Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 29
Cacos de vidro


Notas iniciais do capítulo

Tô numa felicidade só que o Ward vai voltar pra equipe na série, yayyy!!!!
Quero dizer que a nossa equipe vai se reunir de novo aqui também, as coisas estão se ajeitando uhuul
Boa leitura



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Billiard Hotel/21h52min

A esta altura seu cérebro mantinha-se no automático.

Abriu a porta com um pontapé, porque sabia que tinha de fazê-lo. Assim como foi até lá, porque tinha de ir. Ainda não havia parado pra pensar em como que, de uma hora para outra, ele passou de um cara sozinho a pai. Pai . Era esta palavra, ou melhor, o significado por trás dela, que o mantinha agindo. Não fazia ideia do que aconteceria depois que encontrasse seu filho, só sabia que precisava encontra-lo.

Antes que fosse tarde.

O quarto estava às escuras. Não havia sinal de Kaylo, o marido de Skye, ou qualquer outro ser alienígena. Aquele poderia ser um bom fator, se, a ausência deles, não significasse também a ausência de Gabe. Skye soltou um grito ensurdecedor, parecia muito mais velha do que minutos antes, quando batera em sua porta e em seu rosto. Será que ele também lhe parecia assim? Mais velho e exausto?

Sentia-se desta maneira.

Acompanhou com o olhar quando Skye deslizou lentamente até o chão, tapando a boca e abafando seus soluços sôfregos com as costas da mão esquerda. Os olhos dela varriam todo o cômodo, mas ele duvidava que ela estivesse realmente vendo algo. Até mesmo para ele, que descobrira ser pai de uma forma inusitada e recente, era difícil manter-se são. Lutou contra as lágrimas que teimavam em embaçar sua visão e, assim como a sua companheira, revistou o ambiente. Não havia ninguém. Mas, em cima da cama, um papel branco destacava-se em meio ao breu.

Com três passos largos estava ao lado da cama e pôde pegar o papel. A letra estava bem desenhada, como se a pessoa que a escreveu não tivesse a mínima pressa no momento em que o fazia. Para um sequestrador de crianças, Kaylo era bastante organizado. Isto é, se aquela letra pertencesse a ele realmente.

Querida Skye,
Demoraste demais, não pude espera-la. Uma pena, porque estava com demasiada saudades. Não te preocupe com nosso amado filho, ele está em segurança. Por enquanto. Como tenho negócios inacabados aqui neste planeta Terra, dar-te-ei um pouco mais de tempo para pensar. Pense se queres voltar conosco, sua família, ou ficar com o homem que te traiu a confiança. Pergunto-me, Skye, recuperaste tu toda a memória e lembraste do que este homem fez? Lembraste e o perdoaste? Se a resposta para esta segunda questão for sim, temo que não sejas tu, qualificada para cuidar do príncipe da paz e da união.
Contatar-te-ei em breve,
Seu fiel e amado marido, soberano de Asgard e Lorien, Kaylo.


Releu o bilhete mais duas vezes e cuspiu um xingamento espontâneo, aquela ameaça fantasiada de boas maneiras... A quem ele queria enganar? Não te preocupe com nosso amado filho, ele está em segurança. Ele não seria capaz de fazer algo contra o pequeno Gabe, seria? Por enquanto. Com certeza sim. O final do seu discurso emperiquitado mostrava o fato com clareza. Soberano de Asgard e Lorien. Aquilo significava que Kaylo poderia fazer o que bem entendesse e quando entendesse. Afinal, o poder era seu.

– Ward, o que tem aí? A voz falhada fez-lhe despertar de seus pensamentos.

– Seu marido está com o Gabe. Sorriu de forma amarga, agachando-se no chão ao lado dela. E disse que entraria em contato em breve, porque você precisava pensar... - Pense se queres voltar conosco, sua família, ou ficar com o homem que te traiu a confiança. As palavras flutuaram em sua mente. Pergunto-me, Skye, recuperaste tu toda a memória e lembraste do que este homem fez? Skye, você lembra de tudo o que aconteceu entre nós? A pergunta escapou sem que tivesse controle.

– O quê? Ela fez uma careta.

– Sua memória...

– Tudo o que eu sei Ward, é que eu e você éramos agentes de uma... Agência secreta? Chamada SHIELD. Eu lembro de quando você me interrogou, gritou comigo, me tratou mal... Skye encolheu os ombros, aquilo parecia doloroso para ela. Mas, se você quer saber do que eu mais me lembro, é o fato de que você me ajudou quando eu precisei, de que salvou a minha vida... Várias vezes? Ela riu fraco. Então o nosso último momento juntos me vem bem claro à mente, eu não sei por que, nem quem fez isso, mas você levou um tiro e... Escondeu o rosto entre as mãos.

– Apenas isso? Então ela não lembrava...

– Eu fiquei cinco anos no escuro... Pessoas normais ficam felizes se recuperam pelo menos metade do que eu lembrei. Cutucou-o com o cotovelo. Mas o que eu poderia esperar de um robô, não é mesmo?

– Você lembra disso? Foi a vez dele de fazer uma cara feia.

– Nunca esqueci, Gabe parece-se bastante com você. Revirou os olhos. Não sei como uma criança pode ser tão... robótica.

– Admita, você acha um charme. Envolveu-a com os braços, fazendo-a tombar sobre ele.

– Admito Suspirou pesadamente. O que eu vou fazer sem meu filho, Ward?

– Nós vamos encontra-lo, Skye. Porque eu não vou perder você novamente.

~*~

Local desconhecido/01h18min

Estavam, ele e Skye, caminhando lado a lado pela rua deserta. Ela não havia dito uma palavra sequer desde que saíra do hotel, mas conhecendo-a como conhecia, era certo que sua cabeça estava borbulhando. Mais uma vez o bilhete pareceu pesar em seu bolso, como se houvesse sido escrito em uma pedra e não num pedaço de papel. Deveria entregar aquilo a ela, sabia bem. No entanto, tinha conhecimento de que, assim que ela lesse o bilhete, poderia lembrar-se do que ele fez no passado.

Pararam a frente de uma casa branca, cercada de casas iguais, diferenciadas apenas pelas cores. Olhou para a porta de madeira e respirou fundo. Era arriscado estar ali com Skye, mas, por mais que forçasse seu cérebro a trabalhar num plano B, não conseguia pensar em outra coisa. Não havia tempo.

– Skye Apertou de leve a mão que estava entrelaçada a sua. Ela o encarou. Você se lembra do Fitz?

– Fitz? Ela parou como quem encara uma equação matemática difícil, com vontade de resolvê-la, como se sua vida dependesse disso. Então, após um tempo um sorriso enorme surgiu nos lábios dela. O Leosinho? Essa é a casa dele?

– É, essa é a casa dele.

– Pensei que você tinha perdido contato com as pessoas da equipe.

– O Ward perdeu. Ela fez-lhe uma careta. Skye, você lembra do que eu falei a você mais cedo? Que a memória da equipe foi apagada, assim como a sua? Fez que sim com a cabeça. Então, por mais saudade que você sinta do Leo, não demonstre isso...

– Se eu recuperei a minha memória, ele pode recuperar também... Seria melhor falarmos a verdade, War...

– Skye, você não tem ideia do que aconteceu. - Deu dois passos a frente, indicando que aquela coversa chegara ao fim. Bateu duas vezes na porta, escutando um fraco já vai vindo do outro lado. Mesmo de costas, podia sentir o olhar dela o perfurando, como se o avaliasse. Ou, como se tentasse lembrar-se do passado.

– Você está me escondendo alguma coisa, Grant Ward? Perguntou por fim.

– Sim. Respondeu sem encara-la Muitas coisas.

Antes que ela pudesse pergunta-lo o quê, a porta foi aberta e um sorridente Fitz o cumprimentou. Se fosse qualquer outra pessoa, faria um escândalo por alguém estar batendo em sua porta em plena madrugada, ele mesmo faria, mas Fitz passava noites e noites acordado. Aquela era uma das sequelas do passado.

– Jon! Exclamou. Você sumiu, pensei que tivesse desistido da minha amizade.

– Leo, eu nunca desistiria de você. Disse por que era verdade. Sentia-se culpado pelo acontecido com Fitz, sentia-se culpado por ele ter tido a memória roubada, por ter ficado longe de Jemma e por ele ter largado o trabalho que tanto gostava. Não poderia desistir de Leo, porque se o fizesse, estaria desistindo de si mesmo. De sua única chance de ser perdoado.

– Finalmente você trouxe a sua namorada?

– É... Enfiou as mãos nos bolsos da calça e encarou Fitz seriamente. Iria direto ao assunto. Você precisa me ajudar a encontrar meu filho.

~*~

Residência do Fitz/01h55min

– Seu nome de verdade é Grant Ward? Leo perguntou depois de escutar a história. Havia decidido contar a verdade. Ou parte dela, ao menos. E você está me dizendo que nós, todos nós Fez um gesto exagerado com as mãos Nós fomos u-uma equipe?

–Exato.

– Ward... Ele fez uma pausa. Ward sentiu seu coração fraquejar e depois começar uma dança frenética contra suas costelas, se ele se lembrasse de algo... Eu não me lembro disso, por mais que tente, eu não...

– Me desculpe. Skye falou com a voz entrecortada. Isso tudo é culpa minha, se eu não tivesse entrado na equipe essa coisa toda nunca teria acontecido. Me desculpe, Fitz...

– Nada do que aconteceu é culpa sua, Skye! Quase gritou. Por favor, vamos nos concentrar em encontrar o Gabe... Fitz, você tem os equipamentos necessários para que Skye consiga invadir o sistema de câmeras da cidade, esses caras podem ser quase deuses, ou seja lá o que forem, mas não são invisíveis e devem ter deixado algum rastro.

– Está me pedindo para hackear o sistema de segurança da cidade? Isso é contra a lei, você sabe.

– Eu sei, Skye. Mas não estou pedindo que faça nada, está é uma ordem direta do seu O.S., não desobedeça.

– Como nos velhos tempos. Ela riu.

– Como nos velhos tempos. Concordou e sentiu o bilhete pesar novamente em seu bolso.


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Notas finais do capítulo

Não, ainda não é a hora de saber onde está a May.
Mas o Fitz voltooou, a Skye hacker voltou e o Ward robô voltou também.
Vivaaaa
Estamos bem no fim da fic mesmo
Se eu receber muitos comentários posto o próximo ainda hoje
Brincadeira
Ou não



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