O Crepúsculo do Eduardo escrita por AmandaC


Capítulo 67
Despedida


Notas iniciais do capítulo

É agora... vamos ver o que ele vai dizer à Renata. Beijos e boa leitura!



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Quando paramos diante da casa, as luzes estavam acessas – eu sabia que Renata me esperava. Eu não queria pensar muito no que iria falar. Não seria realmente um problema, eu nunca havia sido o tipo “delicado”.
Clara desligou o carro, ela e Elidia ficaram paralisadas, como estatuas no Jeep. Eram lindas, mesmo com a tensão em seus rostos perfeitos e pálidos.
- Ela não está aqui. – Clara comentou. – Vamos. Elidia.
Elidia abriu a porta e sumiu na escuridão, Clara já estava ao meu lado, abrindo o cinto. Apesar de ainda adorar seu toque eu estava tão nervoso quanto ela para poder apreciá-lo corretamente.
- Você tem quinze minutos. – ela murmurou, a voz dura.
- Não se preocupe. – tentei manter a voz firme. Saltei do Jeep, Clara me acompanhou até a porta. Na varanda me virei para ela e olhei em seus olhos verdes, hoje num tom médio.
Então beijei seus lábios com força. Clara ficou rígida mas não me afastou. Dessa vez fui eu quem me afastei.
- Eu te amo. Confie em mim. – murmurei. Abri a porta e entrei, urrando. – Vá embora Clara. – bati a porta em seu rosto atônito.
Renata correu ao meu encontro.
- O que aconteceu meu bebê? – perguntou, toda carinhosa.
- Cala a boca. Não me chame de bebê entendeu? – corri escada acima, meu rosto duro, zangado. Entrei no meu quarto e bati a porta, trancando-a em seguida.
- O que aconteceu Eduardinho? – minha mãe bateu na porta e tentou abri-la. Ouvi a mágoa em sua voz.
- Não me chame de Eduardinho. Eu vou embora dessa cidade. Vou para casa. – disse com desprezo.
- Ela lhe fez algo? – perguntou Renata com raiva.
- Não. – respondi. Clara já saltava minha janela e me ajudava a jogar algumas coisas numa mochila.
- Ela terminou com você?
- Não. – eu não iria inventar algo que fosse me rebaixar. Nunca. – Eu terminei com ela!
Terminei de jogar minhas roupas, com a ajuda de Clara, corri para pegar minha carteira com algum dinheiro dentro, colocando no bolso de minha calça. Joguei a mochila num braço.
- Vou estar esperando no carro, está na frente de sua casa. Vá. – ela me empurrou para a porta.
Abri-a com força e passei por Renata, descendo as escadas às pressas.
- Pensei que você gostasse dela. – ela me seguia, confusa.
- Gosto sim. Mas meu lugar não é aqui nesse fim de mundo chuvoso! E eu não quero uma branquela para namorar. Não quero criar raízes com nada aqui. Eu vou voltar para casa! – despejei, enquanto seguia até a porta, Renata me segurou pelo braço.
- Por favor, Eduardo, como você pensa que vai assim? Você nem tem carro nem nada.
- Um amigo meu vai me dar uma carona.
Olhei nos olhos de minha mãe e sabia que ela não ia desistir tão fácil. Tive que apelar.
- Escute aqui Renata. Eu não sou o bebê que você deixou ok? EU cresci. Faça o favor de esquecer isso. Você não pode mais me acalentar. Agora eu sou adulto e eu odeio essa cidade. Não vou ficar aqui. Você já me perdeu anos atrás. Essa era uma causa perdida antes mesmo que eu chegasse.
Ela me soltou, seu rosto caindo, eu vi as lágrimas encherem os olhos de minha mãe. Quis abraçá-la, pedir desculpas por magoá-la daquela forma. Eu estava mentindo claro, eu estava gostando de Joinville, de Clara, e até não me incomodava tanto com minha mãe.
Era tudo pela segurança dela. Por isso lhe dei as costas e sai. Correndo para o carro. A porta de trás se abriu e pulei nela, antes que eu a fechasse o carro já estava em movimento.
Clara me deu um abraço frio e gostoso. Eu estava tentando ser forte, mas não era fácil. Elidia estava no banco a minha frente e Edvandro estava dirigindo. Eu nem tinha reparado que carro era.
- O rastreador? – perguntei.
- Ouviu o final do seu teatro. Agora está nos seguindo.
- Vamos escapar? – em reposta a minha pergunta, Edvandro acelerou.
- Não se preocupe Eduardo. Você vai ficar seguro.
Eu a abracei, apertando seu corpo contra meus braços. Eu não estava preocupado, eu estava com minha super-namorada. Tinha confiança que tudo daria certo.
Corremos pela cidade.
- Hm, eu não sabia que odiava tanto essa cidade. Nem achei que branquelas fossem um problema para você. Tentou me iludir esse tempo todo?
Ignorei sua brincadeira.
- Sabe que eu precisa convencer ela. Eu fui horrível ao lembrar do passado.
- Ela vai perdoá-lo.
- Eu sei. Mas acho que ela não se perdoa. Ela me largou. Me deixou com meu pai quando eu era bebê. Vê o modo como ela me chama? Como me trata? Parece que nunca vai superar isso.
- Ela te ama, Eduardo. Ela lamenta por ter te deixado. Agora apenas quer se redimir um pouco pelos anos perdidos. Não se preocupe, querido. Vai dar tudo certo. – ela reafirmou.
- Por que isso está acontecendo? – perguntei. – Por que comigo? Eu estava lá, e daí. Os outros não se incomodaram.
Seu rosto ficou rígido, ela pensou antes de responder.

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