A Vida escrita por EuSemideus


Capítulo 44
Especial Jally / Tessia


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu ia postar ontem. Mas quando tinha acabado de fazer a parte Jally... puf, apaguei sem querer... Quase chorei, Enfim, espero q agrade.



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Especial Jally / Tessia

Jally

James

O vento chocou-se contra o corpo de James e balançou seus cabelos loiros. Um arrepio, devido a temperatura do vento, percorreu seus braços descobertos.

A loira ao seu lado, se aconchegou um pouco mais em seus braços, em busca de calor. A respiração quente dela contra seu peito o entorpecia, não só por esquenta-lo, mas também por dar a sensação de que tudo aquilo era real, de que eles estavam realmente ali.

Eles estavam no alto da Manhattan Bridge. Sentados no topo de umas das gigantes estruturas que seguravam os cabos de aço, que tinham como função sustentar a gigantesca ponte. A garota não se sentia a vontade ali, nenhum descendente de Poseidon se sentiria, mas James segurava-a com firmeza, nunca a deixaria cair.

A vista ali do alto era impressionante, chegando a ser estonteante. As luzes da cidade brilhavam intensamente, de modo que na escuridão da noite pareciam flutuar, como se os prédios não existissem. Manhattan era realmente linda durante a noite, com as luzes da cidade refletidas no East River, que se estendia a baixo deles.

A única coisa que o neto de Júpiter sentia falta eram as estrelas. Por conta das luzes da cidade, e da própria ponte, eles se faziam pouco presentes, enquanto no Acampamento Meio-Sangue elas eram numerosas e a única fonte luz, além de sua companheira, a lua, e a fogueira.

– É lindo aqui - disse Ally se aconchegando um pouco mais contra seu peito.

James sorriu e apertou um pouco mais a cintura da garota, por onde a segurava.

– Sim, é realmente lindo - ele concordou.

James passara o dia todo com ela, mas não se cansava. Não se cansava de ouvir a voz dela, do som da risada dela, da textura da mão dela contra a dele, do sabor de seus lábios... Não, nunca se cansaria. Muito pelo contrário, a cada hora que se passava sentia-se cada vez mais dependente dela. Esse era o motivo de estar ali.

"Nós não somos namorados" ele podia ouvir a própria voz dizendo a Bia, uma semana antes naquela praça. Ainda se lembrava do gosto amargo que sentiu na boca ao pronunciar aquelas palavras. "Vocês só não são porque você não quer" dissera a namorada de seu melhoramigo.

James pensara muito sobre aquilo e decidira que precisava tomar uma atitude. Estava inseguro em fazer qualquer coisa, pois ela dissera no navio que não queria começar nada durante a missão, porém esta já tinha acabado. A loiro sentia seu estômago revirar a cada vez que um de seus amigos perguntava o que estava acontecendo entre ele e Ally. Normalmente James fugia da assunto, mas quando não conseguia faze-lo, era obrigado a dizer que estavam "ficando". Na opinião no garoto aquele termo era extremamente errado, afinal ele sentia muito mais do que "ficantes" sentiam um pelo outro. Ele duvidava que pudesse amar alguém tanto quanto a amava, mas precisava saber se ela sentia o mesmo.

– Ally - ele chamou.

A garota virou o rosto e o fitou com seus olhos verdes, que pareciam brilhar mais que as próprias estrelas, como se os astros lhes tivessem doado sua luz.

– Você me ama? - ele soltou - Tanto quanto eu te amo?

Ally o fitou surpresa e passou as mãos pelos cabelos de James.

– É claro! - ela respondeu confusa - Que pergunta.

James sorriu e suspirou ao sentir as pontas dos dedos da amada contra seu corro cabeludo. Cada lugar que ela tocava era atingido por uma pequena corrente elétrica, o que lhe causava uma extrema sensação de conforto e felicidade.

Reunindo toda coragem que tinha, abriu os olhos e fitou a imensidão verde de Ally.

– Não se assuste, mas eu preciso te perguntar uma coisa - ele disse - Alice, eu te amo muito, mas do que deveria até. Eu daria minha vida pela sua, e acho que você sabe disso. Só senti tal vontade de proteger alguém, assim como sinto com você, pela minha irmã, e mesmo assim foi bem diferente.

"Eu quero ser o seu herói, seu porto seguro. Quero poder te chamar de minha e dizer que você é minha para todos. Mais ainda, quero ser igualmente seu.

James respirou fundo, estava na hora.

– É por isso que eu te pergunto. Você quer ser a minha namorada?

Ally o fitava surpresa, era possível ver as lágrimas em seus olhos. Então ela riu. James se assustou. Aquilo era bom ou ruim?

– Por que você está rindo? - ele perguntou se afastando um pouco, mas sem solta-la, afinal ela poderia cair.

– Bem, nós temos um problema - ela disse ainda sorrindo e passando os braços por seu pescoço, o trazendo para mais perto - Eu já disse para todas as minhas amigas que você era meu namorado.

James a fitou sem entender por um momento, então abriu a bica surpreso. Ela... Ela já o considerava com tal. Isso queria dizer que... Que...

Antes que pudesse completar o pensamento, sentiu doces lábios os sobre os seus. Um beijo calmo se iniciou. James passou os braços pela cintura de Ally, abraçando-a com firmeza. A sensação era indescritível, ele sentia como se seus corpos flutuassem. Por um momento o barulho causado pela intensa movimentação dos carro na ponte abaixo deles naquele início de noite simplesmente desapareceu. Tudo que ele podia ouvir eram os batimentos de seu próprio coração.

Ally finalizou o beijo e deitou a cabeça sobre seu ombro. Só naquele momento James percebeu que estava realmente flutuando sobre os carros, porém Ally não parecia com medo ou assustada, ela parecia feliz e relaxada.

– Só minha - ele sussurrou em seu ouvido e a viu sorrir ainda de olhos fechados.

– Sempre fui sua - ela murmurou em resposta.

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Tessia

Bia

Bia sentia os braços de Tess a apertarem um pouco mais contra o mesmo. O parque estava quase vazio, se viam somente alguns casais e poucas crianças brincando na grama. Tudo aquilo era compreensível, afinal aquele dia de início de inverno estava realmente frio.

A neve ainda não tinha caído, mas ela duvidava que demorasse muito. Sua mãe amava a neve, apesar de não suportar o inverno de Nova York. Já Bia não tinha grandes problemas com isso, mas era obrigada a admitir, o inverno na cidade natal de sua mãe, o Rio de Janeiro, era bem mais agradável.

Ela observou Tess. O rapaz olhava para longe, perdido em pensamentos. Ele estava planejando algo, ela tinha certeza, afinal conhecia o neto de Poseidon desde que nasceu.

Tess mexia constantemente em seu colar do acampamento, o mais recente. Só uma conta permanecera no colar depois que o trocara, a que tinha a inicial do nome de Bia pintada, e era exatamente essa que ele tocava. A garota sorriu ao pensar em quanto tempo aquela conta estava ali com o "B" pintado, mais de cinco anos.

Bia se acomodou um pouco melhor no banco de madeira onde estavam sentados, aconchegando-se um pouco mais no abraço do namorado. Ela não sabia se era coisa de sua cabeça, mas o corpo dele parecia aquece-la mais do que todos os casacos que usava.

– Amor - chamou Tess.

Bia sentiu seu coração se aquecer só com aquele "amor" e o fitou.

– Sim?

Tess desviou os olhos por um momento e voltou a fita-la. Os olhos cinzas estavam tempestuosos.

– Você lembra do que eu te disse no covil de Aracne? - ele perguntou.

Bia abaixou os olhos e sentiu sua respiração falhar. Então era por isso que ele estava nervoso, ia tocar naquele assunto. Ela ainda tinha pesadelos com aquele dia. Quando se concentrava, conseguia sentir o cheiro da masmorra. Lembrava-se com frequência do desespero que sentira quando percebeu o que Tess ia fazer. Lembrava-se das lágrimas nos olhos do namorado e do medo extremo que tivera de perde-lo.

– Você me disse muitas coisas - ela respondeu sem levantar a cabeça.

Bia sentiu uma mão segurar sua bochecha e levantar seu rosto. Tess tinha um pequeno sorriso nos lábios e a olhava com compaixão.

– Algo em específico, tente lembrar - ele pediu carinhosamente.

Ela fechou os olhos, apreciando seu toque. Bia repassou cada fala, reproduzindo o dia em sua mente, poucas coisa se sobressaiam. A garota sentiu as lágrimas virem aos olhos novamente, porém se controlou.

– Você disse que eu não precisaria viver sem você. Perguntou-me por que meus olhos ficavam verdes - Bia riu pelo nariz, as lágrimas já escorriam sem permissão - E também disse que tinha uma promessa a cumprir. (N/a: cap 36, pra quem quiser)

Tess sorriu e limpou suas lágrimas.

– Bem, era sobre isso que eu queria falar, sobre essa promessa - ele explicou - Você sabe do que eu estava falando?

Bia negou com a cabeça.

– Imaginei - disse Tess colocando uma mecha solta de seu cabelo atrás de sua orelha - Quando nós tínhamos 5 anos, no jardim de infância, toda sexta feira brincávamos com

legos

e construíamos torres.

"Um dia, um garoto da turma destruiu nossa torre. Vocês discutiram e ele disse que você ficaria sozinha para sempre, que ninguém nunca te amaria. Besteiras, é claro, mas você acreditou.

Bia ouvia tudo atenta começara a lembrar do tal dia, mas ainda não entendera aonde ele queria chegar.

– Você chorou muito - disse Tess suspirando - Eu te abracei, disse que era mentira, mas você não parava de chorar.

"O choro só realmente parou quando eu prometi. Não, eu jurei. Jurei juradinho, de mindinho e pelo Estije, que se ninguém te quisesse, ou se você não encontrasse ninguém tão bom quanto eu, casaria com você.

Tess abaixou a cabeça e a balançou sorrindo. Bia tinha uma das mãos sobre a boca. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

"Muita presunção minha, não é? Imaginar que precisaria cumprir essa promessa? - ele passou os dedos por sua bochecha - Você, assim, tão linda, inteligente, meiga... É claro que despertaria interesse em homens muito melhores do que eu, mas só percebi isso depois que começamos a namorar.

"No início achei injusto, sabe, que eu estivesse atrasando a sua vida, quando você não ficaria comigo, mas simplesmente não conseguia imaginar viver sem você. Assim, depois de um tempo, resolvi ignorar esse pensamento e só viver a vida.

"Alguns meses atrás, voltei a pensar nisso. Passei a notar a quantidade de homens mais bonitos, mais inteligentes e mais bem sucedidos que eu, que se interessavam por você. Desculpe-me, mas fiquei um tanto assustado e inseguro. A ideia de que teria que te deixar me apavorou, ou melhor, me apavora.

"Duas semanas atrás eu tive um sonho, tal que eu acredito ser obra de Afrodite, mas preciso agradece-la. Depois desse sonho entendi que não existia nenhum homem tão bom quanto, ou melhor do que eu para você. Porque é a mim que você ama. Foi a mim que você deu seu coração, e foi a você que eu dei o meu.

Bia sentia as lágrimas escorrerem por suas bochechas, as duas mãos sobre a boca. Ela mal podia acreditar no que tinha ouvido. Fora, sem dúvida, a declaração mais linda que já ouvira. E um dos motivos, era por ter sido feita por Tess a ela.

– Tendo isso em vista, eu te pergunto - disse Tess se levantando do banco e se ajoelhando no chão a sua frente.

Ele tirou uma caixinha de veludo de um bolso interno do sobretudo que usava e a abriu. Dentro havia um anel fino de prata com uma pedra azul em cima. Água marinha, ela reconheceu a pedra e sorriu. "Jackson", pensou.

– Você aceitaria se casar comigo? - perguntou Tess.

Bia não teve reação. Ela não precisava pensar, não mesmo. Tentou falar, mas mãos recusavam-se a sair de sua boca e essa não se mexia. Assim ela balançou a cabeça em uma afirmativa rápida.

Tess sorriu e se levantou. Os olhos cinzas brilhavam e faziam um contraste maravilhoso com seus cabelos pretos. Ele segurou uma de suas mãos, e tirou-a de sua boca, fazendo com que a outra também saísse. Com cuidado colocou o anel em seu dedo. Logo depois colocou a mão no bolso e de lá tirou um anel de prata, colocando-o em seu próprio dedo.

Tess se abaixou e colou suas testas.

– Eu te amo - ele sussurrou.

– Eu também te amo - ela disse.

Então ele juntou seus lábios. Bia enterrou as mãos nos cabelos do namorado, agora noivo, e sentiu ele coloca-la de pé. Os braços dele envolviam seu corpo carinhosamente e uma das mãos da garota foi para o coração do rapaz, sentindo seus rápidos batimentos, assim como os dela.

Tess finalizou o beijo e olhou em seus olhos, era limpo e claro que ele estava tão feliz quanto ela. Bia levou a mão que estava nos cabelos do rapaz ao seu rosto e acariciou sua bochecha.

– Seus olhos estão verdes - ele comentou quase que inconscientemente.

– É felicidade - ela explicou sabendo que não passava da mais pura verdade.


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Notas finais do capítulo

Bem, eh isso. Agr só o epílogo minha gente! São dois caps!
Bjs, até! Eusemideus