Royals escrita por Brave


Capítulo 1
Prólogo




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America arrumou os cabelos de Valentina novamente, ela estava mais do que deslumbrante. Ainda não conseguia acreditar no que acontecera, nem mesmo sabia que sua filha tinha se inscrito para A Seleção – ela seria contra, sem dúvidas – e agora lá estava ela: penteando os cabelos da menina uma ultima vez antes de entrega-la à custódia da família real. Sabia que Kriss continuava adorável, e com isso ficava mais calma. Mesmo tendo mantido a amizade com a loira, ainda ficava apreensiva quanto ao seu marido, Maxon Schreave.

Ela havia o escolhido, apesar de tudo.

Mesmo depois de tantos anos ao lado de Aspen, vivendo como uma Dois, o fantasma daquele príncipe jovem de cabelos loiros a assombrava mais do que qualquer coisa. Ele a rejeitara – America não o culpava, ela fez por merecer – e aceitou Kriss Ambers como sua rainha.

E agora, sua filha iria lutar com trinta e quatro garotas para conquistar o filho de seu Escolhido.

– Mãe? – Lorenzo chamou, entrando no quarto da irmã – Temos que ir.

A mulher sorriu e conferiu como a filha estava uma ultima vez. Valentina optara por um vestido curto, verde como seus olhos, e quase não passara maquiagem. Quanto às joias, ela se contentara apenas com uma fina pulseira de prata que ganhara de seu pai. O que realmente se destacava na jovem era o cabelo: estava natural, liso e com cachos nas pontas. A coloração avermelhada entrava em contraste com a pele clara toda salpicada de sardas e dava-lhe um aspecto infantil, inocente.

As duas seguiram Lorenzo Leger – o atual homem da casa, desde a morte de seu pai – e se acomodaram no carro para onde seguiriam para o local onde Valentina se despediria da população antes de ser trancafiada no palácio, onde teria que fazer tudo o que o príncipe desejasse. Tentou tirar isso da cabeça, talvez Zachary fosse um bom rapaz como o pai, ainda mais tendo sido criado por Kriss.

– Sinto muito – Valentina sussurrou no ouvido da mãe antes de descer do carro.

O sorriso apareceu em seu rosto assim que a garota se tornou visível para o púbico. Valentina sempre teve grande facilidade em atuação, e pela primeira vez, America se perguntou: Até onde a jovem teria capacidade de levar sua atuação? Não que duvidasse do caráter de sua filha, apenas temia por ela.

Quando viu que não tinha mais escolhas, desceu do carro e observou de longe enquanto Valentina sorria e acenava para o publico. Lorenzo estava do seu lado direito enquanto Sierra, a caçula, do lado esquerdo. America abraçou seus dois filhos enquanto percebia que jamais passara tanto tempo sem algum deles quanto passaria sem a menina do meio. Talvez se Aspen ainda estivesse com ela fosse mais fácil de aceitar.

Então chegou a hora de se despedir da filha.

Ela não estava pronta, jamais estaria. Com lágrimas nos olhos, abraçou Valentina mais forte do que o necessário e não tinha nenhuma intenção de soltá-la. Entretanto, Lorenzo passou o braço pela cintura da mãe e a puxou gentilmente, apenas para lembrá-la de que ele era bem mais forte do que ela.

– Vou escrever assim que possível. Eu te amo – A menina secou o rosto da mãe e deu-lhe um beijo na bochecha.

Também deu um abraçado demorado em Sierra e sussurrou algo no ouvido da mais nova que a faz rir. Por fim, Lorenzo soltou a mãe para se despedir da irmã. Ele parecia mais nervoso do que as três mulheres juntas, mas conseguiu se conter. Ele e Valentina conversaram rapidamente num tom baixo demais para ser ouvido. Antes de deixa-la ir, ele retirou seu colar e deu à irmã.

Valentina olhou pela ultima vez para sua família antes de entrar em outro carro.

Agora não tinha mais como impedi-la. America nunca se sentira tão inútil como mãe.

Como pudera permitir que sua filha se submetesse a isso?

“Poderia ser pior” Ela se lembrou “Maxon poderia ter escolhido Celeste”.

America não queria sair dali nem mesmo após o carro ter sumido de vista e a multidão ter se dispersado. E se Valentina desistisse e voltasse? Mas não teve escolhas ao sentir Lorenzo guiando-a para o carro disponibilizado pelo palácio para leva-los de volta para casa.

Viviam muito bem no Dois. Desde que Aspen entrara para o exercito, fora promovido automaticamente de casta. Era tão confortável quanto o palácio, mas bem mais aconchegante. Era um lugar que poderia chamar de lar. Ficara muito desconfortável quando Aspen morreu, há sete anos, mas ela estava aprendendo a superar dia após dia.

Aos olhos de America, aquilo não era justo. Quando escolheu Maxon, o perdeu. Quando escolheu Aspen, ele também se foi. Só não era tão insuportável por conta de suas crianças.

Lorenzo já era um homem feito, mas mesmo com seus vinte anos, se recusava a abandonar a mãe e procurar por uma esposa. O que era um desperdício, pois o jovem herdara muito da aparência de seu pai para ficar muito tempo solteiro.

Já Sierra a lembrava muito de sua irmãzinha, May. Seu comportamento extrovertido e dócil fazia com que America desejasse que a caçula nunca saísse de sua animação infantil de dez anos para entra na acidez de...

Valentina, mal completara dezesseis anos e já agia como se tivesse dezenove. A menina era uma ótima filha, sem dúvidas! Sempre respeitou os pais, nunca discutiu ou desobedeceu qualquer ‘não’, além de cumprir com as pequenas tarefas de casa que America não deixava as empregadas fazer (como manter o próprio quarto arrumado), as notas também não davam nenhum motivo para que Valentina arrumasse encrencas. A pequena ruiva não costumava arrumar encrencas.

Porque ela era a encrenca.

America tentou não pensar nisso. Talvez sua filha usasse seu “talento” com as pessoas para fazer com que garotas do tipo Celeste não atormentassem as reais interessadas no príncipe, não em sua coroa. Um arrepio percorreu sua espinha. E se Valentina estivesse realmente interessada no príncipe?

O que America jamais consideraria era: E se Valentina fosse do tipo Celeste?


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Notas finais do capítulo

Pois é galera, meu projeto novo aí :xEspero que gostem, comentem e talParticularmente gostei muito de escrevê-la (não o prólogo, o prólogo eu odiei) e amanhã ou depois postarei o primeiro cap que ainda precisa de algumas revisões (e por sinal, está bem mais interessante)Beijocas