A feiticeira perdida escrita por Made of dreams


Capítulo 6
Como eu salvaria o mundo?


Notas iniciais do capítulo

Eu queria muitooo que vocês comentassem para eu saber o que estão achando!!!Bom, espero que gostem!



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– O que você quer dizer com isso?- perguntei assustada com a última frase proferida por Dinorá.

"posso te adiantar que não chegou nem perto de um final feliz." A frase ecoou em minha mente. O que queria dizer com isso? Teria algo a ver com a morte de minha mãe? O medo tomou conta de meu coração.

– Eu quero dizer que sua mãe foi a pessoa mais corajosa que eu conheci em toda a minha vida. Mas, ela não merecia tudo o que teve que enfrentar.

– Eu...- eu disse receosa- Eu quero saber de tudo.

– Você tem certeza?- ela disse séria.

– Toda a certeza.- respondi.- Eu só tenho uma pergunta antes. O que é esse tal de Conselho?

– Ai, desculpa, querida. Estava tão emergida na história que esqueci de explicar-lhe esse pequeno detalhe. O Conselho é o lugar que governa a comunidade. Há um representante de cada criatura existente desse lugar e lá fazemos as decisões mais importantes.

Tá, então existem bruxas, feiticeiras e afins. Existe um lado político dessa história toda. Um Conselho que governa essa "pequena cidade" e a minha mãe está envolvida nessa história toda. Assim como eu. Eu começava a acreditar naquilo, já que era o único modo de explicar o que andava acontecendo nos últimos dias

Além do mais, eu precisava saber exatamente o que estava acontecendo. Se bruxas podiam existir, o que poderia ser pior?

– Bom, aqui vai. - Dinorá começou- Em 1998, seis anos depois do casamento, Carlotta descobriu que estava grávida de você. No mesmo dia, ela resolveu dar uma volta em seu jardim. Ela sempre amou seu jardim e ficara mais feliz ainda com a notícia de gravidez. Enquanto ela cuidava de suas rosas três mulheres vestidas de preto a abordaram.

– Mas essas não são as mesmas mulheres que me raptaram?

– Exatamente. Só que na época elas aparentavam ter uns vinte anos. Só que na verdade possuíam uns bons cem anos.- eu fiquei pasma com a informação mas deixei-a continuar- Eu entendo a confusão. É que na verdade elas usavam um feitiço.

–Mas, por que...

– Porque o seu poder está se esgotando. Você entenderá ao decorrer da história.- ela disse- Bom, continuando. Elas queriam falar com sua mãe sobre seu clã. Um clã das bruxas mais poderosas do mundo, segundo elas. E elas estavam querendo que Carlotta participasse do seu clã e de seu grande plano. Mas para isso precisavam de uma feiticeira. Elas haviam descoberto a existência de uma pedra extremamente poderosa que, com a ajuda dos poderes de sua mãe, poderia fazer com que elas exterminassem todas as criaturas da Terra. Formando uma "raça pura" de bruxas, segundo Ariadne, a maior presidente do grupo.

" Sua mãe recusou a proposta de Ariadne e de suas irmãs, o que fez elas ficarem irritadíssimas. As três invocaram as forças mais poderosas da Terra e jogaram contra sua mãe. Mas antes que puderem fazer qualquer coisa, ela fez com que as três bruxas desaparecerem e eu lembro bem das palavras que usou. "Eu nunca quis algo com tanta força, tanto que me esgotei e caí de joelhos no chão enlameado e as lágrimas escorriam por meu rosto. Eu nunca fiquei com tanto medo em toda a minha vida, Dinorá. Mas não era medo por mim e sim, pelo a criança que se formava em meu ventre".

As lágrimas tinha ocupado o meu rosto, assim como o de Dinorá. Eu sentia que aquela história só iria ladeira abaixo.

– Continue, por favor- eu disse em meio a soluços.

– Ela saiu correndo para o castelo e chorou nos braços de Frederick. Contou-lhe tudo que acabara de acontecer. Ela lhe disse que sabia de que pedra as três bruxas estavam falando. Então, ela me ligou pelo Apache.

– Apache?

–Sim. É como se fosse uma chamada de vídeo a partir de uma poeira mágica que pode ser criada por qualquer bruxa ou feiticeira. Quando vi a chamada fiquei preocupada imediatamente. Se fosse algo banal ela me mandaria uma carta ou ligaria para meu telefone. Mas ela optou pelo modo mais rápido e mais real. Frederick me contou a história toda já que Carlotta não conseguia proferir nenhuma palavra devido aos soluços suplicantes. Eu me lembrei da pedra. Foi em uma das aulas de história da magia. Essa pedra fora confiada a Lucy secretamente por uma das maiores feiticeiras que já existiram. Se elas conseguissem por as mãos nessa pedra, tudo estaria acabado.

"Depois de sete meses, ainda não tínhamos conseguido contatar Lucy. Eu, Frederick e Carlotta estávamos ficando desesperados até que tudo foi por agua abaixo. Descobrimos que as irmãs conseguiram achar Lucy, a tinham matado e achado a pedra. Sua mãe estava com sete meses de gravidez com os sentimentos a flor da pele. Ela tomou uma decisão. Ia te proteger a qualquer custo. Ela foi até o porão onde guardara o presente que a mãe lhe dera antes de falecer. A única pedra que poderia combater a pedra amaldiçoada. Ela a pegou e fez um feitiço de proteção.

Ligou a pedra e a proteção que havia feito em volta da casa. Assim o único modo de destruí-la seria destruir a pedra."

– Mas e se elas, de algum jeito, botassem a mão na pedra?

– Querida, elas não botaram a mão na pedra até hoje.- ela disse apontando para meu colar- Mas, o pior não foi isso. Elas mudaram seu plano diabólico. Queriam a filha de Carlotta para terminar o feitiço. E não iam só usar seu poder, querida. Elas queriam sugar todo o poder. Junto com sua vida. Quando sua mãe descobriu tal fato fez outra coisa. Ela escondeu o colar no castelo e quando precisasse iria dar-lhe o colar. Mas, pelo visto, você o achou sozinho. As bruxas ficaram irritadíssimas com todos nós. Elas jogavam todos tipos de maldição em você e sua mãe. Nenhuma maldição consegui alcançar vocês. Ou...

–Ou?- esperei ela continuar mas nada aconteceu- Ou o que?

– Desculpe, querida. Acho que estou ficando velha.- ela sorriu tristemente- As bruxas formaram um exército e vieram ate a Comunidade. Elas queriam nos destruir. Sua mãe sentiu que estava em dívida conosco.

Eu via as lágrimas em seus olhos junto com um sorriso de orgulho.

"Ela fugiu no meio da noite para se juntar a nós na batalha pelo nosso lar. Ela veio em um cavalo branco e em uma armadura prateada brilhante. Derrubava cada bruxa que vinha em sua frente. Eu e ela lutamos lado a lado. Então um golpe veio pela suas costas."

Agora eu via raiva estampada em seus olhos.

– Ariadne mandou um feitiço pelas costas de Carlotta abrindo um grande buraco em seu peito. O sangue não parava de jorrar e eu me ajoelhei ao seu lado com lágrimas nos olhos- Dinorá se levantou e sentou-se ao meu lado. Nós duas não parávamos de chorar- Sua mãe pediu-me para te proteger, querida. E é o que estou tentando fazer agora. Mas ela também sabia que você seria nossa única salvação. Jennifer Dare, você é a feiticeira perdida.

– Eu sou o que?- eu me levantei bruscamente com o que ela acabara de contar-me

– Querida, o dom da feiticeira é passado de geração em geração. De mãe para filha.

– E por que eu seria sua salvação?- meu coração palpitava em meu peito. O que ela estava falando? Eu que não sei nada do mundo seria a salvação de uma comunidade?

– A única pessoa que poderá derrotar a pedra e as bruxas, é uma feiticeira. Ou seja, você.

– EU?? EU NÃO POSSO FAZER ISSO!- eu gritei com ela

– Querida, se você não fizer isso algo terrível irá acontecer com você e com toda uma comunidade.- ela segurou minha mão e eu comecei a ver a escuridão.

***************************************************

Eu me vi deitada naquela cama do quarto sombrio das três bruxas. As quatro algemas estavam me prendendo como antes. Meu coração bateu desesperadamente. Era tudo tão real.

– Queridas, irmãs. Está na hora.- Ariane riu pesadamente- Agora que ela está sem aquele lixo no pescoço, podemos finalmente extrair o seu poder.

Ariadne estalou os dedos e nós estávamos no meio de um palco com centenas de bruxas me observando.

– Nós vamos ser a raça pura desse mundo. A única raça do mundo. A raça mais poderosa e perfeita. Essas pequenas e ínfimas bruxinhas vão desaparecer e nós vamos ter o mundo só para nós.- ela riu.

Gertrudes chegou com a caixa de veludo roxo que continha a pedra amaldiçoada. Ela a retirou lá dentro e falou as seguintes palavras:

–Mundus disponere coinquinationis. Moriere sagae vitae iucunditas indigni nos consequi posse. Et panem, quem tibi offerimus sacrificium purum graduate regina tenebris. Regnum enim pro deperdito Saga Tenebrae.– era latim o que estava falando.

Tentei me lembrar das aulas de latim que papai havia me dado e a tradução apareceu em minha cabeça.

"Que o mundo se desfaça do que o polui. Bruxas que não merecem o prazer da vida morrerão com o poder que iremos adquirir. Uma raça pura irá se formar com o sacríficio que vos oferecemos, ó rainha das trevas. Que a feiticeira perdida morra pelo bem do Reino das Trevas."

Eu arregalei os olhos. Elas iriam me matar. Uma luz começou a emanar da pedra e me cegou. Quando a luz parou todos que estavam ali falaram:

–Qui sermonem tuum, fiat.- "Que sua palavra seja realizada.

Eu parei de sentir meus pés. Olhei para os mesmos. Eles haviam se tornado pó e era exatamente o que acontecia com minhas pernas. Ouvi duas vozes gritando:

– JENNY!- Julie e Jace estavam presos em uma gaiola com lágrimas em seus olhos.

Minha visão foi embaçada por lágrimas. A única parte do meu corpo que existia era minha cabeça. Então a visão mudou.

Eu estava em pé, olhando para o lugar que estava na visão anterior. Eu tentei gritar para Jace e Julie que estavam chorando desesperadamente mas a voz não saía de minha garganta. Era como...como...como se eu estivesse morta.

– Agora sim, minhas irmãs. O poder será nosso.- ela apontou a pedra para os céus.

No mesmo momento, uma luz negra desceu dos céus caindo sobre todas as bruxas que estavam ali. Ariadne ficou com olhos negros e com um só olhar fez a gaiola explodir. Junto com Julie e Jace.

Eu tentei gritar mas nada saía novamente. Se isso realmente estivesse acontecendo, o mundo acabaria em questão de segundos.

Repentinamente, eu estava novamente na sala com Dinorá.

– O...O qu..que?- perguntei com as mãos tremendo e lágrimas escorrendo por meu rosto.

–Isso é o que irá acontecer se ninguém deter o clã...

– Você está dizendo que se eu não fizer nada o mundo vai acabar?- eu disse gaguejando.

– Exato.

– NÃO! EU NÃO SOU QUEM VOCÊ PENSA! EU NÃO SEI DE NADA DISSO!- eu coloquei a mão na maçaneta e saí dali.

Eu não poderia salvar o mundo. Eu era apenas uma mísera princesa de uma ilha desconhecida que não sabia nada do mundo. Como eu salvaria o mundo?


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