A Filha de Ártemis escrita por Karol Mezzomo


Capítulo 2
O Acampamento Meio-sangue




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– Ei, Gabrielle! Vamos acorde!

Alguém me sacudia com força. Reconheci a voz, só podia ser Jéssica. Abri os olhos e fitei sua cara de preocupação enquanto me sentava.

– Nossa você não vai acreditar no sonho que eu tive... – eu comecei, mas de repente parei de falar e olhei ao redor, parecia que estávamos em um tipo de hospital. Não fazia ideia de como tinha ido parar lá e me ocorreu por que Jéssica também estaria ali. – Como chegamos aqui? A última coisa que me lembro foi de um sonho esquisito com um lobo e um gigante.

Jéssica suspirou, agradeceu a um dos médicos pela atenção e me puxou para fora do lugar.

– Vem, não temos muito tempo, tenho que levá-la para a Colina Meio-Sangue antes que mais um imprevisto aconteça. – ela disse, enquanto saíamos para uma manhã ensolarada.

– Espere. Colina o quê?

Ela me encarou com um olhar sério. Percebi que nunca a tinha visto daquele jeito.

– Sua mãe ligou para mim ontem á noite, o que lhe deu na cabeça para fugir de casa? Sabe que é perigoso. – ela disse enquanto acenava para parar um táxi.

Minha mãe ligar para Jéssica? Mas elas nem se conheciam. Jéssica entrou no táxi e eu me sentei ao seu lado.

– Entrada da Fazenda 3.141. – ela disse ao motorista.

– Minha mãe ligou para você? Não sabia que se conheciam. – falei a ela enquanto o táxi avançava pela rua.

Ela olhou para baixo, percebi que estava evitando me encarar.

– Contamos a sua mãe que estávamos de olho em você esse ano. Que talvez precisássemos levá-la ao acampamento.

– Que acampamento? E o que você quis dizer com “contamos”? – ela permaneceu calada. Cada pouco ela olhava para janela como se estivesse preocupada com alguém nos seguindo. – O que aconteceu ontem a noite não foi um sonho, não é?

Queria que ela me contasse a verdade, mas ao mesmo tempo tinha medo da resposta.

Ela me olhou, seus olhos verdes calculando o que devia ou não me contar.

– Explicarei tudo quando chegarmos a Colina. – ela falou, como se isso encerrasse o assunto.

Eu vi que não adiantaria mais insistir. Olhei pela janela do táxi, parecia que a cidade havia sido deixada para trás substituída por uma paisagem rural. Passamos por pomares, vinícolas e barracas de produtos frescos. Pensei na minha mãe, e senti uma pontada na garganta, será que voltaria a vê-lá?

Viramos à esquerda e uma colina surgiu a nossa frente, no topo dela havia um magnífico pinheiro que parecia brilhar a luz do sol.

– Pare aqui, por favor. – pediu Jéssica ao motorista que juntou as sobrancelhas confuso, devia estar pensando o que duas adolescentes iriam fazer em um lugar deserto como aquele. Ele não era o único.

Jéssica e eu descemos do táxi e esperamos até que ele desaparecesse na estrada. Ela me olhou.

– Vamos lá, eles estão nos esperando.

Percebi que não adiantaria começar a perguntar de novo, então apenas a segui até o topo da colina.

Quando chegamos eu empaquei, não acreditava no que estava vendo. Embaixo, do outro lado, pude ver um vale e uma grande casa com colunas gregas de mármore branco reluzindo ao sol, havia ainda um pavilhão a céu aberto, um anfiteatro, uma arena circular, um campo de areia e o que parecia ser doze casas menores uma disposta ao lado da outra formando um grande U invertido.

Atrás das casas as ondas do mar avançavam na areia e a água estendia-se ate a linha do horizonte. Jéssica sorriu ao meu lado, eu devia estar com uma cara ridícula, ela balançou a cabeça e desceu o outro lado da colina.

Chegamos à grande porta da casa com colunas brancas e nem precisamos bater, um homem de cadeira de rodas nos atendeu com um largo sorriso no rosto.

– Jéssica! Que bom que conseguiram chegar em segurança. E Gabrielle... – ele estendeu a mão e eu o cumprimentei. – Entre, por favor, estávamos ansiosos para conhecê-la, meu nome é Quíron.

Ele parecia ser um sujeito simpático, tinha o cabelo ralo, uma barba desalinhada e usava um casaco surrado. Ele nos guiou por um corredor até uma porta onde havia uma varanda do outro lado, da varanda era possível ver todo o acampamento, tinha plantações de morango por toda parte e várias crianças com camisas laranja caminhavam pelo lugar.

– Sente-se. – disse Quíron apontando para uma cadeira ao redor da mesa onde havia outro homem sentado jogando cartas com um (meus olhos se arregalaram) menino com pernas de bode e pequenos chifres aparecendo por cima dos cabelos cacheados.

Sentei-me relutante e olhei para o homem que estava jogando cartas ao meu lado. Era pequeno e meio gorducho, tinha um nariz vermelho e o cabelo cacheado tão preto que era quase roxo. Usava uma camisa havaiana com estampa de tigre.

– Gabrielle, esse é o Sr. D – Quíron apresentou.

– Prazer em conhecê-lo senhor. – eu levantei-me para apertar sua mão, mas ele nem sequer me olhou. Voltei a sentar um pouco constrangida.

Quíron continuou como se nada houvesse acontecido.

– E esse é Grover, um dos melhores sátiros do nosso acampamento.

Sátiro?

Eu levantei e nós nos cumprimentamos.

– Bem vinda. – ele disse com um sorriso.

– A menina já sabe de tudo, Quíron? – perguntou o Sr. D em um tom arrogante sem tirar os olhos das cartas. Ele estalou os dedos e um copo, com o que me pareceu suco de uva, apareceu na mesa ao seu lado e ele tomou um grande gole.

– Não senhor. – respondeu Quíron. – Mas não se preocupe eu já irei mostrar para ela o acampamento.

Quíron começou a se levantar, mas eu sabia que era impossível, ele acabaria caindo. Mas de repente algo aconteceu, sua cintura foi ficando mais longa erguendo-se acima do cinto. Parecia que estava usando uma roupa de baixo feita de veludo, mas percebi que não era veludo, era a parte da frente de um animal, músculos e tendões sobre um pêlo branco e áspero, a cadeira de rodas desaparecera e a minha frente via-se um centauro.

Bom, mais nada me impressionava naquele lugar, tinha certeza de que não estava mais sonhando, só tomei o cuidado de andar meio afastada do centauro enquanto caminhávamos pelo acampamento.

– Bom, então vamos começar. – disse Quíron com um ar cansado, parecia que já tinha tido conversas como essa com muitas crianças.

Mas isso não me importava, eu queria explicações.

– Gabrielle, como você deve ter percebido lá na varanda, você acabou de conhecer um sátiro entre muitos outros que vivem aqui. O que você me diria se eu lhe falasse que a mitologia grega ainda esta muito viva nos dias atuais?

Eu olhei para o lado pensando na resposta, e vi um grupo de crianças montadas em cavalos, uma cena normal, se os cavalos não possuíssem asas.

– Diria que é uma ótima explicação. – respondi.

Quíron sorriu.

– O que você me diria se eu lhe falasse que os deuses gregos também existem e que eles estão entre nós? E que todas as crianças que está vendo, inclusive você, são filhos de deuses?

Eu estava me preparando para dizer que ele deveria parar de assistir as séries sobre Hércules quando me lembrei de como o ciclope me chamara na noite passada: filhote de deus.

Não podia ser verdade.

– Eu diria que pegaram a pessoa errada. – respondi.

– Não, não pegamos. Você tem dislexia, não tem? Quando você lê as palavras parecem flutuar das páginas, isso é porque sua mente esta conectada com o grego antigo. Além disso, você tem transtorno do déficit de atenção, isso são seus reflexos, numa luta de verdade eles a manterão viva. Você lutou com um ciclope noite passada, ele é um monstro mitológico, e esses seres só correm atrás de semideuses porque sentem seu cheiro. É por isso que vocês vêm para cá, para treinar e conseguir se defender desses seres quando saírem daqui. Esse é o lugar mais seguro para meio-sangues, como você.

Crianças e adolescentes lutavam espada contra espada ao meu lado, vi um muro de escalada que despejava lava enquanto um garoto tentava subir nele sem se queimar. Passamos por uma linha de arco e flecha, onde alguns garotos de olhos dourados treinavam, com os arcos apostos acertavam em cheio no alvo, nunca tinha visto pessoas com tamanha mira.

Eu me virei para Quíron.

– Eu sou uma meio-sangue? O que é isso?

– Quer dizer que você é metade mortal e metade... – ele fez uma pausa.

– Metade... – eu insisti.

– Deusa. Metade deusa. Meio-sangue não é bem o termo certo. Você é uma semideusa.

Eu ri de nervosa, esperando que ele gritasse “primeiro de abril”, mas isso não aconteceu.

– Mas isso é loucura, quero dizer, isso é mitologia, ou seja, mito. E mesmo se os deuses tivessem filhos com mortais isso foi há milênios atrás.

Quíron suspirou.

– E por que você acha que eles mudariam seus costumes nesses últimos milênios? É claro que não. Todos os anos descobrimos novos semideuses, mandamos sátiros e ninfas as escolas e quando eles encontram algum nos avisam e trazem vocês para cá. Sua amiga Jéssica é uma ninfa dos bosques.

Meu queixo caiu, ali estava a explicação por ela ser tão ligada a natureza. Senti-me enganada embora não soubesse por quê.

– Mas se os deuses e os monstros existem como ninguém os vê? – perguntei, tentando esquecer Jéssica, conversaria com ela depois.

– A Névoa é uma coisa poderosa, Gabrielle. – explicou Quíron. – A Névoa encobre a visão dos mortais, eles vêm o que desejam. Mas com vocês, semideuses é diferente, a Névoa não tem efeito sobre vocês. É por isso que você enxergou o ciclope exatamente como ele era.

– E os deuses? Ainda vivem no Monte Olimpo?

– Não. – respondeu Quíron. – Eles mudam com o coração do Ocidente. O lugar ainda é chamado de Olimpo em respeito à tradição, mas atualmente eles vivem em cima do Empire State no seiscentésimo andar.

Até onde eu sei só existem cento e dois andares no Empire State, mas decidi ficar calada. Olhei para uma das janelas da casa grande, parecia escuro lá dentro.

– O que há lá? – pedi a Quíron, apontando para a janela.

Quíron fechou a cara.

– É onde fica o Oráculo de Delfos, vocês heróis vão até lá quando precisam de uma missão.

Ele falou de um modo curto e grosso, imaginei que talvez não gostasse muito de profecias, não voltei a tocar no assunto.

– Então, o Sr. D é um deus?

– Sim. – disse Quíron. – Dionísio, o deus do vinho, mas seu pai Zeus o proibiu de tomar vinho como castigo por ele se apaixonar por uma ninfa.

De repente vi Jéssica correndo em minha direção.

– Bem. – falou Quíron. – Vou deixar que Jéssica lhe mostre o resto do acampamento e lhe explique o que precisa saber. Eu tenho que ir agora, meus alunos me esperam para a aula de arco e flecha.

Ele saiu galopando enquanto Jéssica juntava-se a mim.

– Oi. Ainda pensa que está sonhando? – ela perguntou.

– Não. Por que nunca me contou que era uma ninfa? – ataquei.

– Acreditaria em mim?

Era um bom argumento. Eu não respondi.

– Vem, vou lhe mostrar os chalés.

Jéssica levou-me até a abertura do grande U invertido que era formado pelos doze chalés.

– Temos doze chalés. – ela começou a explicar. – Um para cada olimpiano. Você é indeterminada então vamos colocar você no chalé 11.

– Por quê? O que quer dizer com “você é indeterminada”? – perguntei.

– Quer dizer que não sabemos de que deus ou deusa olimpiano você é filha. Então colocaremos você no chalé 11 que é o chalé dos filhos de Hermes, o deus dos viajantes, ele acolhe a todos.

Tentei puxar na mente uma imagem de Hermes que tinha visto em um livro de mitologia uma vez, ele tinha um caduceu com duas cobras enroladas, usava tênis com pequenas asas e segurava um rolo de pergaminho nas mãos. Lembrei-me que Hermes também era deus dos mensageiros e ladrões.

Comecei a olhar os chalés, o número 1 era o maior e mais imponente de todos, tinha um brilho elétrico como se trovões passassem por ele, a estátua de uma águia (símbolo de Zeus) erguiasse no teto. Jéssica reparou quando eu parei para admirá-lo.

– Esse é o chalé de Zeus, senhor do Olimpo, deus dos deuses, dos trovões e do céu.

– Mas está vazio. Ele não tem filhos? – perguntei. Achei estranho, porque Zeus era um dos deuses que mais tinha filhos na mitologia antiga.

– Só uma. – explicou Jéssica. – Ela se chama Thalia. Mas ela não vive aqui, foi viver com as Caçadoras de Ártemis. Ela é muito poderosa, assim como qualquer filho dos três grandes.

– Três grandes?

– Zeus, Poseidon e Hades são os três maiores deuses do Olimpo. Aquele é o chalé de Poseidon, deus dos mares, das tempestades e dos terremotos.

Olhei para o chalé 3 diretamente a esquerda do 1, não era tão imponente quanto o de Zeus, mas mesmo assim era magnífico como se tivesse sido feito por conchas retiradas do fundo do mar, um tridente (o símbolo de Poseidon) brilhava a porta.

– Poseidon também tem apenas um filho, Percy Jackson, ele tem muita fama aqui, é um dos maiores heróis de todos os tempos, derrotou Cronos o deus titã pai de alguns dos deuses olimpianos. No momento ele esta em uma missão.

Os chalés eram muito diferentes um dos outros, mas cada qual magnífico, um era vermelho, delicado enfeitado com alguns corações e quando passei por ele senti o perfume que vinha lá de dentro. Tinha pelo menos uma dúzia de meninos e meninas arrumando-se os cabelos e admirando-se no espelho.

– Os filhos de Afrodite, deusa do amor e da beleza. – disse Jéssica revirando os olhos. – São tão nojentos.

Eu sorri. Tinha me esquecido de como gostava de Jéssica. Outro chalé, o número 5 também era vermelho, mas um vermelho sangue como se a tinta tivesse sido jogada de qualquer jeito, o teto era preto e coberto com arame farpado, havia a cabeça de um javali à porta, lá dentro o rock tocava às alturas.

– Os filhos de Ares, deus da guerra. – disse Jéssica fechando a cara ao passar pelo chalé. Dava para perceber que os filhos de Ares não eram lá muito amigáveis.

– Hades não tem um chalé aqui. Você acabou de dizer que ele é um dos três grandes. – observei.

– Ainda bem. – disse Jéssica. – Hades é o deus dos mortos e do submundo. Ele não tem um trono no Olimpo então não tem um chalé aqui, se ele tivesse... Bom, seria estranho.

Só havia mais dois chalés vazios, o chalé número 2 de Hera, deusa do casamento e mulher de Zeus, ela não tinha filhos. E o outro era o chalé 8 que era de Ártemis, a deusa da caça e da lua. Ela havia jurado se virgem, portanto não tinha filhos, mas Jéssica explicou que como os chalés representavam os doze olimpianos, eles não poderiam deixar de construí-lo.

Finalmente chegamos ao chalé 11. Jéssica me apresentou aos filhos de Hermes e eles me receberam bem. Eu não era a única indeterminada havia outros também. Um dos garotos de Hermes me explicou que os deuses eram muito atarefados e nem sempre tinham tempo para reconhecer seus filhos. Fiquei pensando quanto demoraria para que me reconhecessem.

A noite chegou e uma trombeta tocou ao longe anunciando a hora do jantar. Eu me dirigi ao refeitório a céu aberto junto com o chalé de Hermes. Algo me chamou a atenção, um brilho prateado envolvia o chalé 8 (de Ártemis), ele era completamente cinza e branco e havia um arco pendurado à porta, logo acima a cabeça de um lobo (símbolo da deusa). Vazio e com aquele brilho misterioso parecia um chalé mal-assombrado.

Lucas me explicou que como Ártemis era deusa da lua seu chalé sempre ganhava esse efeito quando a noite caía.

Chegamos ao refeitório, tinha doze mesas, uma para cada chalé, me sentei a mesa de Hermes. Dionísio levantou-se da mesa dos professores, fez um breve discurso e desejou uma boa janta.

Erguemos nossos copos:

– Aos deuses!

Ninfas e sátiros vieram para nos servir, tudo o que você pode imaginar, mas tudo saudável. Comecei a comer e quase não consegui parar, tinha me esquecido que estava com tanta fome. Olhei ao redor, para os semideuses a minha volta tentando adivinhar quem seria meu pai olimpiano.

Eu não era forte como os filhos de Ares, não tinha habilidade com plantas como os filhos de Dionísio e Deméter, não era poderosa como algum filho dos três grandes, não tinha uma beleza atraente como a dos filhos de Afrodite, não tinha habilidade com arco e flecha (na verdade eu nunca havia tentado, mas sabia que deveria ser péssima) como os filhos de Apolo, o deus do sol e das profecias (irmão gêmeo de Ártemis).

Eu me lembrava da discussão que havia tido com minha mãe antes de fugir, ela tinha dito algo sobre minha “verdadeira mãe”. Será que eu era filha de uma deusa? Olhei para as pessoas da mesa ao lado, eles tinham os olhos parecidos com os meus, mas seus olhos eram de um cinza mais profundo e estratégico, como se tivessem algum plano em mente. Eram filhos de Atena, deusa da sabedoria e da guerra justa e planejada.

“Sem chance” disse uma vozinha em minha cabeça, eu não era tão inteligente quanto eles.

John, um dos filhos de Hermes, pareceu notar minha preocupação.

– Hei, não fique assim. Tenho certeza que seu pai ou sua mãe ira lhe reconhecer.

Ele tentava ser confiante, mas percebi uma lasca de insegurança em sua voz. Acenei com a cabeça e voltei-me para o prato.

Os chalés começaram a se levantar e formar uma fila, um por vez jogava em uma fogueira algo do seu prato, como uma oferenda aos deuses.

John jogou o melhor bife de seu prato para o fogo e gritou:

– Hermes!

Eu não sabia o que falar, mas acabei oferecendo a Hermes também, apesar de tudo, fora o seu chalé que me acolhera.

Depois da janta, nos sentamos em torno de uma fogueira e cantamos algumas canções. Até Quíron anunciar que era hora de dormirmos. Acompanhei o chalé 11 que era o mais parecido com um chalé normal de um acampamento normal, a não ser pelo caduceu com duas cobras que pareciam se mexer pendurado a porta.

Acomodei-me em um saco de dormir no chão e peguei no sono instantaneamente.


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