Darkness escrita por Walker Sophia


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Está aii =w=



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Jogou-se na cama não sabendo o que fazer. Há pouco tempo tudo ocorrera. A batalha contra Daemon Spade. A batalha dos Arcobalenos. Tudo.

Agora os dias eram de paz.

E por serem dias de paz, não tinha mais motivos para continuar em Namimori-Chuu.

Tinha que voltar para Shimon.

Já sabia que Tsuna-kun e o restante da família Sawada – Isso incluiu Sawada Ieyasu, vulgarmente chamado de Primo – eram inocentes.

Tateou a cama a procura de um travesseiro e quando achou tal objeto, comprimiu-o contra seu rosto, abafando o grito que seus lábios soltaram.

Estava em êxtase, tormenta, agonia.

Há pouco tempo descobrira que estava apaixonado.

E quem lhe dera que fosse por uma das garotas de sua classe. Até mesmo ter se apaixonado por Sasagawa Kyoko – ruiva na qual tem sua raiva profunda – seria menos complicado do que se apaixonar por ele.

Sim, era um homem. Um homem igual a ele.

Não sabia o que fazer.

Mas com toda a certeza que se algum dia a coragem batesse em sua porta, e se declarasse para ele, teria seus sentimentos negados na hora.

Afinal de contas, além de ser um amor... Peculiar, tentara mata-lo. Culpa-lo por tudo o que ocorreu em sua vida. Sufoca-lo com seus problemas...

Fez muito mal a ele.

Enquanto o mesmo somente lhe sorria. Um sorriso lindo, na qual se apaixonara instantaneamente. Ouvia muitas vezes as besteiras que seus lábios faziam questão de soltar.

Será que algum dia ele poderia o perdoar? Não sabia.

Só esperava que sim.

Acordou de seus devaneios, na mente de muitos tolos, ao som da campainha de sua casa.

Estava sozinho hoje.

O resto da Shimon tinha saído de casa. Cada um tinha compromissos para fazer – mesmo que este fosse uma Shitt P. Correndo atrás de um Gokudera Hayato, ou um Julie fugindo de uma Suzuki enfurecida.

Mas não tinha realmente motivos para levantar de sua cama. Quem iria lhe visitar? Além do mais, a porta de sua casa estava aberta. A pessoa que entrasse. Estava bem jogado em sua cama, tendo seus sonhos tolos.

- Enma-kun! – ouviu uma voz que conhecia muito bem. Bem até de mais.

Suas bochechas ganharam um blush.

E só de ouvir aquela voz – voz na qual lhe tirava a sanidade -, tateou sua cama a procura de um cobertor. Ao acha-lo, cobriu seu corpo por completo, deixando somente um espaço, para sua cabeça ficar de fora.

Um ato tolo. Como seus outros atos. Julga-se um ato infantil. Como se um mero cobertor pudesse lhe proteger da realidade.

Mas, protegia as crianças dos monstros imaginários. Então por que não o protegeria de seus monstros?

- Enma-kun! Eu sei que você está em casa. – a voz continuou, as batidas nas portas começaram e não cessaram. Por longos segundos, na qual julgou horas.

Encolheu-se mais na cama. Totalmente coberto pelos cobertores. Em posição fetal.

Quem lhe via ali, nunca poderia dizer que lutara contra um dos guardiões mais fortes do Vongola Primo. Enfrentara a lei da máfia. A Vendice.

Deuses! Como estava idiota assim. Tolo!

Julgava-se e batia-se mentalmente por ações tão irracionais.

- Enma-kun, vou entrar. A porta está aberta – mais uma vez a voz soara do lado de fora da casa. Adentrou seus tímpanos e fez um impacto em sua mente.

Agora sim ferrou.

Nunca desejou tanto que a porta de sua casa estivesse trancada.

Ou talvez nem desejava aquilo. Queria vê-lo. Ama-lo. E ser correspondido.

Os passos leves foram ouço pelo chão de madeira escura e rustica de sua casa. Perto de mais de seu quarto.

Encolheu-se mais. Virando-se para a parede do lado de sua cama. Não queria vê-lo.

Ou ao menos era assim que pensava para consolar-se.

Por dentro se corroía, para pular em seus braços e lhe beijar como nunca fez antes.

Queria ama-lo. Precisava ama-lo. Mas seria um tolo se pensasse que seus sentimentos eram recíprocos. Aquilo era somente uma paixão platônica pelo seu melhor amigo.

Seu primeiro amigo fora da Shimon.

A porta de seu quarto foi aberta. Pode ouvir o som irritante das dobradiças cortando o silêncio acolhedor – massacrante – para o Kozato.

- Enma-kun, por que está assim? – os passos chegavam muito perto de sua cama. Junto com a voz doce e preocupada de seu amigo.

Preocupado com ele. Mas não do jeito que queria. Era um jeito amigável. Ele queria de um jeito apaixonado.

Junto a beijos selvagens, apaixonados e repletos de luxuria.

Corou com os pensamentos. Desde quando era um pervertido? Tinha que parar de andar com o Julie, ou seria purificado diariamente por Adel, como o pobre infeliz.

- Enma-kun! – chamara mais uma vez o ruivo. Pode ouvir a pessoa se sentar no chão de madeira de seu cômodo.

- Nada. – Sua voz saiu abafada pelos cobertores. Sentindo um aperto em seu peito. Seu nada era um tudo. Um tudo que lhe machucava. Massacrava.

Ouviu a pessoa mais uma vez se levantar, dando passos.

Ele estava indo embora?

Não! Fique! Fique comigo! Por favor!

Sua mente gritava. Mas seus lábios não soltavam nem se quer uma única palavra.

Seus olhos carmesim se encheram de lágrimas. Lágrimas proporcionadas por uma dor emocional.

Queria uma facada agora. De preferencia no coração.

Que pegassem aquele maldito órgão e jogasse na lixeira mais próxima.

Doeria menos. Muito menos.

Estava tão absorvidos em seus pensamentos, que só percebeu que a pessoa ainda permanecia em seu quarto, quando o mesmo sentou-se em cima de si.

Soltara um grito silencioso.

A pessoa lhe virou, para ficar deitado com as costas para baixo. Ou melhor dizendo, de barriga para cima.

Seus braços foram presos em cima de sua cabeça. Em um ato que mal pode ver.

O coberto foi retirado até a sua cintura.

Estava cara-a-cara com ele.

Os olhos castanhos penetravam no carmesim.

Julgava que aqueles olhos poderia ver sua alma.

E rezava para que fosse somente sua imaginação.

- O que eu fiz? – perguntou ao Kozato em um sussurro. As lágrimas banhavam seus olhos grandes e expressivos. E a expressividade que os mesmo sempre transmitia em um turbilhão de sentimentos, dessa vez só mostrava tristeza, dor.

Nunca o queria ver assim. Novamente. Mais uma vez por sua culpa.

Idiota! Nunca deveria ter visto ele. Se aproximado e se tornado amigos.

- Por que? Por que está agindo assim comigo? – as lágrimas grossas já escorriam pelas bochechas. Bochechas coradas, rosadas.

- Tsuna-kun... Não foi você! – tentou acalmar o amigo. Tentara livrar suas mãos do aperto do outro. Para secar as lágrimas que faziam questão de escorrer daqueles olhos. Mas o mesmo nem se moveu.

Desde quando Tsunayoshi tinha aquela força?

- Então, o que foi? – perguntou tentando cessar as lágrimas.

Aquela expressão partia o coração do Shimon. De forma na qual nunca pensou.

Amar naquela intensidade deveria ser um crime. Um pecado.

O que ele fez para merecer tal coisa? Aquilo era massacrante.

- Tsuna-kun, como, como você pode me perdoar por tudo que lhe fiz? – perguntou, a voz embriagada pelo choro que segurava.

Tal pergunta veio de repente. Assuntando o castanho.

O mesmo refletiu um pouco, antes de sua voz quebrar o silêncio que estava matando o jovem Kozato.

- Nada é perdoável – começou o Sawada.

Tais palavras fizeram os olhos carmesim se arregalarem.

Mas, qual era a surpresa?

Ele não estava no direito de ser perdoado.

Muito menos de ser amado.

Com um sorriso melancólico nos finos lábios rosados, continuou a ouvir a voz do castanho.

- A não ser que você queira. – a voz continuou. Podia ouvir um ritmo nela?! Como uma música?

Não estava doido.

Tsuna não cantaria.

Mesmo que somente em um sussurro para eles. Com voz rouca e baixa.

- E se for tarde de mais... – Mas... Definitivamente, era uma música.

Nunca pensou que iria ouvir aquela voz em forma de música.

A voz começou a lhe embriagar.

- Oh, apenas deixe para mim. – um blush apareceu nas bochechas do Sawada, quando os olhos carmesim lhe fitaram com curiosidade.

Ele só esperava que sua voz não fosse tão ruim.

Já o Kozato se impressionava com o timbre rouco. E... Angelical?

- Fique comigo.
Fique comigo.
Fique comigo.
Fique comigo. – quantas vezes ele tinha falado ‘Fique comigo’?

O que aquilo significava?

Não se iluda Kozato.

Tsuna não pode lhe amar.

- Fique comigo, por favor – Seu coração acelerou de uma forma em que nunca imaginou.

Nem o ápice da batalha lhe proporcionava aquilo.

Nem o boletim com notas em vermelho lhe dava aquilo.

Nem uma Adel e um Kyoya juntos para puni-los lhe causava aquilo.

Era isso o que chamavam de amor?

- Por que eu estou vivendo, vivendo – ele também estava vivendo.

Um vivendo sem rumo.

Sem importância.

Sem existência fixa.

- Vivendo na escuridão. - A voz parou. O Kozato ainda tinha seu coração acelerado.

Um sorriso se formou nos lábios do Sawada. Um sorriso tímido e envergonhado.

Tão lindo.

- Te amo... – sussurrou.

Seu coração falhou uma batida.

Antes de voltar com toda a força que tinha.

Seus olhos se encheram de lágrimas.

Também o amava.

Queria gritar.

Mas sua voz fugiu.

Via-se imponente contra aquele sorriso.

Malditos olhos que lhe prendiam.

Tiravam-lhe a razão e lhe enxergavam até a alma.

Se não podia falar. Podia agir.

Beijou-o.

Como nunca pensou em beijar em seus devaneios.

Era forte. Consumiu-lhe. Corroía. Tirava lhe a sanidade. Cheio de luxuria. Era frio. Cheios de desejos.

Mas...

Era calmo. Mostrava-lhe o amor que sentiam. Mostrava a saudade e o desejo de fazerem aquilo. Era quente. E repletos de palavras que nunca seriam pronunciadas.

Não por agora. Enquanto não entendia direito o que era o amor, e seus enfermos. Seus sintomas. E o inferno todo que viveram antes daquele beijo.

- Também te amo – sussurrou. Quase inadiável.

Mas o Sawada esperava de mais aquelas palavras para não ouvi-las.

- Então... Estamos namorando, certo? – perguntou com um sorriso travesso. Mesmo que suas bochechas lhe contradissesse e insistia em se manter coradas.

O Kozato pegou o travesseiro e bateu na face do Sawada, por pouco o fazendo cair de cima dele. Antes de comprimir novamente o objeto contra seu rosto. Escondendo a vermelhidão de um tomate em sua face.

- Sim – murmurou baixinho.

- Não ouvi – falou provocando o ruivo.

- Não vou repetir – foi mais alto essa frase.

- Então talvez eu devo perguntar a Kyoko-chan se ela quer – o Sawada fez menção de sair de cima do Kozato.

- Se pronunciar o nome daquela... Daquela ruiva de novo eu te mato Sawada Tsunayoshi. – Reborn com raiva dava menos medo a Tsunayoshi do que aqueles olhos carmesim penetrando-lhe a alma e lhe mostrando o inferno.

- Certo – bateu continência. Em um ato divertido, mesmo que tivesse engolindo seco para aquela voz. Aqueles olhos.

Seu ruivo era possessivo.

E gostou daquilo.

Por que o Sawada também era.

O silêncio durou um pouco, antes de mais uma vez ser quebrado, por um som que nunca cansaria de se ouvir.

A voz tímida, envergonhada e doce de seu Kozato.

- Como, como você sabia que eu estava aqui? – perguntou, ainda corando um pouco.

O Sawada agora estava saindo de cima de si, somente para deitar ao seu lado e lhe envolver a cintura.

De forma protetora e quente.

O Kozato gostou.

Deicou um sorriso brandas seus lábios finos.

- Encontrei com a Suzuki-san, ela estava com Hibari-san – comentou, perto de mais do ouvido do Kozato, lhe arrancando um arrepio.

Gostou de tal coisa.

- Serio? Pensei que aqueles dois se matariam quando se encontrassem – comentou o Kozato

- Eu acho que eles namoram – comentou serio, para a surpresa do Kozato, que teve que virar-se na direção do Sawada, com a cara incrédula, como se exclamasse que aquilo era impossível. – Não pense assim, nós namoramos também – sorriu.

Um sorriso que fez todo o sangue do ruivo ir em direção a sua cabeça.

Encolheu-se contra o peito do Sawada, enquanto os braços do castanho lhe prendiam mais forte a cintura.

Adormeceram assim.

Cada um em seus próprios sonhos.

Mas que não seria diferente da realidade.

Estariam juntos.

Não importa onde fosse.

Se amariam.

Como nunca alguém se amou.

.

.

.

.

Somente Cozart e Ieyasu.

Será que o Akai Ito poderia ser passado para outras pessoas, quando não pudesse ser completado em uma vida passada?

Quem sabe...

O amor no final, eram um mistério em que a humanidade não poderia entender, somente ter o prazer de sentir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado '-'
Eu achei fofinha.
Mas não sei sobre vocês.
Então deixe comentários u-u
Já'né