Demacia's Wings escrita por Jhulliaty


Capítulo 4
Capítulo 3 – Será que já lhe vi em algum lugar?


Notas iniciais do capítulo

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Você não pode me proteger, mas não irei esquece-lo.



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– Quinn, Caleb, vocês podem me fazer um favor?

– O que foi mãe?

– Vocês poderiam ir para a cidade e comprar algumas coisas para o jantar? Estou ocupada na cozinha e seu pai na fazenda.

Era mais um dia calmo Quinn e Caleb estavam treinando antes de sua mãe chama-los para fazer algumas compras, era só mais um dia comum. Juntaram suas coisas e guardaram em um pequeno armário que se encontrava no quarto dos dois, desceram rapidamente e se despedindo de seus pais, saíram.

– Ei Quinn, será que sobra dinheiro para comprarmos um doce? – Ria da própria pergunta.

– Ah, vai saber, iria ser gostoso – Riu também, era um dia tão bom.

Eles andaram mais um pouco para finalmente chegarem ao centro do comércio de Demacia, lugar onde tudo que os fazendeiros produziam seria comercializado e vendido para a população e para os maiores dos guerreiros e até mesmo o rei, as pessoas faziam barulhos com pedidos de frutas, legumes e carnes e os comerciantes mais barulho anunciando o seu produto.

Dois adolescentes de aparentemente 14 anos não se destacariam naquele meio de adultos e toda a barulheira que se fazia, mas uma pessoa os notou.

– Ah... Com licença, mas vocês teriam algum trocado ou alguma coisa para me darem? Não como algo a um bom tempo...

Uma garota aparentemente da mesma idade que eles, ou até um pouco mais velha, de cabelos vermelhos como o sangue ou fogo que queima uma bruxa, olhos verdes como a grama de primavera, usava uma vestimenta que aparentemente era de couro e cobria seu busto e um pouco de sua barriga, por cima tinha uma jaqueta que cobria até seu cotovelo, sua barriga estava aberta para algum soco ou qualquer coisa que pudesse atingi-la, usava uma calça presa a um cinto, não havia nenhuma arma em lugar nenhum ou a onde os olhos podiam alcançar e por uma vista rápida para observar totalmente ela, calçava uma bota simples, a menina estava um pouco suja no rosto.

– Nos desculpe, mas ainda estamos indo fazer as compras e não temos muito dinheiro – Caleb disse com uma voz firme, não era comum ele falar assim perto de Quinn, mas com pessoas desconhecidas, aparentemente era normal.

Ele puxou Quinn para frente, se distanciando um pouco daquela garota que havia parado eles.

– Ei, Caleb, não podemos deixar ela assim! Ela pode estar perdida, e podem fazer algo ruim com ela! – Foi quase um sussurro, mas firme, Quinn estava decidida em ajudar aquela garota.

– Sim, e o que acontecerá com nós se ela fizer algo?! Aquela roupa não é daqui Quinn, e você deveria saber muito bem disso, além do que, uma adolescente normal não usaria algo feito totalmente de couro, aquilo é para uma maior proteção contra facas e espadas! – Quinn não iria desistir mesmo com Caleb falando daquele jeito, grosso, coisa que ela odiava.

Soltou-se de Caleb e voltou na direção daquela garota.

– Qual seu nome? – Uma sorridente garota de cabelos roxos perguntou.

– M-Meu nome? Katarina... – Apreensiva, ela hesitou a fala, seria um perigo se soubessem quem ela era realmente.

– Katarina? Que lindo nome! Você quer vir com a gente? Não temos dinheiro para lhe dar, mas depois iremos para casa e sempre tem lugar para mais um na mesa – Quinn sorriu, Caleb só observava a idiotice da irmã, mas com a proposta já feita, ele não podia falar o contrário, porém ele também ficou feliz, era a primeira vez que sua irmã tentava fazer amizade, não era muito de conversar com estranhos e ainda mais com garotas, já que as mesmas só queriam saber de bonecas ou de cozinha.

– Ahm... Bem... Se vocês deixarem... Eu aceitaria.

Quinn sorriu, pegou a mão da garota e voltou correndo na direção de Caleb, ele não estava com cara boa, àquela garota não lhe cheirava bem.

– Então você virá conosco, pois bem, não se perca, não vamos lhe procurar. – Firme, grosso, não era comum nem para ele, Quem ele pensa que é?! Ela não é um cachorro! Quinn já não aguentava aquilo, não era para menos, hoje era para ser um dia feliz, normal, só por causa de uma garota?!

A compra foi rápida, a lista não era grande, algumas carnes e poucos legumes. Caleb não olhava para trás, somente seguia como não estivesse ninguém com ele, Quinn ia logo atrás junto de Katarina que evitava contato físico e só mantinha o visual para não se perder.

Chegaram a casa, deixaram as compras na mesa, pegaram as armas, Katarina ficou do lado de fora, somente deu um breve “oi” para os pais dos gêmeos, eles iriam treinar, nem que ela estivesse lá, se vestiram e saíram, para a floresta, onde ninguém mais iria olha-los ou ouvi-los.

Assustada, Katarina evitou quando viu aquelas espadas e arcos com flechas, não poderia ir, e se a matassem?! Não, eu não vou morrer assim!

– Vamos Katarina! Não me diga que está com medo. – Quinn riu, delicadamente, a garota dos cabelos ruivos não gostou, fechou a cara.

– Medo? Eu? Até parece. Mas... Por que vocês treinam?

– Um dia vamos entrar no exército de Demacia, e lutar pelo nosso lar, Demacia precisa de heróis, que queiram colocar em risco sua vida para proteger o lugar que nasceu. – Firme, ele guiava o pequeno grupo, passos largos e fortes ditavam seu caminho, ele segurava duas espadas enquanto Quinn levava dois arcos básicos, um era o presente daquele rapaz que havia lhe salvo dos lobos, o outro, improviso feito por seu pai. – Gostaria de treinar conosco Katarina?

– Eu?! Ahm... Pode ser vocês falam tão confiantes, parece até que estão destinados a isso.

– Mesmo que não estejamos, vamos entrar, somos tudo o que eles querem, alfabetizados, somos bons com ataque corpo a corpo e longa distancia, acredite, uma dupla infalível.

Pararam no meio do caminho, Caleb pegou sua espada e jogou duas adagas para Katarina, pequenas, porém fortes.

E com um passo desesperador e rápido, ele avançou para cima, sua espada era mais pesada o que delimitava seu movimento, Quinn se afastou com um salto para o lado, ele queria testar, sim, ele queria testar se aquela garota era simplesmente uma camponesa ou se era algo mais.

Katarina pegou as lâminas assim que Caleb jogou, e quando viu o rapaz se aproximar rápido, se defendeu colocando as lâminas em cruz, ele queria a desafiar, isso ela notou, e decidiu mostrar um pouco no que ele estava se metendo, depois de se livrar por frações de segundos da espada dele, pulou para trás do mesmo e colocou as duas lâminas em seu pescoço, não que alcançasse, mas deu um jeito.

– Renda-se, ou prepare-se para a morte. – Sorriu maliciosamente, e ele correspondeu com um mais perverso ainda.

– Me desculpe minha amiga, mas hoje não – Um soco em sua barriga foi o necessário para ela cair para trás, e colocar a espada em cruz na frente do rosto tentando se proteger de um suposto ataque que viria.

Mas ele não veio Caleb simplesmente guardou a arma e estendeu a mão para Katarina se levantar, agora ele sabia de cada coisa que passava em sua mente, quem ela era tudo por meros movimentos que ele havia lhe convidado, mas não era por ter lido ela enquanto se movia, e sim pelo jeito que ela se movia, lembrou-se da Família Du Couteau, a mais poderosa de Noxus, e fiel inimigo de Demacia desdês os primórdios das famílias mais antigas, havia lido em algum livro que a filha do atual líder era bela, sedutora, porém mortal, e agora ele havia visto isso.

Katarina aceitou o pedido e com a ajuda de Caleb levantou.

–Quinn pode ir levando as armas? Eu já vou com a Katarina. – Falou docemente, olhando a irmã que o observava atenta a tudo, porém, sem demonstrar qualquer emoção.

– Está bem, mas não demore e tome cuidado. – A garota rapidamente pegou as armas e partiu para sua casa, confiava no irmão.

Leves minutos de silêncio se passaram, parecia que até os pássaros haviam parado de piar, dando tempo para os dois, o único barulho que se ouvia era o suave som da água escorrendo por um rio calmo.

Até que esse silêncio foi quebrado por aquela jovem de cabelos cor de fogo.

– Por quê? Por que me ajudou? Por que quis lutar comigo e ainda mandou Quinn para casa? O que você quer de mim Caleb...

Caleb pegou um pano médio do bolso e molhou na água do rio, os peixes que antes estavam em paz agora se afastavam rapidamente.

– Eu não quero nada, você simplesmente apareceu na frente da minha irmã e cabeça dura do jeito que ela é não iria deixa-la de forma alguma, mas me diga, por que está aqui? – Ele agora tirava o excesso da água do pano, Katarina o observava de forma curiosa, porém cautelosa, quem era aquele garoto tão forte, destemido que havia chamado sua atenção?

Caleb se aproximou, no momento que a garota viu fechou os olhos e tentou de alguma forma se defender, para que? Caleb pegou sua mão e simplesmente a abaixou, pegou o pano e começou a limpar o rosto da garota, que ainda estava sujo de quando eles se encontraram, quem os visse naquele momento diria que eram namorados.

– Sabe, quando lhe vi eu suspeitei de quem você fosse, porém não disse nada, somente alertei Quinn, queria saber o que você faria, queria saber por que estava fazendo aqui, se rebaixando tanto, mas não disse nada. Eu ainda não sei seu objetivo, e apesar de ter passado tão pouco tempo com você, posso dizer que você seria uma boa amiga, então se um dia quiser vir aqui de novo, se esconda do Rei na nossa casa, está bem? – Gentil, doce, aquela sim era a voz que o pertencia fora do campo de batalha, não a que ele havia passado o dia, aquele era o irmão de Quinn, Caleb.

Katarina apenas ouvia, agora estava levemente vermelha, mas ninguém notaria com o cabelo que ela tinha, mas ele notou, porém permaneceu quieto, limpava o rosto daquela garota como se fosse uma joia preciosa, um olho dela estava fechado com medo de que o pano pegasse nele sem querer, o outro o observava, por que ele tinha olhos amarelos? Não era comum, como se ela fosse à presa...

– Eu não posso lhe contar por que vim parar aqui, e desculpe por atrapalhar tanto seu dia...

– Não pretendia fazer nada o dia todo – Ele parou de limpar o rosto daquela garota, sorriu, e voltou para o lago – Você animou um pouco ele, mas... Quando pretende ir embora de novo?

– Provavelmente hoje à noite, depois do jantar, não posso ficar muito mais tempo aqui.

– Entendo pena que não pode ficar conosco, seriamos um trio realmente invencível, e quanto a sua habilidade com adagas... Treine-a mais um pouco e logo estará boa para ir para o campo de batalha – Voltou para a menina, ela tinha um belo rosto... Mas não é hora para pensar nisso. Ela se levantou e os dois foram para casa, o suspeito mesmo, foi eles irem de mãos dadas.

O destino pode ser algo realmente belo, cheio de esperanças, sonhos, desejos, pecados e até mesmo, sombras, porém todos sabiam naquele lugar, que nesse futuro haveria muito sangue, eles querendo ou não, porém, naquele dia que seria supostamente um dia normal, eles acharam aquela garota, tão bela, jovem, com uma roupa tão estranha e pedindo um favor.

A janta estava realmente deliciosa, carnes, legumes, arroz, bebida, todos riam alegres da farta refeição daquela noite e a visita daquela jovem e bela dama, que agora estava banhada, com uma roupa de Quinn que ficou um pouco apertada e pequena para ela, porém serviu, e jantando na mesa junto com todos, era uma noite muito boa.

Depois da janta, a menina se perdeu na noite.

– Caleb, você viu a Katarina? Eu não a acho em lugar nenhum.

Caleb olhou para a janela, a noite estava completamente estrelada – Acho que ela voltou para sua casa.

– Hum... Você deve estar certo, ela não aparentava estar abandonada. Eu vou dormir Caleb, não demora, e não deixe os Noxianos te pegarem.

– Pode deixar Quinn – Sua voz abaixou, Quinn havia saído às pressas nesse meio tempo – Pode deixar... Apesar de que não ficaria triste se as mãos da filha de Noxus me pegassem...

Caleb se virou, saiu da janela e sumiu para o quarto, porém parou no meio do caminho.

– Tenha uma boa noite, Dama Sanguinária. – Subiu as pressas e se deitou, demorou em pegar no sono, e quando ele veio, sonhou com um banho de sangue feito por aquela jovem que o havia cativado.


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Notas finais do capítulo

Junto com a noite, Katarina correu de volta para Noxus, havia alguém lhe esperando no portão de Demacia, ela sabia o risco que havia corrido, seu objetivo era tão complicado de se fazer e tão simples de se falar, vigiar o Rei Jarvan III, porém o encontro com os irmão depois de ter sido pega, aquilo havia sido apaixonante, e aquele garoto... Aquele garoto com cabelos roxos como o começo do anoitecer e olhos amarelos como de uma cobra, ele havia a hipnotizado, mas não contou a ninguém, somente, durante a noite enquanto passava pelo caminho entre as duas cidades rivais, ela desejou, silenciosamente às estrelas.

“Deixe-me vê-lo novamente.”