O vento batia calmo no rosto da jovem garota, agora descoberto da diadema de ouro que usava para proteger sua cabeça, fazendo seu cabelo, não muito longo, balançar em seu próprio ritmo, um tom que a diferenciava da floresta e do lago, um tom roxo escuro.

Valor ainda não havia voltado. Era uma águia rara, azul com detalhes roxo em suas penas, de cima dava para ver detalhes em amarelo e vermelho que formavam linhas em suas penas, seu bico, dourado, se destacava do resto, e seu peito sempre equipado por um ferro que sua dona tinha feito para sua proteção, tal ferro com cor amarelada, em homenagem a uma flor.

A garota esperava sentada em uma pedra, não usava equipamentos, somente uma blusa, uma calça e uma bota, sua roupa parecia alterar de um azul para roxo com o passar do sol e o refletir do lago, esperava, sentada, alguém que não via a muito tempo, mas que com certeza reconheceria.

– Dias assim fazem me lembrar de coisas que não gosto. – Pensou alto, olhando para o lago, com uma voz vazia.

Tinha um sorriso gentil ao pronunciar isso, porém doloroso, como se lembrasse de algo, algo que realmente não queria naquele momento, porém, seus pensamentos foram atrapalhados.

– Lhe fiz esperar muito, Quinn?

– Thresh, quanto tempo – Falou, levando um susto – que bom que conseguiu vir. Onde iremos caçar hoje? Valor não deve demorar também.

Quinn olhava para ele, meio fascinada e meio boba.

– Ceifador dos mortos – pensou e ainda olhando para ele, sorriu.

Thresh era diferente de todos de Demacia, lugar que Quinn nasceu, morou e sempre protegeu com sua vida, e só poderia ser comparado a criaturas das Ilhas das Sombras, porém, diferente das mesmas, ele a divertia. Não era de esperar que fosse diferente, sua aparência era tenebrosa, tinha em sua cabeça um crânio partido ao meio, preto, o que representava seu rosto, um fogo esverdeado que seria algo como seu cabelo, carregava uma foice e uma lanterna um em cada mão, ambos segurados por correntes que pareciam ser feitas de ossos humanos, usava um manto que cobria seu peito e parte de sua perna, este um pouco difícil de reconhecer já que por cima se tinha mais ossos, que era uma proteção, ou apenas um enfeite para cobrir seu peito e enfeitar sua cintura, usava uma calça azul escura e uma bota de ferro, meio verde puxado para o azul. Podia se dizer que uma aberração dessas não deveria estar viva, ou simplesmente, existir.

Quinn não saiu de onde estava, sentada na pedra reta, porém agora olhava para uma flor, uma rosa preta que crescia perto do lago e se destacava entre outras rosas brancas, amarelas e vermelhas.

– Rosas negras... O verão está próximo – Falou baixo, olhando como se tivesse sido hipnotizada, não se destacava por ser mais bela, e sim, mais obscura, esse transe poderia durar tempo, horas até. Se Valor não acordasse Quinn de seu profundo transe com um chamado alto que vinha dos céus.