Heart By Heart escrita por Blue Diet Coke


Capítulo 2
Ele é o Thor para sua Jane Foster




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–Candy, Carson! Cheguei! - Clary gritou quando chegou em casa. Menos de dois segundos depois, as duas crianças louras estavam agarradas em suas pernas.

–Tia Eleonor deixou a gente assistir desenho! Foi tão legal! Eu entendi tooooooodas as piadas!- Candice, sempre falante, tagarelou para a prima enquanto ela tirava os sapatos molhados.

–Sério? E você Carson?

Carson, que como ela, não era de muitas palavras, sorriu e disse:

–Eu gostei do filme, mas não achei tão engraçado! Tinha uma zebra muito louca que fica cantando uma música sinistra.

Clary revirou os olhos. Claro que Eleonor escolheu um dos filmes preferidos de tia Emma. Clary as vezes achava a mãe masoquista, assistindo filmes que a irmã costumava assistir. Isso só a fazia ficar mais triste e se afundar ainda mais em sua fossa de auto piedade.

–Eu também não gosto muito da zebra. Mas sabe do que eu gosto?- Clary perguntou, ajoelhando-se para ficar na altura dos primos.

Os pequenos sacudiram a cabeça, curiosos.

–Mashmallows e cookies!

As crianças começaram a gritar e tentar agarrar o saco que a prima trazia.

–Mas antes... Jantar.

Candice fez sua cara pidona e perguntou:

–Cheeseburger?

–Nada disso. Vocês comeram isso ontem. Hoje é dia do miojo.

Carson sorriu e Candice bufou. Eles dois tinham gostos quase completamente diferentes.

–Podemos brincar mais um pouco enquanto você prepara a comida?- Carson perguntou.

–Podem, mas lavem as mãos antes de comer.

Os pequenos saíram correndo para o quarto deles. Clary suspirou e pegou o telefone da cozinha. Digitou o número de celular de Elizabeth Forbes, sua outra tia.

–Alô?

–Tia Liz!- a garota disse ao telefone enquanto pegava os CupNoodles na despensa.

–Blair! Como vai querida? E 'Leonor? E os pequenos?

Clary suspirou.

–Mamãe está como sempre. Candy está cada vez mais linda, o Carson cada vez mais esperto. Acredita que hoje ele assistiu comigo um documentário sobre o Big Bang e decorou cada frase?

Clary ouviu sua tia tia rir.

–Esse menino ainda vai ser um gênio.

Foi a vez de Clary rir.

–Mudando de assunto... Como vai a Care?

–Por que você não pergunta a ela você mesma?

Clary ouviu alguns barulhos até a voz melodiosa da prima da sua idade soar ao telefone.

–Alô?

–CARE! AI MEU DEUS! Como você está? Eu juro, assim que puder, vou te visitar. Eu vou te fazer me visitar. Você quase me matou de susto!

Clary quase podia ver Caroline, sua prima loura de olhos azuis da mesma idade, revirar os olhos.

–Eu estou bem. Relaxe. E não se preocupe, ou vou te visitar assim que puder. Mas, mudando o rumo da conversa, como estão os meus priminhos lindos?

–A Candy está cada vez mais parecida com você, tagarela, animada. Aposto que vai ser líder de torcida e organizadora de todos os eventos da escola.- Clary pôde ouvir Caroline dar uma risadinha no outro lado da linha. -E o Carson está cada vez mais parecido comigo.

–Deixe-me adivinhar, cada vez mais nerd, sabe tudo, anti social e obcecado por documentários e filmes de terror.

–Bem, acertou tudo, menos os filmes de terror. Quem gosta é a Candy.

–Como alguém tão parecido comigo pode gostar de filme de terror?

–Desde que ela assistiu The Blair Witch Project ela acha filmes de terror idiotas.

A conversa continuou por um bom tempo. Além de primas, Caroline e Clary eram grandes amigas. Caroline lhe contou sobre como o novato, Steven ou Stefan, algo assim, estava namorando Elena Gilbert, seu namoro com Matt Donovan, sua vitória no Miss Mystic Falls... Enfim, fofoca.

–Tenho que ir, Care. Mas amanhã a gente se fala pelo Skype!

–Okay! Beijos, Blair!

Clary desligou o telefone e serviu o miojo já pronto para os gêmeos, que estavam a sua espera.

–-------------

–Foi me dito que nessa cidade foi avistada a doppelgänger. Onde ela está?- Elijah Mikaelson fala ao telefone com um de seus associados.

–Eu não sei, senhor. A pista é velha, de quase um ano atrás. Pode ser que não seja nada, mas vale a pena ficar pela cidade.

Elijah ponderou por alguns instantes antes de responder.

–Vou manter um olho nas coisas. Qualquer pista da doppelgänger, me informe imediatamente.

Elijah desliga o telefone sem dar tempo para o homem responder.

Ele ainda achava que ir para essa cidade era um erro, afinal, não era possível que existisse uma doppelgänger.

Mas tempos desesperados pedem medidas desesperadas.

Afinal, uma doppelgänger seria a chave para lidar com Niklaus.

Elijah suspirou. Essa missão era uma missão impossível. Seu irmão não pode ser morto. Ponto final. Ele provavelmente estava perdendo tempo, hospedado em um hotel caro da cidade, na suite mais cara.

Então lhe veio a cabeça a morena que ele havia convidado para sair naquele bar.

Clary Kent.

Ele sabia que havia sido impulsivo, mas ele não soube se controlar. Ela era inebriante. Um dos motivos para que ele ficasse na cidade por mais tempo, embora ele não fosse admitir.

Por algum motivo, ele não conseguia tirá-la da cabeça. A maneira que ela sorriu para ele, o jeito que ela balançava o quadril enquanto andava, os olhos dela. Era como se ela tivesse posto um feitiço nele.

Ele riu consigo mesmo pelo pensamento.

Olhou para o celular e seu dedo parou em um certo número de sua lista de contatos.

–Carter? Preciso de sua ajuda. Quero tudo o que você conseguir sobre Clary Kent, atualmente moradora de Fells Church.

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–Como assim você disse não pro bofe? 'Ta maluca? Perdeu o juízo?- Gina Montgomery, uma ruiva alta de olhos verdes esmeraldas e pequenas sardas, exclamou para Clary, que revirou os olhos. Sabia que contar para Gina sobre Elijah era um erro. Mas nunca conseguiria manter um segredo para a melhor amiga. Gina era a única que sabia sobre ela ser bruxa.

–O cara podia ser um maníaco psicopata! Eu não podia simplesmente aceitar o convite! E, tecnicamente, eu disse um "talvez".- Clary replicou, revirando os olhos e acelerando o passo. Quanto mais cedo elas chegassem na escola, mais rápido esse assunto acabaria.

–Mas você é bruxa, podia acabar com ele se quisesse! E pelo que você me disse, ela era praticamente um deus! UM DEUS AFIM DE VOCÊ!- a amiga surtou, o que fez Clary rir.

–Claro, ele é meu Thor e eu sou sua Jane Foster.- Clary zoou e Gina, em um gesto maduro, deu língua para a amiga. -Sinceramente, você lê muitos quadrinhos.

–Nunca é possível ler quadrinhos demais. Quanto mais, melhor.- Gina filosofou.

Clary riu. Sua amiga nunca iria mudar.

–Então, o que quer fazer no fim de semana?- Gina perguntou.

–O que você acha de uma sessão de filmes lá em casa?

–Pode ser. Qual o tema?- Gina perguntou. Sempre que elas faziam sessão de filmes, elas escolhiam um tema. "Terror", "American Pie", "Nicholas Sparks"...

–Que tal "John Hughes"?

–Perfeito.

As garotas entraram em um debate sobre qual era o melhor filme ("Cala boca Gina, claro que é Clube dos Cinco!" "Nem a pau, é definitivamente Gatinhas e Gatões.") enquanto iam em direção aos armários, onde Clary tirou o livro de Álgebra.

–OMG.- Gina disse, olhando para algo atrás de Clary.

–O que foi?- a morena perguntou para a amiga.

–Não olhe agora, mas tem um gato esperando lá na secretaria.

Clary riu e revirou os olhos, fechando a porta do armário. Quando ela foi olhar para o tal gato, seus olhos se arregalaram.

–Gina.

–O que foi?

–Eu conheço esse cara.

Gina olhou para ela com uma expressão assustada.

–Não me diga que...

–Sim, esse é o Thor.


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