto falta dessa loirinha.

– Bekah, está ocupada?

– Não, até então o hospital está calmo. – o fuso horário tinha diferença de oito horas, então lá ainda era quatorze hora – Então, o que manda?

– Ai amiga, estou tão feliz. – suspirei – Finalmente minha vida entrou nos eixos.

– Fico feliz por ouvir isso. – pelo barulho do telefone pude imaginar que ela estava sorrindo, afinal Rebekah sempre quis que eu largasse tudo e fosse correndo procurar Damon – E como está o nosso moreno?

– Está ótimo. Sua saúde está mais que perfeita.

– Ah, já ia me esquecendo. Contou para Mel sobre ele?

– Contei e ela ficou muito contente. – sorri – Sabe amiga, é como se nada tivesse acontecido. Parece que esses três anos que passamos separados não existisse. Mel e Damon tem uma relação perfeita, nem parece que se conheceram ontem. Nossa relação está da mesma maneira que fora há três anos.

– Você não tem noção o quanto eu fico feliz em ouvir isso. Mas sinto sua falta, Lena. De você e da Mel, até do cabeçudo do Damon. – pude ouvir uma fungar de nariz e percebi que minha amiga estava chorando.

– Eu também estou sentindo tanta sua falta e da Miley. Vocês são tudo para mim. Minha felicidade iria ser completa se tivessem aqui comigo. – Bingo. Entraremos em meu plano. Mas não é só por isso. São sete anos de amizade. Sete anos que estamos juntas. Sete anos que suportamos e damos suporte uma à outra. É difícil acreditar que agora estou longe das meninas que mais me apoiaram e me confortaram nos últimos três anos.

– Eu até conseguiria uma transferência para Londres e com certeza o Matt iria conseguir se transferir também. – Matt trabalhava na ala oncológica do hospital como cirurgião chefe – E Charlie com certeza iria adorar, mas eu iria voltar para estaca zero... Já que o San Magno daí já tem você como cirurgiã chefe na aula neurológica.

– Entendo, mas você poderia me ajudar aqui. Eu preciso tanto de você, amiga. Na verdade, de vocês duas.

– Eu juro que vou pensar, mas não prometo nada. – sorri largamente sabendo que minha amiga talvez venha para cá. – Vou pesquisar um pouco e ver se esse é o certo pra mim, tudo bem?

– Você é a melhor das melhores amigas do mundo, sabia disso senhorita Donavan?

– Tenho certeza que a senhorita Gilbert também fala isso para Miley, certo? – ri alto.

Despedi-me dela e sorri com o rumo que essa ligação tomou. Espero que realmente ela consiga uma transferência e venha morar para cá. Não só pelo Matt e Caroline, mas também porque sinto falta da minha amiga e afilhada.

Damon chegou ao quarto logo depois e contei tudo para ele que ficou feliz por saber que eu havia conseguido.

Deitamos de famosa forma conchinha e suspirei me sentindo a mulher mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da Caroline? E o plano da Elena, será que vai dar certo?
É isso pessoal, postamos mais no domingo :)